O QUE LEMOS E POR QUE LEMOS?

June 1, 2017 | Autor: Vicente Martins | Categoria: Literatura, Leitura, Leitura E Compreensão Textual, Leitura e Produção de Textos
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Descrição do Produto

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ 1ª CREDE – MARACANAÚ E.E.M. PROF. EDMILSON PINHEIRO

PROJETO DE LEITURA

PROF. DR VICENTE MARTINS

Universidade Estadual Vale do Acaraú (Sobral). Maracanaú, 11/05/2015 11/05/2015

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PARA COMEÇAR A REFLETIR

O QUE LEMOS E POR QUE LEMOS?

A construção do sentido do texto depende dos objetivos estabelecidos para sua leitura. 11/05/2015

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RETRATOS DA LEITURA NO BRASIL  Pesquisa do LEITOR: Instituto Pró-Livro

QUEM DECLAROU TER LIDO PELO MENOS 1 LIVRO NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES

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O QUE LEITURA SIGNIFICA PARA OS BRASILEIROS 





Uma fonte de conhecimento para a vida(42%/ 73 milhões) Uma fonte de conhecimento e atualização profissional (17%/ 29 milhões) Uma fonte de conhecimento para a escola (10% /16 mi)





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Uma atividade interessante (8%, 14, 2 mi) Uma atividade prazerosa (8%/ 13, 9 mi) Uma prática obrigatória (3%) Algo que produz cansaço/exige muito esforço (2%) Vicente Martins₢ 2015

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OS ROMANCES MAIS RECENTES LIDOS PELOS BRASILEIROS

Dom Casmurro  Senhora  Iracema  O Cortiço  O Alquimista 

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Motivações dos leitores para ler um livro Prazer, gosto ou necessidade espontânea  Atualização cultural/conhecimento  Exigência escolar/acadêmica  Motivos religiosos  Atualização profissional 

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FORMA COMO OS LEITORES COSTUMAM LER LIVROS  Apenas trechos ou capítulos/55% (43 milhões)  O livro inteiro de uma só vez/38%  O mesmo livro mais de uma vez/16%  Partes do livro mais de uma vez/11%  Pulando páginas/11%  Mais de um livro ao mesmo tempo/7% 11/05/2015

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COMO OS LEITORES COSTUMAM LER LIVROS Em lugares silenciosos/84%( + leitores adultos)  Ouvindo música/9% (+ leitores jovens)  Com a TV ligada/5% ( + leitores crianças)  Em locais públicos/2% 

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LIMITAÇÕES DOS BRASILEIROS PARA A LEITURA Lê muito devagar/16% (28,1 milhões)  Não compreende a maior parte do que lê/7%  Não tem paciência para ler/11% (19,6 mi)  Não consegue se concentrar/7% (12,4 mi)  Não tem dificuldade alguma/48% (82,5 mi)  Não é alfabetizado ou ainda não sabe ler/15% 

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QUAIS SÃO AS ESTRATÉGIAS DA LEITURA LITERÁRIA?

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ESTRATÉGIAS DE LEITURA

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ESTRATÉGIAS DE LEITURA: PREDIÇÃO

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LUZIA-HOMEM: ROMANCE COM CONOTAÇÃO SEXUAL? 







— A modos que despreza de falar com a gente, como se fosse uma senhora dona — murmuravam os rapazes remordidos pelo despeito da invencível recusa, impassível às suas insinuações galantes. — Aquilo nem parece mulher fêmea — observava uma velha alcoveta e curandeira de profissão. Reparem que ela tem cabelos nos braços e um buço que parece bigode de homem...(II) A insinuação de Romana ferira certo o alvo, e assanhara a secreta cupidez de Crapiúna, que não se conformava com os modos retraídos e a impassível frieza da mulher-homem, resistência passiva e calma, ante a qual se amesquinhava a sua fama e sentia arranhado o amorpróprio de vitorioso em fáceis conquistas. (II) — Você está... — mas é fisgado pela macho e fêmea — arriscou o camarada Belota que lhe ouvia a confidência — Aquilo tem mandinga... Quem sabe se não te enfeitiçou!... Olha que ela tem uns olhos que furam a gente... E então — aquela cabeleira... Acho melhor pedir à Chica Seridó uma oração forte para desmanchar quebrantos e fechar o corpo contra mau olhado. (II) Por sinal que, nessa ocasião, lembra-se? a maltratavam. Era uma canzoada de mulheres e meninos, gritando: Olha a Luzia-Homem, a macho e fêmea! O povo todo corria de morro baixo e eu também fui ver o que era. Você vinha subindo, trazendo nos braços Raulino Uchoa, quase morto, ensangüentado e coberto de poeira. Contou-me, então, o Antonio Sieba, pai daquela moça bonita, que canta como um canário, o que se havia passado. (V) 11/05/2015

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LUZIA, UM MULHERÃO — Agora sou sua defensora — continuou a outra torcendo os cabelos ensopados — Hei de punir por você em toda parte, porque vi com os meus olhos que é uma mulher como eu, e que mulherão!... Sabe? Outro dia estava numa roda conversando sobre moças que não há nenhuma honrada para aquelas línguas danadas, falou-se de você e o Crapiúna, que estava ouvindo, disse que, por bem ou por mal, lhe havia de tirar a teima (IV)

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História de uma retirante da seca nordestina 

Ação passada em 1878, no Ceará. A heroína que dá nome ao romance alia beleza feminina e qualidades físicas masculinas. Acrescidas de coragem e firmeza de caráter. No grupo dos que fogem da seca, nucleariza o triângulo amoroso, completado pelo irascível soldado Crapiúna e pelo honesto trabalhador Alexandre. Este, por ardis do primeiro, é preso, sob acusação de roubo. Libertado, por intervenção esclarecedora da retirante Teresinha. Preso Crapiúna, Luzia, levando a mãe entrevada, dirige-se, com Alexandre para a praia, onde os espera o buscado casamento. Num atalho do caminho a que se dirige, a jovem defronta-se com o soldado, que fugira da prisão. A jovem luta por sua honra. Romance documentário, em que se acentua a presença da seca e se esboça um painel social. Determinismo do conflito nuclear ligado ao meio, condições do momento, atenuados por marcas de romantismo.

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ESTRATÉGIAS DE LEITURA: SKIMMING LEITURA NA DIAGONAL Consiste numa leitura rápida de um texto ou de parte dele para captar a ideia geral do texto – e para descobrir se é interessante ou relevante para o leitor. 11/05/2015

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ESTRATÉGIAS DE LEITURA:

SCANNING

LEITURA FOCALIZADA É utilizada quando queremos identificar algum tipo de informação detalhada, específica de qualquer texto. 11/05/2015

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Contexto de 1878 





Em tão aflitiva conjunção, era natural que os retirantes, por instinto de conservação, procurassem o litoral, e abandonassem o sertão querido, onde nada mais tinham que perder; onde já não podiam ganhar a vida, porque à miséria precedera o fatal cortejo de moléstias infecciosas, competindo com a fome e a sede na terrível faina de destruição. (VI) Além da habitual aglomeração de retirantes na rua do Menino Deus, à porta do armazém da distribuição de, socorros, algo havia de extraordinário, a julgar pelos modos assustadiços, os olhares de maligna curiosidade do mulherio, que se acotovelava aos empuxões para observar o que se passava no interior, onde estavam reunidos os membros da Comissão, o delegado de polícia e o promotor público. Dois soldados, Belota e Cabecinha, guardavam a porta, com ordem de vetar a entrada a quem quer que fosse. Crapiúna girava entre o povilhéu, contendo, com maus modos, os exaltados, que protestavam contra a demora da distribuição das rações, principalmente as mulheres que haviam deixado em casa filhos pequenos, sem um grão de farinha para fazer um mingau. (VII) A negra torrente de retirantes operários deslizava pela encosta áspera, em marcha de cobra, conduzindo materiais. Era o mesmo vai e vem ininterrupto de homens, mulheres e crianças envoltos em rolos de pó subtil, magros e andrajosos, insensíveis à fadiga, ao calor de culminar passarinhos, taciturnos uns, os semblantes deformados por traços denunciadores de íntima revolta impotente; outros, resignados, como heróis, vencidos pela fatalidade; muitos, alegres e sorridentes, cantavam e brincavam, como criaturas felizes de encontrarem refúgio do assédio angustioso da fome, da miséria, da morte. (XVI)

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TURISMO LITERÁRIO

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IPU

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LUZIA, FILHA DE IPU



Eu me chamo Luzia Maria da Conceição. Sou filha do Ipu. Meu pai, que Deus haja, era vaqueiro das Ipueiras do Major Pedro Ribeiro... Está ouvindo, seu doutor? (VII)

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SOBRAL

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SOBRAL, CIDADE FORMOSA E OPULENTA A salvação estava em Sobral, na cidade formosa e opulenta, o oásis hospitaleiro anelado pelas caravanas de pegureiros esquálidos. (XXIV)

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SOBRAL, CIDADE FORMOSA E OPULENTA 

Bateram-se os vastos currais, de grossos esteios de aroeira, fincados a pique, rijos como barras de ferro, currais seculares, obra ciclópica, da qual restava apenas, como lúgubre vestígio, o moirão ligeiramente inclinado, adelgaçado no centro, polido pelo contínuo atrito das cordas de laçar as vítimas, que a ele eram arrastadas aos empuxões, bufando, resistindo, ou entregando, resignadas e mansas, o pescoço à faca do magarefe. Ali, no sítio de morte, fervilhavam, então, em ruidosa diligência, legiões de operários construindo a penitenciária de Sobral. (I)

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MERUOCA

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MERUOCA E SEU VERDE-ESCURO — Agora — disse-lhe Alexandre, baixando a voz, tímido e comovido — tenho uma coisa para você; um mimo que me trouxe um camarada meu da Meruoca. (V)

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ACARAÚ

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— Tenho ouvido dizer — continuou ela — que banhos salgados são bons para reumatismo. Se pudesse levá-la para as praias... Bastava chegarmos com vida à Barra. Daí para os Patos é um pulo. Ficaríamos acostados à gente do meu padrinho José Frederico, que é rico e bom para os pobres (III)

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MITOLOGIA GREGA

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CRAPIÚNA, UM ANTI-HERÓI Designação comum aos gigantes com um olho único e redondo na testa, os quais se caracterizam pela força prodigiosa e pelo gênio laborioso

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A MORTE DE LUZIA-HOMEM 

Luzia, hirta e lívida, jazia seminua. Nos formosos olhos, muito abertos, parecia fulgir ainda o derradeiro alento. [...]VNa destra crispada, encastoado entre os dedos, encravado nas unhas, extirpado no esforço extremo da defesa, estava um dos olhos de Crapiúna, como enorme opala, esmaltada de sangue, entre filamentos coralinos dos músculos orbitais e os farrapos das pálpebras dilaceradas.

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PÓS-LEITURA 11/05/2015

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A LITERATURA DA SECA

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REGIONALISMOS LINGUÍSTICOS

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EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS 









ESTÁ PELA HORA DA MORTE. Preço muito alto, caro: "— Não é difícil — atalhou Marciana. Mas, o senhor deve saber que o milho está pela hora da morte...”. (cap. XXIV). METER A MÃO NO FOGO. Dar testemunho de confiança, responsabilizar-se: "— Por ela eu puno; meto a mão no fogo... ". (cap. II). OLHAR PELO RABO DO OLHO. Olhar desconfiado, sem demonstração: "Às vezes, tenho ímpetos de estraçalhar uma dessas criaturas perversas que me olham pelo rabo do olho, rindo pelo canto da boca, como se eu fora uma ridícula...”. (cap. XIV). OLHAR PELO RABO DO OLHO. Olhar desconfiado, sem demonstração: "Às vezes, tenho ímpetos de estraçalhar uma dessas criaturas perversas que me olham pelo rabo do olho, rindo pelo canto da boca, como se eu fora uma ridícula...”. (cap. XIV). TIRAR O CAVALO DA CHUVA. Desiludir-se, desenganar-se: "— Tira o cavalo da chuva e conta a história direito, Crapiúna. Todas as mulheres são iguais e merecem tudo; a demora é grelar no coração o capricho, principalmente, quando resistem.". (cap. II). 11/05/2015

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LUZIAS DA VIDA REAL

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HISTÓRIA DE VIDA DINA A rainha vaqueira

“Estudou três anos no Colégio Santa Clara, um internato em Canindé, mas todo final de semana voltava para a fazenda. “Não aguentei não. A vida do campo é muito boa”. Lá se sentia livre. Era Luzia - Homem, de Domingos Olímpio, Diadorim, de Guimarães Rosa, a donzela guerreira do “Grande Sertão”, atualizando o “topos” do romanceiro e aliando a coragem à beleza. Gostava de ajuntar o gado, conversar com ele, de lutar com os brutos “parece que eles entendem a gente”. (Diário do Nordeste, 03.02.2003)

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FORÇA FEMININA

Professora constrói casa própria sozinha (Diário do Nordeste, 13.03.2007) 11/05/2015

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HERMAFRODITISMO 

— Agora sou sua defensora — continuou a outra torcendo os cabelos ensopados — Hei de punir por você em toda parte, porque vi com os meus olhos que é uma mulher como eu, e que mulherão!... Sabe? (IV) 11/05/2015

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HERMAFRODITISMO DE LADY GAGA “Nos livros, há diversas fotos da curta carreira de Stefani Joanne Angelina Germanotta (seu nome de batismo) e esclarecimentos sobre rumores de hermafroditismo, assunto que colocou a artista em evidência nos tabloides e até em publicações com verniz de credibilidade. No mercado livreiro norteamericano, a dançarinacantora já ganhou até biografia em versão de história em quadrinho.” (Folha de São Paulo, 02/08/2010)

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SANTA-LUZIA 

Então, suas vadias! Estão a sujar a água que a gente bebe?... Corja de porcas... estas retirantes... Ai, Jesus!... Não tinha reparado na sa dona Luzia, milagrosa santa dos meus olhos pecadores...(IV) 11/05/2015

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MILAGRE DE SANTA LUZIA 

Lula nasceu e cresceu numa cultura que não duvidava do poder do invisível. Quando sua irmã Maria Baixinha parou de enxergar e caiu de cama, Lindu chamou Santa Luzia. E prometeu vestir a filha durante um ano com as cores da roupa da santa. Os olhos da menina nunca mais escureceram. (Folha de São Paulo, 09/11/2009 )

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CRENDICES POPULARES 

Não havia mais esperança. Os horóscopos populares aceitos pela crendice, como infalíveis: a experiência de Santa Luzia, as indicações do Lunário Perpétuo e a tradição conservada pelos velhos mais atilados, eram negativas, e afirmavam uma seca pior que a de 1825, de sinistra impressão na memória dos sertanejos, pois olhos-d'água, mananciais que nunca haviam estancado, já não merejavam (VI)



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RESPONSO 

Enquanto a moça repetia, maquinalmente, a oração, ela murmurava o responsório, que terminou implorando a Santo Antônio, deparador do perdido àqueles que recorriam à sua intercessão junto do Trono do Altíssimo, fizesse a graça de indicar o ladrão por quem estava padecendo um inocente (X)

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PALAVRAS FINAIS A literatura não é só imaginação, mas uma construção de ideias baseada na experiência vivida por pessoas reais, de carne e osso, dores e incertezas humanas.  Iracema e Luzia-Homem são personagens literários que se tornaram arquétipos femininos da literatura cearense  Numa linguagem bem cearense, Luzia-Homem é “mulher-macho”, isto é, exemplo de sertaneja máscula.  O tema da obra é de natureza naturalista-realista, são apresentadas as adversidades naturais, a crueza de viver, as afeições sendo, em realidade, despidas, absolutamente, de qualquer virtude. 

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BIBLIOGRAFIA 

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CABRAL, Tomé. Novo dicionário de termos e expressões populares. Fortaleza: UFC, 1982. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 200. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2001 MELO, Francisco Dênis. Os intelectuais da academia sobralense de estudos e letras – ASEL – e a invenção da cidade letrada (1943-1973). Recife: O autor, 2013. OLÍMPIO, Domingos. Luzia-Homem. São Paulo: Martin Claret, 2005.

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OBRIGADO!

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