O ser humano

May 25, 2017 | Autor: Lucas Macedo | Categoria: Ética Aplicada
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O ser humano, assim como outros animais têm respostas prontas quando se deparam com diferentes situações, respostas estas que muitas vezes são engraçadas, como um gato que de repente se depara com um pepino (medo ao encontrar algo não familiar). Mas o que faz essas respostas serem interessantes do ponto de vista filosófico? Sobre essa pergunta tratarei nesse ensaio.
As emoções são respostas inconscientes que se manifestam de uma maneira física podendo nos fazer agir (emoção vem do latim: ex movere que pode ser traduzido como movimento para fora). A primeira questão que me vem a mente é: afinal, porque elas existem? Evolutivamente falando poderíamos dizer que as emoções foram selecionadas com o tempo, uma evidência disso seria que elas não estão presentes só na nossa espécie. Não é difícil imaginar uma situação onde as emoções poderiam nos ser úteis. A raiva, por exemplo, nos torna agressivos, nos fazendo aptos para disputar território, comida ou simplesmente nos defender, o medo nos faz evitar lugares altos, evitando também as quedas, assim como lugares escuros ou até mesmo nos faz correr de uma fera qualquer.
As emoções encontram uma função determinada, mas qual a sua natureza? Não é raro pessoas dizerem (inclusive filósofos, como Aristóteles, Descartes ou Kant) que devemos submeter nossas emoções à razão. Nos parece muito intuitivo de que as emoções, se exageradas podem ser muito prejudiciais, nos fazendo ser precipitados. No entanto, ao que me parece a razão e as emoções são manifestações inseparáveis. É interessante notar o caso de Phineas Gage que em 1848 num acidente de trabalho teve uma barra de ferro atravessando a parte frontal de seu cérebro. Impressionantemente Phineas Gage sobreviveu ao acidente e manteve sua coordenação motora, raciocínio lógico e memória. No entnato observou-se que Gage já não era mais o mesmo, se tornou uma pessoa imprevisível e com dificuldade de tomar decisões. Segundo o livro "O Erro de Descartes" outros pacientes com lesões similares também apresentaram dificuldade ao tomar decisões e ao serem submetidos a uma análise neuropsicológica apresentaram baixa reatividade emocional.
As emoções, desse ponto de vista, são o que nos fazer sair da cogitação e análise e partir para a ação. Fazem parte da nossa razão, por mais que parecem ser distintas. Isso faz muito sentido se pensar nas grandes atitudes que tomamos. Entrar numa briga, se casar, fugir de uma injeção e por ai vai. Justamente por ser inseparáveis a razão e as emoções que o estudo dessas emoções que nos fazem agir é uma peça chave quando pensamos em inteligência artificial. Sendo as emoções muito mais que uma resposta do corpo mas também da mente, uma máquina só seria capaz de pensar e agir espontaneamente se fosse dotada de emoções. Mas será que isso é possível? Poderíamos um dia descrever nossas emoções num conjunto de algoritmos? E se conseguirmos? Um sentimento de amor artificial com certeza causaria muita estranheza e dúvida.
As emoções são uma peça-chave para entendermos a natureza humana, e a natureza das emoções pode ser a peça-chave para um neo-humano. Voltando ao exemplo de Phineas Gage, seria possível no futuro criar um simulador de emoções para seu cérebro afetado por um acidente? Quão autenticas seriam essas emoções? Seriam as emoções um simples conjunto de respostas para situações ou algo mais? Algo relacionado à uma alma?
Lucas R R Macedo
Ensaio sobre o interesse filosófico sobre as emoções

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