O Tempo na Idade Média, a partir do livro \"Idade Média: O nascimento do Ocidente\", de Hilário Franco Jr.

September 14, 2017 | Autor: Lucas Augusto | Categoria: Medieval History
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
2º PERÍODO NOTURNO
Orientador(a): Adriana Mocelim
Aluno(a):Danielle Viviane Barbieri
Aluno(a):Lucas Augusto

OS QUADROS TEMPORAIS DA CRISTANDADE
Tempo hoje: é um tempo cada vez mais rápido, que impõe uma exigência de rentabilidade sendo regida pelo ideal de imediatismo, instantaneidade e também pela lógica da rentabilidade econômica (busca de ganho de tempo, maximização do tempo disponível e redução da duração de cada operação).
Tempo na Idade Média: ignora o tempo unificado e acelerado do mundo moderno. Por muito tempo permaneceu em vigor os sistemas de datação inspirados na Antiguidade pagã, tendo como referência os cônsules ou os reinos dos imperadores, a fundação de Roma ou ainda a suposta Criação do mundo. Em 525 o monge oriental Dionísio tenta difundir a ideia de enumerar os anos a partir da Encarnação de Cristo. Porém, foram as obras de Beda, o Venerável que asseguraram os verdadeiro sucesso do sistema de Dionísio, dentre elas a mais importante foi "História eclesiástica do povo inglês", que é a primeira obra história que utiliza sistematicamente a Era Cristã como instrumento de datação.
Séculos IX e X: a Era da encarnação ganha terreno, principalmente no domínio germânico.
Séculos XI e XII: seu uso se generaliza do Ocidente nos documentos pontifícios (a partir de Nicolau II, em 1058), nos atos das chancelarias reais, condais ou episcopais.
Século: adotado como período de 100 anos com base no primeiro ano da Encarnação, ele aparece aos poucos a partir do século XIII, e encontra apoio após a proclamação do primeiro jubileu cristão por Bonifácio em 1300, mas não é utilizado como instrumento historiográfico antes do século XVI.
Dia de início de cada ano: extrema diversidade na escolha deste dia, pois o 1º de janeiro, adotado na Antiguidade, cai em desuso. Assim, coexistiram diferentes estilos de datação, podendo o ano começar no Natal, na Anunciação ou na Páscoa, de acordo com o caráter móvel destas festas.
Calendário: estabelecido por Júlio César com um ano de 365 dias, com um dia suplementar a cada 4 anos, fazendo ocorrer um descompasso em relação ao ritmo do Sol. Assim, para remediar esta situação, o papa Gregório XIII suprime dez dias do ano de 1583 a fim de recuperar o atraso do calendário em relação ao sol e também aparece como uma forma de evidenciar a capacidade do papado de controlar os quadros temporais da sociedade.
Introdução da semana: é adotada de acordo com o modelo bíblico dos sete dias da criação do mundo e constitui a base do tempo litúrgico. Desse modo, o "Dia do Senhor" (Domingo) se mostra como elemento determinante do ritmo de vida na Idade Média. Assim, aparecem seis dias de atividade para um de repouso, tanto para os homens quanto para Deus. A igreja tolerava exceções em casos de necessidade, como em períodos de colheita.
Horas do dia: as 24 horas do dia romano não eram utilizadas na prática. Desse modo, eram utilizadas as horas canônicas (matinas, no meio da noite, laudes, prima e terça, sexta, com o sol a pino, enfim, nona, vésperas, ao pôr do sol, e completas). Essas horas eram indicadas à população pelos sinos dos monastérios e da igreja, marcando o trabalho dos camponeses e as preces dos clérigos. A partir do século XIV, a recitação das horas canônicas estende-se à elite laica, graças à multiplicação dos livros das horas, que indicam as preces que correspondem a cada uma das horas em cada dia particular do ano.
Dualidade Noite x Dia: a noite seria o momento dos medos materiais (facilidade de agressões) e espirituais (piores manifestações do diabo e luta contra suas tentações). Pela falta de iluminação, esta dualidade tem mais impacto que no mundo moderno, porém a utilização do vidro, a partir do século XIII, permite a fabricação de lamparinas a óleo mais eficazes, diminuindo o medo da noite na sociedade medieval.
Instantes breves: sua medição era aproximada com nossos hábitos de horário: o tempo de uma vela que se consome ou a recitação de uma Ave-Maria ou de um Pai-Nosso, ou seja, referências cristãs.

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