O sabor do saber: Uma análise da relação entre cafés, livros e redes sociais segmentadas através do Encontro dos Skoobers

September 30, 2017 | Autor: T. Weinberg Jeffman | Categoria: Livros, Socialização, Skoob, Cafés
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VIII Simpósio Nacional da ABCiber COMUNICAÇÃO E CULTURA NA ERA DE TECNOLOGIAS MIDIÁTICAS ONIPRESENTES E ONISCIENTES ESPM-SP – 3 a 5 de dezembro de 2014

O sabor do saber: Uma análise da relação entre cafés, livros e redes sociais segmentadas através do Encontro dos Skoobers1 Ms. Tauana Mariana Weinberg Jeffman2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

Resumo: O presente artigo propõe-se a compreender a relação entre redes sociais segmentadas, livros, leitores e cafés. Para tanto, busca abarcar o percurso histórico da relação entre cafés e livros/cultura, para, então, apresentar o objeto central da análise: o encontro dos skoobers, um dos interesses da tese da autora. Contudo, neste primeiro contato com o objeto, (que é observado pelo viés da etnografia), a ecologia das mídias de Marshall McLuhan e o mapeamento de Sara Cohen elucidam descobertas que já podem ser percebidas durante a trajetória da pesquisa.

Palavras-chave: Café; Livros; Redes Sociais; Mapas; Ecologia das Mídias. Introdução Este artigo objetiva versar sobre a relação entre redes sociais, livros/leitores e cafés/cafeterias. Tal relação será compreendida por meio do Skoob e do Encontro Skoob Porto Alegre. Basicamente, o Skoob é uma rede social segmentada (RSS) que se dedica aos livros, intitulando-se “a maior comunidade de leitores do Brasil” e uma “rede criada para quem ama ler”3. Foi desenvolvido por Viviane Londello e Lindenberg Moreira em 2009. Estes acreditam que por meio desta rede social, o hábito de encontrar pessoas para trocar experiências e opiniões sobre livros tornou-se mais fácil, pois “quando um livro é bom, há a necessidade de compartilhá-lo com o mundo”. Esclarecemos que, na concepção de Raquel Recuero (2010, p. 24), as redes sociais podem ser definidas como a união de dois fatores essenciais: conexões (laços ou interações sociais) e atores (os nós da rede, ou seja, instituições, grupos ou pessoas). Deste modo, a utilização da expressão “rede” nada mais é do que uma “metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores”. A rede, de um modo geral, é uma estrutura social, onde não há atores isolados ou inexistência de conexões. Já uma rede social

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Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho 7 – Novos Meios e Novas Linguagens, do VIII Simpósio Nacional da ABCiber, realizado pelo ESPM Media Lab, nos dias 03, 04 e 05 de dezembro de 2014, na ESPM, SP. 2 Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência da Comunicação – UNISINOS. Mestre em Comunicação Social – PUCRS. Bacharel em Comunicação Social, habilitação Publicidade e Propaganda – UNIPAMPA. E-mail: [email protected]. 3 (SKOOB, 2014, online).

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segmentada, como o próprio nome diz, refere-se a um determinado segmento. Sua diferença perante as redes sociais generalistas (como o Facebook) é que nestas, o usuário geralmente aceita em seu perfil pessoas que já conhece, ou que tem pretensões de conhecer. Dificilmente um usuário aceitará um completo desconhecido em sua rede social, por questões de segurança e privacidade. Nas RSS, o usuário não adiciona, necessariamente, as pessoas que já conhece, mas aquelas que possuem interesses em comum. Conhecer ou não o outro usuário é um fator independente. Contudo, contrariando premissas de autores como Dominique Wolton (2004, p. 150), para o qual rumamos às “solidões interativas”; além de incentivar a leitura, o Skoob também promove a socialização presencial. A rede social denomina seus usuários como skoobers, estes, por sua vez, unem-se por meio da referida rede social, mas também levam seus laços sociais para além da interação online. De uma forma geral, cada capital do Brasil possui um grupo oficial de Skoobers. O grupo de Porto Alegre, por exemplo, mostra-se ativo, promovendo encontros presenciais. Possui um blog4 com fotos e informações dos encontros, um grupo no Facebook5 e um grupo no próprio Skoob6. Foi a skoober Carolina Barcelos7 quem organizou o primeiro encontro dos skoobers em Porto Alegre, após perceber que outros usuários demonstravam o desejo por uma socialização presencial. Ao longo dos encontros, mais skoobers compareceram ao evento, sendo que alguns se mostram assíduos. Pablo Aguiar8 afirma que o objetivo principal do encontro é a socialização entre os membros do grupo, onde estes conversam, trocam dicas de livros e informações sobre leituras, além de levar para o encontro livros que apreciam. Os skoobers interagem tanto nas múltiplas plataformas que utilizam, quanto presencialmente, e essa socialização e interação possui um objeto de apreço em comum: o livro. Sendo assim, percebe-se que este elemento é o totem de uma determinada tribo: a tribo dos amantes dos livros9. O Skoob e o Encontro Skoob Porto Alegre caracterizam-se como objetos da tese doutoral da autora, que visa compreender a relação entre livros, leitores e redes, por meio da segmentação de redes sociais, pelo consumo cultural e pela socialidade. A metodologia 4

Disponível em: . Acesso em: 04 abr. 2014. Disponível em: . Acesso em: 04 abr. 2014. 6 Disponível em: . Acesso em: 04 abr. 2014. 7 BARCELOS, Carolina. 2012, entrevista. Informação oral fornecida em entrevista durante o 22º encontro dos Skoobers de Porto Alegre, no dia 27 de outubro de 2012. 8 AGUIAR, Pablo. 2012, entrevista. Informação oral fornecida em entrevista durante o 22º encontro dos Skoobers de Porto Alegre, no dia 27 de outubro de 2012. 9 (MAFFESOLI, 1998). 5

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empregada é a etnografia, que para Angrosino (2009, p. 30), “é a arte e a ciência de descrever um grupo humano – suas instituições, seus comportamentos interpessoais, suas produções materiais e suas crenças”10. É neste momento que chegamos aos cafés e cafeterias. A realização dos encontros ocorre a cada quinze dias. O primeiro deles acontece em uma cafeteria escolhida pelos integrantes do grupo, onde o objetivo é conhecer as cafeterias da cidade de Porto Alegre relacionadas à literatura e cultura, ao mesmo tempo em que se socializa e conversa sobre livros. O segundo ocorre em um mesmo lugar todos os meses, onde o local escolhido é o Bistrô do Margs. Deste modo, a observação participante ocorre no primeiro encontro de cada mês, pois, além de nos interessarmos no grupo em si, também interessa-nos acompanhar o percurso que este faz através das cafeterias de Porto Alegre. Ao longo deste artigo, apresentamos as cafeterias que já foram observadas na tese, focando-nos neste momento, em compreender a afinidade entre livros e cafés, auxiliados por sua relação histórica, pela ecologia das mídias, calcados em McLuhan, e também através dos preceitos cartográficos de Sara Cohen. Antes de apresentarmos os cafés pesquisados e a estrutura teórica deste artigo, entendemos basicamente a história entre livros e cafés. O café e o livro A relação entre livros e cafés é de longa data. É considerado como “a bebida da razão” e “o motor do iluminismo”, pois muitas “revoluções foram organizadas em torno de xícaras de café e grandes obras da literatura foram escritas nas mesas das cafeterias”11. Historicamente, Asa Briggs e Peter Burke (2006, p. 38, grifo nosso) contam-nos que no século XVI, a cultura oral não se tornou apenas “um resíduo oral”, visto que, “na época desenvolveram-se novas instituições que estruturaram esse tipo de comunicação oral, inclusive grupos de discussão mais ou menos formais, como academias, sociedades científicas, salões, clubes e cafés”. Deste modo, a “arte da conversação foi cultivada com particular intensidade”. Contudo, os autores ressaltam que o local onde mais acontecia essa comunicação oral era nas tabernas (onde “brigas eram comuns: altercações e desaforos terminavam com facas entrando em ação em meio à intensa fumaceira dos cachimbos [...]. Era um lugar perigoso”12), nos banhos públicos e nos cafés. Refletindo sobre a comunicação oral, Briggs e Burke (2006, p. 38) afirmam que, no

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(ANGROSINO, 2009, p. 16). (VIVANE, 2013, online). 12 (BUENO, 2011, p. 36). 11

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século XVI, a cidade de Istambul13 era famosa pelos seus cafés, contabilizando 600 deles. Os cafés atuavam como locais onde “contadores de histórias faziam suas performances”. Para Ricardo Bueno (2011, p. 29), através da perspectiva histórica, “observa-se que a infusão se tornou a bebida favorita dos filósofos, dos escritores e dos poetas, da gente criativa e pensante em geral, sendo o combustível fundamental para a eclosão da Revolução Iluminista que emergiu a partir do século XVIII”. Ou seja, o “o motor do iluminismo”. Ao contrário dos cafés do Oriente Médio, conhecidos como Qahveh Khaneh, onde por conta da escassez de chuvas os consumidores podiam usufruir do café ao ar livro, em frente às cafeterias; na Europa, por conta do tempo frio, os cafés eram desfrutados dentro dos estabelecimentos, que ofereciam a sensação de acolhimento. Desta forma, as cafeterias tornaram-se “um local onde se poderia ficar horas e horas sem ser perturbado por ninguém, desde que se solicitasse, ao sentar, uma taça de café, que era servida com um copo de água”. Sobre o início da relação entre cafés e livros, Bueno (2011, p. 30, grifo nosso) conta-nos: Faz parte da lenda dos primeiros cafés vienenses a história de que coube a um desconhecido fazer do café um ponto de leitura. Tinha ele o hábito de levar um jornal e deixá-lo sobre a mesa, depois de pagar a conta. Com o tempo, os demais fregueses, acreditando ser uma cortesia da casa, passaram a exigir os diários para lêlos antes de seguir para a vida. Outro efeito do gesto foi atrair gente atrás de notícias do mundo político ou para ler de perto a crítica teatral e musical, muito ativa a partir do século XVIII. Como era inevitável, graças à busca por cultura dos frequentadores, muitos cafés passaram a oferecer seu espaço para seções literárias, nas quais jovens escritores e poetas podiam apresentar-se.

Deste modo, escritores como Herman Broch, Franz Kafka e Arthur Schnitzer, “faziam e refaziam seus textos nos cafés da cidade”, locais que também atraiam músicos, inventores, arquitetos, cientistas, etc14. Na concepção de Bueno (2011, pp. 34-35), os cafés eram um “abelheiro de ideias”, uma “usina de sonhos”. O autor lembra-nos que, “ainda que não conhecessem a existência do café, os ingleses do tempo de Shakespeare eram assíduos frequentadores das tabernas de Londres”. O primeiro café da Inglaterra foi fundado entre os anos 1650 e 1652, por Jacob, na cidade de Oxford, perto da célebre universidade15. Conforme Bueno (2011, p. 38), “o café de Oxford logo tratou de atrair os acadêmicos e estudantes em busca de um espaço livre para as discussões”. Conforme relata-nos Briggs e Burke (2006, p. 38), autoridades de várias cidades mantinham os cafés sob vigilância, apreensivos com “a possibilidade de os cafés estimularem 13

Foi em Istambul que o primeiro café foi aberto, em 1474, denominado Kiva Kan (BUENO, 2001, p. 29). (BUENO, 2011, p. 33). 15 (BUENO, 2011, p. 38). 14

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comentários subversivos sobre o governo”. Nas palavras de Bueno (2011, pp. 29-38, grifo do autor), “as autoridades religiosas de Meca, sempre atentas aos perigos do livre pensar, decidiram, entre 1542 e 1526, fechar os cafés, porque eram espaços perigosos e, portanto, um desafio à ortodoxia religiosa da capital do Islã”. Mais tarde, “exatamente por servirem como uma área de livre circulação das ideias e das ideologias, o Governo de Carlos II [...] decidiu fechar algumas das coffe houses, em 1675, por entender que abrigavam „pensamentos subversivos‟”. Em meados de 1714, Londres contava com 500 cafés, dando início ao que se chamou de “terra dos clubes”, sendo que, a proliferação dos cafés pode ser atribuída ao contexto da época, ou seja, ao Movimento Racionalista, que caracterizou o século XVII como “O Século da Razão Clássica”16. Na cidade, “podiam-se presenciar discussões de assuntos científicos no café Child’s, no Garraway ou no Grecian, onde era possível ver e ouvir sir Isaac Newton”. Como as tabernas eram lugares relacionados à bebedeira e ao empanturramento, não eram os locais mais propícios para os “duelos de inteligência”. Deste modo, o Movimento Racionalista tornou os cafés sua morada. Tais estabelecimentos eram chamados de “„universidades de um centavo‟, pois nelas se podia obter muito conhecimento ao custo de um simples café”. Assim, as tabernas foram ultrapassadas pelos cafés, como locais de socialidade “de uma sociedade requintada” 17. Sobre este aspecto, Bueno (2011, p. 45) pontua: Nenhuma outra fonte de estímulo superou o café naqueles anos em que a Razão passou a ser hegemônica, tornando-se, assim, o mais recorrente instrumento da vitória da Ilustração contra o Despotismo e a Superstição. Em suas Confissões, JeanJacques Rousseau comentou: „Voltaire tem a reputação de beber 40 taças de café por dia para permanecer desperto, para pensar e pensar, pensar a maneira de lutar contra os tiranos e os imbecis‟.

Na Cidade das Luzes, a chegada do café, vindo de Marselha, foi um sucesso imediato18. Em Paris, no século XVIII, “os principais cafés incluíam o Café de Maugis, um centro de ataques à religião”, e principalmente, o Le Procope19, fundado entre 1686-1689 (e ainda funcionando20), que era frequentado pelos principais intelectuais do Iluminismo, como Denis Diderot21, Voltaire e Jean-Jacques Rousseau. Briggs e Burke (2006, p. 39, grifo do autor) relatam que “clubes e cafés inspiravam a criação de comunidades originais de 16

(BUENO, 2011, p. 41). (BUENO, 2011, p. 41). 18 (BUENO, 2011, p. 45). 19 “Nome derivado do seu proprietário, o siciliano Francisco Procópio” (BUENO, 2011, p. 45). 20 Localizado na Rue de l‟Ancienne Comédie, 13, no bairro de Saint Germain-des-Prés. 21 (BRIGGS E BURKE, 2006, p. 38). 17

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comunicação oral”. Um dos exemplos mais famosos é o do jornal Il Café, que desempenhou um papel importante no Iluminismo italiano. Assim, “várias peças eram apresentadas nesses locais, culminando com a comédia de Voltaire Le Café ou L’ecossaire (1760), na qual são representados clientes fazendo críticas a outras peças”. Na década de 20, Ernest Hemingway utilizava os cafés como locais para escrever suas novelas. Já em 1945, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir eram frequentadores assíduos dos cafés parisienses de Flore, Le Deux Magots e Clos de Lilas22. Bueno (2011, p. 49) conta que muitos cafés ainda procuram atrair um consumidor culto, “proporcionando encontros literários ou espaços para declamações de poemas, sendo que o Café de Flore chegou a instituir, desde 1933, um prêmio ao melhor romancista do ano”. Para o autor, “não há melhor indicador da estreita ligação quase que universal dos cafés com as letras e com a inteligência”. A contemporaneidade não acabou com a relação entre livros e cafés; tanto na percepção dos leitores quanto na percepção dos empresários que investem em cafés literários. Segundo Vivane (2013, online), “hoje em dia as cafeterias foram oficialmente incorporadas ao ambiente das livrarias, em espaços multifuncionais que agradam gourmets e leitores”. Sobre este aspecto, Guilherme Justino (2014, online) acredita que os “cafés com livraria atraem quem gosta de conversar ou quer estudar”. Com um tom romantizado sobre o local, Justino (2014, online) afirma: “o cheirinho da bebida contrasta com o odor típico de uma livraria – e, ao vê-los juntos, é como se a fumacinha subindo da xícara levasse os olhos na direção das estantes”.

Figuras 1 e 2: Imagens de leitores, cafés e livros presentes no Facebook.

O fato de os encontros dos skoobers ocorrerem em cafeterias elucida uma relação de afeto entre os leitores, que é cultural e histórica: o amor pelos livros e pelos cafés. Em nossas 22

(BUENO, 2011, p. 48).

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pesquisas exploratórias iniciais no Facebook, também percebemos que leitores relacionam a leitura com o café (Figuras 1 e 2). Não são raras as publicações que ilustram o momento da leitura, onde o café é presença garantida tanto quanto o próprio leitor. Os skoobers¸ por sua vez, também endossam a premissa de que há uma forte conexão emocional entre leitores, livros e cafés. Posto isto, apresentamos os cafés escolhidos pelos skoobers como ponto de encontro, que já foram observados durante nossa pesquisa etnográfica. Etnografando os cafés dos Encontros Skoob Porto Alegre No dia 27 de outubro de 2012 entrei23 pela primeira vez em contato com o grupo dos Skoobers, em um encontro que aconteceu no Café Santo de Casa24, no 7º andar da Casa de Cultura Mário Quintana. O objetivo principal, além de conhecer o grupo e me apresentar enquanto pesquisadora; era obter permissão dos integrantes para que eu pudesse realizar meu estudo. Nesta data, eu estava desenvolvendo o projeto de pesquisa para o doutorado, e tal permissão era crucial para que eu me propusesse a pesquisar tal grupo em meu projeto. Os Skoobers não apenas permitiram que eu desse início à pesquisa, como também se sentiram empolgados em configurar-se como objeto de interesse acadêmico. Após o encontro, nos deslocamos para a Feira do Livro de Porto Alegre. Durante o passeio, pude conversar e conhecer melhor as pessoas que compõem o grupo, aproximando-me e iniciando a criação de vínculos de amizade. Sobre este aspecto, Angrosino (2009, p. 52) afirma que “estabelecer e manter vínculos é essencial para a condução da pesquisa etnográfica realizada com base na observação participante”.

Figura 3: 22º Encontro (27/10/ 2012). Fonte: Acervo pessoal dos Skoobers.

Figura 4: 23º Encontro (24/11/2012). Fonte: Acervo pessoal dos Skoobers.

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Ressalto que a apresentação do objeto será realizada na primeira pessoa do singular. Disponível em: . Acesso em: 04 set. 2014. 24

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Antes deste primeiro encontro, conheci um de seus integrantes, o Pablo Aguiar, também conhecido como Pablito. Foi o Pablito quem me apresentou ao grupo e iniciou o assunto sobre a pesquisa que eu viria a desenvolver. A partir de sua fala, apresentei-me melhor e expliquei detalhadamente a pesquisa que almejava desenvolver, também aproveitando a oportunidade para coletar informações pertinentes ao projeto de tese. Apesar de ainda não estar desenvolvendo a pesquisa etnográfica de fato, continuei a comparecer a alguns encontros com o objetivo de estreitar laços e não perder o contato com o grupo.

Figura 5: 25º Encontro (26/01/2013). Fonte: Acervo pessoal dos Skoobers.

Figura 6: Passeio pela exposição que acontecia na CCMQ. (26/01/2013). Fonte: Acervo pessoal dos Skoobers.

As Figuras 3,4 e 5, registros dos 22º, 23º e 25º encontro, respectivamente, apresentam o início da minha entrada a campo, época em que me aproximei do grupo e tornei-me conhecida e próxima (na medida do possível) de seus integrantes. Após o 25º encontro, acompanhei o grupo na visita a uma exposição que acontecia na Casa de Cultura Mário Quintana (Figura 6). Compareci também ao 24º encontro, contudo, não há registros porque a câmera do integrante que fotografou e gravou o grupo foi roubada antes mesmo de este salvar os arquivos que constavam no equipamento. Entretanto, iniciei de fato meu estudo etnográfico no dia 14 de junho de 2014, no 38º Encontro Skoob Porto Alegre, que foi realizado no Gaudí Café. Como já mencionado anteriormente, o encontro é quinzenal e possui um local fixo para o segundo encontro do mês e um local que o grupo escolhe, para o primeiro encontro do mês. Por não residir mais em Porto Alegre e ter que me deslocar à cidade para realizar a pesquisa; optei por acompanhar um dos dois encontros que o grupo realiza por mês. Dentre estes dois encontros; acredito que o mais interessante para minhas compreensões é acompanhar o grupo através dos cafés de 8

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Porto Alegre. Assim, posso compreender também a íntima relação entre cafeterias e os livros, além de descobrir novos locais que se dedicam a esta temática na cidade. Gaudí Café Localiza-se na Rua Hilário Ribeiro – 328, no bairro Moinhos de Ventos25 e foi o local onde foi realizado o 38º Encontro Skoob Porto Alegre. Era um sábado chuvoso e fazia um friozinho, perfeito para ficar em casa e assistir um filme, ou para tomar um café e conversar com os amigos sobre livros e literatura. Preferi a segunda opção, dando início à minha pesquisa etnográfica. Acredito que devido ao clima, poucos integrantes compareceram ao encontro (10 ao total). Além disso, também éramos o único grupo presente na cafeteria. Das pessoas que compareceram ao encontro, eu só conhecia o Pablo Aguiar e a Carolina Barcelos, então me apresentei novamente, expliquei a pesquisa para aqueles que não a conheciam e informei que estava iniciando minhas observações. Por ser o primeiro encontro, e a primeira vez que a maioria deles me via, decidi não tirar fotos, nem realizar entrevistas e também não me deter por muito tempo em minhas anotações no diário de campo. Anotei apenas as informações cruciais, e posteriormente, me dediquei a conversar e interagir com o grupo, além de desfrutar do cappuccino que solicitei à garçonete, por indicação de um dos skoobers. O grupo não conversa exclusivamente sobre livros e literatura. Neste encontro, um dos assuntos que mais renderam conversações foram as histórias do Gaudí (devido ao nome do local), e também a cultura e a arte da Espanha, pois o Pablo estava com viagem marcada para o país e descobriu na ocasião que uma das meninas do grupo havia morado por três anos lá. Vulp Bici Café Localizado na Rua Miguel Tostes – 845, no bairro Rio Branco, o local é uma “mistura de loja, café/bar e mini oficina, [...] inspirado pela cultura urbana e pela bicicleta”26. No dia 12 de julho de 2014 os skoobers compareceram ao Vulp Café para a realização do 40º Encontro Skoob Porto Alegre. Este foi o primeiro encontro em que a fundadora do grupo, a Carolina Barcelos, não compareceu, por isso ela está representada na foto oficial do encontro por uma fotografia sua. Durante esse encontro, foi lançado o primeiro zine produzido pelos skoobers, o Pseudo&Cult; material desenvolvido de forma colaborativa pelo grupo. Neste

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Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2014. 26 Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2014.

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encontro, fotos e entrevistas foram realizadas para a coleta de informações e registro de dados para análises posteriores.

Figura 7: Foto oficial do 40º Encontro Skoob Porto Alegre. Fonte: Acervo pessoal Vulp Bici Café.

Figura8: 40º Encontro Skoob Porto Alegre. Fonte: Acervo pessoal da autora.

Pasito O 42º Encontro Skoob Porto Alegre aconteceu no Pasito, uma cafeteria que também é um restaurante vegetariano e vegano, localizado na Rua José do Patrocínio – 824, no bairro Cidade Baixa. O evento teve um dos maiores índices de participação dos integrantes do grupo. Isso pode se explicar porque era o último encontro do Pablo Aguiar, até o seu retorno da Espanha. Assim, os amigos foram se despedir e colocar a conversa em dia. Na ocasião, aproveitei para entrevistar o Pablo e estreitar laços com os skoobers que eu não conhecia até então. Apesar de ser um dos encontros com o maior número de integrantes, a cafeteria não estava preparada para recebê-lo, apesar de ser avisada antecipadamente. Não havia cadeiras o suficiente e faltavam muitas opções que constavam no cardápio.

Figura 9: Foto oficial do 42º Encontro Skoob Porto Alegre. Figura10: 42º Encontro Skoob Porto Alegre. Fonte: Acervo pessoal. Fonte: Acervo pessoal dos Skoobers.

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Café República O Café República27 localiza-se na Rua da República – 38, no bairro Cidade Baixa. Seu horário de funcionamento é: de terça a sábado, das 9h as 20 e aos domingos, das 10h às 20h. Após votação pública no Grupo Skoob RS sobre onde seria realizado o 44º Encontro Skoob Porto Alegre, o Café República foi escolhido com o maior número de votos. Nesta ocasião, entrevistei a Carolina Barcelos, para compreender a história e o surgimento do Encontro Skoob Porto Alegre. Não estou presente na foto oficial deste dia porque cheguei depois do registro.

Figura11: Foto oficial do 44º Encontro Skoob Porto Alegre. Fonte: Acervo pessoal dos Skoobers.

Figura12: Café República. Fonte: Acervo pessoal.

O que observo, neste primeiro momento, é que os skoobers¸ após conhecerem-se através do Skoob e socializarem por meio do Facebook e outras plataformas, ainda careciam de uma socialização que utilizasse a comunicação oral. A conversa sobre literatura, cultura e assuntos afins, flui em torno das mesas repletas de livros; sendo complementada com a infusão escura. Isso lembra-nos que bons livros pedem bons cafés. Cafés e livros através da Ecologia da Mídia e do mapeamento Assim como Sara Cohen (2012, online) mapeou a música e a paisagem urbana através de mapas conceituais, onde o mapa mostra a experiência musical da cidade e a relação entre a música e o espaço (mais precisamente a relação do rock e do hip-hop em Liverpool); nós também objetivamos mapear o percurso dos skoobers pelos cafés da cidade de Porto Alegre, e assim conhecer tanto o grupo quanto a própria cidade. Se Cohen (2012, online) interessa-se pela paisagem musical, nós nos interessamos pela paisagem gastronômico-literária. Através

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Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2014.

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deste mapeamento e da etnografia (com observação participante e entrevistas em profundidade), a pesquisadora pretendia examinar a criatividade musical amadora da cidade e sua complexa relação com os lugares em que ocorriam. Em outras palavras, interessava-se na compreensão de como os músicos interagiam com o ambiente urbano. Cohen (2012, online) também pesquisou mapas, folhetos e documentos para compreender a história da música em Liverpool, e assim, inserir sua pesquisa em um contexto histórico. Em nosso estudo doutoral, a compreensão do contexto histórico das cafeterias de Porto Alegre se faz necessária ao longo de nossas descobertas. Assim como eram os músicos que definiam a rota da pesquisadora, e muitas vezes quem desenhava o próprio mapa, nossa trajetória é composta pelos skoobers, e não por nós. Durante suas pesquisas, Cohen (2012, online) percebeu que era evidente que em Liverpool, a “música pode ser relacionada com a posição da cidade dentro da economia política global”, e que “eventos e tendências influenciaram a reestruturação não só de Liverpool, mas também de cidades de outras partes do mundo”. A música transformou a cidade, assim como a cidade transformou a música. A seguir, podemos observar no mapa o percurso percorrido até então pelos skoobers em nossa pesquisa.

Figura13: Mapa dos cafés visitados.

Além do mapeamento, neste primeiro momento, também podemos pensar na ecologia da mídia para compreender a relação entre redes sociais, livros e comunicação oral; relação esta que ocorre em nosso objeto de estudo. Tal teoria se mostra benéfica para entendermos essa relação como um sistema de mídia, ou seja, um ecossistema complexo, com elementos interdependentes, e que podem ser mapeados de acordo com suas características. Neste viés, entendemos a ecologia da mídia basicamente através dos princípios de Marshall McLuhan. 12

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Contudo, foi Neil Postman o primeiro a definir o conceito, em 1970, acreditando que ecologia da mídia é “o estudo das mídias como ambientes”. Explicando melhor, ele argumenta: A ecologia da mídia investiga a questão de como os meios de comunicação afetam a percepção, a compreensão, os sentimentos e valores humanos [...]. A palavra ecologia implica no estudo de ambientes: sua estrutura, conteúdo e impacto sobre as pessoas. Um ambiente é, afinal de contas, um sistema de mensagens complexo que impõe aos seres humanos certas maneiras de pensar, sentir e se comportar. • ele estrutura o que podemos ver e dizer e, portanto, fazer; • ele nos atribui papéis e insiste em que os desempenhemos; • ele especifica o que nos é permitido fazer e o que não é. Às vezes, como no caso de um tribunal, ou sala de aula, ou escritório, as especificações são explícitas e formais. No caso dos ambientes de mídia (ex. livros, rádio, filmes, televisão etc.), as especificações são mais frequentemente implícitas e informais, semiocultas por nossa premissa de que o que estamos lidando não é um ambiente, mas apenas uma máquina. A ecologia da mídia busca tornar estas especificações explícitas 28.

É com McLuhan que a ecologia das mídias é amplamente percebida, por meio dos seus preceitos “o meio é a mensagem” e “aldeia global”29. Sy Taffel (2013, online) conta-nos que o MEA – Media Ecology Association, cujos trabalhos baseiam-se em Postman e McLuhan, “está preocupada principalmente com atividades humanas com o meio ambiente simbólico ou cultural dos meios de comunicação e as ramificações morais dessas interações”. De acordo com Logran (2011, p. 7), a ecologia da mídia em McLuhan pode ser compreendida como as Leis da Mídia, constituída de quatro preceitos: 1. Todo meio, tecnologia ou artefato feito pelo homem acentua alguma função humana. 2. Ao fazê-lo, causa a obsolescência de algum meio, tecnologia ou artefato anteriormente feito pelo homem, que antes era usado para cumprir a mesma função. 3. Ao cumprir sua função, o novo meio, tecnologia ou artefato feito pelo homem recupera alguma forma mais antiga do passado. 4. E, quando levado longe o bastante, o novo meio, tecnologia ou artefato feito pelo homem se inverte, dá uma reviravolta, tornando-se uma forma complementar ou possivelmente oposta (LOGRAN, 2011, p. 7, grifo nosso).

Considerando o nosso objeto, percebemos que ele apresenta no mínimo duas das quatro leis da mídia de McLuhan. Ele “acentua alguma função humana”, ou seja, o Skoob e o Facebook possibilitaram que o grupo se formasse e conversasse, instigando assim, outro tipo de conversa: a comunicação oral, e, desta maneira, recuperando “alguma forma mais antiga do passado”. Essa recuperação também ocorre na medida em que o grupo, para socializar e discutir sobre livros e cultura recorre ao espaço que possui relação histórica com livros. Em outras palavras, cafés e livros ainda despertam uma conexão emocional e cultural para aqueles 28 29

Disponível em: www.media-ecology.org. Acesso em: 01 out. 2014. (MCLUHAN, 1964).

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que deles desfrutam. Neste contexto, as redes sociais não baniram nem a socialização presencial, nem o interesse por uma experiência de consumo compartilhada. Em nossa pesquisa, elas potencializam tal desejo e auxiliam para que este se concretize. Levando em consideração as palavras de Postman, percebemos que a internet, os livros e os cafés formam um “um sistema de mensagens complexo”. Também podemos pensar na teoria figura/fundo de McLuhan, explicada por Robert K. Logran (2011). Para este, “o verdadeiro significado de qualquer „figura‟”, seja ela tecnologia, pessoas, movimentos, texto, “só pode ser determinado levando-se em conta o fundo ou o entorno que essa figura funciona. O fundo proporciona o contexto do qual emerge o pleno significado ou importância de uma figura”. Deste modo, para McLuhan (1969, p. 30), “o ambiente é processo, não recipiente. O ambiente sempre consegue, de algum modo, ser invisível. Só o conteúdo [figura], o ambiente anterior, é perceptível”. Ou seja, quando os skoobers frequentam as cafeterias, e complementam a socialização e a conversa sobre livros com cafés e doces, não possuem o completo discernimento que esta ação não é algo atual, ou próprio do grupo. A relação entre cafés, livros e comunicação oral é construída culturalmente e historicamente. Em outras palavras, “o ambiente é processo”. A diferença, nos dias de hoje, é o auxilio das redes sociais e suas conexões, possibilitando que pessoas que não se conhecem, mas que apreciam livros e cafés, possam se encontrar presencialmente. Assim, o ambiente é possibilitado pelas redes sociais, usufruído por pessoas com gostos em comum, e composto por livros, cafés, conversas, cheiros, tato, doces, cultura, história, literatura e pessoas. Este é o encontro dos skoobers. Considerações Neste primeiro momento, compreendemos que o os skoobers contradiz algumas premissas que são defendidas, tanto no senso comum quanto na própria academia. Demonstra que as redes sociais não só não afastam as pessoas, como também pode proporcionar que elas se aproximem. Que o jovem, por mais que não seja a maioria, lê sim. Que apesar de haver diversos livros para download na internet, o livro físico ainda é apreciado. Que compras pela internet pode ser a maioria, mas a experiência de consumo ainda é muito vivida. Que a arte da conversação ainda é praticada, e em locais que foram relacionados historicamente e culturalmente a esta. Que ler é uma experiência que pode ser complementada; com conversas, pessoas, cafés. Estes, por sua vez, estão presentes na vida dos leitores e arraigado no seu cotidiano tanto quanto os livros. No entanto, é ator coadjuvante, mas quase sempre presente. 14

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