O tempo e o espaço no ensino da história e da geografia na formação inicial de professores da Escola Superior de Educação de Lisboa.

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ATAS XIII CONGRESSO SPCE

ORGANIZAÇÃO INTRODUÇÃO ÍNDICE -1-

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ORGANIZAÇÃO

ATAS XIII Congresso SPCE Fronteiras, diálogos e transições na educação COORDENAÇÃO

Cristina Azevedo Gomes Maria Figueiredo Henrique Ramalho João Rocha ISBN

978-989-96261-6-4 DATA

Dezembro, 2016 LOCAL DE EDIÇÃO

Escola Superior de Educação de Viseu DESIGN

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COMISSÃO ORGANIZADORA

COMISSÃO CIENTÍFICA

- II -

ATAS DO XIII CONGRESSO SPCE, 2016 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E AGENTES EDUCATIVOS

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O TEMPO E O ESPAÇO NO ENSINO DA HISTÓRIA E DA GEOGRAFIA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE LISBOA Alfredo Dias1, Maria João Hortas2 , Nuno Martins Ferreira3 1

Escola Superior de Educação de Lisboa (PORTUGAL), [email protected] Escola Superior de Educação de Lisboa (PORTUGAL), [email protected] 3 Escola Superior de Educação de Lisboa (PORTUGAL), [email protected] 2

Resumo Esta comunicação tem como objetivo analisar a centralidade dos conceitos de Espaço e de Tempo na promoção das competências dos saberes histórico e geográfico, partindo da ideia de que ambos os conceitos se constituem como âncoras que contribuem para garantir uma perspectiva interdisciplinar no ensino da história e da geografia. Reconhecendo que o programa de História e Geografia de Portugal do 2.º Ciclo do Ensino Básico nos convida a assumir esta perspetiva interdisciplinar. Sabemos, contudo, que nem sempre ela está presente nas salas de aula. Importa fundamentar, através de um olhar epistemológico, a necessidade de mobilizar aqueles conceitos nas diferentes unidades temáticas do programa daquela disciplina e garantir uma abordagem que integre os saberes da história e da geografia. Por outro lado, é fundamental que esta perspetiva seja assumida no contexto da formação inicial dos estudantes candidatos a futuros professores. A unidade curricular História e Geografia de Portugal I, da Licenciatura em Educação Básica da Escola Superior de Educação de Lisboa, prevê o estudo da interinfluência entre as características físicas do território e os processos históricos que conduziram à formação da nacionalidade. A estrutura do guião do trabalho, que os estudantes devem seguir, indicia o caráter interdisciplinar dos objetivos gerais da unidade curricular. Propomos abordar esta dimensão interdisciplinar da seguinte forma: a) Tempo e Espaço na Construção do Saber Histórico-Geográfico; b) as dimensões espácio-temporais no programa História e Geografia de Portugal do 2.º Ciclo do Ensino Básico; c) História e Geografia de Portugal I na Escola Superior de Educação de Lisboa: uma abordagem interdisciplinar. Palavras-chave: Espaço; Tempo; Ensino da História; Ensino da Geografia; Formação Inicial de Professores.

Abstract This communication aims to analyze the centrality of the concepts of space and time in promoting the skills of historical and geographical knowledge, based on the idea that both concepts are anchors that help to ensure an interdisciplinary perspective in the teaching of history and geography. nd Recognizing that the History and Geography of Portugal program for the 2 cycle of basic education invites us to take this interdisciplinary perspective, we know however that it is not always present in the classroom. It is important to support, through an epistemological look, the need to mobilize those concepts in the discipline program and ensure an approach that integrates the knowledge of history and geography. On the other hand, it is important that this perspective is taken in the context of initial training of the future teachers. The curricular unit History and Geography of Portugal I, in the Bachelor degree in Basic Education at the School of Education of Lisbon provides a link between the physical characteristics of the territory and the historical processes that led to the formation of nationality. The structure of the script work suggests the interdisciplinary character of the general objectives of the curricular unit. We propose this interdisciplinary dimension as follows: a) Time and Space in the construction of historical and geographical knowledge; c) The spatio-temporal dimensions in the History and nd Geography of Portugal programm of the 2 cycle of basic education; d) History and Geography of Portugal I at the School of Education of Lisbon: an interdisciplinary approach.

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Keywords: Space; Time; Teaching of History; Teaching of Geography; Initial Teacher Training.

INTRODUÇÃO Partimos do reconhecimento de que as noções de espaço e tempo se constituem como os conceitos nucleares quer da história, quer da geografia, contribuindo decisivamente para a complementaridade destas duas disciplinas das ciências sociais e humanas, atrevendo-nos a considerar a hipótese de se afirmar um discurso histórico-geográfico, no campo do saber científico. Da centralidade destes dois conceitos no processo de construção do saber histórico-geográfico resulta a pertinência de valorizar, na formação inicial de professores do ensino básico, em particular do 2.º Ciclo do Ensino Básico (2.º CEB), por um lado, a relevância dos conceitos de espaço e de tempo para a compreensão dos fenómenos sociais e, por outro lado, para a formação de cidadãos histórica e geograficamente competentes. Assim, num primeiro momento, propomo-nos analisar de que forma os conceitos de espaço e tempo contribuem para aprofundar a complementaridade científica entre a história e a geografia. No segundo ponto, ensaiamos uma breve análise do programa da disciplina de História e Geografia de Portugal (HGP) do 2.º CEB, tentando identificar o lugar que nele ocupam os conceitos de espaço e tempo. Finalmente, no terceiro ponto desta comunicação, refletimos sobre a experiência que está a decorrer na Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx), com a integração das unidades curriculares de História e Geografia de Portugal I e II no plano de estudos do 1º ciclo de formação, promovendo uma abordagem articulada dos fenómenos espácio-temporais que ocorrem no processo de questionamento e construção permanente da realidade nacional.

1 PROBLEMÁTICA E LINHAS METODOLÓGICAS Definimos como problemática deste estudo que a complementaridade científica entre a história e a geografia, alicerçada na centralidade das noções de espaço e tempo, deve ser apropriada por uma educação histórico-geográfica potenciadora de uma abordagem interdisciplinar na construção do conhecimento espacio-temporal. A resposta à problemática definida organiza-se em três momentos. O primeiro momento, alicerça-se numa revisão da literatura sobre a epistemologia da história e da geografia, mobilizando alguns nomes de referência que nos ajudam a identificar os conceitos centrais na construção do conhecimento histórico e geográfico. Entre estes, destacamos os nomes de Vidal de la Blache, Paul Claval, Orlando Ribeiro, Milton Santos, Fernand Braudel, George Duby e José Mattoso. Pretende-se avançar com uma reflexão que permita aprofundar a complementaridade científica entre a história e a geografia e sustentar a opção por uma abordagem espacio-temporal nas unidades curriculares de História e Geografia de Portugal da formação inicial de professores da ESELx. No segundo momento, a análise foca-se nas finalidades histórico-geográficas definidas para o 2.º Ciclo do Ensino Básico (2º CEB), procurando explicitar o lugar ocupado pelos conceitos de tempo e espaço no programa da disciplina de HGP, em vigor naquele nível de ensino. Pretende-se, a partir de uma reflexão que tem como pano de fundo a temporalidade histórica e a espacialidade geográfica identificar: (i) as dimensões espacio-temporais presentes nos diferentes subtemas do programa de HGP; (ii) os subtemas que suscitam uma abordagem interdisciplinar entre a história e a geografia; (iii) as potencialidades do programa para a construção de um olhar integrado e integrador do saber históricogeográfico, no sentido da compreensão totalizante das realidades histórico-geográficas que caracterizam o passado histórico de Portugal e explicam as características do seu território. No terceiro momento, dedicado ao trabalho desenvolvido na formação inicial de professores da ESELx, a análise centra-se na apresentação e exploração de evidências na ficha de unidade curricular de História e Geografia de Portugal I (2015-16) que ilustram a abordagem interdisciplinar, em que se prevê o estudo da interinfluência entre as características físicas do território e os processos históricos que conduziram à formação e consolidação da nacionalidade. Para este último ponto foram mobilizados os objetivos e competências definidos para a unidade curricular e exploradas as potencialidades do guião de trabalho proposto, no qual se pretende que cada grupo de trabalho seja capaz de mobilizar, articuladamente, conhecimentos e metodologias da História e da Geografia.

2 TEMPO E ESPAÇO NA CONSTRUÇÃO DO SABER HISTÓRICO-GEOGRÁFICO

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A complementaridade dos saberes histórico e geográfico resulta, em grande medida, do caráter estruturante que assumem os conceitos de espaço e tempo na construção dos discursos da história e da geografia, uma abordagem que tem acompanhado o percurso destas duas ciências ao longo do tempo. A interinfluência que cada uma das disciplinas exerce sobre a outra é testemunhada pelos autores que se dedicam ao estudo da história da geografia e da história da história, bem como aqueles que nos oferecem a análise dos percursos biográficos de geógrafos e historiadores (Agulhon et al, 1989; Claval, 1995; Sales, 2005; Barros, 2010). Para Vidal de La Blache (1845-1918), fundador da nova escola francesa de geografia e impulsionador dos Annales de géographie (Claval, 1995), “L´Histoire d’un peuple est inséparable de la contrée qu’il habite” (p. i) (Dias & Hortas, 2015, p. 191). Esta afirmação surge na nota de abertura (Avant-propos) do primeiro dos vinte e um volumes de uma extensa História da França (1903-1922): La France. Tableau de la géographique (1903). Dirigida pelo historiador Ernest Lavisse (1842-1922), esta obra constitui-se como um momento de viragem da geografia francesa pelo contributo (i) na construção da autonomia científica da disciplina, afastando-a do estatuto de “olho da história” e, (ii) na redefinição do seu campo de atuação em paralelo com a história, aprofundando-se a interação entre as duas (Sierra, 2011). Com Vidal de La Blache, os anos de viragem para o século XX são vividos por uma aproximação entre as duas disciplinas: “Tandis que les historiens utilisent des tableaux géographiques à fonction mémorielle et patriotique – qui s'érigent en genre littéraire – pour introduire leurs écrits, les géographes placent souvent au seuil de leurs monographies régionales des récits historiques” (Sierra, 2011, p. 60). Roger Dion (1896-1981), seguindo a linha de Vidal de La Blache, ao desenvolver os seus estudos sobre o Vale de Loire propõe a criação de uma nova geografia histórica, entendendo-a “como uma história da ocupação do solo e uma interpretação da paisagem humanizada” (Dias & Hortas, 2015, p. 191). Esta linha do pensamento geográfico da escola francesa é protagonizada por nomes que se assumem como geógrafos e historiadores. Apesar dos movimentos pendulares de aproximação e afastamento entre as duas ciências serem um facto ao longo do século XX (Sierra, 2011), a escola francesa é um exemplo particularmente frutuoso quando partimos em busca das especificidades e das complementaridades científicas entre as duas ciências, quer ao nível das perspetivas epistemológicas que lhes estão subjacentes, quer ao nível da investigação empírica realizada. Assim se compreende melhor a influência de Vidal de La Blache não só na evolução do pensamento geográfico francês, mas também no desenvolvimento da historiografia, em particular quando se reconhece que a difusão da geografia vidaliana, sensível à longa duração, joga um papel motor na rutura dos Annales com a história política e factual, a favor de uma história económica e social (Claval, 1995; Sierra, 2011). Este é o caminho que leva Fernand Braudel a propor uma geo-história, alicerçada numa obra considerada como um ponto de viragem na perspetiva interdisciplinar entre a geografia e a história – La Méditerranée à l'époque de Philippe II (1949) –, que se define como o estudo geográfico dos processos históricos, promovendo um projeto epistemológico específico (Sierra, 2011). Antes, já Lucien Febvre havia mobilizado as conceções de espaço de La Blache para refletir sobre as relações entre o meio físico e o meio social, do que resultou a obra A Terra e a Evolução Humana, publicada em 1922 (Barros, 2010). Contudo, é Fernando Braudel o primeiro a aplicar estas noções a um objeto historiográfico mais específico e de maior magnitude. O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico no tempo de Felipe II (1945) – obra que se celebrizou por entremear para um mesmo objeto o exame de três temporalidades distintas (a longa, a média e a curta duração), cada qual com seu ritmo próprio – traz precisamente no primeiro volume, dedicado ao estudo de uma longa duração onde tudo se transforma muito lentamente, um paradigma que marcaria toda uma geração de historiadores: a ideia de estabelecer como ponto de partida da análise historiográfica o espaço geográfico (Barros, 2010, pp. 73-74). Braudel, ao criar aquele neologismo, coloca o espaço como sujeito central da história. Esta nova abordagem aproxima-se do que poderemos considerar como uma rutura epistemológica, oferecendonos um quadro analítico alicerçado num pensamento histórico-geográfico, onde se concilia uma nova perspetiva de tempo histórico e de espaço geográfico. O tempo histórico é aqui entendido na inter-relação entre a longa duração (estrutural), a média duração (conjuntural) e a curta duração (factual). Nas palavras de Emmanuel Le Roy Ladurie,

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estamos perante uma trilogia temporal: estrutura espacial, conjuntura económica, acontecimento político (Sierra, 2011). No que diz respeito ao espaço, Braudel associa-o à longa duração, perspetivando-o como a primeira condicionante que se impõe às sociedades humanas. Neste sentido, Poloni-Simard (2005) não hesita em rotular Fernand Braudel como o historiador do espaço. Em síntese, a geo-história, sublinhando que o espaço não pode pensar-se independentemente do tempo, desenvolve o conceito de “espaço-tempo”, devendo encontrar uma resposta integrada às duas questões essenciais, uma da geografia, “Porquê ali?”, e outra da história, “Porquê nesse momento?” (Sierra, 2011). Ainda segundo Sierra (2011), depois de 2000, aprofundou-se a atenção dos historiadores pelo espaço e dos geógrafos pelo tempo, abrindo-se uma nova fase no diálogo entre a história e a geografia, a que não deverá ser estranho o processo da globalização a partir do último quartel de novecentos, com os seus efeitos políticos, económico-sociais e culturais. Neste sentido, encontramos as investigações históricas que tendem a focar-se em objetos territorializados, sublinhando a sua historicidade: o espaço, os cortes territoriais, as fronteiras, as redes de cidades e de transportes, a paisagem, o ambiente. No campo da geografia, Orlando Ribeiro mobiliza o conceito de tempo na primeira edição de Introduções Geográficas á História de Portugal (1977), como elemento essencial na compreensão da configuração e natureza de um território, associando-o às diversas influências que sucessivas gerações imprimiram na fisionomia dos lugares: a “terra de um povo” é o resultado de uma “combinação, original e fecunda, de dois elementos: território e civilizações” (Ribeiro, 2001, p. 15). Milton Santos, na obra A Natureza do Espaço (1996), reporta-se ao tempo como um dos conceitos a partir dos quais a geografia opera, a par dos conceitos de totalidade, técnica e sistemas de objetos e ações. Na abordagem ao espaço como uma totalidade, o autor define quatro categorias de análise – forma, função, estrutura e processo – que, analisadas de forma relacional, permitem compreender a construção do espaço ao longo do tempo (Santos, 1992). Na sua perspetiva, um determinado lugar é o resultado de ações, processos e tempos, devendo ser analisado na sua totalidade. Assim, o espaço é composto por um conjunto de sistemas de objetos naturais ou fabricados, e de sistemas de ações, deliberados ou não, que interagem e se constituem como “um quadro único no qual a história se dá” (Santos, 1996, p. 51). A cada época novos objetos e novas ações vêm juntar-se às outras, modificando o todo, tanto formal quanto substancialmente (Santos, 2008, p.46). O homem é o principal ator da transformação e construção socioespacial, mobilizando o passado para atuar no presente e projetar o futuro. Este aprofundar de uma abordagem interdisciplinar entre a história e a geografia reflete-se ainda em dois caminhos que historiadores e geógrafos têm trilhado e que podemos analisar numa perspetiva complementar. Por um lado, ao macro espaço de Braudel foi-se associando também o micro espaço, genericamente rotulado de “história local”. Por outro lado, a associação da geografia à história ao nível da longa duração estende-se também à curta duração, à história política, dos acontecimentos, considerada como “estudo deste infindável devir de territorialidades que se constituem a partir dos espaços físicos, mas também dos espaços sociais, culturais e imaginários” (Barros, 2010, p. 82). Este longo diálogo entre a geografia e a história, que já conta mais de um século, resulta então num quadro de análise da realidade social centrado num triângulo conceptual formado pelos conceitos de tempo, espaço e homem. Com a introdução da geo-história e do tempo longo de Braudel, reforçam-se as relações entre as duas disciplinas e o meio passa a ser considerado como um elemento constitutivo da sociedade. Mesmo quando a nova geografia, assente num paradigma quantitativo e recorrendo aos modelos para interpretação da realidade, se afasta desta história, a proximidade subsiste graças à geografia política que considera as fronteiras como o “tempo inscrito no espaço” e à “time geography” que fala da história como uma sucessão de geografias (Bailly & Ferras, 2006). Georges Duby (1992) consubstancia a aproximação da história e da geografia à ideia de observação, descrevendo o trabalho do geógrafo como alguém que olha e explica a paisagem e prestando a sua “homenagem a esta disciplina ‘a mais arrebatadora das ciências do homem’ porque é a ‘ciência do ar livre’ ” (Boucheron, 2005, p. 281). O geógrafo olha uma paisagem e esforça-se por explicá-la. Sabe que esse objecto, verdadeira obra de arte, é o produto de uma longa elaboração, que ele foi moldado ao longo dos tempos, e ainda hoje é transformado, pela acção colectiva do grupo social instalado nesse espaço. Por isso, o geógrafo sente-se obrigado a estudar antes de mais o material, quer dizer, os elementos físicos talhados pouco a pouco por esse grupo, mas não menos atentamente as forças, os desejos, a configuração deste último, ou seja, a fazer um pouco de historiador (Duby, 1992, p. 12).

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A atividade de observação da paisagem, como enuncia Georges Duby, remete-nos, pois, para o conceito de espaço, em primeiro lugar de espaço geográfico, projetado e construído pelo homem e, por isso, integrado na história. Em última análise, o espaço geográfico assume-se como um produto social (Bailly & Ferras, 2006). O homem – a sua ação e o seu pensamento – é assim associado ao conceito de espaço, oferecendolhe uma dimensão social que se concretiza ao longo do tempo. Do mesmo modo que o espaço geográfico implica o envolvimento da presença humana, também, não há história, como afirma Lucien Febvre (1989), que não seja a história do homem. Homem, tempo e espaço articulam-se num triângulo conceptual que, de forma indissociável, nos oferece a possibilidade de compreender e explicar os fenómenos sociais que interrogamos nos processos de investigação que cada cientista abraça no seu ofício: uma sociedade, como uma paisagem, é um sistema de que múltiplos factores não são de causa e efeito mas de correlação, de interferência, e que é um bom método, num primeiro momento, examiná-los um por um, pois cada um deles age e evolui segundo o seu próprio ritmo, mas que se torna imperativo considerá-los na indissociável coesão que os reúne se queremos compreender o funcionamento do sistema. Os mesmos princípios que desde então refiro. E o estudo das paisagens tinha-me também permitido entrever que, entre esses factores, cuja conjunção dirige o destino das sociedades humanas, aqueles que tocam a natureza, ou seja, a matéria, não prevalecem necessariamente sobre os outros que dependem da cultura, logo, do espírito (Duby, 1992, pp. 12-13). Encontramos finalmente o nosso ponto de chegada: uma vez identificados os conceitos nucleares que explicam a complementaridade científica entre a geografia e a história – Espaço-Tempo-Homem – importa reconhecer de que modo, a educação histórica e geográfica é capaz de mobilizar todas as potencialidades desta dinâmica interdisciplinar entre a geografia e a história, e assim contribuir para o desenvolvimento de competências espácio-temporais.

3. DIMENSÕES ESPÁCIO-TEMPORAIS NO PROGRAMA DE HGP DO 2.º CEB Pretendendo focar a nossa análise nas finalidades histórico-geográficas do 2.º CEB, propomo-nos analisar o lugar ocupado pelos conceitos de tempo e espaço no programa da disciplina de HGP, em vigor naquele nível de ensino. Num primeiro olhar, mais superficial, são aparentemente óbvios os subtemas que, regra geral, são associados ao domínio da história ou ao domínio da geografia, tendo como referência os conteúdos e os conceitos que lhes estão associados. No que diz respeito à geografia, destacamos, a título de exemplo, o sub-tema “Ambiente Natural e Primeiros Povos”, o qual se propõe trabalhar a posição geográfica da Península Ibérica (PI), tendo por referência a Europa e o Mundo; os traços morfológicos da PI, assim como a sua rede hidrográfica, o clima e a vegetação natural; ou, ainda, a relação entre os recursos naturais e a fixação dos primeiros povos (Ministério da Educação, 1991, vol. II, pp. 11-12). No que respeita aos conceitos identificados, estes não deixam lugar para dúvidas de que estamos perante um subtema que incide sobre o campo científico da geografia. Dando apenas alguns exemplos, podemos nomear os seguintes: atlas, continente, rosa-dos-ventos, planalto, península, precipitação, etc.. Saltando para um subtema que é abordado no 6.º ano de escolaridade – “Os Lugares onde Vivemos” – são propostos conteúdos relacionados com as realidades do mundo urbano e rural, remetendo para conceitos como povoamento, acessibilidade, saneamento básico e equipamento coletivo (Ministério da Educação, 1991, vol. II, p. 38). Num outro sentido, são diversos os subtemas que são enunciados como pertencendo ao campo do saber histórico. Também a título de exemplo, relembramos “Um Reino Chamado Portugal”, cujo conteúdo remete para a ação de D. Afonso Henriques e a luta pela independência e cujos conceitos propostos são condado, fronteira, independência, reino e monarquia (Ministério da Educação, 1991, vol. II, p. 16). Na mesma linha, encontramos o subtema “A Revolução Republicana”, incidindo sobre o processo de implantação do regime republicano em Portugal, mobilizando os seguintes conceitos: república, alfabetização, sindicato e greve (Ministério da Educação, 1991, vol. II, p. 31). Não obstante esta aparente vinculação dos subtemas a uma das duas áreas do saber que emprestam o nome à disciplina de HGP da 2.º CEB, a análise mais profunda de cada um dos subtemas convida-nos a considerar que cada um deles tem potencialidades didáticas que podem ser

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desenvolvidas no sentido de oferecer aos alunos uma visão interdisciplinar das realidades históricogeográficas do espaço e tempo nacionais. A temporalidade histórica é, em pano de fundo, oferecida pela organização cronológica dos temas abordados ao longo dos subtemas definidos para o programa. No entanto, as noções temporais são aprofundadas quando o próprio programa sugere, naquilo que designa de “articulação com os objetivos gerais” que se “desenvolvam o conceito de mudança através do reconhecimento de diferenças entre as comunidades recolectoras e agro-pastoris”, “distingam diferenças entre este período [séc. XIII] e a nossa época” ou “reconheçam alterações que a expansão operou em Portugal e no mundo, sensibilizando-se para os conceitos de interacção e causalidade”. A espacialidade geográfica sendo óbvia nos dois exemplos anteriormente apresentados, vai, também ela, muito mais longe, quando se aposta que os professores “desenvolvam os conceitos de diferença/contraste através do conhecimento da distribuição das diferentes actividades económicas e dos modos de vida dos diversos grupos sociais” [no século XIII], “reconheçam o contributo das grandes viagens para o conhecimento da terra” ou “estabeleçam relações entre as formas de organização do espaço português no século XVIII e os elementos naturais e humanos”. Os exemplos atrás enunciados sugerem algumas considerações: (i) as dimensões espacio-temporais encontram-se presentes nos diferentes subtemas do programa de HGP; (ii) todos os subtemas convidam os docentes a mobilizar os conceitos de espaço e tempo, e outros que a estes estão associados, para garantir uma abordagem interdisciplinar entre a história e a geografia, tendo por objeto de estudo a realidade política, económica, social e cultural de Portugal; (iii) que é nesta dinâmica interdisciplinar, que nos aproxima do olhar integrado e integrador do saber históricogeográfico, que mais facilmente contribuímos para uma compreensão totalizante das realidades histórico-geográficas que caracterizam o passado histórico de Portugal e explicam as características do seu território. Finalmente, o que falta sublinhar é a condicionante facilitadora ou impeditiva desta abordagem integrada entre a história e a geografia do programa do 2.º CEB, a saber, esta abordagem depende das opções metodológicas dos docentes do 2.º CEB que lecionam a disciplina de HGP. Dito de outro modo, importa assumir que esta é uma opção que deve estar presente, de forma explícita, na formação inicial de professores deste nível de ensino.

4 HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL I NA ESELX: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR 1

A inserção da História e Geografia de Portugal I (HGP I) na Licenciatura em Educação Básica visa desenvolver competências no campo científico e didático no âmbito das Ciências Sociais, em particular no que se refere ao Estudo do Meio Social (à escala local) e à História e à Geografia de Portugal (às escalas regional e nacional). Privilegiando uma abordagem interdisciplinar, HGP I prevê o estudo da interinfluência entre as características físicas do território e os processos históricos que conduziram à formação e consolidação da nacionalidade. Assim, numa perspetiva sincrónica e diacrónica, os estudantes poderão desenvolver a sua capacidade de mobilizar ferramentas de análise que lhes permitam compreender (i) as características físicas do território, (ii) as raízes históricas da formação de Portugal 2 e, (iii) as manifestações culturais do passado . De entre as competências que os estudantes devem adquirir, salienta-se (a) compreender a complexidade do mundo contemporâneo a partir do conhecimento científico sustentado numa perspetiva histórico-geográfica; e (b) reconhecer as interinfluências entre as principais características físicas do território português, e o processo de formação e organização do território nacional. Esta articulação entre os conhecimentos histórico e geográfico é reforçada com o contributo em sala de aula de dois docentes, um de cada uma das ciências sociais referidas. Tendo em conta os objetivos de aprendizagem enunciados, sobretudo o da abordagem interdisciplinar, em que se prevê o estudo da interinfluência entre as características físicas do território e os processos históricos que conduziram à formação e consolidação da nacionalidade, é proposto um trabalho de grupo no qual se pretende mobilizar, articuladamente, conhecimentos e metodologias da História e da Geografia. O trabalho de grupo é uma opção metodológica central no que toca à importância do conhecimento histórico e geográfico. Aquele trabalho reveste-se de um exercício que tem por objetivo desenvolver 1

Reportamo-nos a HGP I, pois a unidade curricular HGP II apenas entrará em funcionamento no primeiro semestre do ano letivo 2016/2017. 2 Informações retiradas da Ficha de Unidade Curricular (documento interno).

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as competências da História e da Geografia (pesquisa, tratamento e comunicação da informação) (Mattoso, 1988), a partir de um território que permita conhecer: i) o passado histórico, compreendido entre o nascimento do País (século XII) e a introdução do Liberalismo em Portugal (século XIX); ii) os fatores físicos que explicam as diferentes fisionomias, nomeadamente ao nível do relevo, do clima e da rede hidrográfica; e, iii) a contextualização da realidade portuguesa nos espaços europa-mundo. A cada grupo é atribuído um território que deve ser trabalhado a partir de um guião de análise fornecido pelos docentes. No seuestudo dever-se-ão ter em conta diferentes aspetos, tais como: a indicação do nome do local na atualidade; a localização geográfica e administrativa do local (país, região, município, freguesia, ruas/praças na sua confluência); uma breve descrição do local na atualidade; a principal função do local na atualidade (no quotidiano e, eventualmente, em momentos particulares); a caracterização do período histórico para que remete, tendo em conta alguns dos acontecimentos históricos a que ficou associado; e a evolução da apropriação do local (se possível, desde a sua fundação até ao presente). Os territórios selecionados estão associados aos respetivos módulos da unidade curricular, referentes aos conteúdos de história, enquanto que os conteúdos da geografia estão integrados transversalmente nos mesmos. De seguida, apresentam-se os exemplos de territórios passíveis de serem trabalhados à luz da articulação entre os conhecimentos histórico e geográfico, propostos pelos docentes: Módulo 3 (A Península Ibérica: primeiros povos e ocupação do território) – Mértola islâmica e Conímbriga; Módulo 4 (Portugal medieval: reconquista e a formação de Portugal, sécs. VIII-XIV) – Lisboa medieval, castelo de Sintra, Sortelha e Castelo de Tomar; Módulo 5 (Portugal e o mundo: a construção de um espaço ultramarino, sécs. XV-XVII) – Torre de Belém; Módulo 6 (Portugal setecentista: O império luso-brasileiro e monarquia absolutista, sécs. XVII-XVIII) – Palácio-convento de Mafra. O trabalho de grupo desta unidade curricular bem como o contributo científico dos docentes, um de história e outro de geografia, acentua a ideia de que o espaço geográfico é essencial no estudo do tempo histórico. No caso específico de HGP I, sem a perceção da evolução dos diferentes espaços ao longo da história de Portugal, torna-se difícil compreender os movimentos de alargamento e contração do território no período da reconquista cristã ou durante a expansão ultramarina. O nascimento e desenvolvimento do país, a partir da sua caracterização geográfica, permite uma compreensão holística do nosso passado humano, passado esse que, qual organismo vivo, sofreu mutações, incorporou territórios, perdeu ou abdicou de outros. Como tão bem identificou Ribeiro (2001), a preocupação com a geografia surgiu com as primeiras descrições historiográficas. De entre os muitos exemplos que podemos encontrar na nossa produção escrita, releve-se os Lusíadas de Camões que, antes de iniciar a descrição da gesta ultramarina portuguesa, revelou uma intenção inicial: Primeiro tratarei da larga terra / Depois direi da sanguinosa guerra (canto III, estrofe 5, cit. por Ribeiro, 2001, p. 17). A construção da ideia de uma identidade nacional, ideia essa que conheceu avanços e recuos, à luz das conjunturas históricas, é hoje entendida como resultado do contributo articulado entre a história e a geografia. É inegável que, para além das vicissitudes da história, há que contar com as dualidades geográficas e espaciais existentes no território – litoral/interior, norte/sul, capital/província (Ribeiro, 1998; Martins, 2007) – que caracterizam uma diversidade geográfica que pode ser dividida em três grandes regiões naturais: norte atlântico, norte interior e sul mediterrânico (Mattoso, 1986; Ribeiro, 1998). Conte-se igualmente com a Cordilheira Central que divide o norte do sul, e, no litoral, com a área de planícies e colinas que servem de comunicação entre o norte e o sul. Apesar destas diferenças, a questão da identidade nacional deve ser lida à luz do contexto ibérico, pois “se o destino histórico separou e tendeu a isolar os dois Estados ibéricos, as suas origens são em larga parte comuns e a sua evolução em longa parte também paralela” (Ribeiro, s.d., p. 131). É por isso que Ribeiro (s.d) defendeu, com exemplos, num texto que deve constituir, ainda hoje, leitura obrigatória para estudo destas questões, a existência de uma continuidade geográfica na península que não corresponde à delimitação das fronteiras políticas: “o contraste entre Galiza litoral e interior repete-se entre o Minho e Trás-osMontes; a Beira Baixa e o Alentejo são afins da Estremadura espanhola […]. A ideia duma «individualidade geográfica» de Portugal como base da sua separação política […] carece de fundamento” (p. 132). A história e a geografia são duas ciências sociais indissociáveis, porque os seus objetos de estudo, o Homem e o Meio, respetivamente, não podem ser compreendidos separadamente. Tal como defendeu Jordá Poblet (2011), numa referência à validade da geo-história para a compreensão da interação do Homem com o Meio, “todo o grande esforço histórico de interpretação contém geografia. O inverso também poderá ser afirmado e, sobretudo, quando se trata da geografia humana” (p. 53). É este compromisso entre as duas ciências sociais que se assume em HGP I, numa dupla perspetiva: do ponto de vista do docente, o ensino da história não pode ser dissociado da geografia (e vice-

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versa); e, do ponto de vista do estudante, a aquisição de competências espacio-temporais permite-lhe um melhor posicionamento face ao estudo e compreensão do presente com base no passado histórico e geográfico.

CONCLUSÕES Retomamos a ideia da geo-história de Braudel, no sentido de fundamentar e valorizar o estudo da evolução humana num determinado território a partir do conhecimento do seu espaço geográfico. Esta ‘atitude’ científica que analisa, como vimos, a complexidade social a partir do espaço, do tempo e do homem, é trabalhada no âmbito da unidade curricular de HGP I com uma dupla dimensão formativa do estudante: como futuro professor e como cidadão que pode, e deve, em ambos os casos ser histórica e geograficamente competente. Ainda que o programa de HGP para o 2.º Ciclo apresente subtemas vinculados ao campo da história ou ao campo da geografia, os seus conteúdos ganham maior alcance do ponto de vista da interpretação e reflexão acerca do fenómeno histórico-geográfico se forem trabalhados numa perspetiva integrada. Como tal, em HGP I, o exercício realizado em torno de um território materializa a importância da articulação entre o conhecimento do tempo histórico e o espaço geográfico. Mas importa ainda dizer que este exercício exige dos estudantes uma atitude e capacidade investigativas para pesquisar, sintetizar e comunicar a informação de forma articulada. Trata-se, portanto, de integrar a geografia na história e vice-versa, e não de apartar duas ciências sociais que, na sua essência, se complementam. Ficando realçada a complementaridade entre estes dois saberes a partir de uma abordagem de caráter epistemológico, fica também apontado o caminho a seguir no campo do ensino e aprendizagem. Não obstante o respeito pelas diferenças que devem ser consideradas entre os domínios científico e didático, consideramos que, não exigindo a um estudante na formação inicial de professores que seja historiador ou geógrafo, o que importa acentuar é o trabalho em torno das competências espácio-temporais, as quais deverá desenvolver, em sala de aula, com os seus futuros alunos.

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