O SURGIMENTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS E OS \" NATIVOS DIGITAIS \"

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O SURGIMENTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS E OS “NATIVOS DIGITAIS” Jiuvana da Silva1

RESUMO Com o surgimento das novas tecnologias, surgem com elas os denominados nativos digitais, que são as crianças que fazem quase tudo, com o auxílio das tecnologias. Porém, percebe-se, que ainda existem crianças, que não tem acesso a essas tecnologias. A escola tem papel relevante no processo de inclusão desses educandos, na escola e na sociedade. A capacitação dos profissionais da educação é muito importante, pois em alguns casos as crianças sabem mais que seus professores, então, estes devem estar preparados para atender com qualidade, essas crianças que já sabem e ajudar aquelas que ainda, não tiveram a oportunidade de manusear e aprender.

PALAVRAS-CHAVE: Nativos digitais, Escola, processo de ensino- aprendizagem e Capacitação dos profissionais.

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Jiuvana Silva: Graduada em Pedagogia e Especialista em Neuropsicopedagogia e Educação Especial Inclusiva, Neuropsicopedagogia Clínica, Educação do Campo e Mestranda em Educação.

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INTRODUÇÃO

As novas tecnologias estão cada vez mais fazendo parte da vida das pessoas. Existem crianças que nasceram nessa época de constantes transformações tecnológicas, esses são chamados de “nativos digitais” que fazem tudo o que precisam com o auxílio das novas tecnologias. Outro fator relevante é que essas crianças tem muita facilidade para manuseá-las, não precisando muitas vezes da leitura do manual, simplesmente eles vão mexendo e aprendendo com um “estalo de dedos”. Essas crianças usam diversas tecnologias ao mesmo tempo, estudam interagindo com elas e conseguem aprender dessa maneira. Trazendo essas crianças para a sala de aula, surge então o problema, pois elas entendem tudo de tecnologias e muitas vezes os professores ainda não estão preparados, por esse motivo não utilizam os recursos disponíveis em sala. O objetivo da pesquisa foi desenvolver alguns conhecimentos sobre os nativos digitais e como acontece a aprendizagem deles em casa e na escola. Esta pesquisa teve como metodologia a pesquisa bibliográfica a partir de vários autores como FREIRE, LEMOS, SILVA, FEY e outros, que possibilitaram maiores conhecimentos sobre o assunto. A capacitação dos profissionais da educação para utilizar as novas tecnologias também é um passo muito importante, pois se os professores não souberem usar os equipamentos, como vão auxiliar os educandos? Sem contar que com as tecnologias a aula fica mais prazerosa principalmente para a criança que gosta de inovações. Justifica-se, que essa nova era denominada de “nativos digitais”, a cada ano que passa vem com mais intensidade, pois as tecnologias se inovam constantemente, por isso as crianças sempre estão procurando conhecê-las, o papel da escola é tentar readequá-las dentro do ambiente escolar oferecendo auxílio e aperfeiçoamento aos seus educadores. As crianças que vivem no meio rural comparando com as crianças da cidade ainda estão em desvantagem quanto ao uso das novas tecnologias, assim a escola é responsável por diminuir essa desigualdade, oportunizando ás crianças o acesso a elas e utilizando de forma significativa no processo de ensino.

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DESENVOLVIMENTO: As crianças e adolescentes das últimas décadas fazem parte da primeira geração imersa quase que totalmente no mundo digital. Essa geração segundo Prensky, nasceu entre 1980 e 1994. A evolução tecnológica vem trazendo também uma revolução nas escolas, onde os educadores devem sempre se manter atualizados e preparados para atender crianças que já sabem utilizar as tecnologias e possuem muita facilidade para isso. Essas são as crianças chamadas de “Nativos Digitais”, ou seja, são aqueles que já nasceram com essas inovações tecnológicas principalmente com o acesso a internet. Em casa, as crianças da era digital são os responsáveis também em ajudar os pais e as pessoas mais velhas a manusear e utilizar as tecnologias, pois elas não necessitam ler manuais nem explicações. Já os pais, se os filhos não os ajudarem, precisam primeiro ler e entender os manuais para depois ver como irão utilizá-las. Então, nessa nova era em que as novas tecnologias vivem em constantes transformações, essas crianças já estão preparadas para aprender sem maiores dificuldades e quando elas surgem, as crianças são as primeiras a adquirí-las. O interesse das pessoas mais jovens pelas novas tecnologias e suas inovações, faz com que o comércio também continue crescendo. Porém, muitas vezes essas tecnologias têm um alto preço, não sendo acessíveis para todos, o que se torna um problema para as crianças mais carentes que na escola, em muitas ocasiões, ficam perdidas sem saber utilizá-las, mas como elas têm muita facilidade em aprender não fica difícil o professor ensinar. Ainda falando sobre as crianças que não tem igualdade de condições quanto ao acesso às novas tecnologias, estas, apesar de nascerem em uma cultura digital, possuem a diferença social e ainda são imigrantes digitais, ou seja, quando chegarem à escola e se depararem com as tecnologias, as mesmas deverão se adaptar e aprender. Os imigrantes digitais são aquelas pessoas que nasceram em uma época que não existia ainda muitas tecnologias e a internet não era utilizada tanto quanto hoje, mas como já foi falado acima existem exceções de pessoas que nasceram na era digital e não tem intimidade com as tecnologias ainda. Segundo SILVA, p. 4:

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Quando falamos da inserção da tecnologia no campo educacional, remetemo-nos a pensar na reestruturação das práticas escolares, no reinventar dos espaços de aprendizagem, na relação que a educação estabelece com o saber e da compreensão e sentido que os educandos atribuem ao saber.

Conforme citado acima, o papel do educador frente às novas tecnologias é essencial. A escola deverá adequar essas tecnologias no ambiente escolar, possibilitando e repensando com o professor novas formas de ensinar e aprender, para os educandos que já trazem grandes contribuições para isso acontecer, o interesse e a curiosidade. O interesse e a curiosidade das crianças, principalmente dos nativos digitais, é importante e deve ser utilizado pelo professor para instigar a aprendizagem. O educador deve aproveitar essa curiosidade das crianças para planejar novas formas de ensinar. Nas palavras de FREIRE, p. 46, 1996: Uma das tarefas essenciais da escola, como centro de produção sistemática de conhecimento, é trabalhar criticamente inteligibilidade das coisas e dos fatos e a sua comunicabilidade. É imprescindível, portanto que a escola instigue constantemente a curiosidade do educando em vez de “amaciá-la” ou “domesticá-la”. É preciso mostrar ao educando que o uso ingênuo da curiosidade altera sua capacidade de achar e obstaculiza a exatidão do achado. É preciso por outro lado e, sobretudo, que o educando vá assumindo o papel de sujeito da produção de sua inteligência do mundo e não apenas o de recebedor do que lhe seja transferida pelo professor.

A escola é essencial nesse processo de ensino, principalmente com o uso das novas tecnologias, pois os educandos precisam saber usar, mas usar com criticidade, tirando proveito das coisas que contribuam no processo de pesquisa e aprendizagem. No que diz respeito às tecnologias, nota-se ainda que muitos professores têm resistência quanto ao uso dessas ferramentas, o que torna-se um sério problema nas escolas, pois muitas vezes os mesmos não estão preparados para utilizá-las. Conforme SILVA, p. 12: Por isso, volto à ideia de que a era tecnológica está determinando uma nova ordem econômica e social nos mais variados campos da ação humana, especialmente na área da educação. A evolução da tecnologia vem provocando uma revolução no ensino e consequentemente no processo de construção do conhecimento. E, esta nova possibilidade apresentada ao processo educacional precisa ser planejada, perseguida e reflexionada para haver a construção do conhecimento.

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As escolas têm um papel muito importante nesse processo de adequação aos aparelhos tecnológicos e isso geralmente é uma difícil tarefa, aonde, nas escolas públicas os governos vem mandando diversos equipamentos. Então, os aparelhos algumas escolas já possuem, é necessário, portanto, os professores estarem capacitados para utilizá-los. Não se pode dizer que todos os professores não utilizam as tecnologias, alguns já as trazem para as salas de aulas e se esforçam para oferecer aulas mais atraentes e interativas para os educandos. Nas escolas do campo, os educandos que nasceram na era digital, comparando com as crianças da cidade, não estão totalmente imersos nesse mundo, cabendo à escola oportunizar as tecnologias digitais para essas crianças, diminuindo assim a desigualdade. No campo, tudo é mais difícil, como o acesso a internet e a computadores que geralmente as famílias não possuem, por isso que os educandos vêm para a escola entusiasmados e querendo sempre aprender. Como já mencionado, as crianças nascidas na era digital estão preparadas para aprender de diversas formas e com diversos aparelhos tecnológicos ao mesmo tempo e isso deve ser levado em consideração pelos educadores e equipe escolar.

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CONCLUSÃO

A cada ano que passa nascem novas crianças denominadas de nativos digitais, isso implica às escolas e educadores um olhar mais significativo e a necessidade de estarem preparados para atender com qualidade esses educandos. Em primeiro lugar, os educadores devem adequar sua metodologia, aprendendo a se comunicar com seus educandos na língua e estilo que eles estão acostumados. Segundo LEMOS, 2009: Os nativos digitais impõem a nós, adultos, um desafio: conectar-se já! Não há mais como ter outra opção além desta.O fato é que pesquisas empíricas relatam insatisfação dos nativos digitais com a escola, com a mesmice do cotidiano da sala de aula. Por outro lado, professores que trabalham com essa geração, em geral, comentam como está difícil dar aula para essa faixa etária.

A estrutura escolar deve oportunizar ótimas condições de trabalho e apoio aos educadores, pois eles não são meros espectadores das tecnologias e sim agentes ativos que devem utilizá-las da melhor forma possível melhorando assim a aprendizagem. “A ressignificação do saber e fazer do professor na interação com os nativos digitais não parece ser uma tarefa fácil, considerando a própria resistência que os professores apresentam em relação às possíveis mudanças nas práticas em sala de aula” SILVA, p.06. Então, antes de qualquer coisa, cabe resaltar que os professores devem ser capacitados para aprenderem a utilizar as tecnologias no processo de ensino-aprendizagem. Os educadores devem usar as tecnologias com trabalhos que chamem a atenção da criança e a aprendizagem aconteça de forma mais significativa. As crianças que residem no campo, muitas vezes têm desigualdades quanto ao acesso e uso das tecnologias, portanto os professores que atendem esses educandos têm um papel muito importante, ou seja, os mesmos devem levar as tecnologias até essas crianças, fazendo com que elas aprendam e saibam utilizar para melhorar a aprendizagem. Muitos professores ainda estão resistentes à mudanças no ensino com a utilização dos meios tecnológicos, mas pouco a pouco esse cenário está mudando, onde o incentivo da escola e do poder público é fator essencial para melhorar e adequar as salas de aulas, oferecendo assim ao professor o auxílio das tecnologias que são cativantes e estimulantes para nossas crianças nascidas em um mundo altamente digital.

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Sendo assim, o professor poderá também enfocar e trabalhar o uso da internet, fazendo com que o educando perceba as vantagens que ela pode trazer se utilizada de maneira adequada, servindo para fazer pesquisas muitas vezes impossíveis, pois através dela é possível obter informações e novidades do mundo inteiro.

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REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia Saberes Necessários a Prática Educativa. São Paulo- SP, Editora Paz e Terra, 1996. FEY, Ademar Felipe. A Linguagem na Interação Professor-Aluno na Era Digital:Considerações Teóricas. Disponível em: tecnologiasnaeducacao.pro.br/.../A-linguagem-na-interação-professor... Acesso 13/01/2013.

em:

LEMOS, Silvana. Nativos digitais x aprendizagens:um desafio para a escola. 2009. Disponível em: www.senac.br/BTS/353/artigo-04.pdf. Acesso em: 13/01/2013. NEVES, Maria Aparecida Campos Mamede, DUARTE, Rosalia. O Contexto dos Novos Recursos Tecnológicos de Informação e Comunicação e a Escola. Disponível em: www.scielo.br/pdf/es. Acesso em: 13/01/2013.

PASQUARELLI, Maria Luiza Rigo, Normas para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos (ABNT/NBR-14724). Osasco, 2002. PRENSKY, Marc. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. 2001. Disponível em: www.marcinholima.com.br/aulas/files/TCE/nativos.pdf. Acesso em: 14/01/2013. SILVA, Fabiana Cabrera. Entre Imigrantes e Nativos Digitais: Usos e Relações Com o Computador. Disponível em: www.fe.ufrj.br/.../trabalhos/UMESP. Acesso em: 13/01/2013.

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