O que é a Guerra?
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Teoria da Guerra
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O Que é a Guerra ? Luís Barroso
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Teoria da Guerra
Introdução Quais são as causas da guerra? Quais são as consequências da guerra? Quais as ?pologias da guerra? Que caracterís?cas tem a guerra na atualidade? • Qual a u?lidade do uso da força na atualidade? • • • •
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O Estudo da Guerra – Guerra Franco-‐Prussiana: 180 mil mortos militares – 1ª GM: 7,7 milhões de mortos militares – 2ª GM: 13 milhões de mortos militares – Guerras Israelo-‐árabes: 1948, 1956, 1967, 1973, 1982 – EUA: Guerra da Coreia, Vietname, Granada, Nicarágua... – URSS/Rússia: Hungria, Checoslováquia, Afeganistão, Chechénia, ... – ... 14/11/13
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O Estudo da Guerra
• Até Século XIX – Análise de apenas uma guerra (série de batalhas curto período), sem tratamento como fenómeno social. – Foco na descrição, sem preocupação da descrição das causas; sem procura de padrões (teorias).
• Século XIX – Carl von Clausewitz: Da Guerra – Antoine H. Jomini: A Arte da Guerra 14/11/13
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O Estudo da Guerra
• Início Século XX (pós-‐1ª GM)
– Guerra: RI como disciplina autónoma – Criação da primeira cátedra em Relações Internacionais na Universidade de Gales (Alfred Zimmern e C. K. Webster), em Aberystwyth (1919); Edmund Aloysius Walsh -‐ The history and nature of interna0onal rela0ons (1922), Universidade de Georgetown. – Compreender a especificidade do meio ambiente internacional. – Colmatar lacunas da História, Sociologia, Economia... no estudo das dinâmicas internacionais. – Compreender o mundo para o alterar.
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O Estudo da Guerra
• Correlates of War Project -‐ COW (Universidade Michigan) – Iniciado com David Singer em 1963; atualmente Zeev Maoz é o diretor do projeto – Coligir dados sobre guerras e conflitos para serem u?lizados no estudo ciensfico da guerra (RI, estratégia, ...)
• Polemologia – Polemos: luta – “estudo obje?vo e ciensfico das guerras como fenómeno social suscesvel de observação” (Gaston Bouthol) 14/11/13
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Polemologia • Causas dos Conflitos (fatores) – Acesso a recursos • Território, água, energia, socioeconómico, demográfico
– Diferença • Sociedade, ideologia, religião, cultura
– Relações de Poder e Debilidades • Segurança, fatores polí?cos, liderança, forças armadas, tecnologia, delinquência, situação sanitária, meio ambiente, catástrofes naturais 14/11/13
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O Estudo da Guerra
• Estado da Arte
– RIGHT, Quincy (1942) – A Study of War. Chicago: University of Chicago Press. – SINGER, David (1968) – Quan0ta0ve Interna0onal Poli0cs: Insights and Evidence. New York: The Free Press. – SINGER, David e SMALL, Melvin (1972) – The Wages of War 1816-‐1965. New York: Wiley. – LEVY, J., (1983) – War in the Modern Great Power System, 1495/1975. Lexington, KY: University of Kentucky Press. – LEVY, Jack (1985) – Theories of General War, World Poli0cs, 37 (3), p. 344 – 374.
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O Estudo da Guerra
• Estado da Arte
– VASQUEZ, John A. (ed.) ( 2000) – What do We Know About War?. Lanham: Rowman & Li|lefield Publishers. – VASQUEZ, John A. e HENEHAN, Marie T. (1999) – The Scien0fic Study of Peace and War: A Text Reader, 2nd ed., Lanham, Ma-‐ ryland: Lexington Books. – SINGER, David e DIEHL, Paul (1990) – Measuring the Correlates of War. University of Michigan Press. – HOLSTI, Kalevi (1996) – The State, War, and the State of War. Cambridge: Cambridge University Press. – GLEDITSCH, Kris?an (2004) – A Revised list of wars between and within Independent States, 1816-‐2002, Interna0onal Interac0ons, 30, Taylor & Francis, p. 231-‐262.
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• O que é a Guerra?
– “contacto violento entre en?dades dis?ntas, mas similares” (Q. Wright) – “condição resultante de um confronto violento” (H. Gro?us) – “conflito violento envolvendo grupos sociais” (Sociológico) – “ação violenta para compelir o adversário a atuar de acordo com a nossa vontade”; “con?nuação da polí?ca por outros meios” (Clausewitz) – (…)
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• O que é a Guerra? – Caracterís?cas comuns (Q. Wright, G. Bouthol, Marvin Harris) • Carácter sangrento • Natureza cole?va – Confronto efe?vo entre grupos com determinado grau de organização social
– SIPRI (Stockholm Interna?onal Peace Research Ins?tute) • Guerra: 1000 mortos militares 14/11/13
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• Guerra e Poder
– Poder: capacidade para influenciar comportamentos – Caracterís?cas do poder: relacional; situacional; mul?dimensional; não conversvel; personalização; temporal; instrumental; neutralidade moral.
• A Guerra nas RI – Realistas • • • •
Resultado inevitável de uma “insegurança” sen?da Mecanismo legal para garan?r a “autopreservação” Resultado da anarquia do “sistema” Corolário da “natureza humana”
– Idealistas
• A paz, não a guerra, cons?tui a condição natural no relacionamento SPI • A guerra é “doença crónica” que pode ser curada pelas ins?tuições polí?cas • A guerra é acidental
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Dimensões (análise) da Guerra • Norma&va: na perspec?va jurídica, corresponde a um ato de declaração; • Funcionalista: enquanto fenómeno disfuncional na sociedade, corresponde a um ato de violência organizada; • Analista: tendo em face os resultados, corresponde a uma classificação com base nos efeitos (nível de violência em mortos/ano e par?cipantes) 14/11/13
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Implicações da visão norma?va • Declaração de guerra no âmbito do Direito Internacional, no âmbito da convenção de Haia de 1907, parte III (Abertura das Hos?lidades). • Leva ao estado de guerra entre dois ou mais países. • Existe a limitação do uso da força por parte dos Estados (carta da ONU). • Logo, quem pode declarar a Guerra? • Pode a Guerra Civil ser considerada Guerra ? • E a guerra ao terrorismo, anunciada pelo EUA (Bush)? 14/11/13
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Implicações da visão Funcionalista • Guerra enquanto fenómeno disfuncional na sociedade. • Corresponde a um ato de violência sistemá?ca e organizada para a?ngir fins polí?cos. • Se é sistemá?ca e organizada, porque é disfuncional? • Uma carga policial é Guerra? • Qual o ponto a par?r do qual passa a ser guerra ? 14/11/13
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Implicações da Visão Analista • Classificação com base nos efeitos (nível de violência em nº mortos/ano e par?cipantes), • Gleditsch, et al, (2002: 619) define conflito em duas dimensões: – Nível de Violência:
• Conflito menor, registando até 25 mortos por ano; • Conflitos intermédios, que registam entre 25 e 1.000 mortos por ano; • Guerras, registando mais de 1.000 mortos por ano
– Par?cipantes (atores): • • • • 14/11/13
Extrassistémica (essencialmente guerras coloniais); Intraestatal; Interestatal; Intraestatal internacionalizada. Luís Barroso
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Implicações da Visão Analista • Contabilização dos mortos: – Como é efetuada a contabilização de ações diretas e indiretas? – Até que ponto as ações indiretas não fazem parte da estratégia global da guerra, e por isso devem ser contabilizadas?
• Tipologia de par?cipantes: – Qual a diferença entre uma guerra interestatal e uma guerra intraestatal internacionalizada? 14/11/13
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Formas de conflito social • • • • • • • •
Guerra internacional Guerra Civil Revolução Golpe de Estado Guerrilha Assassinato Polí?co Sabotagem Terrorismo
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• Tomada de Reféns • Levantamento nas prisões • Greves • Manifestações • Demonstrações de força • Sanções Económicas • Guerra Psicológica Luís Barroso
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Questões sobre as formas de conflito • O termo “guerra” é aplicável a todos? • As causas, consequências e mecanismos são similares? • Estamos perante os mesmos ways, ends and means? • Como delimitar o nosso objeto de estudo? 14/11/13
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Conceptualização da Guerra • Dic. Porto Editora (1979) – “Luta à mão armada entre nações ou par?dos”.
• H. Bull (1977) – “Violência organizada levada a cabo entre unidades polí?cas”
• Malinowsky (1968) – “Contenda entre unidades polí?cas independentes, através de força militar organizada, para a?ngir obje?vos da tribo ou da polí?ca nacional” 14/11/13
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Conceptualização da Guerra • Cícero (Sec. I A.C) – “contenda pela força”.
• H. Grocius (Sec. XVII) – “condição legal”
• Antropólogos – Ins?tuição inventada pelo homem
• Biólogos – Agressão animal 14/11/13
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Conceptualização da Guerra • Clausewitz – Con?nuação da polí?ca (instrumento) – Ato de violência para impor vontade (compelir)
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J. Vasquez – The War Puzzle Revisited (2009) • Guerra como resultado de um processo de aprendizagem • Guerra como resultado de interações • Guerra como mecanismo de decisão polí?ca • Guerra como fenómeno mul?causal
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De Vestefália a Napoleão • Após Vestefália (1648), o conceito de Guerra Limitada recuperou o seu valor na Europa • A Guerra Justa jus?ficava-‐se em defesa dos direitos legais, quando não há um órgão superior supra nacional (anarquia) • As guerras são mais instrumentais do que ideológicas • Os Exércitos (profissionais e mercenários) tornam-‐se mais bem equipados, mais organizados e mais regulares • A guerra é um assunto técnico de “príncipes” e “militares” 14/11/13
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De Vestefália a Napoleão • O monarca tem o monopólio do uso da força dentro do Estado • A guerra é um complemento legí?mo da diplomacia dinás?ca: Exércitos fortaleciam as posições negociais • A Ascensão da burguesia: a paz melhora o comércio internacional
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Época das Luzes (Sec. XVII) • Mais desenvolvimento social melhora as condições para evitar a guerra • A transição de Monarquia para República facilita a Paz (Montesquieu) • E um período fér?l em ideias para abolir a guerra e permanecer em paz perpétua (Immanuel Kant, “se o povo governasse havia menos guerras” ) • Muitos destes pensadores serviram de bases para as modernas ins?tuições do Séc. XX (Soc. das Nações, ONU) 14/11/13
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Revolução Francesa • Incêndio nacionalista em toda a Europa • Os franceses introduziram a levée en masse – o serviço militar obrigatório e o exército de cidadãos • Napoleão foi o primeiro a recorrer a Guerra Total • A guerra era uma questão de polí&ca pública 14/11/13
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Era Industrial (expansão da guerra) • Grande crescimento económico • Produção em massa • Aparecimento e desenvolvimento do Caminho de Ferro • Facilidade na mobilização e colocação de tropas • U?lização do aço no armamento
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Corrida Armamen?sta • Uma das teses que explica a guerra é a existência de Armas • O Armamento serve para: – – – –
Impedir um adversário de recorrer à Guerra Autodefesa Para empreender manobras de Agressão Como forma de in?midação polí?ca
O preço da soberania é a insegurança sistémica 14/11/13
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A “natureza” do Estado Nação como causa da guerra • V. I. Lenine – Estados capitalistas são a causa da guerra
• W. Wilson – Militarismo e autocracia são a principal causa da guerra
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MODELO DE ANÁLISE DAS CAUSAS DA GUERRA
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Causas “específicas” e “permissivas” • Causa “específica” encontra-‐se ligada às circunstâncias individuais de cada conflito: – O Estado A tem algo que o Estado B pretende.
• Causa “permissiva” está ligada ao Sistema Internacional que, não promovendo a guerra, não impede que essa aconteça. – Visão Hobesiana do Sistema Polí?co Internacional 14/11/13
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Condições “Necessárias” • Uma condição necessária para a Guerra tem de estar presente. • São condições necessárias para a Guerra: – Armamento; – Existência de uma organização colec?va (e.g. Estado); – Inexistência de mecanismo que impeça a Guerra.
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Condições “Suficientes” • Condição que, se presente, garante a ocorrência da guerra; • Condições Suficientes: – Relações entre Estados que não se toleram/ reconhecem (e.g. Israel);
• As guerras ocorrem devido à observação de condições necessárias e/ou suficientes.
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AS ATUAIS ABORDAGENS DAS CAUSAS DA GUERRA
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Natureza Humana • Comportamento humano tem origem no ins?nto e na aprendizagem; • Autores defendem que existe um ins?nto gené?co para a violência. 14/11/13
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Erro de avaliação como causa da Guerra • Os decisores decidem pelo conflito porque es?mam uma vitória; • Casos: – Invasão do Kuwait por S. Hussein (1990); – 2ª Guerra Mundial (1939); – Falklands (1982).
• Os ganhos e as perdas não foram devidamente es?mados. 14/11/13
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Causas inconscientes da Guerra • Existe uma diferença de perspe?va de análise entre os par?cipantes e os estudiosos; • Todos os líderes oferecem causas lógicas para a guerra; • Mesmo que explicadas as desvantagens da guerra, os países ainda assim podem enveredar por esse caminho • Existem causas que não são conscientes para a Guerra 14/11/13
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Explicações Grupais da Guerra • A guerra é uma a?vidade de um grupo (condição necessária); • Existe diferença entre o pensamento grupal e o pensamento individual; • Alguns grupos são mais propensos para a guerra que outros; • Teoria que as as Repúblicas são menos belicosas que as Monarquias (Montesquieu, Kant,...); • Teoria que as Democracias recorrem menos à guerra que as ditaduras. 14/11/13
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Teorias Belicistas • Teorias Belicistas vs. Pacifistas foram alimentando a discussão no Ocidente; • Os teorizadores belicistas mostravam uma clara tendência para estratégia direta sobre a indireta; • Apresentam-‐se como seguidores de Clausewitz, ao afirmar a preferência pela Guerra Total 14/11/13
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Pensamento de Clausewitz • A “(...) forma de violência organizada (...)” é o que dis?ngue a Guerra das restantes a?vidades humanas • A Guerra é um ato de força, e não existe um limite lógico para a aplicação da força • Na Guerra, nenhum dos lados detém controlo total sobre a situação 14/11/13
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Pensamento de Clausewitz • Se nenhum dos lados tem controle, ao tentar anular o outro, os seus esforços aumentam • Logo, a Guerra é um encontro de forças que só obedecem à sua própria vontade • Ao chegar ao extremo....
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Pensamento de Clausewitz • À tese da “Guerra Total” segue-‐se a anstese, de que a Guerra é sempre influenciada por fatores externos • A violência con0nua a ser a essência, mas é limitada pelos obje?vos • A síntese, é a Guerra Total conjugada com a Guerra Limitada, que formam o carácter dual da guerra 14/11/13
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Guerra como instrumento do Estado • Defende o “limite” da Guerra pela Razão de Estado; • O Estado-‐Nação soberano é a mais alta conquista polí?ca da Sociedade Humana; • Úl?ma opção disponível para defender o Estado é a Guerra; 14/11/13
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Belicistas e Teorias An?democrá?cas • Posi&vismo realista: o Governo é de?do por uma elite que u?liza a força para manter a unidade social e a ordem; o pacifismo é causa da desintegração da sociedade. • Darwinistas sociais: permanente subjugação dos povos mais fracos aos mais forte. 14/11/13
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O Anarquismo • Anarquistas e Socialistas pretendem abolir o Estado; • Anarquismo opõe-‐se à autoridade estabelecida, em todas as formas; • Rebela-‐se contra os instrumentos de repressão e coação; • São – por definição – inimigos dos capitalistas e socialistas. 14/11/13
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Anarquismo e Violência • Alguns ramos do anarquismo afirmam a violência como caminho; • “Propaganda pelos atos” e “destruição pan-‐universal”; • assassinatos e terror psicológico, para ajudar a desmoronar a sociedade; • Mesmo que não diretamente, o Anarquismo inspirou o Terrorismo Internacional. 14/11/13
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Guerra Justa na atualidade • As Relações Internacionais podem ser observadas num prisma mais norma0vo ou posi0vista; • O prisma norma?vo descreve o dever ser; o posi?vismo analisa o que é; • O conceito de Guerra Justa faz parte de um prisma norma?vo: juízo de valor.
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Guerra Justa na atualidade • Conceito que advém da teologia medieval; • Influenciou a construção do DIP moderno, com a limitação da guerra (jus in bello e jus ad bellum); • Com o fim da Guerra Fria, o debate em torno da é?ca foi recuperado; • Qualquer intervenção é jus?ficada pela “jus?ça”. 14/11/13
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Proposições da Guerra Justa • É?ca que limita e governa a guerra • Direito de recorrer à guerra contra agressões e prestar ajuda militar a uma ví?ma de agressão • Dis?nção entre combatentes e não combatentes 14/11/13
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Tipologias dos conflitos
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Tipologias de Guerra
vo da operação militar for o de combater e vencer um determinado adversário. Todas as outras operações militares em que pode haver combate e até baixas, mas onde o objectivo não seja o de combater e vencer, são consideradas operações de não-guerra. Nestas operações o objectivo é diverso, como o combate ao tráfico de droga, a evacuação de não-combatentes, a ajuda humanitária, a estabilização de uma situação, entre outras.
• Espetro das Operações Militares
!
Espectro das Operações Militares (Regulamento de Campanhas e Operações)
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Nesta fase do nosso livro, descritos que estão os espectros da guerBarroso raLuís e das operações militares, pensamos que se impõe uma54 reflexão
Teoria da Guerra
Tipologias de Guerra • Guerra Regular e Guerra Irregular
– Regular: entre Estados; com forças militares regulares (modelo “clausewitziano”). – Irregular: pelo menos um dos contendores não é Estado; forças regulares contra irregulares.
• Guerra Revolucionária
– Pressupostos do marxismo-‐leninismo; pretende implantar o comunismo
• Guerra Insurrecional
– Luta armada, de caráter polí?co, contra um poder polí?co cons?tuído”
• Guerrilha
– “pequena” guerra; técnicas militares de obje?vo limitado.
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Tipologias de Guerra • Guerra Preven?va – Ação militar de surpresa contra um ataque inevitável de um adversário (forte possibilidade)
• Guerra Preemp?va – Ataque de surpresa antes de o adversário o poder fazer (iminente)
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Tipologias de Guerra • Ciberguerra – Parte integrante da guerra electrónica que u?liza todas as ferramentas electrónicas e informá?cas para afetar os sistemas de informação do adversário e proteger os próprios
• Guerra Assimétrica – Envolve dois contendores com assimetria de equipamentos, doutrinas, valores, obje?vos
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Teoria da Guerra
Chapter 1
Chapter 1
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Simetria FIGURE 1. SYMMETRIC CONFLICT
FIGURE 1. SYMMETRIC CONFLICT
Assimetria FIGURE 2. ASYMMETRIC CONFLICT
FIGURE 2. ASYMMETRIC CONFLICT 14/11/13
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Teoria da Guerra
Tipologias de Guerra • Guerra Subversiva – ação violenta (militar, económica, psicológica, diplomá?ca) conduzida dentro de um território por miliares e civis para desgastar o poder polí?co e/ou conquistá-‐lo. – Lúmpen; etnolinguís?ca; popular.
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Tipologias da Guerra Subversiva • Lúmpen – bandos armados; organização informal; grande “apoio de rua”; brutalidade extrema.
• Etnolinguís?ca – Organizações laços familiares; capacidade de pequenas ações; luta por recursos.
• Popular – Ideologia com apoio população; resposta a uma Estado forte; fases pré-‐insurrecional e insurrecional; forte componente polí?ca e militar 14/11/13
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Guerra Subversiva “Global” Fundamentalismo religioso; capacidade de ação global; exploração da comunicação social; estrutura em rede; terrorismo; ex: Al-‐Qaeda e seus franchisados.
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Guerras do Caos
Guerras insurrecionais da Guerra Fria
Conflitos do Caos (pós-‐1990)
Dois lados
Muitos lados
Cada lado apoiado por um polo
Apoios diversificados e múl?plos
Cadeia de comando clara (ver?cal)
Grupos em rede sem cadeia de comando ver?cal, difusa e flexível
Obje?vos fixos e claros; facilidade em negociar soluções finais
Obje?vos difusos e pouco claros; dificuldade em encontrar solução negociada
Forças regulares vs. Forças irregulares
Forças militares, civis, polícias, grupos criminais
Vitória conduz a uma nova soberana
Vitória dos que promovem o caos pulverizam o poder e pode levar a catástrofe humanitária
Ideário: patrio?smo, estado-‐nação
Ideários diversificados com peso religioso
Conflito nas zonas rurais
Conflitos nas zonas urbanas
Guerras mais polí?cas do que militares
Choque de sistema de valores diversificados
Papel fundamental das FFAA na ação polí?co-‐militar
Papel fundamental de ins?tuições civis-‐militares: organizações mistas
Conflito centrado nos meios convencionais
Vários métodos: guerra biológica, ciberguerra, tráfico de drogas, ...
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Teoria da Guerra
Conceito de Segurança • Resultado da combinação “ameaça” com “vulnerabilidade” • Segurança como obje?vo
– Estado ou condição decorrente de uma perceção (seguridade) – Essencial ao desenvolvimento e ao bem-‐estar
• Segurança como a?vidade – Meios e métodos…
• Segurança Humana
– A “pessoa” como elemento central em detrimento do “Estado” – A “pessoa” como objeto da segurança – Mul?disciplinaridade
• Segurança Societal
– Salvaguarda da iden?dade societal – Manter a o caráter da cole?vidade
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As “novas” ameaças transnacionais • • • • • •
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Terrorismo Transnacional SIDA Armas de Destruição Maciça Degradação do ambiente Crime organizado transnacional Fracasso dos Estados
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Teoria da Guerra
As “novas” ameaças transnacionais • Terrorismo Transnacional
– “poder polí?co com capacidade de decisão e intervenção autónoma, orientado por uma ideologia”... “Poder errá?co” (Adriano Moreira; Regina Mongiardim) – ONU: ...ação com a intenção de provocar danos severos em civis e não combatentes para in?midar a população ou compelir um Governo... – UE: ação ilegal, intencional, com o propósito de in?midar a população, compelir um Governo, destabilizar/destruir as estruturas económicas, polí?cas sociais de um país ou organização internacional.
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As “novas” ameaças transnacionais • Terrorismo Transnacional – Natureza
• Secular • religiosa
– Obje?vos • Polí?co
– “Tradicional” – Pan integrismo islâmico
– Estrutura (caracterís?cas) • Rede (transnacional) • Serviços Intelligence • Processo decisório
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As “novas” ameaças transnacionais • Fracasso dos Estados
– Deve ser relacionada com as outras ameaças – 1/3 da população vive em zonas instáveis ou frágeis – Estados Fracos
• Não consegue exercer o sua soberania em toda a extensão do território; não consegue garan?r os serviços básicos; considerado ilegí?mo por parte da população
– Estado falhado
• Não controla grande parte do seu território • Não tem o monopólio do uso da força legí?ma • Desafiado por grupos criminosos, subversivos, “exércitos privados”
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As “novas” ameaças transnacionais • Fracasso dos Estados – Estado Colapsado • Não existe poder formal • Não existem ins?tuições • Dominado por grupos criminosos, subversivos, “exércitos privados”
• Que mecanismos/instrumentos de ação estratégica para lidar com o “fracasso do Estados”? – Que a?vidades aos instrumentos de poder: militar; diplomá?co; económico; informacional? 14/11/13
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military equipment
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Tecnologia e Guerra
Importance of Exports
•Deliver Lower cost to UK on back of larger ma costs of research / development •Maintain UK Industrial capability despite shrink •Possibly protect sovereign capabilities (but how defined?) •Influence (at defence, economic and political le •But need to be products used by UK Armed Fo •Special Mission Aircraft (Libya, Mali) no •GPS Anti Jam a market with real poten •Boomerang – initially developed and fie deployed by UK so a powerful argumen •Soteria? – an advanced IED detect cap if endorsed (fielded) by UK
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Raytheon UK unique position 72 • Can work with our Customers providing
Teoria da Guerra
Tecnologia e Guerra • EUA anos 1980-‐90: Air-‐Land Ba|le; estratégia marí?ma; inicia?va de defesa estratégica; profissionalização das FFAA. • Golfo 1991; Afeganistão 2001; Iraque 2003. • “baixas zero” e guerra cirúrgica. • Superioridade da informação. • Network Centric Warfare (NCW) • “Bombas inteligentes” • Future Combat System (FCS) • Desafios: Somália; Bósnia; Kosovo; Líbano 2006; estabilização no Afeganistão e Iraque... 14/11/13
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Teoria da Guerra
A “priva?zação” da Guerra • Fim da centralidade o Estado nas RI? Fim do monopólio do uso da força? • Empresas Militares Privadas
– As EMP comercializam serviços profissionais ligados com os assuntos militares e de segurança (ligados à guerra) – Competências: assessoria; planeamento; operações militares; segurança pontos sensíveis; logís?ca; intelligence; – Privadas; legais; transnacionais; lógica empresarial – EMP ≠ Mercenário
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Teoria da Guerra
Mercenário • Artº 47 do Primeiro Protocolo Adicional das Convenções de Genebra; Artº. 1º da Convenção contra o Uso, Finaciamnto e Treino de Mercenários (AG da ONU) :
– Recrutada para combater num conflito armado – Ação direta no conflito – Mo?vações materiais (muito acima do que é pago às FFAA) – Não ser cidadão das partes envolvidas nem residente num território controlado pelas partes – Não ser enviado por um Estado
14/11/13
Luís Barroso
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Teoria da Guerra
Vídeo mostra elementos alegadamente pertencentes à PSC Black Water, a disparar indiscriminadamente contra civis e a provocar um atropelamento sem promover o socorro da ví&ma.
Teoria da Guerra
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Teoria da Guerra
Relatório do Congressional Research Service (Maio, 2011): “The DoD Use of Private Security Contractors in Afghanistan and Iraq: Background, Analysis, and Op?ons for Congress” (…) These analysts point to the recent court decision dismissing the case against former Blackwater employees as a case in point where the legi&macy of the U.S. and local government is being undermined by the ac&ons of PSCs.
(…) Major General Nick Carter (United Kingdom), Interna&onal Security Assistance Force (ISAF) Afghanistan Regional Command South, who stated that the “culture of impunity” that exists around PSCs is a serious problem that needs to be dealt with and that this culture is to some degree “our own doing.” (…) The percep&on that DOD and other government agencies are deploying PSCs who abuse and mistreat people can fan an& American sen&ment and strengthen insurgents, even when no abuses are taking place.
Teoria da Guerra
14/11/13
O Que é a Guerra ? Luís Barroso
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