O Tráfico de Órgãos Humanos pelo Estado Islâmico

June 29, 2017 | Autor: Marli Barros Dias | Categoria: Terrorismo, Oriente Médio, Síria, Iraque, Estado Islâmico, Tráfico de Órgãos Humanos
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O Tráfico de Órgãos Humanos pelo Estado Islâmico Author : Marli Barros Dias - Colaboradora Voluntária Sênior Categories : NOTAS ANALÍTICAS, ORIENTE MÉDIO, POLÍTICA INTERNACIONAL Date : 8 de outubro de 2015

Enquanto a preocupação dos países ocidentais são as fronteiras da segurança, milhares de pessoas continuam sendo vítimas do Estado Islâmico, cuja ideologia fundamentalista constitui o alicerce da violência cometida contra seres humanos. Considerado o grupo irregular mais próspero da atualidade, os insurgentes conseguiram montar uma estrutura econômico-financeira suficientemente forte para garantir o desenvolvimento de suas atividades. Hoje em dia, as maiores fontes de renda do Estado Islâmico são o petróleo e a cobrança de impostos, seguidas do tráfico de drogas, tráfico de pessoas, sequestros[1] e, mais recentemente, a comercialização de órgãos humanos. Relatórios oriundos de Mosul, cidade iraquiana capturada pelos radicais, em 2014, revelaram que os insurgentes têm se dedicado ao comércio de órgãos[2]. A nova atividade dos extremistas foi denunciada por moradores de Mosul, que desconfiaram de movimentações incomuns nas instalações médicas locais[3]. Hoje, no palácio do expresidente Saddam Hussein, naquela cidade, funciona uma clínica especializada na venda de órgãos humanos[4]. 1/3

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O trabalho de assistência e a retirada dos órgãos, segundo Siruwan al-Mosuli, um http://www.jornal.ceiri.com.br médico iraquiano, é realizado por cirurgiões supostamente contratados em países árabes e estrangeiros. De acordo com Mosuli, estes profissionais “são proibidos de se misturarem com os médicos locais”[5]. Acredita-se que as vítimas do Estado Islâmico se encontram nas minorias cristãs e yazidis, xiitas, pessoas sequestradas, prisioneiros e, também, os seus militantes mortos em combate. Abo Rida, ex-prisioneiro dos jihadistas que, antes de fugir do cativeiro, viveu e presenciou cenas de tortura, verificou que alguns cativos recebiam tratamento diferenciado. Conforme afirmou Rida, aqueles que os radicais islâmicos consideravam serem mais fortes e saudáveis eram poupados das sessões de torturas, com a finalidade de manterem as condições físicas adequadas para a retirada de órgãos e para servirem o banco de sangue destinado aos combatentes feridos[6]. Muitos analistas têm considerado o novo tipo de comércio adotado pelo grupo extremista como sendo uma atividade lucrativa e com mercado garantido fora do Iraque e da Síria. Suspeita-se que os maiores compradores de órgãos vendidos pelo Estado Islâmico sejam a Arábia Saudita e a Turquia[7]. A gravidade da situação levou Mohamed Ali Alhakim, Embaixador do Iraque na ONU, a solicitar junto ao Conselho de Segurança da ONU, no início de 2015, uma investigação sobre o possível tráfico de órgãos. De acordo com o diplomata, as valas comuns nas quais o Estado Islâmico tem sepultado as suas vítimas, é possível verificar nos cadáveres incisões cirúrgicas e a falta de alguns órgãos[8]. Os jihadistas negam tais acusações, afirmando que “os guerrilheiros nem sequer têm tempo para parar no meio da batalha e recolher os corpos dos próprios camaradas”[9]. No entanto, a Agência de Notícias turca Anadolu informou que os fundamentalistas criaram uma Escola de Medicina em Raqqa, na Síria[10]. Embora existam controvérsias, os relatórios apresentados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU revelam atrocidades que constituem Crimes Contra a Humanidade[11]. Todas as informações recolhidas confirmam a existência de mecanismos de tortura e de crimes contra seres humanos talvez jamais vistos depois do nazismo. A seletividade adotada pelo Estado Islâmico em termos de pureza religiosa e a ambição pelo poder têm impulsionado a violência e a consequente Violação dos Direitos Civis e Humanos no Iraque e na Síria. O atual cenário nestes dois países exige, da comunidade internacional, ações concretas e capazes de inibirem aqueles atos para, deste modo, se evitar uma catástrofe humanitária em larga escala. ---------------------------------------------------------------------------------------------Imagem “Tráfico de órgãos, a marca indelével do desrespeito para com a dignidade da pessoa humana” (Fonte): http://humantraffickingcenter.org/posts-by-htc-associates/trafficking-organ-trade-often-overlooked-form-

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human-trafficking/ http://www.jornal.ceiri.com.br

---------------------------------------------------------------------------------------------Fontes consultadas: [1] Ver: http://www.jornal.ceiri.com.br/a-contribuicao-da-economia-do-terrorismo-para-a-expansao-da-jihad-global/ [2] Ver: http://aina.org/news/20141207155433.htm [3] Ver: http://aina.org/news/20141207155433.htm [4] Ver: http://actualidad.rt.com/actualidad/185833-estado-islamico-clinica-trafico-organos [5] Ver: http://aina.org/news/20141207155433.htm [6] Ver: http://www.express.co.uk/news/world/609158/ISIS-harvest-organs-Doctors-Escape-Abo-Rida-SyriaTerrorism-Surgeons [7] Ver: http://aina.org/news/20141207155433.htm [8] Ver: http://actualidad.rt.com/actualidad/166778-estado-islamico-cosecha-organosirak?fb_comment_id=848395485222996_849481605114384#f9e878b2160d24 [9] Ver: http://asemana.sapo.cv/spip.php?article107569&ak=1 [10] Ver: http://asemana.sapo.cv/spip.php?article107569&ak=1 [11] Ver: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/03/onu-diz-que-estado-islamico-pode-ter-cometido-genocidio-noiraque.html

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