O RECONHECIMENTO DOS IDOSOS NA ORGANIZAÇÃO CASA DOS POBRES SÃO FRANCISCO DE ASSIS NA CIDADE DE CARUARU/PE

July 6, 2017 | Autor: H. Ferreira Dos S... | Categoria: Movimentos sociais
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O RECONHECIMENTO DOS IDOSOS NA ORGANIZAÇÃO CASA DOS POBRES SÃO FRANCISCO DE ASSIS NA CIDADE DE CARUARU/PE Resultado de investigação finalizada GT 08 – Desigualdade, vulnerabilidade e exclusão social HELDER CARAN FERREIRA DOS SANTOS JANUZA PRISCILLA DAVID SILVA LARISSA VIEIRA DE LIMA CARAN DOS SANTOS Esta pesquisa teve por finalidade identificar as práticas voltadas para o bem-estar do idoso e contribuições para que haja o reconhecimento da vida ativa dos mesmos. Em um espaço de acolhimento para idosos eles sofrem uma exclusão ante a sociedade, partindo do pressuposto de que são pessoas inativas, tornando assim, sua vida sofrida, provocando acomodação destes e até mesmo causando depressão. Diante desses fatos e da análise das atividades realizadas reforçamos que é necessário o uso de métodos que contribuam para valorização da vida social desses idosos. Este deve ser tratado com respeito para que não se sinta diferente em meio há várias situações da vida. Palavras-chave: Valorização do idoso; inclusão social; crise institucional. INTRODUÇÃO Pode-se constatar que a sociedade vem se preocupando cada vez mais com a saúde, fato averiguado através dos meios de comunicação que divulgam diariamente mais modos de vivermos em boas condições física e mental. Os avanços na medicina, através da extração de ervas medicinais e novos compostos químicos, oferecem várias formas de prevenção ou combate a diversas doenças. Outro hábito que atualmente está sendo muito praticado em escolas, programas de televisão e jornais é a educação alimentar, que nos possibilita uma vida longa e saudável. Tais costumes têm possibilitado que os indivíduos superem os desafios da idade e possam passar de 60 anos, uma vez que, os telejornais noticiam constantemente o aumento da expectativa de vida. Logo, verifica-se que os idosos passam a ocupar progressivamente mais espaço na sociedade, trazendo grandes desafios e questões a serem esclarecidas junto à população. Pois, assim como qualquer outra faixa etária, a melhor idade também tem vários direitos. No Brasil, isto ocorre com o apoio do Estatuto do Idoso que defende e assegura tais direitos. E é com base nestes direitos que essa pesquisa irá discutir se na prática os mesmos vem sendo reconhecidos. Tendo como foco de observação a Casa dos Pobres São Francisco de Assis. Entre várias questões que podem ser abordadas partindo desse assunto, o que o grupo indaga é: Como a sociedade enxerga as pessoas da melhor idade e existe, de fato, uma inclusão e participação deste grupo na sociedade? O principal objetivo desta pesquisa é conhecer como é feito o reconhecimento ativo na vida dos idosos com o apoio da organização Casa dos Pobres São Francisco de Assis. Pretende-se ainda verificar os principais desafios que a melhor idade enfrenta junto à família e a comunidade. Esta pesquisa surgiu através da curiosidade do grupo de pesquisa dos autores que levantou o questionamento e análise do desenvolvimento do trabalho realizado com os idosos na expectativa de verificar como o grupo da melhor idade vê a vida. Mas de que forma essa fase da vida vem sendo administrada? Nessa pesquisa colocaremos em observação vários questionamentos que visam buscar respostas do que realmente ocorre no diaa-dia do idoso em um espaço de acolhimento como este que está sendo observado.



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Nesta direção, o assunto pesquisado é de total importância na vida do ser humano, não apenas para ser observado, mas para criar hábitos que não fragilizem as etapas da vida, pois cada uma dessas etapas tem sua importância e deve ser respeitada igualitariamente. Especificamente, esta pesquisa visa observar o cotidiano dos idosos e como eles conseguem se relacionar uns com os outros, analisar os comportamentos dos funcionários, verificar as formas de participação da família na vida dos idosos e conhecer a perspectiva dos idosos acerca do envelhecimento, quais transformações são mais frequentes e como eles lidam com elas. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 


A construção da fundamentação teórica enriquece a pesquisa possibilitando maior compreensão dos fatos estudados, permitindo ao pesquisador uma melhor visão e abordagem desta temática. Logo, falar sobre envelhecimento não é só conhecer mais uma fase da vida, mas procurar entender a importância de reconhecer o valor das pessoas que estão vivendo a melhor idade. Por outro lado, é sabido que várias pessoas morrem sem nem ao menos chegar à fase adulta. Assim, destacamos a possibilidade de considerar o envelhecimento como uma grande vitória, aos poucos que conseguem alcançá-lo em boas condições físicas e mentais. É neste sentido que se direcionará esta pesquisa, tratando das dificuldades, facilidades, tristezas e alegrias que são encontradas na vida dos idosos. 2.1. A crise mundial 


Com a aceleração dos processos de comunicação, vivencia-se um mundo globalizado, no sentido de que não se tem mais tantas barreiras para a disseminação da informação. Nesta direção, como afirma Pochmann (2003), o avanço da globalização tem distribuído mais benefícios para as nações desenvolvidas do que para as que não o são. Dessa forma, os países que estão fora dos eixos de maior concentração de renda têm apresentado maiores dificuldades em avançar no que tange ao conjunto das políticas em prol do bem estar social de seus cidadãos. Aliado a isto, as reformas que o Estado tem sofrido, no sentido da diminuição de seus investimentos sociais, vem trazendo consigo várias outras externalidades negativas que têm desembocado em várias crises de paradigmas institucionais. As instituições que historicamente eram valorizadas, tais como a família, a religião ou o próprio Estado, não recebem mais tanta confiança como antes. Estas crises vêm refletindo diretamente na economia e na sociedade em geral, causando o clima extrema insegurança que é marcante em nossos dias atuais. Daí que atualmente tem-se constado a perda da centralidade que o idoso, outrora ancião respeitado, vem sofrendo cada vez mais na sociedade brasileira. 2.2. O Processo do Envelhecimento como um Movimento Social 


Movimentos sociais são formas de luta por transformação na vida dos indivíduos, que buscando por ideais de maneira coletiva, fazem valer suas causas. O processo do envelhecimento, embora não tenha tanta repercussão como os demais movimentos sociais, também se configura como luta e merece reconhecimento. Porém, a mídia estimula a busca cega pela fonte da juventude, passando por cima de uma fase que, em geral, não é valorizada. Ademais, a evolução da medicina tem possibilitado meios para manter a aparência sempre jovem e, como confirma Bacelar (2002), usam-se os mais variados artifícios para se esconder a velhice, pois esta é vergonhosa em nossa cultura. Historicamente, pode ser analisado o motivo da busca pela juventude, pois, durante o período da revolução industrial os meios de produção eram bastante dinâmicos, e para a sociedade se adaptar a esse processo, era necessária uma mão de obra que fosse rápida e produtiva, uma máquina humana, onde seu maior concorrente seria seu cansaço físico e mental.



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Segundo Bacelar, com o desenvolvimento industrial a busca por trabalho aumentou, porém, diminuíram as vagas de emprego disponíveis forçando o trabalhador a se submeter a seleções de trabalho para sobreviver. Com isso, como indica Bacelar (Op. Cit.) os que começavam a envelhecer eram retirados do mercado para dar espaço aos jovens que apresentassem força e disposição para produzir mais em menos tempo. O envelhecimento apresenta grande complexidade, pois mesmo sendo uma fase como as outras, há uma separação entre o jovem e o idoso. Isto geralmente ocorre devido ao fato dos idosos se sentirem excluídos até mesmo em eventos familiares, onde são tratados por muitos como incapazes, inválidos. Com isso, a família também passa, às vezes, a agir com o idoso como se ele não tivesse mais autonomia para decidir sobre sua vida, nesta direção. De acordo com a pesquisa teórica e prática, percebe-se que os idosos com o passar do tempo tornam-se distantes dos outros grupos sociais, criando certo receio quanto ao envelhecimento. Tal reclusão acontece devido à intuição acerca das possíveis limitações e muitas exclusões que sofrerão em geral nesta nova fase da vida, mesmo que tivessem uma juventude ativa e produtiva. 2.3. O Envelhecimento e suas Transformações 


A velhice é uma fase da vida em que o sujeito passa por várias modificações, dentre elas, a diminuição de seu ritmo, surgimento de algumas limitações físicas e mentais que pode conduzir até mesmo a uma dependência de terceiros, que podem ser familiares ou especialistas (enfermeiros ou cuidadores) para obter os cuidados necessários. Antes procurando serviços de saúde só quando estavam doentes, agora adotam uma rotina de exames para prevenir ou remediar possíveis doenças como é ressaltado por Bacelar (2002). Continua Bacelar (Idem) afirmando que a aproximação da morte, que é uma realidade do ser humano, mas que nem sempre é aceita, traz medo e diminui a expectativa de um futuro melhor, podendo acarretar depressão, se tornando assunto constante nos discursos dos idosos. Prosseguindo nessa temática, constatamos que para abrandar sua angústia diante de sua finitude, a maioria dos idosos busca refúgio para suas inseguranças na espiritualidade. Observando-se a sexualidade, entende-se que a mesma é algo intrínseco à natureza, porém, diferente da grande maioria dos seres vivos, este ato extrapola a reprodução, servindo para o prazer pessoal. Por outro lado, quando se fala em sexualidade na terceira idade, existe certo preconceito que persiste durante gerações. Aliado ao preconceito se encontram fatores biológicos que dificultam a ereção masculina e a lubrificação feminina, o que interfere diretamente na autoimagem sexual de ambos, podendo influenciar diretamente em suas libidos. Conforme atesta Bacelar (Ibidem), o amadurecimento cronológico traz diferenças que não necessariamente se traduzem em frigidez ou em “incapacidade”. Lima (2000) destaca que o sexo tem a sua importância não apenas pelo prazer e bem estar emocional, mas pela influencia sobre a mente humana, que pode estimular o melhor funcionamento da mesma. “Os hormônios sexuais parecem ter um papel importante na memória. A terapia de reposição de estrogênio nas mulheres idosas parece retardar a progressão de qualquer disfunção da memória, inclusive o Mal de Alzheimer” (p 34). Outro aspecto relevante nas mudanças ocorridas a partir da chegada da melhor idade se deve à diminuição do ritmo cerebral, fato que contribui para certa dependência de terceiros, por parte dos idosos, algo que pode causar alguns constrangimentos. Porém, tal diminuição pode ser tratada e trabalhada a partir de atividades motoras e cognitivas que estimulem o raciocínio. “O cérebro torna-se algo vulnerável, pois, alguns pesquisadores acreditam que no início da idade adulta perde-se aproximadamente metade de nossas conexões sinápticas, pelo mau uso ou devido à falta de uso, implicando em certo grau de declínio cognitivo e perda de uma bioquímica jovem”. (LIMA, 2000, p 39). Com base no exposto, observamos que o envelhecimento é uma fase, assim como as outras, tendo suas dificuldades e facilidades, variando de pessoa para pessoa e devendo ser valorizada. A



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superação de limites, por parte do idoso se torna tanto mais difícil por suas barreiras físicas, mentais e sociais. Ele deve buscar estímulos e realizar seus desejos, pois também precisam ter motivação, independente de quanto tempo acredita que resta em sua vida. Os idosos devem ir à busca do que os faz felizes, seja realização sexual, profissional, financeira ou pessoal. 2.4. A Política Voltada para o Idoso 


Com base na lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, todo idoso tem direitos que devem ser respeitados, como é apresentado no estatuto do idoso. O direito do idoso dá a ele a segurança e a autonomia necessárias para que se sinta mais digno de viver em sociedade, tendo assim uma melhor qualidade de vida. Pois, como afirma o Estatuto do Idoso, este goza de todos os direitos fundamentais que devem ser assegurados por lei ou outros meios. A sociedade, assim, tem um papel fundamental para que esses direitos venham a se cumprir, começando em casa, a família deve acolher bem seus familiares que estão passando por essa fase, fazendo se sentirem amados e respeitados, dando a eles o que um dia receberam, como uma forma de gratidão por terem passado todos esses anos trabalhando para dar o melhor a sua família. Mas, não é apenas responsabilidade da família, como também da comunidade, em que todos devem estar juntos no apoio aos idosos proporcionando-lhes uma vida saudável e feliz. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (ESTATUTO DO IDOSO art. 3º). O papel da comunidade é fundamental, pois quando a família não pode estar presente, ou por algum motivo o idoso não tenha família, quem passa a ser responsável pelo idoso são as entidades as quais devem estar atentas ao estatuto do idoso. Parágrafo único. As entidades governamentais e não governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos: “I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; II – apresentar objetivos estatutários e planos de trabalho compatíveis com os princípios desta Lei; III – estar regularmente constituída; IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes”. (ESTATUTO DO IDOSO art. 48). As entidades devem trabalhar com o idoso, formas para que ele consiga interagir com a sociedade, proporcionando-lhe atividades, preservando a participação da família em sua vida. “Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência adotarão os seguintes princípios: I – preservação dos vínculos familiares; II – atendimento personalizado e em pequenos grupos; III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior; IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo; V – observância dos direitos e garantias dos idosos; VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade”. (ESTATUTO DO IDOSO art. 49)



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Todos os seres humanos têm direitos e deveres, garantindo através das leis o respeito necessário para que exista organização na sociedade. 3.

METODOLOGIA

Optamos por uma pesquisa qualitativa, visando facilitar a compreensão, diante dos resultados da pesquisa, para melhor entendimento sobre o tema discutido, já que foi desenvolvida mediante uma conexão entre a teoria previamente estudada e a prática (realizada de observações nas visitas ao campo) como afirma Deslandes (2009), O projeto de pesquisa é síntese de múltiplos esforços intelectuais que exigem rigor e criatividade. Neste sentido, Deslandes (Idem), relata como o projeto de pesquisa requer esforços e criatividade do pesquisador. A pesquisa se desenvolveu de forma exploratória, foram recolhidos dados através de entrevistas, análise de documentos, observação em campo e questionários. Gil (2008) explica a pesquisa exploratória, como aquele tipo de pesquisa que proporciona em seu desenvolvimento o levantamento bibliográfico, bem como documental, aplicação de entrevistas e estudo de caso. Escolhemos utilizar a pesquisa qualitativa do tipo exploratória, pois esta é desenvolvida com o propósito de expor uma visão mais ampla e aproximada do caso a ser estudado. Utilizamos a pesquisa do tipo exploratória e explicativa. Este tipo de pesquisa procura explicar a complexidade da realidade, aprofundando-se e detalhando o fenômeno social que é a “melhor idade”. Nomeamos como mais adequada para nossa pesquisa o método científico de pesquisa qualitativa do tipo etnográfico, para que seus resultados possam ser favoráveis à instituição, melhorando assim, o atendimento a melhor idade. Posto que, conforme André (1998, p.41): “por meio de técnicas etnográficas de observação participante e entrevistas intensivas, é possível documentar o não documentado”. Vergara define método como “um caminho, uma forma, uma lógica de pensamento.” (2009, p.03) e Pereira (2010) afirma que método pode ser aceito como a sequência de operações intelectuais visando certo resultado e que os métodos fundamentais são dedução e indução. Dessa forma, foi possível fundamentar nossa pesquisa utilizando prioritariamente o método dedutivo, pois o público alvo (idosos) não possui uma boa articulação para definir o que lhe é solicitado. Percebemos quando questionávamos algo sobre seu cotidiano, que as respostas eram incompletas e muitas vezes descontextualizadas, por isso usamos os métodos dedutivo e indutivo. Outros métodos utilizados em nosso projeto de pesquisa foram as entrevistas, tantos as formais quanto as informais. Pádua destaca que “as entrevistas constituem uma técnica alternativa para se coletar dados não documentados, sobre um determinado tema.” (2004, p. 70). No entanto, a técnica mais utilizada por nós foi a entrevista informal que é explicitada por Pádua (2004) como sendo utilizada nos estudos exploratórios por possibilitar mais aprofundado acerca do que se estuda e até possibilita a revisão das hipóteses levantadas. Dessa forma, percebemos a singularidade da entrevista informal, pois esta possibilita ao entrevistado uma maior naturalidade e liberdade de expressão, facilitando assim o recolhimento dos dados a serem analisados. Nossa pesquisa está delimitada ao estudo da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, localizada no parque 18 de maio. Av. Lourival José Silva, 483 bairro Petrópolis, Caruaru – PE, Brasil, onde houve a coleta dos dados. Por meio de visitas ao campo realizamos a pesquisa, com o intuito de coletar dados, através de observações, conversas informais e entrevistas. Diante das entrevistas foi possível coletar dados quantitativos e estruturais. Já mediante as conversas informais adquirimos informações que auxiliaram na melhor compreensão das atitudes dos sujeitos e destacamos o maior foco para as observações, já que ao enxergarmos diferentes situações, ampliamos não só as informações adquiridas, como também surgiram inúmeros questionamentos levantados pelo pesquisador e a vontade de solucioná-los.



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O registro é importante para unir as informações coletadas durante as visitas ao campo, pois com ele os dados se tornam seguros e precisos, fazendo com que a pesquisa, mostre a mensagem com mais veracidade, dando ao contexto maior compreensão do que está sendo analisado. Como afirma Moroz, “Os registros podem ser utilizados como fonte confiável de dados, desde que alguns cuidados sejam tomados” (2006, p. 80). O campo estudado é direcionado para idosos, afinal, se trata de uma fase da vida que todos um dia poderão passar por ela. Então, deve-se dar atenção e principalmente cuidar para que os resultados sejam precisos e contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos idosos. 4. O RECONHECIMENTO ATIVO DOS IDOSOS COM O APOIO DA INSTITUIÇÃO CASA DOS POBRES SÃO FRANCISCO DE ASSIS 4.1.

O que é a Casa dos Pobres São Francisco de Assis?

A Casa dos Pobres São Francisco de Assis é uma instituição que acolhe principalmente idosos, no entanto a mesma também apoia moradores de rua e pessoas com necessidades especiais que não tenham um lar ou sequer suporte familiar. A instituição foi criada por 24 integrantes da maçonaria no ano de 1958 os quais tinham o intuito de abrigar mendigos, sendo registrada como Sociedade de Assistência a Mendigos de Caruaru, entretanto, ao perceber uma maior necessidade junto aos idosos. Assim, foi realizado o acolhimento a estes sujeitos e atualmente a organização tem capacidade de abrigar até 100 idosos. Destas vagas, 93 já foram preenchidas por idosos que agora possuem moradia, atendimento médico, lazer, alimentação, atenção e certo carinho por parte dos funcionários, de visitantes e alguns poucos contam com a atenção de seus familiares. No espaço onde se localiza a Casa dos Pobres São Francisco de Assis, há a Clínica do Idoso da prefeitura de Caruaru, onde é feito o acompanhamento médico dos moradores, porém também é aberto à comunidade. Na instituição também é disponibilizado nutricionista, psicólogo, enfermeiro e outros especialistas para maior comodidade dos idosos. Quando se trata de lazer, os moradores dispõem de voluntários e projetos beneficentes que proporcionam lazer e bem-estar aos idosos, melhorando, desta forma, sua qualidade de vida. A Casa dos Pobres São Francisco de Assis também dispõe de assistentes sociais e terapeutas ocupacionais que desenvolvem algumas atividades como a dança, a pintura, a resolução de quebracabeças entre outras atividades lúdicas. Com base nas entrevistas feitas aos moradores da instituição, sua maioria diz gostar das atividades desenvolvidas na instituição, porém os mesmos mostram certo saudosismo ao se referir aos amigos e familiares. Mesmo com o acolhimento recebido na instituição, a socialização com seus entes queridos ainda faz falta na vida destas pessoas. A instituição é sustentada através de doações, de alugueis de pontos comerciais (sendo 87 em geral) que existem ao redor da mesma, do estacionamento que é utilizado em uma determinada área do abrigo, de projetos ou programas, como por exemplo, o programa “todos com a nota” que incentiva consumidores a solicitar as notas fiscais e trocarem por benefícios para instituições vinculadas ao programa. Também contribuem para a manutenção da organização, o dinheiro que os idosos ganham, pois para ser abrigado pela Casa dos Pobres São Francisco de Assis, em sua maioria, é necessário possuir alguma renda fixa. 4.1.1 Como é a Casa dos Pobres São Francisco de Assis? 


Atualmente a organização não se encontra em boas condições para uma vivência saudável na melhor idade, esta, não possui banheiros adaptados, piso antiderrapante, corrimãos em todos os corredores, nem rampas em todos os acessos e cadeiras adaptadas suficientes para o uso do sanitário.



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Percebe-se uma relação mecânica por parte dos funcionários, porém vimos que isso acontece na maioria das vezes, não por indiferença ou frieza, mas por não haver funcionários suficientes. Desta forma, os poucos que lá trabalham precisam “correr contra o tempo”, pois há um cronograma a ser seguido, assim não sobra tempo para estreitar a relação com os idosos. 4.1.2 Como deveria ser a Casa dos Pobres São Francisco de Assis? 


A estrutura física da instituição deixa a desejar no quesito segurança, pois percebemos que não há piso antiderrapante, nem corrimãos e rampas em todos os acessos da instituição. Não tendo estas adequações, os idosos ficam vulneráveis a inúmeros acidentes.

Verificamos também que os banheiros não são adaptados para um acesso seguro aos idosos, como podemos verificar na foto abaixo.



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Como vimos nas fotografias acima, foram utilizados canos de PVC como corrimão, porém sabemos que este não é um material resistente, podendo não suportar o peso dos idosos e ressecando rápido com o tempo, ficando quebradiço e perigoso. Também foi verificada a existência de cadeiras de rodas adaptadas para a higiene pessoal, porém percebemos que há poucas destas cadeiras, como é possível ver na fotografia a seguir.

É importante que haja estas cadeiras não só para a higienização, mas para o uso do sanitário, dando assim uma autonomia maior a seus usuários, no entanto, com o número reduzido destas cadeiras aumenta a dependência diante dos funcionários. Percebemos que a instituição necessita de inúmeras adequações para se encaixar no que explicita o Estatuto do Idoso, veja. “Constituem obrigações das entidades de atendimento: I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso,especificando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e prestaçõesdecorrentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso; II – observar os direitos e as garantias de que são titulares osidosos;III – fornecer vestuário adequado se for pública, e alimentaçãosuficiente; IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas dehabitabilidade;



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V – oferecer atendimento personalizado; VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento devisitas;VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade doidoso; IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e delazer; X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordocom suas crenças; XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrênciade idoso portador de doenças infectocontagiosas; XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisiteos documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem,na forma da lei; XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis quereceberem dos idosos; XV – manter arquivo de anotações onde constem data ecircunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços,cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suasalterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e aindividualização do atendimento; XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providênciascabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos familiares; XVII – manter no quadro de pessoal, profissionais com formação específica. (ESTATUTO DO IDOSO, art. 50). Estas são adequações básicas para que as pessoas da melhor idade possam viver sem maiores problemas, com conforto e segurança. Notamos que na Casa dos Pobres São Francisco de Assis as atividades de lazer são escassas, porém estas atividades são de fundamental importância para os moradores da instituição, pois aumenta o bem-estar e a autoestima dos idosos, Gonçalves (2007, p. 124) relata que “... o lazer proporcionou importantes momentos de encontro e aumento significativo da auto-estima”. Assim, entendemos a importância do lazer na vida de qualquer pessoa. Há também a presença de grupos evangelizadores e equipes de projetos sociais beneficentes, como a Locomotiva da Felicidade, que proporcionam mesmo que por alguns instantes, momentos de descontração, que faz com que os idosos esqueçam onde estão e se sintam jovens novamente. Através de entrevistas e conversas com funcionários, nos foi informado sobre doações de verbas, recolhimento de rendas dos moradores e da própria instituição. Dessa forma deixamos a seguinte reflexão, por que a Casa dos Pobres São Francisco de Assis se encontra em situação precária, seria má administração ou falta de recursos? É sabido que um projeto social tem como finalidade beneficiar um grupo social ou comunidade, como atesta Prado (2007), “seu foco de interesse é contribuir para a formação de uma consciência social ética e criar mecanismos que ajudam a desenvolver o processo de democratização e a prática da justiça social junto à população” (p.52). Portanto, devemos nos conscientizar da verdadeira função de um projeto social dentro de uma comunidade ou grupo social, que é beneficiar os cidadãos ali presentes, livrando-os de situações desfavoráveis. Assim percebemos a extrema necessidade de várias modificações na estrutura da instituição pesquisada. 5. ANÁLISE DO CASO 


Analisando o caso da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, percebemos que há uma ausência de processos de revalorização e reconhecimento do idoso como sujeito socialmente ativo. 5.1. O Idoso e sua Representação Social 




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Notamos que há pouca participação do idoso na sociedade deixando cada vez mais complicado atingir a igualdade social, pois há uma tendência em acreditar que os idosos não têm capacidade de gerir sua própria vida. A melhor idade é composta por todas as fases que a antecedem, dessa forma pode-se tratar a idade como um espaço de tempo em que as pessoas contribuem para a sociedade de diferentes maneiras. Assim como a criança vem ao mundo, com uma perspectiva de criar uma história, o idoso também já foi uma criança, cresceu e continua fazendo a sua história, mostrando sua importância. A humanidade muitas vezes ignora o papel do idoso, esquecendo que ser idoso é motivo de orgulho, pois é sinal que as pessoas estão vivendo mais, pois vários governantes passaram a investir mais na qualidade de vida da sociedade, tornando a saúde, o saneamento básico, a educação e outros fatores melhores. Dessa forma, a sociedade passou a viver mais, tendo menor índice de mortalidade e maior controle da natalidade. Assim, entendemos que ao alcançar a melhor idade, nos tempos atuais, nota-se que houve um avanço significativo na tecnologia, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida. Isto faz com que o idoso tenha maior possibilidade de participar ativamente no meio social. Entendemos que a melhor idade traz para a sociedade uma perspectiva favorável ao desenvolvimento, pois o idoso pode contribuir socialmente devido a vasta experiência acumulada. 5.2. A Inclusão Social do Idoso Infelizmente em nossa sociedade não há um programa de inclusão social para a melhor idade, pois ainda tem-se em mente o paradigma do PEA (população economicamente ativa), que é o grupo social produtor de renda, ou seja, subtende-se que os idosos não pertencem ao mesmo, estando assim, excluídos da sociedade. Esta visão considera os idosos um peso social, pois na fase da melhor idade são necessários mais atenção e recursos para mantê-los saudáveis. Também devemos lembrar que o Brasil não é mais um país tão jovem como antes, atualmente nossa pirâmide etária está invertendo, deste modo, com a diminuição das taxas de natalidade e de mortalidade, aumentando o número de idosos em nosso país. Com base nisto, precisamos incentivar o respeito ao idoso, reivindicando projetos sociais de lazer e o incentivo ao exercício físico na melhor idade, entre outras atividades que proporcionem o bem-estar, incluindo os idosos na sociedade. Como verificamos na fala da funcionária do setor administrativo ao indagarmos: Que tipo de contribuição a sociedade pode dar para melhorar a qualidade de vida dos idosos que vivem na Casa dos Pobres São Francisco de Assis? E obtivemos como resposta: “- Ela já vem contribuindo, mas o ideal seria que mais pessoas pudessem ajudar, nem que fosse só com a presença, dando atenção aos idosos”. Então, a inserção do idoso traz consigo uma importância socioeconômica, pois além de favorecer o sujeito idoso, faz com que haja um crescimento na percepção do desenvolvimento do país. 5. CONCLUSÕES PRELIMINARES De acordo com o que observamos em nossa pesquisa, falar da melhor idade é identificar seu papel na sociedade, o que contribui não só para nossa pesquisa, mas como também para refletir como as fases da vida devem ser tratadas com o devido respeito. Verificamos que as pessoas na melhor idade, em sua maioria, não são tratadas como realmente deveriam ser. Os idosos muitas vezes têm família, mas estas os colocam em abrigos, como a Casa dos Pobres São Francisco de Assis, por falta de tempo, condições financeiras, entre outros motivos. Existem aqueles que por vontade própria, resolvem morar em um desses abrigos, seja por não terem familiares próximos que os acolham, ou por não ter onde morar.



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Durante o período em que estávamos no campo de pesquisa, foi possível notar que a Casa dos Pobres São Francisco de Assis, necessita de vários ajustes, tanto comportamentais como estruturais. Comportamentais, porque o idoso precisa sentir que há um vínculo afetivo para com ele, pois tal vínculo aumenta o bem-estar e a autoestima. Observe o depoimento a seguir: “Às vezes eu num gosto daqui não, minha filha, porque quando eu ganho um perfume ou sabonete elas pegam, aí eu fico braba!”. Através do depoimento informal desta idosa, percebemos o desrespeito que há para com esta fase da vida, pois os presentes, por mais simples que sejam, representam a importância e a singularidade do sujeito. A partir do momento que estes são tomados, emocionalmente os idosos sofrem uma espécie de agressão e são extremamente desrespeitados, pois é como se o idoso não tivesse valor próprio. Muitos deles afirmam que sentem muita falta dos amigos que ficaram fora da instituição, ou de muitos que já faleceram. Outros saudosamente recordam de seus empregos e de como eram úteis à sociedade. Já os ajustes estruturais, são necessários para proporcionar maior segurança e comodidade para a melhor idade, como observamos apesar de sermos informadas que a instituição recebe doações, benefícios dos idosos e alugueis de estabelecimentos, gerando uma renda para mantê-la, deixa a desejar a sua estrutura física e a manutenção da mesma. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da Prática Escolar. 2° ed., Campinas, SP, Brasil, Papirus, 1995. BACELAR, Rute. Envelhecimento e Produtividade: Processos de Subjetivação. 2ª ed., Recife, PE, Brasil, FASA. BRASIL. Estatuto do Idoso. Lei nº 10.741, Aprovado em 1º de outubro de 2003, Brasília, Brasil, Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2003. DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu; MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.) & NETO, Otávio Cruz. Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. Petrópolis, RJ, Brasil, Vozes, 23ª ed., 1994. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed, São Paulo, SP, Brasil, Atlas, 2008. GONÇALVES, Luiz Alberto Oliveira. Juventude, lazer e vulnerabilidade social. In: SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia Gomes de Castro; GOMES, Nilma Lino. (orgs). Diálogos na educação de jovens e adultos. 2ª ed., Belo Horizonte, MG, Brasil, Autêntica, 2007. LIMA, Mariúza Pelloso. Gerontologia Educacional. Uma pedagogia específica para idoso: Uma nova concepção de velhice, São Paulo, SP, Brasil, 2000. MOROZ, Melania. O Processo de Pesquisa: Iniciação. 2ª ed, Brasília, DF, Brasil, Liber Livro Editora, 2006. PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa: Abordagem teórico – prática. 14ª ed., Campinas, SP, Brasil, Papirus, 2008.



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O que você A Casa dos costuma fazer em Pobres costuma seu horário de proporcionar lazer? atividades de lazer e bem-estar para vocês que moram aqui? Como?

I1

Escrever fazer perguntas.

I2

Conversar, brincar e rir.

I3

Fisioterapia, Faz, mas Não eu gosto! não gosto, só gosto gosto. de palestras construtivas.

e

O

(A) O que Senhor (a) gostaria de gosta dessas fazer nestes atividades? momentos? Por quê?

Terapia, as Eu Sinto pessoas de palhaço gosto, tira a falta dos eu gosto muito. dor do corpo. amigos de fora. Fisioterapia Gosto! Sinto e a menina de falta do nariz de palhaço. serviço.

Serão identificados por I1, I2, I3, os idosos entrevistados.

Nada, não tem nada o que fazer. Às vezes eu leio um livro.



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Apêndice B PERGUNTAS

A Casa dos Pobres Que tipo de costuma proporcionar atividade é feita para atividades de lazer e bem- melhorar a autoestima dos estar para os idosos? idosos? Como? Eles gostam?

F1

Terapia ocupacional Essa informação só e assistência social. com a assistente social.

F2

Terapia Passeios pela ocupacional, assistência cidade, vídeos, entre outras social, a maioria gosta. coisas.

F3

Terapias de grupo e A dança, o atividades lúdicas. artesanato, a pintura, as brincadeiras. Eles montam quebra-cabeças e gostam bastante.

Serão identificados por F1, F2, F3 os funcionários entrevistados.

Apêndice C PERGUNTAS

DIRETOR DA CASA DOS POBRES SÃO FRANCISCO DE ASSIS Em que ano foi fundada a Casa dos Em 1958, por um grupo de maçons. Pobres São Francisco de Assis e por quem? A instituição tem suporte para Sim, suporta. A meta é de até 100 sustentar o quantitativo de idosos já moradores, onde há 93. existentes? Como é sustentada a Casa dos Através de doações, benefícios dos Pobres São Francisco de Assis? idosos, dos alugueis de 87 lojas e da renda doestacionamento. Há quanto tempo o senhor desempenha a função de diretor dessa instituição?

Há 17 anos.

Quantos integrantes da maçonaria São 24 maçons. 15fazem parte do participam da organização da instituição? conselho constitutivo, 03 do conselho fiscal e 06 da direção da instituição. Por que a Casa dos Pobres São Porque a princípio seria um abrigo para Francisco de Assis está registrada como mendigos, no entanto, percebeu-se a verdadeira Sociedade de Assistência a Mendigos de necessidade era abrigar idosos. Caruaru? Existe algum projeto que arrecade Sim, sempre há projetos que trazem fins



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dinheiro para ajudar a manter a Casa dos lucrativos para a casa. Atualmente existe o Pobres São Francisco de Assis? programa “todos com a nota”. É visto a presença de vários Não, são trabalhos voluntários oferecidos estagiários da saúde na instituição. Eles a Casa dos Pobres. são remunerados? Entrevista realizada com o diretor da Casa dos Pobres São Francisco de Assis Apêndice D PERGUNTAS

FUNCIONÁRIA DO SETOR ADMINISTRATIVO Que tipo de atividade é desenvolvida Os idosos fazem fisioterapia. Nos na Casa dos Pobres São Francisco de Assis sábados a psicóloga trabalha com eles para que os moradores se sintam parte da atividades e brincadeiras, embora essas sociedade ativa na cidade de Caruaru- PE? atividades aplicadas a menor parte, pois a maioria não consegue ficar em pé, devido aos problemas de saúde. Nesta instituição são desenvolvidas Sim, existem alguns estagiários que atividades de lazer com os idosos? Quais? brincam e trazem jogos, os dias mais frequentes são terça-feira, quarta-feira e quinta-feira. Qual a principal função da Casa dos A Casa dos Pobres tem a função de Pobres São Francisco de Assis na sociedade abrigar idosos que na maioria das vezes não caruaruense? tem ninguém por eles. Então damos abrigo, cuidados e atenção. Existe alguma parceria entre a Casa Não, na maioria dos casos os dos Pobres São Francisco de Assis e as familiares deixam os idosos e nem procuram famílias dos moradores? saber como estão, atualmente a assistente social conversa com alguns familiares e tenta conscientizá-los, mas se for verificar em questão de porcentagem não chega a 1%. Qual a participação das famílias para Quase não há participação o bem-estar desses moradores. familiares na vida desses idosos.

dos

As famílias dos idosos contribuem de Com relação às famílias elas não alguma forma com a instituição? Como? deixam dinheiro, o que vem por parte dos idosos são os benefícios (aposentadoria e pensão). A sociedade caruaruense tem Sim, existe parceria com alguns contribuído de alguma forma para a programas. socialização e bem-estar dos moradores que fazem parte desta instituição? De que maneira? Que tipo de contribuição a sociedade Ela já vem contribuindo, mas o ideal pode dar para melhorar a qualidade de vida seria que mais pessoas pudessem ajudar, nem dos idosos que vivem na Casa dos Pobres que fosse só com a presença, dando atenção



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São Francisco de Assis?

aos idosos.

Qual o posicionamento da família dos idosos que ali residem quando o assunto é a saúde física e mental dos mesmos, eles contribuem ou a responsabilidade fica por conta da instituição?

Os familiares quando deixam aqui é porque não tem tempo ou por vários outros motivos, então não tem essa preocupação, apenas querem um lugar que possa cuidar do idoso, se tornando uma preocupação apenas para a instituição.

Entrevista realizada com a funcionária do setor administrativo da Casa dos Pobres São Francisco de Assis Notas de campo Organização Estudante Notas do 24/03/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 11h às 15h

Ao chegar ao campo, fui bem recebida pelos moradores e funcionários. Logo de início pude ter uma conversa informal com os funcionários que tratam da parte administrativa e entreguei o termo de adesão. Fui informada sobre o funcionamento da instituição e quais horários seriam convenientes para realizar a pesquisa, pois os mesmos alegaram que no turno da manhã os moradores não podem receber visitas devido a suas atividades diárias, o que mantém os funcionários bastante ocupados no banho e alimentação. O que me deixou inquieta, no entanto não podia infringir nas normas da instituição. Em que pude observar o campo e conversar com os moradores. Organização Estudante Notas do 01/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Fui ao campo de pesquisa, com algumas perguntas a serem feitas tanto aos moradores quanto aos funcionários da instituição, os quais nos receberam bem, facilitando o andamento da coleta de dados, pude observar o tratamento dos funcionários com os idosos no horário da alimentação e medicação. Ainda cheguei a conversar e entender histórias de vida de alguns moradores. Notas de campo Organização Estudante Notas do 15/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Fui ao campo em especial na parte administrativa da instituição com intuito de pegar os documentos de adesão. Em seguida pude conversar com os idosos e observar o campo de pesquisa que divide os quartos dos moradores em alas, a primeira ala que fica mais próximo a enfermaria são para aqueles idosos que precisam de mais atenção, já a segunda ala é dividida em quartos, que acolhe entre dois a três idosos, esses com maior facilidade de comunicação e lucidez.



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Organização Estudante Notas do 22/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Chegando na instituição fui bem recebida, os moradores se sentiam bem com minha presença , buscando se aproximar para conversar, mas minha atenção era voltada para os funcionários, os quais detinham de pouco tempo para atender, mas ainda assim pude em pouco tempo conversar e ter bons resultados, notando que não apenas existia o lado profissional e sim o solidário. No entanto, devido à quantidade de idosos serem maiores, os funcionários não parava muito tempo para dar atenção aos moradores. O que faz da instituição um centro de tratamento onde poderia ser uma casa. Notas de campo Organização Estudante Notas do 06/05/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Fui à Casa dos Pobres São Francisco de Assis, onde os moradores foram bem receptivos. Conversei e pude conhecer melhor a vida de alguns moradores e o motivo de estarem ali. Alguns lúcidos ou já não sabiam o que estavam conversando e se comportavam como crianças. De maneira que observei que o envelhecimento é uma fase que envolve o contexto da vida, que o tempo é recebido de formas diferentes. E que sua infância e sua vida adulta pode influenciar no seu envelhecimento desde a alimentação até as questões psicológicas. Organização Estudante Notas do 12/05/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 13h às 15h

Fui à instituição e chegando lá me deparei com algumas atividades de lazer sendo desenvolvida por estudantes de psicologia, pude aindaparticipar das atividades e conversei com os mesmos os quais já vinham desenvolvendo esta atividade na instituição há seis meses, os mesmos mostraram seu trabalho e disseram a forma de aproximação com cada idoso. Fazendo-me entendero quanto é importante esse trabalho, não apenas pelo conhecimento, mas pelo sorriso de cada um que mora naquela instituição. É necessário valorizar a vida, as pessoas que estão ao nosso redor, pois não sabemos até quanto tempo poderemos estar ao lado delas. Essa pesquisa ela vai bem além de uma atividade e traz o reconhecimento de quanto é importante a vida, a família. Notas de campo Organização Estudante Notas do 23/05/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Quarta-feira 15h às 16h

Ao chegarmos na instituição me deparei com uma missa que é realizada para os moradores, onde partes deles vão até a capela do local para rezar nesse momento e foi observado sua alegria e seu envolvimento na missa onde participei junto a eles.



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Organização Estudante Notas do 27/05/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Fui à instituição e ao chegar a mesma observei as práticas da saúde, feita pelos enfermeiros, para que posteriormente fossem encaminhados os casos mais graves a um acompanhamento médico, que ocorre durante a semana na clinica do idoso. Foi observado que nem todos os idosos são encaminhados para a clínica do idoso para serem acompanhados pelo médico, apenas o que estão mais doentes. Organização Estudante Notas do 14/06/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Quinta-feira 14h às 16h

Nesse dia as conversas foram voltadas para o diretor e os funcionários os quais falavam como eram o funcionamento da instituição, as visitas dos familiares, as quais relataram que não eram constantes entre várias outras situações acontecidos com os idosos. Notas de campo Organização Estudante Notas do 07/07/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 13h às 15h

No sábado a instituição recebe bastantes pessoas devido a feira que funciona ao lado, então fui ao horário da tarde para analisar a movimentação da instituição com relação a entrada e saída de carros no estacionamento , que além das terças-feiras, também tem um grande fluxo nos sábados , onde pude observar que os idosos, já estão acostumados, não têm tanto interesse em saber quem são as pessoas. Existem algumas pessoas que ainda vão param e cumprimentar, outras que nem param para falar, e até aquelas que de tanto deixar o carro ali, já conhece os idosos. Mas é necessário informa que nem todos os idosos têm acesso a esse espaço, pois alguns apenas ficam deitados, outros já estão tão acostumados que já não dão importância. Mas existem alguns idosos que gostam da pouca atenção, e através de um sorriso ou até um carinho, mostram esse sentimento, de forma que se é sentido, cada situação. Organização Estudante Notas do 19/09/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Deysianne Cristina Santos da Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Quarta-feira 11h às 15h

Nesse dia após um bom tempo sem ir à Casa dos Pobres são Francisco de Assis, pode se observado que o local continuava da mesma forma, em questões físicas, alguns idosos se lembravam de mim outros já não reconheciam, mas nosso intuito naquele momento foi a entrevista com o diretor da instituição sr. Adelino José, então fomos logo indo a entrevista com o diretor, que em dias anteriores da pesquisa, não estava na instituição. Na entrevista foram levantadas questões financeiras, que apenas ele era capaz de esclarecer, já que era sua função. Nela pode ser observada



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bastante naturalidade ao se responder as questões só não foram informadas os valores, mas o diretor teve uma conversa franca, até mencionando patrocínio, e mostrando documentação. Notas de campo Organização Estudante Notas do 24/03/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 11h às 15h

Chegando ao campo fui bem recebida pelos funcionários e moradores, primeiramente entreguei o termo de adesão e fiquei ciente dos horários pertinentes que poderia comparecer para realização da pesquisa, que seriam apenas nos horários de visita, já que, durante a realização das atividades diárias, como banho (geralmente realizado no turno da manhã) os funcionários estavam sempre bastante ocupados e não gostavam de serem interrompidos. Então, para não contrariar as condições impostas para realização da pesquisa, contive-me a aguardar sempre aos horários favoráveis a eles, os funcionários. Organização Estudante Notas do 01/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Após o primeiro contato, como pesquisadora, com o campo de pesquisa surgiram inúmeras indagações, as quais foram realizadas conversas informais com os funcionários que nos disponibilizaram um pouco de tempo e principalmente com os idosos. Isso facilitou para que eu e minhas colegas também pesquisadoras (Larissa e Deysianne) coletássemos uma grande quantidade de dados que posteriormente ajudarão no desenvolvimento da pesquisa.No entanto, o mais escutado foram às histórias de vida de muitos idosos, histórias de dor, mágoa, alegria e principalmente desgosto. Notas de campo Organização Estudante Notas do 15/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Primeiramente, chegando ao campo fui receber a documentação do termo de adesão. Logo após, comecei a observar com mais atenção a estrutura física da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, percebendo que apesar das adaptações realizadas, muitas outras expõem a segurança dos idosos. Através das conversas notificamos que a instituição é dividida por alas; a mais afastada da enfermaria (composta por quartos duplos ou triplos) é destinada aos idosos que possuem melhores condições físicas e mentais, já as mais próximas da enfermaria se dividem em duas uma masculina e outra feminina, estas para os sujeitos com menores condições de locomoção e lucidez. Organização Estudante Notas do 22/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h



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Chegando ao fui bem recebida, como sempre aqueles moradores que possuem uma melhor condição e que gostam de manter sempre um diálogo se aproximam para conversar, em que percebo em sua maioria confortáveis não só com a minha presença, mas com a de todos visitantes. Tentei por várias vezes conversar com os funcionários, no entanto,por eles estarem muito ocupados e com pouco tempo para conversar. Tendo que respeitar a rotina da instituição eram realizadas conversas informais com os funcionários que em sua maioria eram breves. Nota-se que alguns dos funcionários tentam manter um contato mais amigável com os moradores, mas devido ao excesso de atividades a serem desempenhadas durante o dia tendo que cumprir o cronograma, muitos não tinham tempo disponível tornando apenas um contato profissional. Já com os idosos temos que estar sempre atentos para conseguir o máximo de informações pertinentes, onde muitas vezes eles se perdem em suas palavras. Notas de campo Organização Estudante Notas do 06/05/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Hoje mais uma vez fui bem recebida pelos moradores da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, conheci mais histórias de moradores e muitos disseram como chegaram a morar naquele abrigo. Entre tantas histórias sabemos que alguns foram deixados sem perceber, outros mesmo com lucidez deixando-os muito magoados, pois muitos familiares dizem ir apenas a um passeio e lá os deixam e também há aqueles idosos que vão para lá por opção própria, por vários motivos. Organização Estudante Notas do 12/05/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 13h às 15h

Pela primeira vez ao chegar à instituição encontrei estagiários(estudantes do curso de psicologia) desenvolvendo atividades de lazer com um grupo da melhor idade que mantem condiçõesmentais e bom relacionamento, participaram de algumas atividades como o jogo de dominó. Conversei com alguns dos estagiários, que desenvolvem esta atividade na instituição há seis meses,e os mesmos apresentaram o seu trabalho e a maneira utilizada para uma melhor aproximação com cada idoso. Entendi que nossa pesquisa é tão importante quantoesse trabalho também desempenhado por estudantes, assim como eu e minhas colegas Larissa e Deysianne. Pois a presença de visitantes faz muito bem para todos que ali vivem, pois auxiliar na valorização dos idosos. Porém não é apenas eles os beneficiados, pois aprendemos também muito com cada experiência de vida e como devemos valorizar cada uma delas. Notas de campo Organização Estudante Notas do 23/05/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Quarta-feira 15h às 16h

Presenciamos a celebração de uma missa na capela que existe no espaço da instituição, em que verificamos a presença de alguns idosos, percebi alegria e participação por parte daqueles ali presentes. O que me deixou indignada é que aqueles que possuem maior dificuldade de locomoção não participam, pois necessita da disponibilidade de algum funcionário para chegar até o local. Há



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também aqueles idosos acamados que passam todo o tempo deitados, muitas vezes até na hora do banho. Mas muitos ainda agradecem por estar abrigado na Casa dos Pobres São Francisco de Assis, pois se não fosse este lugar muitos estariam largados nas ruas. Organização Estudante Notas do 27/05/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Ao chegar à instituição observei os cuidados em relação à saúde dos idosos, e os casos que necessitavam de atenção recebiam agendamentos para atendimento realizado na clínica do idoso, que também funciona em um espaço cedido pela instituição à prefeitura, onde se facilita tanto com o acesso, como a comodidade para os idosos e um melhor acompanhamento médico. Sabe-se que para a maioria dos idosos é necessário acompanhamento médico, no entanto é feito esse acompanhamento periodicamente, só os casos mais agravantes que mantém um acompanhamento mais intenso. Notas de campo Organização Estudante Notas do 14/06/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Quinta-feira 14h às 16h

Nesse dia observei e através de várias conversas com os funcionários tive um maior conhecimento de como era o funcionamento da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, como se dava as visitas dos familiares e se haviam participação deles na vida de cada idoso, onde foi informado que as visitas quando tinham em sua maioria eram raras e que a participação era irrelevante. Organização Estudante Notas do 07/07/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 13h às 15h

Hoje a movimentação foi grande devido à feira do parque 18 de maio que funciona ao lado, principalmente devido ao estacionamento que funciona na área descampada da instituição, pude verificar o trafego dos veículos e se interferiam na rotina dos idosos. Contudo, a maioria dos idosos por já estarem acostumados não faz nenhuma reclamação, pelo contrário gostam porque também recebem visitas por parte destas pessoas, outras os ignoram. Notas de campo Organização Estudante Notas do 19/09/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Januza Priscilla David Silva dia: Dia da semana: Horário da experiência: Quarta-feira 11h às 15h

Hoje, após um determinado período sem ir ao campo de pesquisa, observei que a na Casa dos Pobres São Francisco de Assis continuava da mesma maneira, em todos os aspectos. No entanto, a visita foi para realizar a entrevista com um dos diretores da instituição o sr. Adelino José



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Salomão, que durante as visitas anteriores os horários que estávamos lá nunca coincidiam com o horário disponível do diretor. Na entrevista, percebeu-se naturalidade ao respondê-las. No entanto só conseguimos apenas a liberação de uma documentação. Notas de campo Organização Estudante Notas do 24/03/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 11h às 15h

Fui bem recebida ao chegar na Casa dos Pobres São Francisco de Assis, tanto pelos idosos que ali residem como pelos funcionários. Nesta primeira visita, tive uma breve conversa com uma das moradoras, enquanto esperava por minhas companheiras de pesquisa para entregarmos o termo de adesão. Em seguida, com a chegada das companheiras, enquanto deixávamos a documentação com a funcionária administrativa, tivemos uma breve conversa informal com a mesma, sobre a instituição de pesquisa. Foi negociado com a funcionária os dias e horários mais convenientes. Organização Estudante Notas do 01/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Na segunda visita ao campo de pesquisa, eu tinha várias curiosidades e muitas perguntas a serem feitas aos moradores da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, tais como, “Você gosta de morar aqui, por quê?” ou “Você se sente bem aqui?”. Além das conversas com os idosos, verificamos as instalações da instituição, então aproveitei para fazer alguns registros através de fotos. Notas de campo Organização Estudante Notas do 15/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Nesta visita o foco foi buscar termo de adesão, que foi deixado na visita anterior a Casa dos Pobres São Francisco de Assis. Depois, pude ter algumas conversas informais com os moradores e funcionários. Organização Estudante Notas do 22/04/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Domingo 11h às 15h

Como sempre, a receptividade dos idosos me estimulou bastante, inicialmente travei uma conversa com alguns dos funcionários, para conhecer o cotidiano da instituição e o comportamento dos funcionários para com os idosos. Então, pude perceber que embora haja uma boa vontade por parte dos funcionários, não há um estreitamento na relação idosos/funcionários, pois o numero de funcionários é muito reduzido em relação ao número de idosos que moram na Casa dos Pobres São Francisco de Assis. A partir desse dia comecei a observar mais atentamente as instalações da



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instituição, pois passou a surgir a seguinte dúvida: “Onde são aplicados os recursos adquiridos pela instituição através de doações, alugueis, benefícios e aposentadorias dos idosos?” . Notas de campo Organização Estudante Notas do 07/07/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 11h às 15h

Depois de um longo período afastada do campo de pesquisa, devido ao nascimento do meu filho Petrus, tive um pouco de dificuldade por não ter podido acompanhar mais de perto o decorrer da pesquisa, mas assim que a obstetra autorizou, retomei o exercício de pesquisa. Quando voltei a campo, além de observar a rotina do campo de pesquisa com uma criticidade maior, efetuei uma entrevista com três idosos, que foram indicados pela direção, por serem mais lúcidos e sociáveis. Os idosos responderam as expectativas da entrevista, que foi realizada com sucesso. Organização Estudante Notas do 14/07/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 13h às 15h

Foi combinado com a direção da instituição, que hoje, seria feito um acompanhamento das atividades lúdicas que acontecem na Casa dos Pobres São Francisco de Assis, mas, quando as atividades começaram, pude perceber que as mesmas só acontecem, porque os estagiários promovem o lazer nesta instituição. Pois a mesma não possui nenhum projeto de lazer para a melhor idade. Notas de campo Organização Estudante Notas do 21/07/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 15h às 16h

Neste dia, quando cheguei ao campo de pesquisa, percebi uma movimentação a mais na instituição, então fui me informar do que se tratava daí me foi dito que haveria uma missa na capela da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, pedi permissão para assisti e registrar a realização da mesma, com a devida autorização, notei que há uma satisfação notória por parte dos idosos, em participar da atividade religiosa. Ao término da missa, pude conversar com alguns idosos, e sua grande maioria disse que gosta da missa, justificando que é uma das poucas atividades realizadas na instituição. Organização Estudante Notas do 24/07/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Terça-feira 11h às 15h

Nesse dia acompanhei as sessões de fisioterapia com alguns dos idosos, no mesmo dia também acontecia à terapia ocupacional, auxiliando na saúde mental dos moradores. Também pude conferir com os funcionários da policlínica do idoso, que esta localizada no campo pesquisado,



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como é feito o atendimento dos idosos da instituição, e se há algum tipo de regalia para os que moram na instituição. Notas de campo Organização Estudante Notas do 28/07/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Sábado 14h às 16h

Quando cheguei ao campo de pesquisa pedi a funcionária administrativa, que me sugerisse três funcionários para que eu pudesse fazer uma entrevista, após a sugestão, os procurei e efetuei a entrevista, que foi realizada com sucesso. Organização Estudante Notas do 31/07/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Terça-feira 13h às 15h

Neste dia, foi complementada a entrevista que foi feita no dia 28/07/20012, ao término da mesma, foi feito registro de boa parte da estrutura física do local através de fotografias. Organização Estudante Notas do 19/09/2012

Casa dos Pobres São Francisco de Assis Larissa Vieira de Lima Caran dos Santos dia: Dia da semana: Horário da experiência: Quarta-feira 14h às 16h

Neste dia fizemos uma breve entrevista com o diretor da Casa dos Pobres São Francisco de Assis, o sr. Adelino José, ao concluir a entrevista, solicitamos (eu e minhas companheiras de pesquisa), que o mesmo assinasse toda a nossa documentação.



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ANEXOS

Caruaru-PE Setembro de 2010 Projeto Locomotiva da Felicidade Objetivos Objetivo Geral Este projeto tem como objetivo levar a alegria a quem, por sua condição de saúde ou de abandono, necessita de ânimo para ajudar a mudar e/ou suportar o seu estado de tristeza que vem como consequência de suas condições atuais. Objetivos Específicos  Os integrantes do Projeto Locomotiva da Felicidade irão até os hospitais para participar positivamente na recuperação dos pacientes através de atividades lúdicas voltadas para os internados e seus familiares, estas atividades serão elaboradas para motivar e alegrar de forma que se abrandem as angústias destas pessoas.



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 O Locomotiva da Felicidade também atuará nos asilos de idosos, casas de repouso e orfanatos, onde fará intervenções com um caráter diferenciado para cada uma das instituições. Nos asilos e casas de repouso, os integrantes do Projeto, além de desenvolver atividades recreativas, estarão dispostos a escutar suas histórias e desabafos. Já nos orfanatos, além de atividades lúdicorecreativas, também estarão dispostos a ouvir as expectativas das crianças. Abrangência O Locomotiva da Felicidade pretende atuar em hospitais, asilos, e orfanatos da cidade de Caruaru com a proposta de ajudar pessoas de todas as faixas etárias, promovendo atividades diferenciadas e divertidas. Como será? Os voluntários do Projeto Locomotiva da Felicidade estarão todos caracterizados com o rosto pintado e vestidos com roupas coloridas e adereços descontraídos, desenvolvendo várias atividades, como narração de histórias, brincadeiras, jogos ou simplesmente estarão disponíveis para escutar o que estas pessoas têm a dizer. Divulgação A divulgação deste projeto será feita via panfletos, cartazes, cavaletes de divulgação, onde constará a marca dos patrocinadores, e coletes para publicidade dos mesmos. Estes últimos sendo usados durante apresentações em praças públicas. Feedback O grupo de voluntários do Projeto Locomotiva da Felicidade será avaliado através de questionários respondidos pelos funcionários das instituições onde serão feitas as apresentações e pelo público-alvo presente nas mesmas. Sempre visando o aperfeiçoamento do projeto. Caracterização do Projeto O Projeto Locomotiva da Felicidade não possui fins lucrativos e tem como principal objetivo levar à várias pessoas a alegria através da ludicidade, pois acreditamos que o lúdico pode trazer grandes benefícios com relação à qualidade vida de muita gente, como pessoas enfermas, crianças órfãs e idosos em asilos. Inspirados nas atividades do grupo já existente e consolidado, os Doutores da Alegria, nós, do grupo Locomotiva da Felicidade, propomos algo que caminha no mesmo sentido, porém com diferenciais, assim como o grupo já citado atuaremos em hospitais e clínicas, bem como em asilos e orfanatos, sempre com a proposta de levar alegria às pessoas que dela necessitam, independente do seu quadro clínico, social ou sua faixa etária. Ressaltamos a importância da ludicidade, no sentido em que escrevem Oliveira e Oliveira (2008): A aplicação de recursos lúdicos no âmbito hospitalar transforma-se em um potencializador no processo de adaptação da criança, diante de transformações que ocorrerão a partir do momento em que ela é internada. É possível pensar ou questionar sobre a possibilidade de o brincar se constituir em uma estratégia adequada para o enfrentamento da hospitalização. Neste contexto,o ato de brincar consegue suprir as necessidades cognitivas e emocionais da criança. (Oliveira e Oliveira, p.232, 2008)



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Como demonstrado pelas autoras acima citadas, é de suma importância a ludicidade para a recuperação de crianças enfermas, com base nisto deduzimos que, se a ludicidade é capaz de ajudar na recuperação de crianças adoentadas, através dela também é possível melhorar a qualidade de vida de idosos que residem em asilos, bem como de crianças órfãs. As atividades lúdicas, tais como brincadeiras e jogos tendem a proporcionar o alívio de sensações desagradáveis, como ansiedade, medo e tensões em geral. Criadores Larissa Vieira e Helder Caran Participantes Amaríllys, Glaucineide, Caran, Janice, Januza, juan, Jueline, Kilma, Larissa, Nara, Raul, Ridelma, Willikat, Jéssica Carolina, Edmilson, Aminadabe, Ana Paula, Natália, Amanda Rosa, Isabela, Lucas Gabriel, Amanda Florêncio, Kleber, Rafael Diego, Rafaella Fernanda, Joana D’arc, Maria Manuella, Silvia Janaína, Bruna Eudócio, Luciano Flávio, Cosmo Adriano e Erivan. Colaborador Glauco César Referencial OLIVEIRA, Roberta Ramos de & OLIVEIRA, Isabel Cristina dos Santos. Os Doutores da Alegria na unidade de internação pediátrica: experiências da equipe de enfermagem. In. Revista de enfermagem da Escola Anna Nery, 2008. Fotos da Locomotiva da felicidade atuando com os idosos na Casa dos Pobres São Francisco de Assis



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Fotos da Casa dos Pobres São Francisco de Assis Corredores

Banheiros



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Sala de estar



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Alas/Dormitórios

Refeitório



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Momentos de lazer

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