O TRIO PARANAENSE (1932-1934): Análise histórico musicológica da entidade feminina promotora da música de câmara na capital paranaense

August 28, 2017 | Autor: J. Junqueira Calz... | Categoria: Historical Musicology, Musicología histórica, Musicología Feminista
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

JOSÉ AUGUSTO JUNQUEIRA CALZZANI

O TRIO PARANAENSE (1932-1934): Análise histórico musicológica da entidade feminina promotora da música de câmara na capital paranaense

CURITIBA 2014

JOSÉ AUGUSTO JUNQUEIRA CALZZANI

O TRIO PARANAENSE (1932-1934): Análise histórico musicológica da entidade feminina promotora da música de câmara na capital paranaense Monografia apresentada à disciplina OA028 - Trabalho de Conclusão de Curso LIC, como requisito obrigatório para conclusão da graduação do Curso de Licenciatura em Música, Departamento de Artes, Setor de Artes Comunicação e Designer da Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Luiz Ribeiro da Silva Carlini

CURITIBA 2014

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Dedico este trabalho a minha avó paterna, Leonor Carvalho Calzzani, a quem agradeço pela formação de meu caráter, impulsionado pelas suas broncas, comidas maravilhosas, palavras amorosas e ensinamentos de vida transmitidos. Incentivadora dos estudos, tornou-se exemplo de garra, força, luta e inspiração para toda vida. Fica o registro de minha eterna gratidão.

iv AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Fernando Antonio Calzzani e Iolanda Soares Junqueira Calzzani, aos meus irmãos Fernando Antonio Calzzani Junior, Ricardo Alexandre Junqueira Calzzani e Cristiane Aparecida Junqueira Calzzani pelo apoio na concretização de mais uma etapa em minha vida através desse trabalho. Ao meu orientador Prof. Dr. Álvaro Luiz Ribeiro da Silva Carlini, que foi mestre e amigo, utilizando de toda experiência profissional acadêmica e pessoal, mostrando todo interesse, coordenação, colaboração, paciência e apoio nos momentos de ansiedade, insegurança e afobação para realização do trabalho. Pelos bons momentos e puxões de orelha seja em suas disciplinas na graduação, pósgraduação ou na informalidade no cafezinho e demais ocasiões. A todos os professores do Departamento de Artes, pelos ensinamentos. Esses que contribuíram para meu desenvolvimento acadêmico durante todo processo de graduação. A Elides (secretária da Graduação em Música no Deartes) pela ajuda e paciência nos momentos difíceis dos acordos e desacordos com o sistema informatizado da UFPR e nas informações prestadas para como docente na Graduação. Também ao Luiz (secretário da Graduação em Artes) pela ajuda prestada quando solicitado e no papo informal sobre veículos. Aos funcionários da Casa da Memória da FCC, em especial a dedicação da Jussara, responsável pelo setor de obras raras, que sempre nos recebeu com muita atenção e simpatia, além de indicar documentos necessários para a pesquisa. Aos meus colegas de turma da graduação, em especial Sandro Glória e Júlio S. Monteiro pelo apoio e parceria. Também aos amigos de agora e de longa data (de Curitiba e Ribeirão Preto) que compreenderam a prioridade que dediquei a graduação nesses 5 anos. Aos sobrinhos Yuri, João Victor, Beatriz e Isadora por serem muito especiais. Com eles aprendi a valorizar e respeitar cada momento da vida. E finalmente a Fernanda Martins Pereira pelo amor, carinho, paciência e por ter me dado o maior presente dessa vida, nossa filha Ana Liz Pereira Calzzani.

v RESUMO

No presente trabalho apresenta-se o estudo sobre a criação do grupo musical O Trio Paranaense na cidade de Curitiba, capital do Estado do Paraná, realizando análise histórico musicológica das atividades desenvolvidas pela entidade entre os anos de 1932-1934 e dos clubes e sociedades musicais curitibanas no início do século XX, baseando-se no conceito de “morigeração cultural”. O grupo é organizado no final do ano de 1932 por três mulheres, Bianca Bianchi (1904-2002, violinista), Charlotte Frank (1903-1984, violoncelista) e Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianista) que mantiveram suas atividades promovendo concertos de música de Câmara até o ano de 1968. Propôs-se constituir acervo específico sobre o grupo e avaliar sua atuação principalmente no campo da música para contribuição com o desenvolvimento cultural no Estado. Efetuou-se inicialmente levantamento histórico da entidade através de periódicos do período pesquisado, relatando os artistas, as apresentações, os colaboradores, o repertório e os locais de suas temporadas artísticas. A ausência de referências que tratem da entidade O trio Paranaense, conduziu a pesquisa para organização de fontes primárias ainda não utilizadas em estudos ou trabalhos acadêmicos. Os acervos pesquisados constituem-se de documentos coletados na Biblioteca Pública do Paraná, Biblioteca Nacional Digital, Casa da Memória da Fundação Cultural de Curitiba e Museu da Imagem e do Som. Os documentos foram organizados, transcritos e editados para auxiliar na difusão e aproveitamento acadêmico de fontes primárias ainda desconhecidas da Musicologia Histórica, contribuindo assim para divulgação dos dados sobre a entidade e do período histórico musical paranaense.

Palavras-chave: O Trio Paranaense; morigeração cultural; ausência de acervo; levantamento de dados; Musicologia Histórica.

vi ABSTRACT In this work we present the study on the creation of the musical group The Trio Parananese in the city of Curitiba, principal city of Paraná, performing historical and musicological analysis of the activities performed by the organization between 1932 and 1934 and the clubs and musical societies curitibanas in the early twentieth century, based on the concept of cultural "morigeração cultural”. The group is organized in late 1932 by three women, Bianca Bianchi (1904-2002, violin), Charlotte Frank (1903-1984, cellist) and Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianist) that kept their activities promoting concerts of Chamber music until the year 1968. Proposed to be specific collection about the group and evaluate its performance, especially in the field of music, over the contribution to cultural development in the state. A historical survey was performed on the entity through news paper from the period mentioning artists, presentations, employees, the repertoire and the local of its artistic seasons. The absence of references dealing with the entity the Paranaense Trio, conducted the research to organizing primary sources not usually utilized in academic studies or work. The collections surveyed are documents collected in the Paraná Public Library, National Digital Library, House of Memory of de Curitiba Cultural Foundation and Museum of Image and Sound of Paraná. The documents have been arranged, transcribed and edited to assist in the dissemination and academic exploitation of the still unknown primary sources of historical Musicology, thus contributing to the dissemination of information about the entity and the Paraná musical historic period .

Key-words: The Trio Paranaense; “cultural morigeração”; absence acquis; data collection; Musicology Historical.

vii LISTA DE TABELA TABELA 1 – Pesquisa realizada no periódico Correio do paraná entre edições 175 e 510 dos anos de 1932 à 1934 TABELA 2 – Artigos sobre o grupo Trio Paranaense em pesquisa realizada no periódico Correio do paraná entre edições as 175 e 510 dos anos de 1932 à 1934 TABELA 3 – Artigos sobre o grupo Trio Paranaense em pesquisa realizada no periódico Gazeta do povo entre edições 4846 e 5067 dos anos de 1932 à 1933 TABELA 4 – Concertos realizados pelo TRIO PARANAENSE TABELA 5 – Compositores utilizados nos concertos do TRIO PARANAENSE

viii LISTA DE ABREVIATURAS

AK – Adelina Korytko AM – Andrade de Muricy AMM_BL – A mulher no Museu – Bertha Lutz AMP – Academia de Música do Paraná AP – Arte do Paraná AR – Arnaldo Rebello (pianista) B9R – Banda do 9ª Regimento da Força Pública BFP – Banda da Força Pública BMFME – Banda Musical da Força Militar do Estado CA – Coisas da Arte Car – Carnaval CM – Crônica Musical CP – Correio do Paraná CPM – Conservatório Paranaense de Música CS – Cidade Sorriso CV_JM – Concerto de Violino_Jacinto de Meis CWB – Curitiba DA – Desastre de Automóveis DC – Didi Caillet DC_AL – Dinorah de Carvalho e Arlete Lacerda EC – Estética da Cidade G – Gêmios GFP – Grandes Fatores do Progresso GLC – Grêmio Lírico Cassinister GN – Guiomar Novaes GS – Gumercindo Saraiva GV – Grêmio das Violetas ICM – Inês Colle Munhoz (pianista) IG – Ivete Gouveia IMP – Instituto de Música do Paraná JP – João Poeck

ix MBNS – Maestro Benedicto Nicolau dos Santos MC – Marchinhas de Carnaval MF – Mulheres Feias MV – Manoel Veríssimo NFH – Não foi assim a História NN – Nada de Nudismo NP – Nome dos Planetas NR – Noel Rosa OD – Odete Devraine OFP – O futuro do Paraná OMNB – Onde mais nasce no Brasil OS – Ópera Sidéria OV – Ópera Vienense PCP – Periódico Correio do Paraná PE – Pianos Essenfelder PGP – Periódico Gazeta do Povo PP – Passeio Público PR – Estado do Paraná RM – Romário Martins RS – Romualdo Suriani SAN – Sargento Antônio Nicoletti SAP – Sociedade Artística do Paraná SM – Sonometria e Música SR – Sociedade Renascença SS – Sociedade Symphonica TA – Teatro Avenida TP – TRIO PARANAENSE TP_C – Compositores tocados pelo TRIO PARANAENSE TP_CR – Concertos realizados pelo TRIO PARANAENSE TP_PCP – Artigos sobre o TRIO PARANAENSE no periódico Correio do Paraná TP_PGP – Artigos sobre o TRIO PARANAENSE no periódico Gazeta do Povo UPA – Um pouco de Arte ZL – Zezé Lara

x LISTA DE SIGLAS

BPP – Biblioteca Pública do Paraná EMBAP – Escola de Música e Belas Artes do Paraná BNDigital – Biblioteca Nacional Digital FCC – Fundação Cultural de Curitiba JMB – Juventude Musical Brasileira JMB 8ª Região – PR/SC – Representação regional da Juventude Musical Brasileira PRPPG – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação SCABI – Sociedade de Cultura Artística Brasílio Itiberê SPMC – Sociedade Pró-Música de Curitiba UFPR – Universidade Federal do Paraná UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná

xi SUMÁRIO APRESENTAÇÃO..................................................................................................12 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................16 2 CLUBES, PERSONAGENS E SOCIEDADES MUSICAIS: ATIVIDADES E INFLUÊNCIAS PARA FORMAÇÃO DE PLATEIA................................................21 3 TRIO PARANAENSE: PERSONAGENS, LUGARES E MÚSICA......................27 3.1 ARTISTAS.....................................................................................................31 3.2 LOCAIS, CONCERTOS E REPERTÓRIO...................................................34 4 CONCLUSÕES FINAIS.......................................................................................36 5 ANEXOS..............................................................................................................38 6 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO......................................................................73 6.1 LIVROS, TESES E DISSERTAÇÕES..........................................................73 6.2 ARTIGOS......................................................................................................74 6.3 LIVROS TÉCNICOS.....................................................................................75 6.4 SITES DE INTERNET E PERIÓDICOS.......................................................75 6.5 ARTIGOS NO PRELO..................................................................................75

12 APRESENTAÇÃO

A pesquisa foi iniciada em 2013 no programa de Iniciação Científica PIBIC/CNPq da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) desta Universidade, tendo como tema o grupo nomeado O Trio Paranaense, pode ser desdobrada e se estender a futuros trabalhos e pesquisadores. Para melhor entendimento do trabalho1 aqui realizado, julgo necessário fornecer alguns pontos sobre o tema escolhido para pesquisa, sua realização e andamento. Primeiramente, o tema ainda não estudado pela Musicologia Histórica paranaense, mas mencionado em alguns livros e trabalhos acadêmicos, trata-se de um grupo musical da década de 1930 – tendo nesse trabalho o espaço temporal compreendido entre os anos de 1932-1934 – criado para realizar concertos de música de câmara e composto por três mulheres que tiveram atuação significante no meio musical da cidade de Curitiba (CWB), Estado do Paraná (PR), até o final de suas vidas. O tema levantou alguns questionamentos que passam pela criação do grupo e sua intenção de constituir uma Sociedade Musical, a finalidade dessa instituição, qual o repertório apresentado e para que tipo de público estava voltado. Segundo, para realização da pesquisa foram encontradas dificuldades que estão relacionadas à ausência de fontes bibliográficas e ao acervo não constituído da entidade O Trio Paranaense. Também contribuíram para essas dificuldades as informações incompletas dos periódicos do período em questão, as imagens e documentos não organizados e catalogados devidamente pelas instituições mantenedoras desses arquivos históricos, e a reunião, organização, catalogação e diálogo com trabalhos já publicados mencionando o grupo. Visitas pessoais à Biblioteca Pública do Paraná, à Biblioteca da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP) – atualmente incorporada a Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) –, Museu da Imagem e do Som de Curitiba (MIS), Casa da Memória da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), cinco cartórios de registros e documentos da cidade de Curitiba/PR e acessos ao site da Biblioteca O trabalho integra o grupo de pesquisa Música Brasileira: estrutura e estilo, cultura e sociedade, na linha Musicologia histórica: sociedades civis vinculadas à Música no Estado do Paraná, século XX, vinculado à UFPR/CNPq e coordenado pelo Prof. Dr. Álvaro Luiz Ribeiro da Silva Carlini. O grupo de pesquisa se propõe a analisar, a partir de referenciais teóricos pertencentes à História Social e Musicologia Histórica, acervos de sociedades civis sem fins lucrativos associadas às práticas culturais (principalmente no campo da música) no Estado do Paraná (especialmente na capital Curitiba) nos séculos XX e XXI. 1

13 Nacional Digital (BNDigital) foram realizadas para validar todas as etapas da pesquisa. Por fim, o levantamento e seleção das informações coletadas nas instituições e órgãos mencionados, constituíram através dos recortes de jornais e revistas (hemeroteca), dos programas de concertos elaborados pelo grupo e outras instituições nacionais, fotos, imagens e partituras, pequeno, mas importante, conjunto de fonte histórica para entendimento da entidade em questão. Foi possível assim, caracterizar as atividades musicais da entidade, seus componentes e associados, os locais de concertos e o repertório executado. Esta documentação ainda se encontra em processo de catalogação e digitalização 2 para futuros trabalhos acadêmicos. Procurando analisar os documentos e entender os elementos específicos, característicos dos modelos encontrados nas estruturas sociais curitibanas entre o final do século XIX e início do século XX utilizou-se: o conceito de “morigeração cultural”3, apresentado pela pesquisadora Melissa Anze na dissertação de mestrado intitulada Sociedade Pró-Música de Curitiba (SPMC)4; a análise das práticas, sociabilidade e plateias de música em Curitiba nas primeiras décadas do século XX 5, da historiadora Liana Marisa Justus; e o esclarecimento dos Cem anos de sociedade, arte e educação em Curitiba: 1853-19536, da historiadora Elisabeth O projeto catalogação e digitalização do grupo O Trio Paranaense foi apresentado à comunidade acadêmica no XXIII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM), realizado em Natal (ago. 2013) e teve como título “Projeto de catalogação e digitalização: o trio paranaense (1932-1950), Curitiba/PR”. 3 Conceito que traduz as transformações dos indivíduos, padronizadas as atitudes e costumes dos indivíduos, e assim das práticas sociais, econômicas e das manifestações culturais artísticas a um ideário burgues, apresentado por Melissa ANZE e Álvaro Luiz Ribeiro da Silva CARLINI. Morigeração Cultural em Curitiba (PR), Século XX: O papel das sociedades artísticas na formação do gosto de música erudita. In: Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós graduação em Música, XIX, 2009, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR. DeArtes, 2009. p. 261-264. Acesso em: 23/09/2014. O termo conceituado anteriormente, está articulado com o conceito de morigeração - “aqueles que compartilhavam do ideário da positividade do trabalho e da acumulação. Também eram morigerados aqueles que sabiam comportar-se dentro de determinadas regras de etiqueta consideradas civilizadas” - apresentado no trabalho do professor Dr. Magnus Roberto de Mello PEREIRA. Semeando iras rumo ao progresso: (ordenamento jurídico e econômico da Sociedade Paranaense, 1829 – 1889). Curitiba: Ed. Da UFPR, 1996. 4 ANZE, Melissa. Sociedade Pró-Música de Curitiba (SPMC): análise histórico-social da música erudita na capital paranaense (1963-1988). Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação em Música da UFPR, sob orientação do professor Dr. Álvaro Carlini. Curitiba, 2010. 149f. 5 JUSTUS, Liana M. Práticas, platéias e sociabilidades musicais em Curitiba nas primeiras três décadas do século XX. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da UFPR, sob orientação do professor Dr. Marcos Napolitano. Curitiba, 2002. 240 p. 6 PROSSER, Elizabeth Seraphim. Cem anos de sociedade, arte e educação em Curitiba: 18531953: da escola de belas artes, indústrias, de Mariano de Lima, à Universidade do Paraná e a Escola de Belas Artes do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial, 2004 2

14 Seraphim Prosser. Também são apresentadas algumas considerações sobre a perspectiva do sociólogo Norbert Elias7 em seu conceito de “Estabelecidos e Outsiders” que faz menção às ações do “processo civilizador”. O trabalho foi dividido em três capítulos. Na introdução, apresenta-se breve histórico da área de pesquisa acadêmica conhecida como Musicologia Histórica e os conceitos abordados neste trabalho, para melhor entendimento do leitor. No segundo capítulo, optou-se por descrever o início dos primeiros Clubes na cidade de Curitiba, personagens envolvidas com a atividade musical e as sociedades promotoras de música do início do século XX, articulando suas atividades e apresentando influências à sociedade do período na formação e direcionamento da plateia quanto a música de concerto. Nesse capítulo também relatam-se as atividades da personalidade Maestro Romualdo Suriani 8, da Sociedade Cultural e Artística Brasílio Itiberê (SCABI) 9, da entidade Juventude Musical Brasileira (JMB)10 e da Sociedade Pró-Música de Curitiba (SPMC) 11, contextualizando o tema principal desta monografia. O último capítulo, apresenta integralmente os dados coletados pela pesquisa, que apresentam as artistas idealizadoras da entidade – Bianca Bianchi (1904-2002, violinista), Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianista) e Charlotte Frank (1903-1984, violoncelista) – e as informações da criação e as atividades do grupo O Trio Paranaense, possibilitando assim, aprofundar o leitor na temática fornecida. Nas considerações finais, constata-se as dificuldades encontradas na constituição de acervo da entidade em questão, bem como a relação das instituições e personalidades no manuseio e cuidado com os documentos existentes, necessários para registro e entendimento da história musical curitibana. ELIAS, Norbet; SCOTSON, John L. Os estabelecidos e os outsiders: Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000. ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: uma história dos costumes. (Vol. 1). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: formação do Estado e Civilização. (Vol. 2). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994. 8 SIMPÓSIO DE PESQUISA EM MÚSICA DA UFPR, 6, 2013, Curitiba. 9 MEDEIROS, Alan Rafael de. SOCIEDADEDE CULTURA ARTÍSTICA BRASÍLIO ITIBERÊ (SCABI): Promoção da música sinfônica erudita em Curitiba por meio da Orquestra Sinfônica da SCABI(1946-1950). Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música da UFPr, sob orientação do professor Dr. Álvaro Carlini. Curitiba, 2011. 169f.:il., tabs. 10 MENON, Fernando. Jeunesses Musicales e sua representação civil no Paraná: Juventude Musical Brasileira 8ª Região PR / SC – Setor do Paraná (1953-1963). 153f. Dissertação (PósGraduação em Música) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008. 11 ANZE, op.cit, 2010. 7

15 Nos anexos estão apresentados os artigos transcritos dos periódicos Correio do Paraná, Gazeta do Povo e do depoimento extraído do Documentário Vultos Paranaenses12, da artista Bianca Bianchi. Também algumas imagens de partituras, logomarca e fotografias referentes ao O Trio Paranaense e as tabelas – idealizadas para servir direta ou indiretamente com a proposta desenvolvida no estudo – da pesquisa realizada nos periódicos anteriormente descritos, dos artigos diretamente voltados ao O Trio Paranaense, dos concertos realizados e dos compositores interpretados.

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Documentário Bianca Bianchi: A Violinista. Documenta filmes, série Vultos Paranaenses. Governo do estado do Paraná/MIS (PR). Direção: Berenice Mendes, 1995. Acervo pessoal do Prof. Dr. Álvaro Carlini. Acesso em: 22/09/2013. Vide ANEXO 1.

16 1 INTRODUÇÃO

A compreensão da música, mais especificadamente da história da música, possibilita entendimentos relacionados ao tempo e ao espaço de fatos ocorridos que traduzem parte das ordenações e das relações políticas, econômicas, sociais e culturais dos grupos de indivíduos que por vontade própria se submetem a atividades e defendem interesses em comum, a Sociedade. O termo Musicologia Histórica13 surge na Europa do século XIX com objetivo de inventariar documentos musicais e publicá-los com visão crítica, incluindo aspectos teóricos e analíticos, sociológicos e culturais, estéticos e educacionais . No Brasil, somente após 1960 – raros os casos antes desse período – se dá ênfase aos estudos e publicações desse tipo de material. Para Castanha14 (2008), a musicologia15 no Brasil tem seus primeiros registros e críticas na primeira metade do século XX, mas raras as publicações referentes ao processo reflexivo sobre o conceito e seu objetivo. No final do século XX, Neves16 (1998, citado por Castanha, 2008) “acusa o desinteresse pela elaboração de catálogos de fontes primárias no país, demostrando que ainda era pequeno o conhecimento a respeito dos acervos brasileiros de manuscritos musicais”. As limitações e carências de fontes sobre O Trio paranaense vão de encontro as descrições relatadas e foram as dificuldades mais relevantes para o trabalho aqui desenvolvido. Pretendendo contribuir para o patrimônio histórico musical curitibano, o levantamento de fontes primárias sobre O Trio Paranaense como: partituras, “Guido Adler, em 1855, foi o responsável pela distinção entre musicologia histórica e musicologia sistemática, que amplia a área de estudos musicológicos para além daqueles de natureza histórica, incluindo aspectos teóricos e analíticos, sociológicos e culturais, estéticos e educacionais. De fato, o termo musicologia, ou Musikwissenschaft, que significa Ciência da Música, surge como título do trabalho de Johann Bernhard Logier, em 1827 (apesar de que os termos musikalische Wissenschaft e tonwissenschaft remontam a textos do século XVIII).” OLIVEIRA, A. L. G.; OLIVEIRA, L. F.; TOFFOLO R. G. Crítica da musicologia e apontamentos da fenomenologia. In: Simpósio de Cognição e Artes Musicais, IV, 2008, São Paulo. Anais do IV SIMCAM. São Paulo: Paulistana, 2008. p. 400. 14 CASTANHA, Paulo. Avanços e perspectivas Na Musicologia Histórica Brasileira. Revista do Conservatório de Música da UFPel, Pelotas, n. 1, 2008. p. 36 15 Quanto ao método, pode ser considerada um estudo da música do ponto de vista acadêmico e científico. Quanto ao seu objeto de estudo, é um tipo de estudo da música que a considera enquanto fenômeno principalmente estético e cultural. CASTANHA, op. cit., 2008, p. 10. 16 NEVES, José Maria. Alguns problemas da musicologia na América Latina. II SIMPÓSIO LATINOAMERICANO DE MUSICOLOGIA, Curitiba, 21-25 jan. 1998. Anais... Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1999. p.175-189. 13

17 imagens, programas de concerto17, documentos pessoais e transcrições estão em processo de coleta. Os mesmos encontram-se espalhados pelas instituições públicas e possivelmente, mas não confirmado, em acervos pessoais, levando a dizer que o sentimento de “posse” com relação a assuntos culturais, manuscritos e obras musicais ainda é feudal; a formação de novos musicólogos pouco ultrapassou os limites do auto-didatismo; a maior parte dos acervos de manuscritos é particular, ou tratada como tal; as bibliotecas públicas, com raras exceções, são mal aparatadas e as publicações em número insignificante, para não se falar nos problemas sociais, políticos e econômicos, que mantiveram o país, por mais de três décadas, alheio ao desenvolvimento mundial neste setor. O próprio ensino da música erudita é insuficiente para a formação de grupos musicais de projeção internacional, capazes de reverter a aversão do público tradicional com relação à música brasileira de concerto, via de regra, julgada mais pela execução que pela qualidade e significado histórico das composições. As relações entre os musicólogos brasileiros ainda não são satisfatórias e não existem mecanismos eficazes, no Brasil, para se saber, com rapidez, o que vem sendo atualmente produzido em musicologia, nas diversas partes do país, à exceção dos esporádicos simpósios, encontros e congressos, nos quais, com raras exceções, as participações não têm resultado na criação de metas comuns. As bibliografias da música erudita brasileira estão longe de reunir os trabalhos publicados nessa área. Ainda que várias tentativas de sistematização já tenham sido levadas a cabo, o tempo as torna obsoletas, sem que novos trabalhos venham atualizá-las.18

Os documentos encontrados passaram por processo de digitalização, transcrição e organização de seu conteúdo. A partir do levantamento, análise e entendimento desse conjunto documental, foi possível caracterizar as temporadas artísticas, os locais dos concertos, seus colaboradores, patrocinadores e os compositores interpretados pela entidade O Trio Paranaense. Extraída da transcrição19 efetuada do documentário Vultos Paranaenses, a frase “As vezes tocávamos solos, as vezes tocávamos o trio, outras vezes tocávamos sonatas, hã, então, encaixávamos sempre novidades assim, e fomos pioneiras da música de câmara.”, de Bianca Bianchi (1904-2002) violinista e idealizadora do grupo O Trio Paranaense, chamou atenção, durante o início da pesquisa, para o pioneirismo da atividade como Trio de música de câmara na O estudo de programas de concerto e recitais de uma sociedade musical civil à primeira vista pode parecer irrelevante, dado o caráter informal e específico dessa fonte documental. Informal pois não se vincula a nenhum órgão oficial de comunicação, sendo produzidos e distribuídos por sujeitos inseridos na realidade das próprias sociedades musicais privadas. Específico, pois o conteúdo que apresentam está relacionado a uma finalidade particular, neste caso a da prática musical, assim como destinado a determinada parcela da sociedade, coniventes e em conformidade com a realidade dessas mesmas entidades musicais civis. MEDEIROS, op. cit., 2011, p. 7. 18 CASTANHA, Paulo. Musicologia brasileira e portuguesa: a inevitável integração. Revista da Sociedade Brasileira de Musicologia, São Paulo, n.1, 1995. p. 17. 19 Disponível no ANEXO 1 deste trabalho. 17

18 década de 1930 na cidade de CWB/PR. A música que está presente em todas as nações não deixa de refletir o contexto geográfico, social, cultural ou temporal em que é criada, sendo dessa forma um reflexo da comunidade que a cria. O historiador Magnus Pereira (1996) 20 em seu estudo sobre o ordenamento jurídico e econômico da sociedade paranaense entre os anos de 1829 e 1889, explica que o direcionamento da história do Paraná se encaminhava para “morigeração”, termo usado com frequência pela camada dominante da sociedade curitibana no século XIX, hoje em desuso. Este termo (...) era frequentemente utilizado pelas camadas dominantes da sociedade paranaense do século XIX para designar um conjunto de atributos que consideravam como positivos. Por extensão, os portadores destes atributos definiam-se como morigerados, enquanto os demais eram os não-morigerados. Morigerados eram aqueles que compartilhavam do ideário da positividade do trabalho e da acumulação. Também eram morigerados aqueles que sabiam comportar-se dentro de determinadas regras de etiqueta consideradas civilizadas. Não-morigerados eram aqueles que contrariavam esse ideário e essas regras, portanto, a grande maioria da população paranaense que, ao longo do século, será levada a morigerar os seus costumes.21

O sentido morigerador fica nítido quando estudamos a Cidade de Curitiba/PR do século XX. Segundo Nicolazzi 22 (2000) “Medidas de segurança, de saúde e urbanas tomadas pela administração municipal deixam entrever esta morigeração da sociedade, que bem pode ser definida como uma produção de indivíduos estética e politicamente saudáveis.” Procurando elencar esses atributos às artes e à música, a ideia de “morigeração cultural”23 aparece nos estudos apresentados por Anze e Carlini (2009) representando atributos positivos e comportamentos adequados as regras de etiqueta nos eventos culturais realizados para plateia do início do século XX impostas pela sociedade de elite da capital paranaense. As sociedades musicais curitibanas existentes nas primeiras décadas do século XX ocuparam papel importante na movimentação da sociedade curitibana. 20

PEREIRA, Magnus Roberto de Mello. Semeando iras rumo ao progresso: (ordenamento jurídico e econômico da Sociedade Paranaense, 1829-1889). Curitiba: Editora da UFPR, 1996, p.12. Atualmente professor adjunto da Universidade Federal do Paraná. 21 Ibid., 1996, p. 12. 22 Fernando NICOLAZZI. A Fabricação do Sorriso: Ortodontia social em Curitiba na virada dos séculos XIX e XX. KLEPSIDRA-Revista Virtual de História, São Paulo, Vol. 1, N. 3, 2000. 23 Melissa ANZE e Álvaro Luiz Ribeiro da Silva CARLINI. Morigeração Cultural em Curitiba (PR), Século XX: O papel das sociedades artísticas na formação do gosto de música erudita. In: Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós graduação em Música, XIX, 2009, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR. DeArtes, 2009. p. 261-264. Acesso em: 23/09/2014.

19 Era entorno delas que se desenvolvia “boa parte da vida social das pessoas, principalmente da elite curitibana, dos imigrantes e seus descendentes.” 24 O direcionamento dessa sociedade curitibana de elite, também foi observado no trabalho sobre a “Fabricação do Sorriso” do historiador Fernando Nicolazzi (2000), expondo a ideia de fabricar uma sociedade na cidade de Curitiba/PR, através do termo “ortodontia”, que “segundo a definição médica, ortodontia diz respeito à posição dos dentes e/ou à maneira de corrigir as deformações congênitas ou acidentais dos dentes.”25 Tomo emprestado o termo e o aplico de outro modo. Ortodontia social, aqui, é o processo através do qual se regulariza (ou se tenta regularizar) a posição de cada indivíduo na sociedade e/ou o dispositivo de correção de (ou que tenta corrigir) qualquer irregularidade. Em outras palavras, a produção de (ou tentativa de produzir) indivíduos tanto em termos de hábitos e usos do corpo quanto em termos de sua localização ideal na sociedade.26

A sociedade curitibana então dirigia-se para “uma imitação dos gostos, modismos e hábitos burgueses europeus, ou ainda uma 'fabricação' mais apropriada desta nova sociedade, correlata àquelas que existiam nos mais importantes centros do mundo ocidental.”27 Estudando a cidade de Curitiba e sua sociedade no começo do século XX, observa-se claramente o sentido de “morigeração cultural”. Liana Marisa Justus (2002)28 menciona a inquietação dos indivíduos pertencentes a essa elite, através do comportamento de normas ou padrões sociais em comum nos eventos artísticos que antecediam o próprio conhecimento artístico/musical a se assistir. Essas preocupações com os modos e representações sociais, aliadas a outros fatores como, por exemplo, a multiplicidade cultural e social curitibana – em função da imigração europeia ocorrida em finais do século XIX –, formou o gosto e configurou a plateia de música erudita em Curitiba, a partir de modelos europeus assimilados e veiculados pela imprensa local. Para Curitiba entrar no “rol” das nações civilizadas, ou morigeradas, era preciso mover-se em direção à cultura, à arte. Para tanto era necessário que todas as classes participassem ativamente desta educação artística pragmática, na qual importava morigerar adequadamente e efetivamente a população curitibana. Era preciso estar nos eventos artísticos, mesmo não ANZE; CARLINI. op. cit., 2009, p. 263 Disponível em: . Acesso em: 04/04/2014. NICOLAZZI, op. cit., 2000. 26 id., 2000. 27 ANZE; CARLINI. op. cit., 2009, p. 261. 28 JUSTUS, op. cit., 2002. 24 25

20 compreendendo a arte que estava sendo presenciada no evento.29

As associações e clubes de imigrantes em Curitiba/PR no início do século XX fomentaram como sinal de orgulho, herança cultural, ao mesmo tempo como sinal de comunicação e vontade de contato, práticas culturais envolvendo música. Em Curitiba, o papel das primeiras instituições e clubes musicais foi o de cultivar o canto, a música vocal, o canto coral, com um enfoque educativo e de entretenimento. Tais sociedades, em sua maioria, formadas por imigrantes, preocupavam-se também em mesclar esses objetivos com o auxílio-doença e auxílio-funeral aos seus associados, a partir da segunda metade do séc. XIX.30

Verificando a necessidade de formarem conhecimento musical dos cidadãos curitibanos com intuito de proporcionar além da educação tradicional, também a educação musical, não apenas as escolas, mas também as atuações das sociedades artísticas – tanto aquelas fundadas por imigrantes e seus descendentes, como, por exemplo, a Sociedade Thalia, quanto aquelas formadas por curitibanos tradicionais, como o Clube Curitibano – foram fundamentais à educação musical mais efetiva de parte da sociedade curitibana do início do século XX, e para a consolidação de um gosto musical alinhado à tradição européia, tal como sugeria o conceito de morigeração do século XIX.31

A análise através dos ângulos apresentados sobre a sociedade curitibana “civilizada e educada” segue-se no presente trabalho apresentando os primeiros clubes, as primeiras sociedades musicais e personagens existentes no início do século XX, fornecendo uma configuração de plateia musical direcionada ou “morigerada” ao gosto musical erudito.

ANZE; CARLINI. op. cit., 2009, p. 261. JUSTUS, op. cit., 2002, p. 81 31 ANZE; CARLINI. op. cit., 2009, p. 262. 29 30

21 2 CLUBES, PERSONAGENS E SOCIEDADES MUSICAIS: ATIVIDADES E INFLUÊNCIAS PARA FORMAÇÃO DE PLATEIA

Com o desligamento do Estado de São Paulo em 1854, a cidade provinciana de Curitiba torna-se capital do Estado do Paraná começando assim uma organização social e cultural influenciada pela elite predominante da Erva Mate. Em decorrência dessa predominância do mate, as questões correlatas da formação da indústria ervateira e do livre-mercado permeiam de tal forma a documentação paranaense do século XIX que, quando pensamos a história social do período, somos quase obrigatoriamente levados a adotá-las como uma conexão causal.32

Segundo Menon (2008, p. 68) “sendo a emancipação política ligada aos interesses da elite econômica, foi através dos serviços prestados por e para esta elite que migrantes e imigrantes foram atraídos para Curitiba”. As primeiras instituições sociais e culturais são criadas e em sua maioria constituídas por esses imigrantes. São datadas da segunda metade século XIX e início do século XX, permanecendo algumas em atividade até os dias atuais. Suas movimentações socioculturais tinham por características o entretenimento e o enfoque educativo, englobando atividades musicais, teatrais e esportivas que em boa parte delas eram de caráter beneficente e sem fins lucrativos. Em 1882 dois clubes que tiveram intensa articulação cultural na cidade são criados. O Clube Curitibano33, fundado por idealização de Romão Branco, tendo como seu primeiro presidente Ildefonso Pereira Correia – conhecido por Barão do Serro Azul –, tinha objetivo primordial segundo Justus (2002, p. 87) “proporcionar divertimento aos curitibanos e promover um ponto de reunião para estudos, tertúlias e entretenimento.” Na mesma década é fundada por imigrantes Alemães a Sociedade Thalia, “que se caracterizou por suas atividades voltadas para a música e o teatro. Era uma Sociedade fechada, que somente a partir de 1919 passou a admitir sócios brasileiros”.34 Duas diferenças apresentadas pelos periódicos do período são relatadas por 32 33 34

PEREIRA, op. cit., 1996, p. 9. Cf. JUSTUS, 2002, p. 87. Ibid., p. 92

22 Justus (2002), classificando o público da sociedade Thalia de “selecta” plateia e os do Clube Curitibano como “elite social”35. Este último atuante até os dias de hoje. Em 1884 destaca-se uma sociedade criada por imigrantes alemães formada em grande parte por artesões, chamada Handweker Unterstuetzungs36, que a partir de 1892 adquire um terreno para sede própria, promovendo assim eventos de caráter beneficente e concedendo auxílio a seus associados. Tal sociedade posteriormente recebe a denominação de Sociedade Barão do Rio Branco. Outras sociedades foram criadas na segunda metade do século XIX por imigrantes vindos da Itália, Polônia, Suíça, etc. Citamos aqui a Sociedade Garibaldi, a Sociedade Saengerbund, que em 1890 após fusão com o Clube também alemão Deutscher Turn Verein, torna-se o Clube Concórdia. 37 Na composição desse grupo de entidades é fundado o Grêmio Musical Carlos Gomes em 1893. Constituído em sua maioria por cidadãos curitibanos e os radicados em Curitiba foi o primeiro a fundar e manter uma orquestra própria, esta, conduzida por Alberto Monteiro e Gabriel Ribeiro38. O estudo e a identificação das sociedades civis39 curitibanas do início do século XX direcionadas à educação e às práticas musicais, proporciona a compreensão histórico-social dos indivíduos pertencentes a elas. De maneira semelhante, a inserção deste objeto, sociedades civis, dentro do campo da musicologia histórica, mostra-se conveniente na medida em que fornece modelos teóricos que contribuem para a compreensão das relações das práticas musicais, associadas à produção e reprodução musical, resultando em processo de configuração de modelos diferenciados de público.40

Através dessas contribuições, as sociedades civis musicais foram de importante papel na movimentação social da cidade. Durante as primeiras décadas do século XX “era ao redor delas que se empreendia boa parte da vida social das pessoas, principalmente da elite curitibana, dos imigrantes e seus descendentes.” 41 Os imigrantes europeus, paulistas, gaúchos e mineiros, somados aos Ibid., p. 84. Cf., ibid., p. 93. 37 Cf., ibid., p. 95 38 Cf., ibid., p. 88. 39 Sobre sociedades civis ver: . Acesso em: 13/10/2012. 40 MEDEIROS, op. cit., 2011, p. 12. 41 ANZE; CARLINI, op. cit., 2009, p. 263. 35 36

23 paranaenses tradicionais, contribuíram fortemente para a formação da estrutura populacional, social, econômica e cultural da cidade, cristalizando os efeitos sócio-culturais desses acontecimentos nas décadas de 1910 e 1920. 42

Com a excitação cultural acontecida em Curitiba, instituições de menor duração aparecem a partir da primeira metade do século XX. Entre elas estão a Sociedade Beneficente Helvetia, fundada por imigrantes Suíços em 1915, o salão de Exposições da fábrica de pianos Essenfelder 43 em 1922, e nesse mesmo ano o Selecto Club tendo como novidade uma Jazz-Band dirigida pelo maestro Romualdo Suriani.44 Em 1922 foi fundado o Selecto Club, que, segundo a Gazeta do Povo da época, “passaria a congregar a elite da sociedade curitibana”. A ideia da organização desse clube nasceu de um grupo de jovens rapazes curitibanos, que lamentaram não haver uma instituição só para moços, com fins sociais, moldes do Grêmio das Violettas, que era exclusivamente feminino.45

Na década de 1930 novas entidades são abertas. A exemplo do Grêmio Musical Carlos Gomes, o primeiro a manter uma orquestra própria, é fundada a Sociedade Sinfônica de Curitiba também mantenedora de uma orquestra, tendo como regente o maestro Romualdo Suriani. Um grande desenvolvimento para a cultura paranaense acontece com a chegada da Pró-Arte. Instituição que promoveu intercâmbio nacional, levando artistas brasileiros a se apresentarem por diversas regiões brasileiras. Essa movimentação teve nomeada de Anel da Pró-Arte. A Pró Arte-Brasil teve sempre por principal objetivo o intercâmbio cultural. Fundada em 1930 por iniciativa do Comendador Theodor Heuberger, jovem alemão que chegara ao Brasil em 1924. Com sede na cidade do Rio de JUSTUS, op. cit., 2002, p. 14. Fábrica de pianos fundada em 1890, na Argentina, pelo imigrante alemão Florian Essenfelder, instalada em Curitiba em 1911. BOLETIM informativo da Casa Romário Martins. Trabalho, técnica e arte: Pianos Essenfelder. In: JUSTUS, op. cit., 2002, p. 82. 44 “Romualdo Suriani nasceu em Veneza-Itália, em 1880, e veio criança para o Brasil, tendo passado a infância e a juventude no Estado de São Paulo, na cidade de Campinas, voltando à Itália aos 20 anos para estudar música. Em 1912, durante o governo de Carlos Cavalcanti, no Paraná, com a reestruturação do Regimento de Segurança, foi convidado para assumir a regência da Banda da Força Militar do Estado. Quando chegou a Curitiba no ano de 1912, Suriani promoveu concertos, que incluíram eventos oficiais, homenagens, apresentações realizadas aos domingos.” Alan MEDEIROS e Álvaro CARLINI. Romualdo Suriani (1880-1943): atividade musical do maestro italiano em Curitiba, entre 1912-1940. In: Simpósio de Pesquisa em Música da UFPR, 6., 2013, Curitiba. Anais... Curitiba, 2008. (Anais no prelo). 45 JUSTUS, op. cit., 2002, p. 94. 42 43

24 Janeiro, a Pró Arte manteve sucursais em Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Joinville. Aqui o seu concerto de estreia se realizou em 22 de outubro de 1938 no salão do Clube Concórdia. Convidou para esta abertura o renomado pianista alemão Wilhelm Backhaus que interpretou obras de Schubert, Beethoven, Brahms, Schumann e Chopin.46

Os relatos sobre essa entidade identificam a movimentação de concertos internacionais e de artistas na cidade de Curitiba como em várias outras regiões do Brasil. As sociedades artísticas vinham atuando no intuito de trazer aos seus associados principalmente música erudita europeia, através da formação de pequenos conjuntos e de orquestras próprias. Havia ainda a contratação de artistas estrangeiros ou brasileiros para concertos, recitais e conferências. Muitos compositores, obras e intérpretes foram conhecidos e apreciados pelos curitibanos através destas organizações culturais privadas atuantes na capital paranaense.47

Além da música erudita, o campo musical na primeira metade do século XX passa pela música de “espetáculo”, mais especificadamente a Opereta que “foi de grande sucesso em Curitiba”.48 É importante citar a primeira apresentação de uma ópera paranaense, ocorrida em 03 de maio de 1912, no Teatro Guaíra, que foi a ópera “Sidéria”, de autoria do filho de imigrantes alemães, Augusto Stresser, com libreto de Jaime Balão. O maestro austríaco Léo Kessler, dono de larga experiência nos palcos europeus, incentivou e colaborou com Stresser para a realização desta obra. Sua estreia contou com uma orquestra composta por 35 músicos, um coro de 50 vozes, cenários com paisagens paranaenses, grande prestígio do público e ampla cobertura da imprensa. 49

Outras atividades musicais desenvolvidas no período em questão são as envolvendo Bandas militares e Sociedades Sinfônicas. A personalidade ativamente envolvida na sociedade curitibana desse início de século XX foi o Maestro Romualdo Suriani, que desenvolveu trabalhos com as áreas da música militar e popular. O maestro italiano Romualdo Suriani fez parte do processo que objetivou valorizar a identidade regional do Estado do Paraná denominado Paranismo.50 SAMPAIO, Marisa Ferraro. Reminiscências Musicais de Charlotte Frank. Curitiba: Ed. Lítero Técnica, 1984. p. 71 47 ANZE, op. cit., 2010, p. 10. 48 JUSTUS, op. cit., 2002, p.99. 49 Ibid., 2002, p. 101. 50 “é possível compreender o Paranismo como '[...] resultado de um longo processo de formulação de uma imagem do Paraná posteriormente à sua emancipação política, ocorrida em 1853. Um processo persistente que procurou elaborar uma visão simbólica diferenciada da nova província em relação às outras regiões do Brasil e que se define também por sua interpretação das formas modernas em arte'.” LEÃO, Geraldo V. de Camargo. Paranismo: arte, ideologia e relações sociais no Paraná. 46

25

Entusiasta desta corrente, se inseriu no cenário musical paranaense por meio de sua produção musical, de sua prática musical como maestro da Banda da Força Militar do Estado, do mesmo modo aliado ao seu trabalho de animador cultural e de divulgação da obra do compositor Carlos Gomes.51

Imigrante Italiano nascido em Veneza no ano de 1880, chega a cidade de Campinas Estado de São Paulo quando criança. Ainda jovem retorna a Itália para estudar música e em 1912 – já no Brasil – é convidado para reger a Banda da Força Militar do Estado do Paraná. Quando chegou a Curitiba no ano de 1912, Suriani promoveu concertos, que incluíram eventos oficiais, homenagens, comemorações cívicas e apresentações realizadas aos domingos. Periódicos locais situavam a tradicional Rua XV de Novembro como palco de apresentações diversas, mencionando com frequência o maestro Romualdo Suriani e sua Banda, em eventos rotineiros e nas comemorações oficiais.52

Na década de 1920 o caráter didático também estava presente na instituição militar e segundo Justus (2002, p. 50) “foi repleta de apresentações de concertos da Banda da Força Pública do Estado, nos quais o seu regente, o maestro Romualdo Suriani, dava explicações sobre os programas, fornecendo um concerto didático.” Caminhando para segunda metade do século XX, o desenvolvimento artístico gerado no início do século torna-se efetivo em 1945 com a criação da Sociedade de Cultura Artística Brasílio Itiberê (SCABI) criada por Fernando Corrêa de Azevedo e que conforme consta em seus estatutos, a SCABI tinha por objetivo principal o fomento da vida cultural musical de Curitiba (...) além da promoção de atividades de “educação social através da música”, mediante o canto orfeônico não apenas com estudantes, mas também com operários. A preocupação em envolver os operários nessas atividades ia ao encontro do pensamento nacional de “plasmar a massa informe menos esclarecida”, isto é, “o povo”, por meio da educação e da cultura, “salvadoras e redentoras”. 53

As atividades musicais e sociais que a SCABI realizou trouxe novas Curitiba, 2007. p. 8. Tese (Doutorado em História), Universidade Federal do Paraná, Curitiba. In: MEDEIROS; CARLINI, op. cit., 2013. (no prelo) 51 Id., 2013. (no prelo) 52 Ibid., 2013. (no prelo) 53 PROSSER, Elizabeth Seraphim. Cem anos de sociedade, arte e educação em Curitiba: 18531953: da escola de belas artes, indústrias, de Mariano de Lima, à Universidade do Paraná e a Escola de Belas Artes do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial, 2004b. p. 127.

26 perspectivas musicais ao Paraná, despertando o interesse de outras entidades, inclusive internacionais. A exemplo disso, a sociedade civil musical Juventude Musical Brasileira (JMB)54, que era filial da entidade Belga Juenesses Musicales (JM), é criada em 1940 em Curitiba e tais entidades surgiram e se mantiveram através das relações entre personalidades de destaque para o aprimoramento da educação musical no Brasil, entre os quais se destacaram o maestro Eleazar de Carvalho (1912-1996), o incentivador das artes Pascoal Carlos Magno (1906-1980), o musicólogo Luiz Heitor Corrêa de Azevedo (1905-1992) e seu irmão, o também musicólogo e administrador cultural Fernando Corrêa de Azevedo (19131975).55

Vinte três anos depois da criação da JMB, é fundada a Sociedade PróMúsica de Curitiba (SPMC)56 em 04 de abril, sendo reconhecida como de utilidade pública em dezembro do mesmo ano. Inicialmente surgida de curso para Apreciação Musical tem uma primeira versão chamada de Clube do Disco, tinha o intuito de promover audições fonográficas comentadas 57. Segundo Anze (2010, p. 19) “com a criação da Sociedade Pró-Música de Curitiba, pretendia-se realizar não apenas concertos de música erudita, mas também cursos e palestras, assim como dar continuidade às audições comentadas de discos.” Através do panorama sócio-musical abordado neste capítulo, pretende-se validar os documentos levantados sobre a entidade O Trio Paranaense. Proposta principal desse trabalho teve influência no cenário educacional e musical da Curitiba do início do século XX. Suas integrantes estavam diretamente ligadas a algumas sociedades descritas, tanto na execução musical quanto na administração dessas, e movimentaram a cena cultural parananense do início ao final do século XX.

MENON, op. cit., 2008. Ibid., 2008, p. 1. 56 ANZE, op. cit., 2010. 57 Convém mencionar que a Sociedade Bach de São Paulo foi também criada a partir de audições de discos, conforme pesquisa de Álvaro CARLINI: “São Paulo, 21 de março de 1935: 250º aniversário de nascimento de J. S. Bach. Com o propósito de comemorar a data, um grupo de amigos encontrou-se para realizar um sarau musical. Eram músicos profissionais e amantes da música que haviam chegado ao Brasil proveniente do continente europeu, em particular, vindos da Alemanha, Áustria e Rússia. O encontro ocorreu na residência do casal Braunwieser, Martin e Tatiana (…). Durante a reunião, em que foram tocadas ao piano e ouvidas em discos composições do Kantor de Leipzig, surgiu a ideia de criar a Sociedade Bach de São Paulo, entidade dedicada à divulgação da obra de seu patrono, de seus filhos, e de autores a eles comtemporâneos.” CARLINI, Álvaro. Apóstolos de J. S. Bach em São Paulo. In: Revista ArteUNESP, 13, São Paulo: UNESP, 1997, p. 122. aplud. ANZE, op. cit., 2010, p. 18. 54 55

27 3 TRIO PARANAENSE: PERSONAGENS, LUGARES E MÚSICA

O grupo musical O Trio Paranaense surgiu no final do ano de 1932 criado pela iniciativa de Bianca Bianchi (1904-2002, violinista) após retorno de sua viagem a estudos na Itália. Convencendo suas amigas Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianista) e Charlotte Frank (1903-1984, violoncelista), montaram um grupo musical voltado para realizar recitais e divulgação da música de câmara. Sua trajetória tem início na cidade de Curitiba/PR em 15 de dezembro de 1932, data do primeiro concerto realizado no salão do Clube Thalia conforme o jornal Correio do Paraná. O TRIO PARANAENSE A idealização e organização do Trio Paranaense, por três artistas paranaenses, representa uma iniciativa audaciosa, o que é suficiente para recomendá-la ao amparo da nossa sociedade. Curitiba é já um centro de bastante cultura artística. Fazia-nos falta uma sociedade musical dedicada a promover a música de Câmara. Pensando assim as senhoritas Bianca Bianchi, Renée Devrainne e Charlotte Franck, lançaram-se corajosamente á iniciativa. E o Trio Paranaense ai está, disposto a uma longa vida de trinfos. Amanhã, já, será realizado o festival inaugural do Trio Paranaense, nos salões da Sociedade Thalia. Servirão de ingresso, aos sócios do Trio, os talões de Novembro e Dezembro. Os sócios da Thalia, apresentando sua credencial, gozarão de direitos idênticos aos dos sócios do Trio. 58

As atividades musicais na cidade de Curitiba/PR no início do século XX estavam se ampliado para os salões e teatros, mas a prática musical nos saraus familiares59 permanecia. O Trio Paranaense “difundiu a música de câmera e atraiu os curitibanos às salas de concerto, sem deixar, contudo, de, na intimidade das noites silenciosas e frias, promover música em família.”60 Seguindo as movimentações culturais que estavam surgindo nesse início de século, O Trio Paranaense após sua criação se estrutura também como Sociedade 61 que é iniciada em 1932 e finalizada segundo Renée Devrainne Frank em 1936 62, CORREIO DO PARANÁ, Curitiba, 14 de dezembro de 1932, ed. 175, p. 8. Disponível na Hemeroteca da Biblioteca Nacional Digital. 59 “Até o início do século XX, a família foi, incontestavelmente, o principal núcleo da arte musical. No Paraná encontramos inúmeros lares onde a música fazei parte do cotidiano, e dos quais saiu a maioria dos artistas que, - com instrumentistas, compositores ou professores – mantiveram em contínuo movimento o setor artístico-cultural do Estado.” SAMPAIO, op. cit., 1984, p. 17. 60 Id., 1984. 61 Grifo do autor: As informações coletadas nessa pesquisa não conseguiram comprovar efetivamente a criação dessa Sociedade e suas finalidades. Os registros que possivelmente estariam em cartórios da cidade não foram encontrados. Foram pesquisados os cinco cartórios de títulos e registro da capital paranaense. 62 “Sendo componente do Trio Paranaense, o qual manteve uma Sociedade de 1932 a 1936, realizei 58

28 pois o grupo continuou se apresentando até o final da década de 1960. Segundo os relatos de Bianca Bianchi (1995)63, esta sociedade realizava concertos bimensais tocando solos, as vezes trios, sonatas e sempre apresentando algo de novo. “Fizemos verdadeiro trabalho de catequese, pois o público não estava ainda preparado para esse tipo de música. Nos programas sempre aparecia uma parte explicativa, falando sobre os autores e as obras apresentadas em cada recital.” 64 As documentações referentes a estrutura de uma sociedade constituída, como o estatuto, não foram encontradas, mas os periódicos do período nos trazem relação de pelo menos 77 associados antes mesmo da primeira audição realizada pela entidade. Os que já subscreveram o livro de sócios do “Trio Paranaense”. Srs. Consules Amadeu Mamalela, Ludovico Aeldert, Roman A. Saniewiez, Luiz Ciruelos e Eduardo Davrain; dr. David Carneiro, Elena Schack, Carlos Goudard, Rute Pimentel, Ivo Reuião, Eduardo Fernando Chaves, João Turin, Vicente Moto, José Sotero Angelo, Risoleta Machado Codega, Ema Hauer, Amelia Naufal, Glady Vieira Cavalcanti, prof. Raul Menssing, dr. David Silveira da Mota, dr. Flavio Luz, dr. Serafim França, Leonor Garcez, dr. Hugo de Barros, Epaminondas Ribeiro, Frederico Essenfelder, Benedito Nicolau dos Santos, major Higino de Barros Lemos, Heitor Stockler, dr. Osvaldo Piloto, Eunice Barcelos, José Guimarães, Aercio Portes, Henrique Todeschini, Maria Olimpia Lisboa, Família M. Saldanha, Fausta Ximenes, Alvaro Costa, Marta Silva Gomes, Teodoro Cybuisky, Acir Guimarães, Hercilia Machado Lima, José Matos Azeredo, Alceu Chichorro, dr. Ulisses Vieira, Herta Hauer, Romualdo Suriani, Edgard Sampaio, Perneta, Hertel, e Irmãos, Oto Schlenker, Camilo Stelfeld, Carlos Falcão, Frederico Labsch, Rodrigo de Freitas, dr. Antonio Jorge Machado Lima, Paulo Franchi, Aristides Gaboardi, Vitorino Lomagno, Teodoro Schneider, Jurandir Cabral, Fernando Koeller, dr. Alarico Vieira de Alencar, N. A. Vrasch, Hans Benevitz, Angelica Colle, Estela Amaral, Henrique Jouve, Ofelia Pizader de Ferrante, Luiz Zilli, dr. Berta Lange de Morretes, Salva Rubens Assumpção, Franco Man Pinto, Rodolfo Kruger e dr. João Fredi, Luiz Salussoelia, Arsenio da Rocha Loures.65

O desenvolvimento cultural curitibano da década de 1930 passava pelos saraus sociais realizados nos clubes da cidade por agremiações que davam toque de requinte através da música, pelas operetas e pelas bandas que apresentavam desde músicas românticas, fox-trot, à canções sertanejas. Contribuindo com essas concertos de música de câmera em várias cidades do Brasil”. Ibid., 1984, p. 61. 63 Documentário Vultos Paranaense, op. cit., 1995. Vide transcrição ANEXO 1. 64 Revista Referência em Planejamento, op. cit., 1980, p. 150. Observa-se aqui o detalhe referente ao texto quanto as informações prestadas nos programas de concerto do Trio Paranaense. “ Conforme o anexo 12, as informações constadas no programa de concerto de 17 de abril de 1933 no clube Rionegrense somente se tratam do nome do compositor e do nome da peça a ser interpretada pelo O Trio Paranaense.” [grifo meu] 65 GAZETA DO POVO, Curitiba, 14 de dezembro de 1932, ed. 4846, p. 3. Disponível na Biblioteca Pública do Paraná no setor de obras raras.

29 movimentações artísticas culturais na socialização da população, “oportuno afirmar que a 'morigeração' privada através da prática musical das moças pertencentes às altas camadas das famílias curitibanas principiou a formação de uma plateia interessada por recitais de piano”66, O Trio Paranaense em seus concertos de música de câmara apresentavam novo estilo de música a plateia curitibana utilizando-se de composições entre os séculos XVIII e XX de pelo menos, trinta compositores.67 “Os primeiros apreciadores de música como arte eram constituídos por pessoas voltadas ao seu estudo, criando em Curitiba apreciadores da música de câmara, formando, a partir de 1932, um público entusiasta desse tipo de música, muito bem representado pelo Trio Paranaense”. 68

Renée Devrainne Frank informa segundo Sampaio (1984, p. 61) que “aqui em Curitiba a Sociedade do Trio Paranaense influenciou grandemente para a formação da cultura musical, realizando concertos bimensais e todos sempre concorridos e apreciados”. O Trio Paranaense possivelmente foi pioneiro 69 na capital paranaense do estilo música de câmara em salas de concerto como sociedade constituída, no entanto, não há alguma referência sobre a concretização tanto da sociedade como do pioneirismo através de documentos oficiais. Esse pioneirismo poderia estar ligado diretamente com as atividades musicais apreciadas pela elite de Curitiba formada pelos barões da erva-mate e imigrantes. As composições apresentadas pelo O Trio Paranaense em seus concertos passavam

por

obras

de

George

Friederic

Handel

(1685-1759)

a

obras

contemporâneas do compositor brasileiro Alberto Nepomuceno (1864-1920) 70. Mesmo com as transformações trazidas pelas emissoras de rádio 71 na década de 1930 eram poucos que tinham conhecimento para audições desse tipo de repertório, tornando-se ponto positivo neste aspecto a iniciativa do grupo para com o desenvolvimento cultural curitibano e paranaense. ANZE, op. cit., 2010, p. 54. Vide Anexo 7. 68 JUSTUS, op. cit., 2002, p. 123. 69 “Fomos pioneiras da música de câmara”. Relato de Bianca Bianchi para o documentário Vultos Paranaenses. 70 Vide Anexo 7. 71 “A PRB-2, inaugurada em 1924 – terceira emissora mais antiga do Brasil, trouxera a novidade, que assim como o 'cinema falado' (1927), seria, no dizer do poeta da Vila, Noel Rosa (1910-1937), o responsável por 'muitas transformações'.” Revista Referência em Planejamento, 1980, p. 116. 66 67

30 Outro aspecto a ser citado é o da educação ou “morigeração” da sociedade curitibana no controle comportamental da sociedade. Segundo Anze (2010), “foi formada antes pela etiqueta - pelo 'vestir-se bem' e ter 'bons modos' - do que propriamente pelo 'gosto' musical e artístico.” 72 Comportamento claro esse quando Bianca Bianchi diz “nós íamos sempre iguais, né. Então minha mãe idealizou um vestido pro Trio Paranaense que era todo preto de cetim. As mangas eram muito largas.”73 É nesse contexto, que surpreende a presença, no currículo escolar, de grande número de disciplinas referentes às artes e às línguas estrangeiras, e a grande carga horária a elas dedicada, demonstrando mais uma vez o quanto a educação e a escola, apesar dos discursos, visavam à preparação da elite.74

A iniciativa da criação de sociedade musical intitulada O Trio Paranaense para movimentar a arte da música de câmara na sociedade de elite, nos remete ao conceito de modernidade surgido com a I República no início do século XX 75. Essa organização da ideia de modernidade segundo Anze (2010, p. 56) “foi levada a cabo, no Paraná, pelo Movimento Paranista. Iniciado na década de 1920, o Paranismo teve como ação central a construção de uma identidade regional para o Estado, contando com a adesão da intelectualidade local, seus artistas e literatos.” Pesquisando e analisando esse início do século XX, verifica-se que o Paranismo, com o sonho de “inventar o Paraná”, teve o apoio e o engajamento de toda a intelectualidade paranaense do período, como jornalistas, historiadores, poetas, artistas plásticos e músicos produzindo uma ideia de sociedade que penetrou no imaginário da população. 76

Os documentos sobre a entidade O Trio Paranaense ainda encontram-se em processo de levantamento e organização. As explanações ocorridas até o momento caracterizam o esquecimento dessa movimentação artística efetuada pelo grupo para a sociedade paranaense. Suas importantes contribuições ainda estão por ANZE, op. cit., 2010, p. 55. Documentário Vultos Paranaenses. Vide Anexo 1. 74 PROSSER, op. cit., 2004, p. 131. 75 “Convém mencionar que a época em questão (primeiras três décadas do século XX) estava envolvida nos preceitos e ações da I República, fundamentada em uma noa ideia de Nação que se apoiava não mais no meio e na raça, mas no conceito amplo de modernidade. Assim, a I República, caracterizou-se como tentativa de produção da ideia de modernidade nos trópicos, embasada e sustentada pelo pensamento positivista, no qual a educação constituía um dos principais acessos.” ANZE, op. cit., 2010, p. 55. 76 JUSTUS, op. cit., 2002, p. 33. 72 73

31 serem relatadas, resgatando assim parte pequena mas importante para Musicologia Histórica paranaense. O período compreendido entre os anos de 1932-1934 apresentados nesse trabalho identifica a trajetória das idealizadoras do grupo, bem como suas apresentações e repertórios utilizados nos concertos para audição musical da plateia curitibana.

3.1 ARTISTAS

Falar sobre O Trio Paranaense é falar de suas integrantes. Personalidades criadas no meio social curitibano do início do século XX, tiveram ampla atuação no cenário musical paranaense e brasileiro. Bianca Bianchi (1904-2002, violinista) era intérprete e professora. Nascida na cidade de São Paulo no dia 5 de julho de 1907 era filha de imigrantes italianos. Sua mãe Giovanna Baldisseri era natural de Castelnuovo di Garfagnana 76 (Toscana) e tinha como profissão ser professora do ensino superior com diploma pela escola superior de Verona, também era poetisa e pintora. O pai Eduardo Bianchi nasceu em Milão e sua profissão era técnico de tecelagem. Além de Bianca tiveram uma segunda filha, a primogênita Maurina, porém acabou falecendo muito jovem aos 14 anos de idade. Com o fato ocorrido, a família Bianchi se muda de São Paulo vindo a morar na cidade de Ponta Grossa no interior do Estado do Paraná Iniciou seus estudos musicais com o prof. Ludwing Seyer e diplomou-se em Violino pelo conservatório do Paraná. O Governo do Estado do Paraná e a Prefeitura Municipal de Curitiba lhe ofereceram bolsa de estudo para o exterior. O país escolhido para continuação de seus estudos em música foi a Itália e através do pedido feito pelo cônsul em Curitiba, Amedeo Mammalella, foram concedidas pelo Governo Italiano as passagens para a viagem realizada em 1928 rumo a Roma. Ingressou na Acadêmia de Santa Cecília sob orientação do violinista e professor Arrigo Serato. Foram quatro anos de árduo trabalho e vários recitais. Volta para Curitiba em 1932 trazendo da Europa maior experiência como violinista. Apresentou recitais, solou com várias orquestras, exerceu o magistério e fundou O Trio Paranaense. 76

Revista Referência em Planejamento, op. cit., 1980, p. 152.

32 Em 1934 ingressa no corpo docente do Instituto de Música do Paraná “Menssing” e por 10 anos orientou inúmeros alunos. Integrou como “spalla” a Orquestra Sinfônica do Paraná que era regida pelo maestro Romualdo Suriani. Também foi violinista da Orquestra do Clube Concórdia e da Orquestra Sinfônica da SCABI. Como recitalista tocou ao lado de músicos como o pianista francês Henri Jolles, a harpista espanhola Léa Bach, o contrabaixista italiano Guido Gallignari e o pianista e compositor português Oscar da Silva 77. Foi uma das fundadoras da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP, atualmente UNESPAR) em 1948. teve participação ativa como professora de violino e música de câmera atuando até sua aposentadoria em 1977. Integrou o Conselho Administrativo Regional da Juventude Musical Brasileira (JMB) VIII Região em 1954 e outras instituições como a IBECC (Unesco). Em 1979, ano do Centenário da Imigração Italiana no Paraná, Bianca Bianchi recebeu a Comenda “Estrela da Solidariedade” do Governo Italiano, durante um jantar festivo, na noite de 1° de abril, com a presença do cônsul italiano, sr. Guido Borgomanero, e representantes do corpo consular, autoridades civis, colegas, amigos e ex-alunos.78

Sua trajetória de vida se seguiu até o ano de 2002 quanto faleceu. Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianista) era filha de Charles e Magueritte Devrainne. Nasceu na Europa na cidade de Paris no dia 26 de junho de 1902 chega no Brasil em 1911 aos nove anos de idade. Suas primeiras lições de música foram com a avó Emili Devrainne que era pianista e professora do Conservatório de Paris. Conforme a Revista em planejamento (1980) “em Curitiba prosseguiu os estudos com Mme. Brisson, esposa de um dos funcionários da Usina Elétrica onde trabalhava seu pai, pianista premiada em 1° lugar no Conservatório de Paris.”79 Retornando à França em 1918 Renée Devrainne Frank ingressou na Escola Normal de Música de Paris, concluindo os cursos de concertista, harmonia superior e de Pedagogia do Piano, formando-se no ano de 1924. De volta ao Brasil iniciou em Curitiba as atividades de professora e recitalista, apresentando-se em concertos na capital e cidades vizinhas. Foi uma das fundadoras do Trio Paranaense, da (SCABI) onde participou como solista da 77 78 79

Cf., Revista Referência em Planejamento, 1980. Id., 1980. Ibidem., 1980.

33 Orquestra Sinfônica dessa mesma entidade e da EMBAP. Guardamos da prof.ª Renée Devrainne Frank uma biografia escrita por ela própria e a nós dirigida. Diz: “Fui titular de uma cadeira de piano, do ensino superior, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, desde 1948. Ocupei também, durante alguns anos, a cadeira de Harmonia Superior e outra de Leitura e Transporte. Durante 17 anos consecutivos fui Chefe do Departamento de Música da referida Escola e por 20 anos membro do Conselho Técnico administrativo que mais tarde passou a se Conselho Departamental. Nos longos anos que dediquei ao magistério formei nada menos do que 40 alunos, dos quais, atualmente, vinte são professores, alguns da própria EMBAP, e outros ocupam postos de destaque no setor musical. Henrique Morozowicz, o falecido e sempre lembrado Claúdio Stresser, Lily Lo e Larissa Boruschenko são bons exemplos. 80

Como compositora escreveu peças para piano, canto, flauta e arranjos para O Trio Paranaense. Professora da EMBAP formou grupos de música de câmera, duos de piano e outros instrumentos. Segundo Sampaio (1984, p. 61) “foi ela a responsável pelos comentários dos 21 programas da Sociedade do Trio Paranaense os quais, juntos, formam pequena história da música.” Devido a colapso cardíaco faleceu em 10 de março de 1979. Ottiilia Maria Carlotta Frank (1903-1984, violoncelista), mais conhecida como Charlotte Frank, nasceu em 19 de setembro de 1903 e era filha de Carlos Frank 81 e Agnes Hoffmann Frank. Recebeu do pai as primeiras noções de música e com 12 anos foi matriculada no Conservatório de Música do Paraná (CMP) onde estudou violoncelo com o professor Caetano Barletta 82. Passou a ter aulas com o violoncelista Waclaw Radecki em 1921 com quem aprendeu sobre música de câmara. No ano de 1924 foi para o Rio de Janeiro e continuou seus estudo com o professor Radecki. De volta a Curitiba

entre

1927-1928

teve

aulas

com

a

professora

Bogomil

Sykora

(violoncelista). Participou também dos cursos de férias oferecidos pela Pró-Arte 83. Como musicista na função de violoncelista, participou das orquestras do Clube Concórdia sob direção do maestro Romualdo Suriani em 1928 e da SCABI em 1946. Em 1932 como violoncelista do grupo O Trio Paranaense e em 1948 fez parte Id., 1980. Cf., SAMPAIO, 1984. 82 Ibidem., 1984, p. 40. 83 “A Pró Arte de Curitiba estava constituída por ilustres nomes da comunidade, além de uma plêiade de músicos que muito contribuíram para o êxito das suas temporadas. Em janeiro de 1939 […]. Da comissão de Artistas pertenciam: Renée Devrainne Frank, Charlotte Frank, Bianca Bianchi [...]”. Ibidem, 1984, p. 72. 80 81

34 da fundação da EMBAP integrando o corpo docente como professora dando aulas de violoncelo e posteriormente assumindo a responsabilidade pela Iniciação Musical e Musicalização. Seu falecimento se deu no ano de 1984.

3.2 LOCAIS, CONCERTOS E REPERTÓRIO

A análise dos concertos realizados pelo O Trio Paranaense no período investigado compreendido entre os anos de 1932-1934 a partir de sua estreia em 15 de dezembro de 1932, até o presente estudo foram comprovados nove concertos na cidade de Curitiba/PR. Também se faz menção no jornal Gazeta do Povo de 1933 da realização de concertos no Estado de Santa Catarina. Aquele sucesso do Trio se repetiu, na excursão feita a Santa Catarina. Uma verdadeira viagem triunfal, tanto para Bianca Bianchi, Renée Devrainne e Charlote Frank, como para o nome do Paraná, que por lá andou evocado de mistura com o louvor unânime entretecido pela crítica e a imprensa catarinenses aos fulgurantes dotes das três artistas.84

Como apresentado anteriormente O Trio Paranaense realizou seu primeiro concerto no clube Thalia e confirmando a realização dos concertos bimensais 85 apresentou-se pela segunda vez em 22 de fevereiro de 1933 novamente no clube Thalia, em 28 de abril 1933 mais uma vez no clube Thalia, em 29 de junho de 1933 no clube Curitibano, em 01 de setembro de 1933 na sociedade Garibaldi, em 27 de outubro de 1933 outra vez no clube Thalia, em 15 de dezembro de 1933 em comemoração ao seu primeiro ano de existência, repete o local de estreia e em 31 de janeiro 1934 na sociedade Garibaldi realização seu décimo concerto. Todas as apresentações aparecem comentadas nos jornais do período pesquisado como sendo de grande brilhantismo. O brilhante conjunto artístico formado por Bianca Bianchi, Renée Devrainne e Chartolle Frank, efetivará hoje, no salão da sociedade Garibaldi, sita no largo dr. Faria, mais um concerto dedicado aos seus associados. Com uma vida de menos de um ano, o Trio Paranaense já se firmou um conjunto notável pela harmonia que o carateriza, e tem obtido contínuos triunfos. A GAZETA DO POVO, Curitiba, 22 de fevereiro de 1933, ed. 4904, p. 3. Disponível na Biblioteca Pública do Paraná no setor de obras raras. 85 Vide ANEXO 6 84

35 noitada de hoje terá, por certo, mais uma prova do valor das três distintas artistas conterrâneas e de quanto o Trio já conquistou os nossos apreciadores de arte.86

As composições interpretadas pelo O Trio Paranaense estão compreendidos entre as obras dos compositores do século XVIII ao século XX 87. Entre os nomes mais conhecidos pela sociedade atual está o de Giovanni Battista Pergolesi (17101736), Joseph Haydn (1732-1809), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Felix Mendelssohn (1809-1847), Alberto Nepomuceno (1864-1920) e também alguns menos conhecidos como Gustav Lazarus (1861-1920) e Manuel de Falla (18761946). A interpretação está mencionada nos periódicos transcritos e apresentados no anexo 2 deste trabalho. Bianca Bianchi, Renée Devrainne e Chartolle Frank, as três artistas que a nossa sociedade conhece e tem aplaudido, vão realizar, num belo gesto de caridade, um festival artístico em benefício do Leprosário São Roque. Esse festival do Trio Paranaense, concerto musical, terá lugar no salão maurisco do Clube Curitibano, amanhã à noite. Será executado o caprichoso programa seguinte: 1° parte: - Haydn – Trio n.XIII -a) Allegro Moderato: b)Andante: c) Alegro 2° parte: - Martucci – Andante do Trio n.1 – Kreisler canção holandesa. Dbjorah – Dumky 3° parte: - Mendelssohn – trio op. 49 – a) molto allegro agitato; b) andante com moto tranquillo; c) sharzo; d)final O trio Paranaense convida por nosso intermédio os seus associados e os associados do Clube Curitibano.

Além de concertos para promoção própria, O Trio Paranaense também realizava concertos de caridade voltados a beneficiar pessoais da sociedade curitibana com problemas de saúde. As atividades do O Trio Paranaense como sociedade tem seu final no ano de 1936, mas se seguiram como grupo musical até o final da década de 1960.

GAZETA DO POVO, Curitiba, 01 de setembro de 1933, ed. 5067, p. 6. Disponível na Biblioteca Pública do Paraná no setor de obras raras. 87 Vide ANEXO 7. 86

36 4 CONCLUSÕES FINAIS O grupo ou sociedade – não comprovada através de documentos oficiais, mas neste presente trabalho por informações coletadas nos periódicos do período analisado, informando um número de setenta e sete associados – fundada em 1932 na capital paranaense, fomentou à música de câmara através de concertos realizados em clubes e associações para sociedade curitibana apresentando formato e repertório pouco conhecido para cidadãos da cidade. Se sobressaem nesta pesquisa as ações tomadas como referência as de cunho “civilizador” e “morigerador” o que significou não só privilegiar apenas a execução da música de câmara. Mesmo não tendo atuação direta e explicita como organização “civilizadora” contribuiu para o amadurecimento artístico da plateia curitibana. Acrescenta-se também a ideia de contribuir para a corrente do “Paranismo”. A pesquisa desenvolvida com intuito de gerar acervo sobre a entidade em questão coletou duzentas imagens entre fotos, documentos e periódicos que foram analisados, transcritos e organizados para serem utilizados em futuros trabalhos acadêmicos. Um total de trezentos e quarenta e cinco edições (cerca de duas mil e oitocentas páginas) do periódico Correio do Paraná e sete do periódico a Gazeta do Povo (cerca de cento e vinte páginas) até o final deste trabalho foram lidas e as de importância para a pesquisa arquivadas. Contribuindo para esse acervo, também foram visitados cinco cartórios em busca de documentos oficiais, elaboradas sete tabelas, doze pastas para divisão do material coletado e transcritas vinte e oito edições dos periódicos acima mencionados. Nesse material pode-se identificar dez concertos realizados pelo O Trio Paranaense na capital paranaense e outros fora do Estado até o momento não comprovados. A identificação do nome de trinta compositores interpretados pelo O Trio Paranaense para a plateia curitibana em menos de dois anos de atuação, foi a surpresa deste trabalho. Destaca-se a aparição do compositor contemporâneo brasileiro Alberto Nepomuceno (1864-1920) no repertório da entidade. Com relação ao repertório e locais de realização dos concertos, investigouse para que do tipo de plateia O Trio Paranaense estava voltado, sendo identificada através das informações dos periódicos, uma seleta parte da sociedade curitibana.

37 Vale destacar três observações aparentes no decorrer desta pesquisa, mas que até o presente momento não foram discutidas. A primeira está relacionada ao estudo de gênero, relacionado ao caráter feminino do O Trio Paranaense. A segunda refere-se ao ineditismo do tema e às possibilidades futuras de desdobramento e abordagens ao tema pela longa trajetória de existência. Por fim, a observação relaciona-se às dificuldades - encontradas pelos musicólogos brasileiros – com relação aos acervos brasileiros próprios da Musicologia Histórica. A exemplo dessas observações, pode-se apontar que o caso do O Trio Paranaense serve de alerta para a comunidade acadêmica sobre a urgência nos trabalhos de revitalização e disponibilização de acervos históricos paranaense, situação relatada por vários artigos da área de Musicologia Histórica.

38 5 ANEXOS TRANSCRIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO: BIANCA BIANCHI – A VIOLINISTA Documenta Filmes – Série Vultos Paranaenses – 1995 Direção: Berenice Mendes Acervo digital pessoal do Prof. Dr. Álvaro L. R. da S. CARLINI. Disponível em: . Acesso em: 22/09/2013 Finalizada aos 22m18s Entrada: Slide 1 – Governo do Estado do Paraná. Secretaria do Estado e da Cultura. Slide 2 – Museu da imagem e do som Slide 3 – DOCUMENTA Produções Cinematrográficas Slide 4 – Apresentam Slide 5 – “uma mulher completa, uma intelectual, uma artista de primeiro grau e do mais alto gabarito” “Leal, solidária, com grande senso de justiça. Tem uma personalidade forte e é uma.... um caráter integro.” “Era sensível, maternal, doce.” “Uma figura assim impressionante, né. Ela tem um caráter assim, muito marcante e ela é muito forte, vamos dizer, ela... nós poderíamos dize... analisa tipo uma mulher forte da Du da bíblia.” “Marcou uma época na história do Paraná” Tema: Bianca Bianchi, a violinista BIANCA BIANCHI (BB): Dizem, né, que a continuidade da pessoa é o instrumento que está muito agarrado ao nosso corpo. E não é fácil, mas é um instrumento amado, porque, veja, o violoncelo está apoiado, o piano tá apoiado, se esta completamente segura. E o violino não. A dificuldade enorme do violino é isto justamente, e depois outra, é um instrumento doce, tem quatro cordas afinadas que desafinam também e você tem que fazer todas as notas, quando no piano estão todas já feitas, é só bater o teclado. Mas é fácil né, eu por exemplo, não uso, não uso absolutamente, não tem a necessidade de tal. Apesar que tem o pescoço grande né, é, ó, segura perfeitamente aqui. BB - “A família mamãe é Baldisseri. Baldisseri quer dizer, hã.... rostos-balde, sérios (rostos sérios). Esse é meu avô, que era clarinetista. Minha avó, Adélema, a mãe de minha mãe. Mamãe se inova, embrionio, uma cidadezinha do, perto de Verona, nas montanhas. É meu pai, Eduardo Bianchi. Ele foi que montou as duas fábricas do, é, Regoli Crespi de São Paulo, as grandes fábricas de tecido. Essa era a fábrica dele. Meu pai em Ponta Grossa, 1910/12. E que ele fez todo encanamento, quer dizer o esgoto da cidade de Ponta Grossa”. BB - “Eu perdi essa minha irmã, quando eu tinha 7 anos, ela faleceu com 15 e foi a tragédia da nossa casa. Por que a mamãe quase enlouqueceu com a morte de uma filha de quase 15 anos. Então para consolá-la, o meu professor que foi Ludovico Zairo (Seyer), o primeiro professor de violino que eu tive aqui em Curitiba. Ele me sugeriu “Bianca você tem que estudar violino para consolar tua mãe, porque senão ela vai morrer, como morreu tua irmã”. Maurina Bianchi, que, ela também violinista, mas apenas ela estudou um ano, deu um concerto e sete dias depois morreu”. BB - “Era uma pracinha, onde havia um quiosquezinho, porque ela não era assim regular, tava numa elevação e na, bem no topo tinha esse quiosquezinho. A pracinha era com, assim, grama né, nada mais. Não tinha nem calçada, nada, nada. E o meu pai me fazia levantar cinco horas da manhã, todo dia, descalça, com ele descalço também, fazer o que chama hoje cooper, né. Fazer a volta da pracinha há 10, 20 vezes correndo e depois eu ia para o colégio Divina Providência, que era onde me formei até o ginásio e depois parei porque era só violino mesmo. Eu morei nessa casa, nos moramos quarenta e dois anos. Aonde é a fundação hoje, sabe? Fundação Cultural, né. Foi a escola de pintura da mamãe e depois a minha escola de violino. É Curitiba era uma pequena cidade assim né, 1920... seis, sete eu me formei no conservatório do Léo Kessler o primeiro conservatório que teve aqui em Curitiba – Conservatório “Emilio Vara” (Música do Paraná) 1926. Eu comecei a estudar em 17. BB: “Vou dizer uma coisa engraçada pra vocês, eu me apelidei de arroz de festa. Porque não havia

39 uma festinha, um concerto de caridade, que lá não tivesse eu com meu violino, né. Então eu comecei muito cedo a tocar sempre em público, e, mais sempre beneficente, nunca foi como profissional, apesar de ter necessidade. Com as minhas colegas eu formei naquela época1920, década de 20, mais ou menos. Um quarteto com as minhas colegas, então o conservatório. O teatro Guaíra era um teatro pequeno. Era o antigo teatro do tempo do império que se chamava Teatro São Teodoro. Ele era um teatrinho pequeno. Eu até sabia, qual era a capacidade? Parece que eram trezentos lugares na plateia, má não me lembro muito bem, eu li. Porque eu toquei muito lá, lembrança que eu devia saber, mas não lembro bem. Mas muito bem, ele era um teatro todo com cadeiras entalhadas, todas douradas, as frisas eram assim. Era uma beleza de Teatro. E numa gestão de um prefeito aqui, o teatro fechou, simplesmente fechou. Nós os artistas ficamos sem um local para poder apresentar e mesmo os artistas que vinham de fora, não tinham lugar. Tinhamos que arranja salas como o Thalia, o Clube Curitibano, o Douchen Saengerbund, que naquele tempo chamava-se assim, para poder os artistas se apresentarem. Muito bem, e nisso parece-me que se passaram vinte oito anos. Quando o Dr. Moreira Garcês foi novamente prefeito, um grupo de artistas aqui do Paraná, Turim, todos os artistas que vinham aqui de fora, ele fazia os baixo-relevo, e lá estava no hall, no saguão do Teatro Guaíra. Então, tava cheio de baixos-relevos, de grandes luminárias da arte, né, que vinham de fora.b E, nós então fomos pedir ao Dr. Moreira Garcês que reabrisse o teatro, porque ninguém sabia o que tinha acontecido com o teatro Guaíra. Ele achou muito justo, disse: MG -“mas vocês já viram o teatro Guaíra?”, mas ninguém pode entrar, tá fechado, não é? Disse então, ele deu uma ordem e disse: MG - “as senhoras vão lá e vão ver o Teatro Guaíra”. Tá bom. Nós fomos muito contentes, porque, vimos a boa vontade do prefeito. Então, quando chegamos lá, subimos ali no ralzinho, do. Tinha uma escada que se ia para o balcão. E nós subimos. Nos encontramos lá, um tapume de tábuas de pinho largas, mas entre uma tábua e a outra, havia uma fresta. Então nós olhamos pela fresta e o que nós vimos. O fóro romano, não tinha mais nada. Três paredes perigosamente em pé, sem telhado, sem nada. E como o Guaíra combinava com o corpo de bombeiros, os bombeiros jogando futebol. Então nós voltamos muito tristes, né, chegamos na prefeitura, encontramos o Dr. Moreira Garcês, de costas com as mãos para trás sem olhar. E perguntou sem nos olhar porque estava de costas, MG - “viram o Teatro Guaíra?” Nós muito cabisbaixos, tristes, dissemos, sim, vimos. Ai ele virou-se e disse assim:MG - “Quando eu vi demolirem o palco do Guaíra, que eu havia mandado reformar alguns anos antes (BB ”na outra gestão dele”), eu chorei como estou chorando agora! (BB: “que ele estava chorando.”). Eu encontrei na rua XV, um dia, o Dr Aloísio França (AF), que era o prefeito e perguntei para ele, fui um pouco atrevida, eu disse a ele: “Dr. Aloísio, porque que o senhor fez esse ato de vandalismo?” Isso eu disse pra ele! Estou confirmando o que eu disse. Fui um pouco atrevidazinha, né. Porque não devia talvez ter feito isso. Ai disse: (AF) “Ora dona Bianca, mas isso foi para força a construção do Guaíra como Curitiba merece no momento”. Eu disse: não, a gente não destrói uma tradição, o Guaíra estava cheio de tradições, e o senhor nos deixou sem ter onde dar um concerto - e os artistas que vinham de fora também não tinham. Ai eu fiz uma....peguei no paletó dele, disse ó Dr., o senhor só tem esse terno, não tem mais nenhum, o senhor põe fora e como é que vai sair na rua? Assim eu falei com ele. DALILLA W. MORCENSTERN (ex-aluna e colega EMBAP): Ela tem uma personalidade que realmente que, o que ela quer, ela faz. E ela se dedicou de corpo e alma a música e enfrentou, imagine na década de 20, uma viagem a Europa, pra fazer um curso, na Itália e, quando naquela época as moças nem sonhavam com isso. BB: Meu sonho dourado era ir para a Europa estudar. Resolveram me conceder essa bolsa de estudo. Nos deram, a mamãe e a mim, a passagem em classe de luxo, num dos grandes navios daquela época que chamava-se, Júlio César. A cidade Terla, né. (foto: Bianca e De Bona em Roma) BB: Uma vez nós tocamos para o cardial Pacelli, que depois foi Papa. BB: Quando eu. Quatro anos, foi disciplina técnica cabano. E o ambiente né, frequentando, ouvindo muita música de grandes, e grandes e grandes. Quase todos os domingos a gente ia ao Augusteo, famoso Augusteo. Trabalhando nove horas por dia, né, tinha, tinha que progredir, né. Me divertia fazendo as fotos. A pátria da gente, chama né. Porque, quando Getúlio fez a revolução em 30. A bolsa de estudo acabou-se. Eles me cancelaram GUIDO BORGOMANERO (ex-cônsul da Itália em Curitiba): A oitenta e oito anos, no mundo de hoje, em que a vida, por exemplo no Brasil, não passa dos 60, 62 anos, uma mulher, um ser humano que chega a oitenta e oito, é já considerado um matuzalem, um fenômeno vivente, ela tem e guarda todas

40 as suas energias intactas, físicas e intelectuais. A sua memória é de ferro e ela é como um dicionário, uma enciclopédia ambulânte, pois ela consegue se lembrar dos mais, é....pequenos detalhes e episódios da sua existência. BB: Dois meses depois que eu cheguei eu dei meu concerto. Como quando eu sai eu dei um concerto de despedida, quando voltei, dei um concerto de volta, para mostrar que tinha feito alguma coisa. Fazia muita música dentro de casa. Quase não havia aqui em Curitiba uma casa que não tivesse um piano. Existe tanta gente bonita, existe tanta gente elegante. Eu não fui assim uma coisa especial, não acredito que fosse. Bom, sempre tem, os cortejadores sempre apareceram na verdade, mas eu nunca me apeguei a isso, porque eu me dedique muito a música, e me dediquei muito a minha mãe. Eu nunca pensei em casar ou ter filhos. Eu pensei nos outros, eu esqueci de mim. Esses outros o que foram? Meus alunos. A minha família, foram os meus alunos. IVETE DAHER (pianista acompanhante de Bianca): Minha mãe conheceu a Bianca naquela época que ela era bem mocinha, né. Então a Bianca Bianchi, os homens tinham loucura por ela. Era uma paixão violenta de tudo que homem por ela. Por que ela era uma pessoa, assim, muito bonita e assim, muito cativante. Todo mundo fala isso. 16m44s BB - Resolvi com minhas colegas, a Renée Devrainne e a Charlotte Frank, formar um trio. Logo em seguida fizemos uma sociedade do TRIO PARANAENSE. Então nós dávamos, é nessa sociedade, nós dávamos o concerto bimensal. As vezes tocávamos solos, as vezes tocávamos o trio, outras vezes tocávamos sonatas, hã, então, encaixávamos sempre novidades assim e fomos pioneiras da música de câmara. Do TRIO PARANAENSE, que foi inaugurado no dia 15 de dezembro de 1932. Eu tive uma ideia de formar uma fotografia oficial do TRIO, que foi essa formada por essas mesmas aqui. Eu juntei como nós tocávamos embaixo de um abajur assim, fazer um quadro um pouquinho romântico, vamos dizer. E então eu fiz a seguinte fotografia junto, com um fotógrafo naturalmente. Nós íamos sempre iguais, né. Então minha mãe idealizou um vestido pro TRIO PARANAENSE, que era todo preto de cetim. As mangas eram muito largas. BB: A gente funcionou acho que uns cinquenta anos mais ou menos, quer dizer, nós começamos. Em 1979, a Renée faleceu, a minha pianista. E 1984 que eu cheguei da Europa, de uma viagem turística, até com pneumonia e fui internada no hospital. Então minha violoncelista, a Charlotte Frank, faleceu, eu estava no hospital quando ela faleceu. Então o TRIO acabou. 19m49s MARISA FERRARO SAMPAIO (jornalista, pesquisadora e professora da EMBAP): Ao lado de Renée Devrainne ao piano e de Charlotte Frank no violoncelo, eslas brilharam na Sociedade de Curitiba. Tocavam nos clubes como, Thalia, Curitibano, Country e eram sempre muito requisitadas no ambiente musical aqui de nossa cidade. BB: Ele resolveram fazer a Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Eu fui umas das fundadoras. Eu não era brava não, eu era exigente, como todo bom professor é. Não adianta dizer você está tocando muito bem. A gente não deve desanimar, mas deve exigir. Eu penso que tive quase mil alunos, não sei bem, mas devo ter muitos. Devo ter chegado por ali. Por exemplo, tem o Gedeão. GEDEÃO MARTINS (maestro): Dona Bianca, Deus lhe pague. Ela, como produziu, como rendeu. Dona Bianca foi realmente a iniciadora desse grande trabalho, do tão difícil, eu costumo dizer, divino diabólico instrumento que é o violino. Que não é fácil. 20m18s BB: E a gente trabalhava com idealismo, não com, com, como vou dizer, com finalidade financeira. Eu vou conta um fato. No tempo do Lupion, a escola de belas artes não recebeu um vintem, nenhum professor. Nós ficamos um ano sem receber. No entanto, não houve uma greve, não houve um professor que deixasse de dar as suas aulas. Continuamos firme e depois fomos recebendo aos pouquinhos o que eles nos deviam, mas ninguém deixou de ir, nenhum professor. Eu me aposentei por tempo de serviço e por idade, né, compulsória. Combinou os trinta e um anos de trabalho. Pra mim foi uma tragédia. Então eu continuei lecionando. Mas eu gosto de ensinar. To acostumada.

41 ANEXO 2 TRANSCRIÇÕES DE ARTIGOS DOS PERIÓDICOS: CORREIO DO PARANÁ E GAZETA DO POVO TEMA: TRIO PARANAENSE FONTE: Biblioteca Pública do Paraná – Curitiba/PR e Hemeroteca Digital Brasileira – Fundação Biblioteca Digital online disponível em: NOTA: Os códigos que iniciam cada nova edição são referentes à TABELA 2 e 3 deste trabalho As transcrições são fiéis à grafia apresentada nos artigos

TP_PCP_01- 1° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.175, p.8 – 14/12/1932. O TRIO PARANAENSE A idealização e organização do Trio Paranaense, por tres artistas paranaenses, representa uma iniciativa audaciosa, o que é sufficiente para recomendal-a ao amparo da nossa sociedade. Curityba é já um centro de bastante cultura artistica. Fazia-nos falta uma sociedade musical dedicada a promover a musica de Camara. Pensando assim as senhoritas Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte Franck, lançaram-se corajosamente á iniciativa. E o Trio Paranaense ahi está, disposto á uma longa vida de triumpos. Amanhã, já, será realizado o festival inaugural do Trio Paranaense, nos salões da Sociedade Thalia. Servirão de ingresso, aos sócios do Trio, os talões de Novembro e Dezembro. Os sócios da Thalia, apresentando sua credencial, gozarão de direitos identicos aos dos sócios do Trio.

TP_PGP_01 - 1° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed.4846, p.3 – 14/12/1932. A AUDIÇÃO INAUGURAL DO “TRIO PARANAENSE” Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck far-se-ão ouvir amanhã na Talia. - Será dedicado, esse recital, á escritora fona Raquel Prado. Teve larga e simpática repercussão nesta capital, a organização do “Trio Paranaense”, pelas artistas Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck, três nomes de vanguarda nos círculos artísticos de nossa terra. Dai a ansiedade reinante em torno do festival que inaugurará o precioso conjunto. Os frequentadores dos nossos saraus de arte bem conhecem as vigorosas qualidades das distintas componentes do “Trio Paranaense”. O interesse que se nota pela audição a realizar-se amanhã, na Sociedade Talia e desdobramento dos aplausos sinceros e justos que Bianca Bianchi, Charlote Franck e Renée Devraine tem sempre sabido conquistar. Os arcos firmes e inspirados de Bianca e Charlote, no violino e no violoncelo e a execução comunicativa de Devraine ao piano, terão amanhã oportunidade de se proporcionar aos amantes da música, principalmente dessa difícil e sensibilíssima “música de câmara”, uma noitada magnífica. A récita inaugural do “Trio Paranaense” será, no prognóstico de todos nós os que já ouvimos Bianca, Devraine e Charlote, um acontecimento digno da luminosa jornada que essas três artistas ora iniciam juntas depois de haver cada uma de persi, conquistado, a custa de estudo sério e devotamento, sempre crescente, os loureis que lhes paramentam os nomes. O conjunto recém-formado representa um esforço digno dos mais francos enemios, pelas intenções que servem ás suas organizadoras. Proporcionarão as plateias de todo Estado, noitadas de arte pura, distendendo, mais tarde, os seus recitais, até além fronteiras, cooperando decididamente para fazer sentir lá fora o quanto vale o Paraná artístico. O acolhimento que vai obtendo o “Trio Paranaense” entre os nossos entendidos e apreciadores de coisas de arte, diz perfeitamente da segurança que todos tem na completa realização do intento das três artistas. A inscrição no livro de sócios do “Trio Paranaense” dá direito mediante pagamento mensal de cinco mil reis, a assistir audições bimensais. Para o concerto de amanhã, os sócios do Trio que desejem mais entradas, poderão adquiri-las na porta do Talia. A audição inaugural do “Trio Paranaense” será em homenagem a dª. Raquel Grado. Numa prova de apreço e simpatia a brilhante escritora d. Raquel Prado, atualmente em visita a Curitiba, as gentis componentes do “Trio Paranaense” resolveram dedicar seu recital a essa distinta

42 beletrista, que tão alto tem sabido elevar, lá fora, o nome de seu berço natal, o Paraná. Acertada e justa essa deliberação das jovens artistas, pois d. Raquel Prado constitua sem favor algum, uma das mais destacadas figuras da intelectualidade feminina brasileira, e tem sido, no Rio, durante muitos anos uma dinâmica incentivadora das belas artes. O programa O programa a ser executado pelo “Trio Paranaense” em sua recita de amanhã é o seguinte: 1° Parte – Beethoven – Trio Op. 1 – n.n. 2° Parte – Giovani Batista Pergolesi – Nina - “Tre Giorni; Gustavo Lazaruz – Marcha funebre – Rondó gracioso, extraído do Trio Op.55. 3° Parte – Franz Josef Haydn – Trio em sol maior. Os que já subscreveram o livro de sócios do “Trio Paranaense”. Srs. Consules Amadeu Mamalela, Ludovico Aeldert, Roman A. Saniewiez, Luiz Ciruelos e Eduardo Davrain; dr. David Carneiro, Elena Schack, Carlos Goudard, Rute Pimentel, Ivo Reuião, Eduardo Fernando Chaves, João Turin, Vicente Moto, José Sotero Angelo, Risoleta Machado Codega, Ema Hauer, Amelia Naufal, Glady Vieira Cavalcanti, prof. Raul Menssing, dr. David Silveira da Mota, dr. Flavio Luz, dr. Serafim França, Leonor Garcez, dr. Hugo de Barros, Epaminondas Ribeiro, Frederico Essenfelder, Benedito Nicolau dos Santos, major Higino de Barros Lemos, Heitor Stockler, dr. Osvaldo Piloto, Eunice Barcelos, José Guimarães, Aercio Portes, Henrique Todeschini, Maria Olimpia Lisboa, Família M. Saldanha, Fausta Ximenes, Alvaro Costa, Marta Silva Gomes, Teodoro Cybuisky, Acir Guimarães, Hercilia Machado Lima, José Matos Azeredo, Alceu Chichorro, dr. Ulisses Vieira, Herta Hauer, Romualdo Suriani, Edgard Sampaio, Perneta, Hertel, e Irmãos, Oto Schlenker, Camilo Stelfeld, Carlos Falcão, Frederico Labsch, Rodrigo de Freitas, dr. Antonio Jorge Machado Lima, Paulo Franchi, Aristides Gaboardi, Vitorino Lomagno, Teodoro Schneider, Jurandir Cabral, Fernando Koeller, dr. Alarico Vieira de Alencar, N. A. Vrasch, Hans Benevitz, Angelica Colle, Estela Amaral, Henrique Jouve, Ofelia Pizader de Ferrante, Luiz Zilli, dr. Berta Lange de Morretes, Salva Rubens Assumpção, Franco Man Pinto, Rodolfo Kruger e dr. João Fredi, Luiz Salussoelia, Arsenio da Rocha Loures.

TP_PCP_02 – 2° APARIÇÃO NO JORNALCORREIO DO PARANÁ - Ed. 176, p.8 – 15/12/1932. 1° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE No salão principal da Sociedade Thalia, o Trio Paranaense realizará, hoje, o seu primeiro concerto. O programma para a extreia está um verdadeiro primor, com as paginas mais finas da musica de Camara. Mas, ha outro elemento que, por si só, asseguram o sucesso da noitada de hoje, no Thalia. E esse elemento é o nome de cada componente do Trio: Charlotte Franck, René Devraine e Bianca Bianchi. Estes nomes dispensam mais commentarios. O programma a ser executado está assim organizado: 1° PARTE: Beethoven – Trio op, 1N°3: a) Alegro com brio b) Andante contabile com variações c) Minuetto d) Final Prestissimo. 2° PARTE: Pagolere – Nina “Tregiorni” Lazarus – Marcha funebre. Lazarus -Rondo gracioso 3° PARTE: Hldn – trio em sol maior: a) Andante b) Poco adagio c) Rondo all songarese.

TP_PGP_02 – 2° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO - Ed. 4847, p.3 - 15/121932. 1° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE A AUDIÇÃO INAUGURAL DO “TRIO PARANAENSE”

43 Realizar-se-á, hoje á noite, na Talia, o recital do conjunto Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck. Ansiosamente esperada, terá lugar, hoje às 21h30, na Sociedade Talia, a recita de inauguração do “TRIO PARANAENSE” - O conjunto musical em boa hora organizado pelas festejadas artistas Bianca Bianchi, Charlote Frank e Renée Devraine. O interesse que esse festival conseguiu despertar em nossos anseios sociais e artisticos é a maior prova de quanto Curitiba é com agrado a formação de “Trio Paranaense”. As três artistas que ora empreendem essa empreitada em comum, bem merecem todos os incentivos, pelas ..avulgares qualidades que possuem e das quais já tem dado tantas demonstrações. O exito da audição de hoje está previamente assegurado. Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlate Frank saberão, mais uma vez, estar a altura do renome que desfrutam em nossa terra, e o fato de se apresentarem, agora em trio, reforça nossa certeza no triunfo de hoje a noite. A recita ianugural do “Trio Paranaense” ha-de corresponder plenamente a impaciência honrada com que vem sendo aguardada por todos os que conhecem esses três brilhantes artistas que são Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Frank. Será em homenagem a Escritora Dª. Raquel Prado o recital do “Trio Paranaense” As componentes do “Trio Paranaense”, num gesto de fidaluia e justiça, dedicam o seu festival de hoje a escritora dª Raquel Prado, atualmente em visita ao seu Estado natal. Merece meemios esse gesto de Bianca, Renée e Charlote, pois dª Raquel Prado, pelo prestígio que gera nos círculos intelectuais do país, é uma paranaense que muito honra nossa terra, e tem sido através de sua carreira literária uma incansável animadora de empreendimentos artísticos e sociais. O programa Primeira Parte Ludwig van Beethoven – 1770-1827 Trio op, 1 n°3: a) Allegro com brio b) Andante com variações c) Minuetto d) Presto Final Segunda Parte Gionanni Battista Pergolese – 1710-1736 Nina “Tre giorni” Gustav Lazarus – 1861 a)Marcha funebre; b)Rondo gracioso - extraídos do trio Op.55 Terceira Parte Franz Joseph Haydn – 1732-1809 Trio em sol maior: a) Andante b) Poco adagio c) Rondo all'ungarese. Piano Essenfelder Como os sócios do “Trio Paranaense” A inscrição no livro de sócios do “Trio Paranaense” dá direito mediante pagamento mensal de cinco mil réis, a assistir audições bimensais. Para o concerto de hoje, os sócios, poderão adquiri-las na portaria do Talia.

TP_PCP_03 - 3° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.177, p.8 – 16/12/1932. O TRIO PARANAENSE O QUE FOI O CONCERTO INAUGURAL DESSE CONJUNCTO MUSICAL Com uma assistencia selecta realizou-se hontem o primeiro concerto da nova sociedade musical organizada recentemente nesta capital – o Trio Paranaense. Conhecida a finalidade desse conjuncto artistico, constituido pelas consagradas musicistas stas. Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte Franck, consignemos aqui que, na sua primeira exibição elle a attingiu plenamente. O programma organizado pelo Trio foi executado com a esperada maestria pelas tres concertistas. Não ha nome a resaltar, como não ha pagina a destacar. As tres cocertistas deram interpretação impeccavel ao programma escolhido, deliciando a assistencia que compareceu aos salões da Thalia.

44 TP_PGP_03 – 3° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed.4848, p.8 – 16/12/1932. O TRIO PARANAENSE A RECITA INAUGURAL DO “TRIO PARANAENSE” Brilhantíssima a noitada de arte do conjunto Bianca Bianchi – Renée Devraine – Charlote Franck Nas notas por nós publicadas a respeito da audição inaugural do “Trio Paranaense”, previmos o grande sucesso que seria alcançado pelo conjunto Bianca-Renée Devraine-Charlote Franck. Ao traçarmos a presente, sentimo-nos satisfeitos por termos visto integralmente confirmado aquele prognóstico. Raras vezes Curitiba terá assistido a uma noitada artística de tal forma requintada como a de ontem no Talia. As três brilhantes artistas que se apresentaram ontem em conjunto, não poderiam, de fato, desmentir o renome que desfrutam em nossa terra. A grande noite de triunfo que a inauguração do “Trio Paranaense” tendo assinalado, não surpreendeu aos que já reconhecem as poderosas qualidades artísticas de Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck. S, porém, a audição de ontem não surpreendeu sob o ponto de vista do sucesso alcançado, deixou em todos que a ela compareceram uma impressão de deslumbramento ante o efeito extraordinário produzido pelo conjunto. Felicíssima a deliberação tomada pelas três primorosas artistas de entrelaçarem os seus invulgares dotes interpretativos e os seus fortíssimos dons emotivos, tornando esse “Trio Paranaense” que se sagrou ontem uma das mais preciosas e cintilantes organizações artístiocas de que ha notícia entre nóis. O conjunto musical de Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck está apto a ir deslumbrar, lá fora, as mais exigentes plateias. De tal forma foi harmonica a cooperação das três artistas no recital de ontem, que seria injustiça ressaltar esta ou aquela, embora se pudesse fazer sentir que Bianca esteve numa das suas grandes noites e Devraine conseguiu manter brilhantemente a contextura exigida do piano nas músicas de câmara.

TP_PCP_04 - 4° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.178, p.32 – 19/12/1932. O TRIO PARANAENSE Audição do Trio Paranaense do Talia A alma da arte musical no momento que passa, parece se haver transplantado a alma feminina. Nos ultimos anos, a musica há tido entre menlancolicas como Guiomar Novais, Luba de Alexandewska e outras gen'ais revelações artisticas que ora resurgem nos vários continentes civilizados. IMAGEM – BIANCA BIANCHI Não há duvida, a humanissima arte dos sons, que pede aos sêres lagrimas e sorrisos numa compensação otimista, encontrando a estética e a harmonia e malternativas creadôras, teve na consagrada audição do TRIO PARANAENSE, em noite de quinta-feira, um dos seus mais gloriosos dias. O ambiente oriental do salão Talia, na decoração nipônica requintada, emprestando embora aquele meio, á poesia do pais das gaishas e dos crisantêmos, -a para do deslumbramento exterior, foi, contudo, para os ouvintes, -á nota abemolada que violentou em parte a gama das vibrações no mimoso TRIO de Binca, Devraine e Carlota Franck, que procuraram arrancar dos seus instrumentos musicaes efeitos de sonoridade, - para suprir a acustica local, nas maravilhosas execuções das partituras. A impecavel interpretação dada a IMAGEM – RENÉE DEVRAINE FRANCK composição de Beethoven que figurou na primeira parte do programma, merece especial destaque, trechos do minueto e presto final, - onde as três graciosas artistas deixaram revelar a segurança absoluta da técnica e do ritmo, na elegancia em vencer a complicada “lied” do genial Beethoven, ainda impregnada da influencia dos seus iniciadôres Pfeiffer, Van der Eden, Haydn, Albrechtsberger e Salieri. A musica de cama, classicamente educativa, exige certa intuição audiente, delicadeza dos sentidos, e alguns conhecimentos dos motivos que inspiraram os mestres dentro das conflitos humanos, -para legar ao mundo numa verdadeira parturição de sentimentos, - as melodias dos poemas imortais. Nina “Tres giorni” de Pergolési, o artista que se imortalizou na creação de sua obra prima a “SERVA PADRONA”, morrrendo aos 25 anos de idade, deixou, tambem, esse pedaço dalma em soluços, que é a NINA cuja execução dolencial arrebatou o auditorio, nas variadas emoções que os instrumentos manejados pelo Trio souberam imprimir a bela Siciliana, no habilissimo arranjo de Fritz Kpaisler.

45 Na composição de Pergolése, Carlota Franck, no seu violoncelo revelou a mesmo orgia de sentimentos nas modulações da arcada, a justeza trigonometrica dos angulos que o arco desenvolve da primeira a quarta corda, nas posições da mão agrupada, cuja dominação caprichosa do “pont celo ao bossulo”, somente os genios, como CASAIS, BOGUMIL, SQUIRE, conseguiram obter através de ingentes creados que o dificilimo instrumetno crea IMAGEM – MIMI do por Archangelo Creli no seculo XVII, sabe exegir de quem o deseja executar com a maestria do vituose. A pronunciada clareza do timbre, vibração livre do som metalico, sem a manifestação dos sindromas nervosos, prometem para a graciosa artista, um lugar de destaque entre os “celistas” contemporaneos. O Rondó All'ungarese de Haydn, consagrou o renome de BIANCA, DEVAINE e CARLOTA FRANCK, como artistas capazes de enfrentar as plateas mais exigentes. E' uma composição que exige muita técnica, habilidade fermidavel dos executôres, para agradar, porque o motivo se repete, monotono, caprichoso, cheio de volátas estilizadas, polifonicas de caracter alegre reclamando uma execução fina e espiritual. O motivo da composição se inspira na dança de róda cantada na “idade-media”, em que o sólo e córo sobresaiam alternadamente. Culminou ainda o sucesso, do Trio, na lembrança de homenagear a ilustre intelectual paranaense, Rachel Prado, que ora visita sua terra natal. Foram comoventissimas as palavras da ilustre escritôra, ao agradecer a linda corbelha que lhe ofertou a festeja artista BIANCA, cujo nome poetico já traduz o arminho das canòras vibrações do seu stradivarios. Manda a justiça que se exalce as primorosa execução, a segurança do teclado, a finura e a técnica expressiva, da notavel pianista DEVRAINE. A novel Associação musical TRIO PARANAENSE, é a afirmação positiva da vitoria da mulher, e o penhor mais seguro, do alto grau de cultura artistica que o Paraná vem conquistando no seio da civilização do nosso pais. SOTERO ANGELO. ANO 1933

TP_PCP_36 - 5° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.211, p.4 – 25/01/1933. TRIO PARANAENSE Concerto de Quinta-Feira Conforme fôra anunciado, o Trio Paranaense, realizou na quinta-feira ultima o seu concerto de música de camara. Programa admiravel. Bianca Bianchi, Charlotte Frank e Renée Devraine – as tres consagradas artistas que honram o Paraná, de que são um autentico padrão de gloria, uma expressão notavel de harmonia e de beleza, na arte sublime da música, - no concerto de quinta-feira, ultrapassaram, de muito, a expectativa de otimismo e de admiração, com que as esperava nossa platéa. - a musica, essa linguagem maravilhosa, arte sublimada do ritmo que encanta eleva e transporta, na vibração magica de sonho, feito o encantamento de notas que se sucedem, ferindo emotivamente a nossa alma. - a musica, arte maravilhosa, linguagem en”ernecedora do sentimento universal. - a musica, expressão humana de beleza feito som, som que é melodia, é sentimento. Beethoven, Pergolese, Schumann, Edward Egar, Hydn... Bianca Bianchi, Charlotte Frank, Renee Devraine... Arcos encantados tocam cordas suavemente... Roseas mãos dedillham um teclado magico... Violino...Violoncelo...Piano... Na harmonia surpreendente de um conjunto impecavel, as notas enchem o espaço. A técnica admiravel e o sentimento maximo na interpetração do txetos, fazem reviver na magia dos instrumentos, a expressão de genialidade dos compositores, evidenciando a cultura artistica da eximias concertistas. Trio Opera 1 nr. 3, Canto da Noite, Salut damour, Trio em Sol maior...em todo o programa,

46 execução maravilhosa. Aplausos, flores – a platea deslumbra... Quando Bianca, no final da II parte, fazendo o seu violino magico desferir o ultimo arpejo de Salut damour, quando o arco sublime deixou as cordas...e a artista levantou a linda cabeça numa atitude eloquente de vitoria, - a platea inteira sentiu a sua predileção pelo texto, a beleza sem par de sua interpretação... e aqueles sons finais vibraram docemente, em transporte até as palmas quebraram o encantamento, no aplauso merecido ás tres artistas. Ultima parte. Trio em Sol maior...Deslumbramento! Escrita esta nota relemo-la e tendo na memoria, ainda bem nitida, a impressão admiravel do concerto de quinta-feira, tivemos vontade de rasga-la, tão palidamente diz do que é a arte sublime e do valor artistico do Trio Paranaense. Simples registro – é o que fazemos. G.P.

TP_PCP_59 - 6° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.234, p.3 – 22/02/1933. 2° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE O CONCERTO DE HOJE DO TRIO PARANAENSE – O Trio Paranaense, iniciativa cujo triumpho se patenteou na sua primeira audição e que se constitue das talentosas musicistas patricias, Bianca Bianchi, Odette Devraine e Mimi Frank, realiza hoje, com início ás 21 horas, no salão nobre da Sociedade Thalia, o seu segundo concerto, que vem sendo anciosamente aguardado pelo nossos circulos artísticso e social. O concerto de hoje, para o qual os sócios da Sociedade Thalia gozarão das mesmas regalias concedidas aos sócios do Trio Paranaense, obedecerá ao seguinte programma, organisado com o máximo carinho: Primeira Parte: Goerg Friedrich Haendel – Largo; Ludwing Von Beethoven – a) Adagio, b, Minueto. Segunda Parte: - Franz Joseph Haydn – Rondó; Robert Schumann – Canto da Noite; Tschaikowski – Drevaione – Outono. Terceira Parte: Felix Bartholdy Mendelssohn – Trio em Ré menor – Op. 49, a) Allegro agitato, b) Andante com moto tranquillo, c) Scherzo e d) Finale.

TP_PGP_04 – 4° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed.4904, p.3 – 22/02/1933. 2° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE O 2° concerto do esplendido conjunto de Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck No salão nobre da Sociedade Talia terá lugar, hoje, às 21 horas o 2° concerto do Trio Paranaense, o primoroso conjunto formado pelas artistas Bianca Bianchi, Charlote Franck e Renée Devraine. É grande o interesse com que está sendo aguardado mais esse recital do Trio, pois as suas componentes são figuras das mais aplaudidas e estimadas do nosso meio artístico. Ninguém se olvidou nem se olvidará jamais do que foi a estréia desse harmonioso conjunto, em dezembro p. passado. Uma grandiosa noitada de arte, uma legítima reafirmação de três talentos musicais, tudo sob aplausos calorosos e consagradores. Aquele sucesso do Trio se repetiu, na excursão feita a Santa Catarina. Uma verdadeira viagem triunfal, tanto para Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Frank, como para o nome do Paraná, que por lá andou evocado de mistura com o louvor unânime entretecido pela crítica e a imprensa catarinenses aos fulgurantes dotes das três artistas. Hoje novo triunfo será conquistado pelo Trio Paranaense. Afirmamo-lo, bem como todas as pessoas que se preparam para ouvir o concerto, pois as três distintas recitalistas de hoje tem a exorna-las qualidades que permitem todas as previsões otimistas. O PROGRAMA É o seguinte o programa organizado pelo Trio Paranaense para o seu concerto de hoje: 1° parte: Georg Friedrich Haendel – Largo; Ludwing van Beethoven – a) Adagio; b) Minueto 2° parte: Franz Joseph Haydn – Rondó; Robert Schumann – Canto da noite; Tschaikowski – Devraine – Outono 3° parte: Felix Bartholdy Mendelssonhn – Trio em Ré menor Op.49 – a) alegro agitado; b) andante com moto tranquilo; c) scherzo; d) finale. Pedem-nos as componentes do Trio Paranaense tornemos público o seguinte: Os sócios da Talia, mediante apresentação do último talão de mensalidade, gozarão das mesmas regalias dos sócios do Trio Paranaense, sendo que estes, si desejarem adquirir mais entradas

47 poderão consegui-las na porta, pelo mesmo preço da mensalidade cobrada pelo Trio.

TP_PCP_60 - 7° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.235, p.5 – 23/02/1933 O TRIO PARANAENSE Notas de Arte Realizou-se hontem com grande exito o II concerto do “Trio Paranaense” Hontem á noite nos salões da Sociedade Thalia, o Trio Paranaense, composto das musicistas Srtas. Bianca Biancho, Charlote Frank e Renée Devraine, realizou o seu segundo concerto de música de Camera perante uma numerosa e selecta assistencia. O novel Trio, cujos componentes são nomes já formados na arte musical paranaense, veio confirmar o que aliás já era de esperar do talento musical de Bianca Bianchi, da technica do arco de Charlotte Frank e da cultura artística da pianista Renée Devraine. Foi, enfim, uma noite de pura arte de arrebatamento espiritual para os bons apreciadores de classicismo musical. Iniciou o programa – “Largo” de Heandel – extraído da aria da ópera Serse. Melodia de caráter religioso, tendo execução perfeita. Com o II número da I parte foi executado Adagio do Trio Op.11 – do grande compositor Beethoven. Bela inspiração revelando a ternura do seu coração; e em seguida Minueto em sol menor, elegante evocação das danças cerimoniosas do século XVIII. Esses números foram francamente aplaudidos pela assistência. Deu início a segunda parte – Rondó do Trio n° 7 – de Haydn, música pura com grande desenvolvimento sonoro, alegre e fino. Após esse número ouvimos “Canto da noite” da Schumann belíssima manifestação do romantismo Alemão, música de expressão todo interior. Finalmente com o III número da segunda parte foi executado “Outuno” de Tchaikowsky, arranjo para o Trio por Renée Devraine. Conto melancólico, lembrando a tristeza de uma paisagem desolada, o que o Trio executou com fian perfeição. A terceira parte constando “Trio em ré menor Op. 49”, linda inspiração e construção musical de Mendelssohn. Sendo a I parte agitada, o andante melodioso e sentimental e o final com um caráter rítmico grandemente executado com conclusão triunfal. Esse número foi coroado de grande êxito, recebendo os musicistas francos e sinceros aplausos da seleta assistência que enchia totalmente os salões da Sociedade Thalia. Eis numa rápida apreciação do que foi o II concerto do novel e já vitorioso Trio Paranaense, professor da música de câmara no Paraná.

TP_PCP_114 - 8° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 288, p.4 – 02/05/1933 3° CONCERTO – O TRIO PARANAENSE REALIZADO EM 28 DE ABRIL DE 1933 Deu-nos sexta-feira última o “Trio Paranaense “ a sua terceira audição perante um público seleto e admirador de música de câmara. Num ambiente impróprio para um concerto de responsabilidade, numa das salas da Sociedade Thalia, de pequeníssimas dimensões, na qual uma centena de ouvintes encheu-a completamente, ficando mal acomodados, e além disso sem acústica suficiente, teve início o anunciado concerto de música de câmara do “Trio Paranaense”, novel e simpática agremiação, que vem batalhando para o alevantamento do nosso meio artístico. Sabemos que a música de câmara é a verdadeira escola para uma boa educação musical. Nela encontramos uma orientação segura e os requisitos necessários para o nosso desenvolvimento artístico e para bem avaliar as coisas de música. Para que um trio adquira uma unidade musical ajustada, um perfeito equilíbrio de ritmo e fusão completa de sonoridade proporcional é sempre preciso mais ou menos um ano de ensaios em conjunto, um longo tirocinio comum aos elementos componentes. Não basta que um dos seus membros seja um grande instrumentista, porque essa condição não é suficiente para imprimir ao conjunto uma unidade indissolúvel, uma união absoluta, indispensável ao escopo que essa música requer. É preciso um esforço de todos os membros para o equilíbrio geral, na sonoridade e principalmente no interpretar verdadeiramente a música e transmitir, assim como ela é ao público.

48 Especificamos no desenrolar do programa, no qual figuraram peças de Beethoven - “Andante Cantabile do Trio Op.97”, Haydn – Rondó do Trio n°7 em mi menor, Rachmaninoff “Melodia Op. n° 3 e de G. Orefica trio em dó menor” peça essas que mais nos agradaram quanto a execução, mas mesmo assim notávamos por parte do ”Trio” um esforço perseverante para a difícil finalidade da unidade de conjunto, e não raras vezes houve desequilíbrios, principalmente por parte do violoncelo e violino. As vezes é muito difícil notar esses desfalecimentos, conforme a complexidade da música, sendo preciso uma atenção severa e muito esforço. Seriamos injustos se não fizéssemos uma referência especial a Srta. Renée Devraine, a qual se salientou, não perdendo o controle quando se davam os desequilíbrios de outros instrumentos. É uma pianista que honra o nosso meio musical, pois tem alta capacidade na arte do teclado, sendo a figura “primus” do Trio Paranaense. Trio esse que se esforça para vencer o seu disederatum. Não resta dúvida que o Trio Paranaense foi muito aplaudido pela assistência, mas o fato é que não houve homogeneidade precisa, pecando pela falta de unidade musical. TIC.

TP_PCP_162 - 9° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ - Ed. 336, p.5 – 29/06/1933 4° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE FESTIVAL DE ARTE Biancha Bianchi, Renée Devraine e Chartolle Franc, as três artistas que a nossa sociedade conhece e tem applaudido, vão realizar, num bello gesto de caridade, um festival artístico em benefílco do Leprosario São Roque. Esse festival do Trio Paranaense, concerto musical, terá logar no salão maurisco do Club Curitybano, amanhã á noite. Será executdo o caprichoso programma seguinte: 1° parte: - Haydn – Trio n.XIII -a) Allegro Moderato: b)Andante: c) Alegro 2° parte: - Martucci – Andante do Trio n.1 – Kreisler canção holandeza. - Dbjorah – Dumky 3° parte: - Mendelssohn – trio op. 49 – a) molto allegro agitato; b) andante com moto tranquillo; c) sharzo; d)final O trio Paranaense convida por nosso intermedio os seus associados e os associados do Club Curitybano.

TP_PGP_05 – 5° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed.5010, p.6 – 29/06/1933 4° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE UM FESTIVAL DO TRIO PARANAENSE EM BENEFICIO DO LEPROSARIO S. ROQUE Num belo gesto de caridade, as distintas artistas Biancha Bianchi, Renée Devraine e Chartolle Franc, que, farão realizar em a noite de 30 do corrente, no salão mourisco do Clube Curitibano, um concerto em benefício do Leprosário S. Roque. Para esse festival, que será o IV° Concerto do aplaudido Trio Paranaense, foi organizado o seguinte programa: 1° parte: - Haydn – Trio n.XIII - a) Allegro Moderato: b)Andante: c) Alegro 2° parte: - Martucci – Andante do Trio n.1 – Kreisler canção holandeza. - Dborah – Dumky 3° parte: - Mendelssohn – trio op. 49 – a) molto allegro agitato; b) andante com moto tranquillo; c) Cherzo; d)final O trio Paranaense convida por nosso intermedio os seus associados e os associados do Club Curitibano.

TP_PCP_214 - 10° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 391, p.5 - 30/08/1933 5° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE REALIZADO EM 01 DE SETEMBRO DE 1933 MUSICA - O 5° Concerto do “TRIO PARANAENSE” O “Trio Paranaense” essa novel e jr. victoriosa aggremiação musical, que Biancha Bianchi, Renée Devraine e Chartolle Branc, 3 grandes artistas que o integram, vae realizar 6ª feira próxima, 1° de Setembro, o seu 5° concerto. O excellente programma desse hora de arte, na sociedade Garibaldi, é o seguinte. 1° parte: - Giovanni Battista Pergolesi – Mina “Tres Giorni...”

49 Luigi Boccherini – 2 minuettos Ludiwi van Bethoven – Andante do trio 97 2° parte: - Henrique Osvaldo – Serrana O. Lorenzo Fernadez – a) Dansa-Icherzo. b) finale do Trio Op. 32. 3° parte: - Frederico Fr. Chopin – Trio em sol menor op.8 a) Allegro com fuoco b) Scherzo; c) Adagio – Sostenuto; d) finale - Allegretto

TP_PGP_06 - 6° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed. 5066, p. - 30/08/1933 O TRIO PARANAENSE Foi transferido de ontem para a próxima 6° feira, 1° do corrente, o 5° concerto do “Trio Paranaense” a realizar-se no salão da Sociedade Garibaldi, Largo Dr. Faria às 21 horas. Muito ha a esperar dessa noitada de arte em que será executado magnifico programa que oportunamente publicaremos.

TP_PGP_07 – 7° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO - Ed. 5067, p.6 - 01/09/1933 5° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE NOTAS DE ARTE - REALIZAR-SE-Á HOJE, NA SOCIEDADE GARIBALDI, ÀS 21 HORAS, MASI UMA AUDIÇÃO DO TRIO PARANAENESE O brilhante conjunto artístico formado por Biancha Bianchi, Renée Devraine e Chartolle Franck, efetivará hoje, no salão da sociedade Garibaldi, sita no largo dr. Faria, mais um concerto dedicado aos seus associados. Com uma vida de menos de um ano, o Trio Paranaense já se firmou um conjunto notável pela harmonia que o carateriza, e tem obrido continuos triunfos. A noitada de hoje terá, por certo, mais uma prova do valor das três distintas artistas conterraneas e de quanto o Trio já conquistou os nossos apreciadores de arte. Como de costume, as pessoas que não forem sócias, poderás adquirir as entradas na porta.

TP_PCP_261 - 11° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ - Ed. 437, p.4 – 26/10/1933 TRIO PARANAENSE Realizar se-á amanhã, na sociedade Thalia, o 6° concerto do Trio Paranaense, o renomado conjunto musical que Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte Frank compõem. O programa organizado é o seguinte: 1° parte: - J. M. Lelair: Trio soneta n: 8 a) adagio; b) allegro; c) Sarabanda; d) Allegro assai. Ludwig van Boethoven: Allegretto do trio op. 70. 2° parte: - Rachmaninoff: Trio elegiaco op. 9; a) Moderato; b) Quasi Variazione; c) allegro Risoluto 3° parte: - Schubert; Scherzo do trio op. 100. Dvorák: Dumky op 90. Rubinstein: Allegro Moderato do Trio op. 52.

TP_PCP_262 - 12° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ - Ed. 438, p.4 – 27/10/1933 6° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE Realizar se-á amanhã, na sociedade Thalia, o 6° concerto do Trio Paranaense, o renomado conjunto musical que Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte Frank compõem. O programa organizado é o seguinte: 1° parte: - J. M. Leclair: Trio soneta n: 8 a) adagio; b) allegro; c) Sarabanda; d) Allegro assai. Ludwig van Beethoven: Allegretto do trio op. 70. 2° parte: - Rachmaninoff: Trio Elegiaco op. 9; a) Moderato; b) Quasi Variazione; c) allegro Risoluto 3° parte: - Schubert; Scherzo do trio op. 100. Dvorák: Dumky op 90. Rubinstein: Allegro Moderato do Trio op. 52. TP_PCP_262 - 13° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 438, p.8 – 27/10/1933 6° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE

50 O apreciado conjunto artístico Trio Paranaense realizará hoje às 21 horas, no salão da Sociedade Thalia, o seu 6° concerto, para o qual organizou atraentíssimo programa. As nossas rodas artísticas e sociais aguardam com enorme interesse mais essa demonstração de arte do festejado Trio que tanto o publico curitybano estima e admira.

TP_PCP_263 - 14° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 439, p.7 – 28/10/1933 TRIO PARANAENSE Concerto de ontem no Thalia Perante seletíssimo auditório, realizou ontem, á noite, no salão ….re Thalia seu esperado concerto. O “Trio Paranaense”, integrado … as jovens e consagradas virtuo-....Bianca Bianchi, Renée Devraine, Charlotte Frank. A execução do admirável programa decorreu impecável, demonstra uma vez mais as componentes do Trio que a música de câmara suprema expressão da arte dos sons, conta em Curityba com interpretes verdadeiramente privilegiados.

TP_PCP_297 - 15° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 472, p.2 – 08/12/1933 O TRIO PARANAENSE EXPOSIÇÃO FEIRA INTER ESTADUAL DE CURYTIBA. As possibilidades economicas do Estado, fatores importantes do progresso do Paraná, serão reveladas com a Exposição Feira Inter Estadual de Curytiba, que conterá com artísticos pavilhões, os diversos produtos da nossa indústria.[...] Aliando a alta finalidade de propaganda econômica a parte destinada a propaganda artística e de diversões, a comissão organizadora do certame houve por bem deliberar a construção de um luxuoso Casino, cujos trabalhos já se acham bastante adiantados, onde serão realizadas reuniões de arte e “soirées” elegantes da nossa melhor sociedade. O pavilhão da Sociedade dos Artistas, encerrando o “salão de 1933”, será um dos grandes fatores da representação artística do nosso Estado. No salão de festas serão realizados semanalmente concertos de música de câmara para o que foi contratado e aplaudido “Trio Paranaense”, constituído pelas brilhantes artistas patrícias srta. Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte, bem como a conhecida cantora Sra. Odette Devraine. Os festivais artísticos do pavilhão de festas serão realizados sob a orientação do maestro Antônio Melilo, conhecido virtuose ao teclado e um dos mais expressivos elementos artísticos do Paraná.[...]

TP_PCP_302 - 16° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 477, p.3 – 14/12/1933 7° CONCERTO – O TRIO PARANAENSE REALIZADO EM 15 DE DEZEMBRO DE 1933 Comemorando seu 1° aniversário de fundação, o Trio Paranaense realizará o seu sétimo concerto, amanhã, às 21 horas, na sociedade Thalia. Magnífico programa foi organizado e que será executado a rigor pelas eximias artistas conterrâneas que compõem o Trio Paranaense.

TP_PCP_305 - 17° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 480, p.3 – 17/12/1933 O TRIO PARANAENSE UMA NOITADA DE ARTE NO THALIA O Trio Paranaense, em comemoração à passagem do seu primeiro aniversário de fundação, realizou anteontem, no salão de concertos do Thalia, uma elegantíssima reunião de arte que, como vem acontecendo com todas as precedentes, com que aquele pugilo de artistas paranaenses vem brindando os nossos círculos artísticos e musicais, conquistou o aplauso e a mais viva demonstração de simpatia do elevado auditório que participou daquela festa. Inegavelmente, aquele conjunto, constituído de musicistas de alto-relevo em nossa terra, vem dia a dia mais se impondo no círculo de seus admiradores e de todos aqueles que sabem bem avaliar o esforço empregado, para, transpondo todas as dificuldades que se lhe anteparam, pode atingir a sua

51 alta finalidade, cooperando assim, em prol do cultivo e engrandecimento da arte musical no Paraná. E a etapa ontem pelo Trio Paranaense, é um atestado vivo dessa asserção, animando com as suas reuniões brilhantes a verdadeira arte entre nós, servindo de estímulo para que iniciativas como essa que nos prende a atenção, possa em fim, contar com o amparo decisivo de todos os elementos culturais da cidade. O salão de concertos do Thalia abrigava uma assistência de elite, vendo-se ali os elementos mais representativos dos nossos círculos musicais e artísticos, que não regatearam aplausos a interpretação que o conjunto paranaense soube emprestar às páginas musicais que formavam o programa daquela memorável noitada de arte. Assim verificou-se logo na primeira parte do programa, em que o trio executou um trabalho Franz Joseph Haydn, em cuja interpretação se houve com raro brilho, fazendo jus aos aplausos que reboaram pelo salão ao término dessa execução. Em rigor, porém, foi a segunda parte do programa que constituiu o “clou” da reunião. Nessa parte a assistência bem pode aquilatar do valor artístico do Trio. Bianca esteve empolgante, executando com alma três números nos quais o seu violino mágico revelou a pujança de sua sonoridade em que a sua alma de artistas vibrou intensamente, revelando-nos todo o seu poder interpretativo, aliado a forma elegante com que fere o instrumento. Renée, que é inquestionavelmente uma das nossas melhores tecladistas, empolgou vivamente a assistência também. Esteve impecável, aos interpretar as páginas de Debussy e Chopin, cuja execução veio mais uma vez afirmar os seus grandes predicados artísticos mormente como concertistas de alto mérito. O piano Essenfelder, sob as suas mãos ágeis de pianista consumada espargiu pelo ambiente arroubos de sonoridade, uma demonstração nítida do talento admirável da grande executante. Charlotte Frank, foi outra maravilhosa executadora, que, como as já citadas, do seu violoncelo soube tirar efeitos magníficos, correspondendo assim ao conceito que circunda sua personalidade artística. Ouve-se, igualmente, com muito brilho nas duas páginas que lhe coube interpretar. A audição de anteontem, do Trio Paranaense, figurará, por certo, marcadamente, nos anais da cultura artística do Paraná, por quanto evidentemente, nos revelou o apuro a que atingiram as três musicistas componentes daquele conjunto que se fazem merecedoras das nossas melhores felicitações. P.L.

TP_PCP_314 - CORREIO DO PARANÁ – Ed. 490 – p.9 - 31 DE DEZEMBRO DE 1933 INSTITUTO DE MÚSICA DO PARANÁ Bianca Bianchi e Renée Devrainne Realizaram-se ontem com sucesso às 16 horas, os exames da primeira turma de alunos do curso de piano ao cargo da dedicação dos professores Messing. Todos os alunos foram bastante aplaudidos, agradando plenamente a banca examinadora que estava assim constituída: Dr. Pamphilo de Assumpção como presidente, senhorita Lygia Carneiro como secretária, professoras senhoritas Bianca Bianchi, Renée Devraine, Raquél Messing, senhores Eleodoro Lopes, Francisco Stobia e João Chorosnicki. ANO 1934

TP_PCP_319 - 18° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 495, p.8 – 07/01/1934 8° CONCERTO - TRIO PARANAENSE EXPOSIÇÃO FEIRA DE CURITIBA Será inaugurado às 15 horas de hoje, com a presença de altas autoridades Federais, Estaduais, representantes do alto comércio, da indústria das artes paranaenses, da imprensa curitibana. 2ª Exposição Feira Inter Estadual de Curitiba, extraordinário certamen de propaganda industrial, comercial e artístico. A noite, comemorando o grandioso acontecimento econômico que pela primeira vez se realiza em nossa Capital em tais proporções realizar-se-á no Salão de Festas do luxuoso casino, um extraordinário festival artístico com um fino programa a ser executado pelo Trio Paranaense. Sucedendo a serata de arte realizar-se-á um grandioso baile em que se reunirá o “grand-mond” social curitibano. Intenso será por certo, o movimento de visitantes a Exposição Feira Inter Estadual que constitui excelente ponto de reunião dos curitibanos, com variadas atrações que constituem novidade para Curitiba. A audição do Trio Paranaense e de Mme. Odette Devraine que será realizada Às 21 horas de hoje, no

52 salão de festa, é o seguinte: 1° Parte: pelo trio – Nina de Pergolesi Rondó de Haydn Canção Irlandeza de Kreisler Allegro Moderato de Rubinstein Canto Hindu de Rimsky-Korsakov Dança Espanhola de Falla 2° Parte: Pensée d'Automne de Massenet; Soneto de Nepumoceno; Sons Le Palmier de Alboniz; Rapisódia de Brahms; Boemia de Pucini; O Cisne de Saint Seans Sereneta do Pavoyard de Roever; Fausto de Gonnot. Os acompanhamentos serão feitos em piano Essenfelder.

TP_PCP_320 - 19° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 496, p.8 – 09/01/1934 8 ° CONCERTO - TRIO PARANAENSE EXPOSIÇÃO FEIRA DE CURITIBA Conforme fora amplamente anunciado, inaugurou-se às 15 horas do domingo último, a exposição Feira Inter Estadual de Curitiba. Apesar do mau tempo reinante, grande foi a afluência de pessoas as instalações da Praça Ruy Barbosa. Com a presença do interventor Manoel Ribas, de secretários do Estado, do representante do Comandante Militar da Região, do prefeito Municipal, do comandante do serviço do Material Bélico, do comandante do 5° regimento de aviação, do Arcebispo Metropolitano, do corpo consular, dos representantes […] A noite com início às 21 horas, foi inaugurado o pavilhão de festas, com um concerto excelente do Trio Paranaense e de Odette Devraine, o qual foi ouvido pelo que de mais fino possui a sociedade curitibana.[...]

TP_PCP_340 - 20° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 516, p.6 – 31/01/1934 9° CONCERTO - TRIO PARANAENSE HOMENAGEM – SOCIEDADE GIUSEPPE GARIBALDI Em homenagem ao dr. Amadeo Mammalella, digno cônsul geral da Itália, a sociedade Giuseppe Garibaldi realizará no dia 4 de Fevereiro às 20h30, uma grande festa que obedecerá ao seguinte programa: 1° Parte – Piano – Renée Devraine; Violino – Bianca Bianchi; Violoncelo – Charlotte Frank: L. Bocchirini (a – Minueto de quarteto op.23; b – Minueto del quinteto Op.39 n°01 G. Martucci – Schebe del Trio Op.59. 2° Parte – Grande Orquestra da Sociedade Sinfônica de Curitiba, sob a direção do Maestro Romualdo Suriani: N. Van Westerhaut – Ronde d'Amour P. Mascagni – L'Amiee Fritz G. Rossini – L'Assedio di Corinto – Sinfonia 2 Parte b – Grande Baile.

53 ANEXO 3 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE AS EDIÇÕES 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continua) Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado PCP-01

175

Quarta-feira

14

12

1932

TP - 01conc

PCP-02

176

Quinta-feira

15

12

1932

TP - 01conc

PCP-03

177

Sexta-feira

16

12

1932

TP - 01conc

PCP-04

178

Segunda-feira

19

12

1932

PCP-05

179

Terça-feira

20

12

1932

PCP-06

180

Quarta-feira

21

12

1932

PCP-07

181

Quinta-feira

22

12

1932

2

SS

PCP-08

182

Sexta-feira

23

12

1932

2

Sete

PCP-09

183

Sábado

24

12

1932

PCP-10

184

Segunda-feira

26

12

1932

PCP-11

185

Terça-feira

27

12

1932

PCP-12

186

Quarta-feira

28

12

1932

PCP-13

187

Quinta-feira

29

12

1932

PCP-14

188

Sexta-feira

30

12

1932

3

NP

PCP-15

189

Sábado

31

12

1932

1-11-14- SS-MF-GFP-PE15-19-21- Mulher-OFP-RM29-32-33 TPespecial-Mulher

1933 PCP-16

191

Segunda-feira

02

01

1933

PCP-17

192

Terça-feira

03

01

1933

PCP-18

193

Quarta-feira

04

01

1933

2-3-5

PCP-19

194

Quinta-feira

05

01

1933

6

DC

PCP-20

195

Sexta-feira

06

01

1933

PCP-21

196

Sábado

07

01

1933

2

NFH

PCP-22

197

Segunda-feira

09

01

1933

2

UPA

PCP-23

198

Terça-feira

10

01

1933

3

AMM_B

PCP-24

199

Quarta-feira

11

01

1933

6

BFP

PCP-25

200

Quinta-feira

12

01

1933

3/8

PCP-26

201

Sexta-feira

13

01

1933

PCP-27

202

Sábado

14

01

1933

2

MV

PCP-28

203

Segunda-feira

16

01

1933

3

MV_Mulher

PCP-29

204

Terça-feira

17

01

1933

PCP-30

205

Quarta-feira

18

01

1933

6

BFP_RS

PCP-31

206

Quinta-feira

19

01

1933

6

Grêmio_AM)- TP?

PCP-32

207

Sexta-feira

20

01

1933

PCP-33

208

Sábado

21

01

1933

AS-AP-Crítica-BFP

DA-OS

54 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continuação) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

PCP-34

209

Segunda-feira

23

01

1933

PCP-35

210

Terça-feira

24

01

1933

PCP-36

211

Quarta-feira

25

01

1933

PCP-37

212

Quinta-feira

26

01

1933

PCP-38

213

Sexta-feira

27

01

1933

PCP-39

214

Sábado

28

01

1933

PCP-40

215

Segunda-feira

30

01

1933

PCP-41

216

Terça-feira

31

01

1933

PCP-42

217

Quarta-feira

01

02

PCP-43

218

Quinta-feira

02

PCP-44

219

Sexta-feira

PCP-45

220

PCP-46

Páginas

Tema Encontrado

4

TP_comentário

1933

3

MV

02

1933

5

SS

03

02

1933

Sábado

04

02

1933

221

Segunda-feira

06

02

1933

PCP-47

222

Quarta-feira

08

02

1933

6

DC

PCP-48

223

Quinta-feira

09

02

1933

PCP-49

224

Sexta-feira

10

02

1933

6

GLC

PCP-50

225

Sábado

11

02

1933

3-4

PCP-51

226

Segunda-feira

13

02

1933

6

PCP-52

227

Terça-feira

14

02

1933

2-3

GV-mulher

PCP-53

228

Quarta-feira

15

02

1933

6-8

GV-SS

PCP-54

229

Quinta-feira

16

02

1933

3-6

Mulher-Gremio

PCP-55

230

Sexta-feira

17

02

1933

2

PCP-56

231

Sábado

18

02

1933

2-3

SS-mulher

PCP-57

232

Segunda-feira

20

02

1933

PCP-58

233

Terça-feira

21

02

1933

PCP-59

234

Quarta-feira

22

02

1933

3

TP_2°conc

PCP-60

235

Quinta-feira

23

02

1933

3-4-5-6

PCP-61

236

Sexta-feira

24

02

1933

3

PCP-62

237

Sábado

25

02

1933

3-5

mulher-Car

PCP-63

238

Quarta-feira

01

03

1933

2

GN_mulher

PCP-64

239

Quinta-feira

02

03

1933

4-5

PCP-65

240

Sexta-feira

03

03

1933

PCP-66

241

Sábado

04

03

1933

PCP-67

242

Segunda-feira

06

03

1933

6

GS

PCP-68

243

Terça-feira

07

03

1933

3

TA

PCP-69

244

Quarta-feira

08

03

1933

mulher-SS SS

GV

Mulher-SRTP_2°conc-Car mulher

GN_mulher-Car

55 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continuação) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

Páginas

Tema Encontrado

PCP-70

245

Quinta-feira

09

03

1933

PCP-71

246

Sexta-feira

10

03

1933

PCP-72

247

Sábado

11

03

1933

PCP-73

248

Segunda-feira

13

03

1933

PCP-74

249

Terça-feira

14

03

1933

2

PCP-75

250

Quarta-feira

15

03

1933

1-5-6

PCP-76

251

Quinta-feira

16

03

1933

2-3

PCP-77

252

Sexta-feira

17

03

1933

PCP-78

253

Sábado

18

03

1933

8

OMNB

PCP-79

254

Segunda-feira

20

03

1933

2

Car

PCP-80

255

Terça-feira

21

03

1933

PCP-81

256

Quarta-feira

22

03

1933

8

BMFME_RS

PCP-82

257

Quinta-feira

23

03

1933

8

AMP_AM

PCP-83

258

Sexta-feira

24

03

1933

PCP-84

259

Sábado

25

03

1933

5-8

PCP-85

260

Segunda-feira

27

03

1933

3

IMP

PCP-86

260

Terça-feira

28

03

1933

3

AMP_IMP

PCP-87

261

Quarta-feira

29

03

1933

2

BFP

PCP-88

262

Quinta-feira

30

03

1933

5

AMP

PCP-89

263

Sexta-feira

31

03

1933

3

RS

PCP-90

264

Sábado

01

04

1933

PCP-91

265

Segunda-feira

03

04

1933

PCP-92

266

Terça-feira

04

04

1933

2

IMP

PCP-93

267

Quarta-feira

05

04

1933

5

BFP_RS

PCP-94

268

Quinta-feira

06

04

1933

PCP-95

269

Sexta-feira

07

04

1933

2

SS

PCP-96

270

Sábado

08

04

1933

PCP-97

271

Segunda-feira

10

04

1933

3

AMP_AMe

PCP-98

272

Terça-feira

11

04

1933

5-6

PCP-99

273

Quarta-feira

12

04

1933

5

CM

PCP-100

274

Quinta-feira

13

04

1933

PCP-101

275

Sábado

15

04

1933

2

OD

PCP-102

276

Segunda-feira

17

04

1933

PCP-103

277

Terça-feira

18

04

1933

3

PP

PCP-104

278

Quarta-feira

19

04

1933

PCP-105

279

Quinta-feira

20

04

1933

NN EC-CA-BFP_RS NN-CWB_BP

SS_RS-AMP

ICM-SS_RS

56 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continuação) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

Páginas

Tema Encontrado

PCP-106

280

Sexta-feira

21

04

1933

PCP-107

281

Sábado

22

04

1933

PCP-108

282

Segunda-feira

24

04

1933

PCP-109

283 (284)

Terça-feira

25

04

1933

8

CM

PCP-110

284

Quarta-feira

26

04

1933

2

DC_AL

PCP-111

285

Quinta-feira

27

04

1933

5

CM

PCP-112

286

Sexta-feira

28

04

1933

8

CM

PCP-113

287

Sábado

29

04

1933

PCP-114

288

Terça-feira

02

05

1933

2-4

PCP-115

289

Quinta-feira

04

05

1933

2

CM_AMe

PCP-116

290

Sexta-feira

05

05

1933

6

GV

PCP-117

291

Sábado

06

05

1933

2

CM_RS

PCP-118

292

Segunda-feira

08

05

1933

PCP-119

293

Terça-feira

09

05

1933

PCP-120

294

Quarta-feira

10

05

1933

6

BMFME_RS

PCP-121

295

Quinta-feira

11

05

1933

8

IG

PCP-122

296

Sexta-feira

12

05

1933

2

CM

PCP-123

297

Sábado

13

05

1933

PCP-124

298

Segunda-feira

15

05

1933

PCP-125

299

Terça-feira

16

05

1933

4

B9R

PCP-126

299

Quarta-feira

17

05

1933

8

BMFME_RS

PCP-127

300

Quinta-feira

18

05

1933

PCP-128

301

Sexta-feira

19

05

1933

6

GV

5

IMP

SS_RS-TP_3°conc

302-Não encontrado PCP-129

303

Segunda-feira

22

05

1933

PCP-130

304

Terça-feira

23

05

1933

PCP-131

305

Quarta-feira

24

05

1933

PCP-132

306

Quinta-feira

25

05

1933

PCP-133

307

Sexta-feira

26

05

1933

PCP-134

308

Sábado

27

05

1933

PCP-135

309

Segunda-feira

29

05

1933

4-5

CM_IMP-CM_IMP

PCP-136

310

Terça-feira

30

05

1933

4-5

IMP-B9R_AN

PCP-137

311

Quarta-feira

31

05

1933

PCP-138

312

Quinta-feira

01

06

1933

PCP-139

313

Sexta-feira

02

06

1933

1

ZL_DC

PCP-140

314

Sábado

03

06

1933

3

CM_IMP

57 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continuação) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

Páginas

Tema Encontrado

PCP-141

315

Segunda-feira

05

06

1933

3-5-8

PCP-142

316

Terça-feira

06

06

1933

5

ZL

PCP-143

317

Quarta-feira

07

06

1933

5

BMFME_RS

PCP-144

318

Quinta-feira

08

06

1933

1

DC_Casam

PCP-145

319

Sexta-feira

09

06

1933

PCP-146

320

Sábado

10

06

1933

1

DC_Casam

PCP-147

321

Segunda-feira

12

06

1933

PCP-148

322

Terça-feira

13

06

1933

5

B9R_SAN

PCP-149

323

Quarta-feira

14

06

1933

2-4

PCP-150

324

Quinta-feira

15

06

1933

PCP-151

325

Sexta-feira

16

06

1933

4

G

PCP-152

326

Sábado

17

06

1933

5

OV

PCP-153

327

Segunda-feira

19

06

1933

5

OV

PCP-154

328

Terça-feira

20

06

1933

3-5

PCP-155

329

Quarta-feira

21

06

1933

2-4-5

PCP-156

330

Quinta-feira

22

06

1933

3

OV

PCP-157

331

Sexta-feira

23

06

1933

5

OV

PCP-158

332

Sábado

24

06

1933

8

OV_ZL

PCP-159

333

Segunda-feira

26

06

1933

PCP-160

334

Terça-feira

27

06

1933

PCP-161

335

Quarta-feira

28

06

1933

PCP-162

336

Quinta-feira

29

06

1933

PCP-163

337

Sexta-feira

30

06

1933

PCP-164

338

Sábado

01

07

1933

PCP-165

339

Segunda-feira

03

07

1933

PCP-166

340

Terça-feira

04

07

1933

ZL_DC-ZL-ZL

BME_RS-G

OV-OV OV-BFP_RS-OV

4-8

SS_RS-CMOI_RS

5-8

TP_4°conc-OV

8

OV

4

BFP_RS

5

BFP_RS

4

Grêmios

Pulo PCP-167

345

Quarta-feira

05

07

1933

PCP-168

346

Quinta-feira

06

07

1933

PCP-169

347

Sexta-feira

07

07

1933

PCP-170

348

Sábado

08

07

1933

PCP-171

349

Segunda-feira

10

07

1933

PCP-172

350

Terça-feira

11

07

1933

PCP-173

351

Quarta-feira

12

07

1933

PCP-174

352 (24pg)

Quinta-feira

13

07

1933

PCP-175

352

Sexta-feira

14

07

1933

58 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continuação) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

Páginas

Tema Encontrado

PCP-176

352

Sábado

15

07

1933

PCP-177

353

Segunda-feira

17

07

1933

PCP-178

354

Terça-feira

18

07

1933

PCP-179

355

Quarta-feira

19

07

1933

5

BFPE

PCP-180

356

Quinta-feira

20

07

1933

8

MBNS

PCP-181

357

Sexta-feira

21

07

1933

PCP-182

358

Sábado

22

07

1933

PCP-183

359

Segunda-feira

24

07

1933

PCP-184

360

Terça-feira

25

07

1933

5

CV_JM

PCP-185

361

Quarta-feira

26

07

1933

4

BFPE

PCP-186

362

Sexta-feira

28

07

1933

3

AK

PCP-187

363

Sábado

29

07

1933

PCP-188

364

Segunda-feira

31

07

1933

5

BFPE

PCP-189

365

Terça-feira

01

08

1933

PCP-190

366

Quarta-feira

02

08

1933

PCP-191

367

Quinta-feira

03

08

1933

PCP-192

368

Sexta-feira

04

08

1933

PCP-193

369

Sábado

05

08

1933

PCP-194

370

Segunda-feira

07

08

1933

PCP-195

380 (371)

terça-feira

08

08

1933

1

AE_EscMus

PCP-196

381 (372)

quarta-feira

09

08

1933

4

BFP

PCP-197

382 (373)

Quinta-feira

10

08

1933

PCP-198

383 (374)

Sexta-feira

11

08

1933

PCP-199

384 (375)

Sábado

12

08

1933

PCP-200

385 (376)

Segunda-feira

14

08

1933

PCP-201

386 (377)

Terça-feira

15

08

1933

PCP-202

387 (378)

Quarta-feira

16

08

1933

PCP-203

388 (379)

Quinta-feira

17

08

1933

PCP-204

381

Sexta-feira

18

08

1933

PCP-205

382

Sábado

19

08

1933

5

JP

59 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continuação) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

Páginas

Tema Encontrado

PCP-206

383

Segunda-feira

21

08

1933

PCP-207

384

Terça-feira

22

08

1933

PCP-208

385

Quarta-feira

23

08

1933

8

BFP

PCP-209

386

Quinta-feira

24

08

1933

5

Radio

PCP-210

387

Sexta-feira

25

08

1933

7

JP

PCP-211

388

Sábado

26

08

1933

PCP-212

389

Segunda-feira

28

08

1933

8

B9R

PCP-213

390

Terça-feira

29

08

1933

PCP-214

391

Quarta-feira

30

08

1933

5

TP_5°conc_antes

PCP-215

392

Quinta-feira

31

08

1933

PCP-216

393

Sexta-feira

01

09

1933

PCP-217

394

Sábado

02

09

1933

PCP-218

395

Segunda-feira

04

09

1933

PCP-219

396

Terça-feira

05

09

1933

PCP-220

397

Quarta-feira

06

09

1933

PCP-221

398

Quinta-feira

08

09

1933

PCP-222

399

Sexta-feira

09

09

1933

PCP-223

400

Segunda-feira

11

09

1933

4

PCP-224

401

Terça-feira

12

09

1933

3-4

p3(GS) p4(SAP)

PCP-225

402

Quarta-feira

13

09

1933

PCP-226

403

Quinta-feira

14

09

1933

PCP-227

404

Sexta-feira

15

09

1933

PCP-228

405

Sábado

16

09

1933

1-4

GS-GS

PCP-229

406

Segunda-feira

18

09

1933

PCP-230

407

Terça-feira

19

09

1933

PCP-231

408

Quarta-feira

20

09

1933

PCP-232

409

Quinta-feira

21

09

1933

PCP-233

410

Sexta-feira

22

09

1933

PCP-234

411

Sábado

23

09

1933

PCP-235

412

Segunda-feira

25

09

1933

PCP-236

413

Terça-feira

26

09

1933

PCP-237

414

Quarta-feira

27

09

1933

PCP-238

415

Quinta-feira

28

09

1933

PCP-239

416

Sexta-feira

29

09

1933

PCP-240

417

Sábado

30

09

1933

PCP-241

417

Segunda-feira

02

10

1933

TP_5°conc_dia

7 1-2-8

5

p4(SAP_JP)

JP PRB2-JP-JP_Ass

AssMus

60 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continuação) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

Páginas

Tema Encontrado

PCP-242

418

Terça-feira

03 (editado 03/09/33)

10

1933

PCP-243

419

Quarta-feira

04

10

1933

PCP-244

420

Quinta-feira

05

10

1933

PCP-245

421

Sexta-feira

06

10

1933

PCP-246

422

Sábado

07

10

1933

PCP-247

423

Segunda-feira

09

10

1933

PCP-248

424

Terça-feira

10

10

1933

PCP-249

425

Quarta-feira

11

10

1933

PCP-250

426

Quinta-feira

12

10

1933

PCP-251

427

Sexta-feira

13

10

1933

PCP-252

428

Domingo (1°ediçao aos Dom)

15

10

1933

PCP-253

429

Terça-feira

17

10

1933

PCP-254

430

Quarta-feira

18

10

1933

PCP-255

431

Quinta-feira

19

10

1933

PCP-256

432

Sexta-feira

20

10

1933

PCP-257

433

Sábado

21

10

1933

PCP-258

434

Domingo

22

10

1933

PCP-259

435

Terça-feira

24

10

1933

PCP-260

436

Quarta-feira

25

10

1933

PCP-261

437

Quinta-feira

26

10

1933

4

PCP-262

438

Sexta-feira

27

10

1933

4-8

PCP-263

439

Sábado

28

10

1933

7

TP_6°conc_após

PCP-264

440

Domingo

29

10

1933

PCP-265

441

Terça-feira

31

10

1933

3

SS_13apres

PCP-266

442

Quarta-feira

01

11

1933

1

PRB2

PCP-267

443

Quinta-feira

02

11

1933

PCP-268

444

Sábado

04

11

1933

PCP-269

445

Domingo

05

11

1933

11

SM

PCP-270

446

Terça-feira

07

11

1933

PCP-271

447

Quarta-feira

08

11

1933

PCP-272

448

Quinta-feira

09

11

1933

3-4

AR-SS_13apres

PCP-273

449

Sexta-feira

10

11

1933

PCP-274

450

Sábado

11

11

1933

PCP-275

451

Domingo

12

11

1933

8

13SS

3

Feminismo

7-8

GV-CS

TP_6°conc_antes TP_6°conc_dia

61 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (continuação) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

Páginas

PCP-276

452

Terça-feira

14

11

1933

PCP-277

452

Quarta-feira

15

11

1933

9-16

PCP-278

453

Quinta-feira

16

11

1933

1

PCP-279

454

Sexta-feira

17

11

1933

PCP-280

455

Sábado

18

11

1933

PCP-281

456

Domingo

19

11

1933

PCP-282

457

Terça-feira

21

11

1933

PCP-283

458

Quarta-feira

22

11

1933

PCP-284

459

Quinta-feira

23

11

1933

PCP-285

460

Sexta-feira

24

11

1933

PCP-286

461

Sábado

25

11

1933

PCP-287

462

Domingo

26

11

1933

PCP-288

463

Segunda-feira

28

11

1933

PCP-289

464

Quarta-feira

29

11

1933

PCP-290

465

Quinta-feira

30

11

1933

PCP-291

466

Sexta-feira

01

12

1933

PCP-292

467

Sábado

02

12

1933

PCP-293

468

Domingo

03

12

1933

PCP-294

469

Terça-feira

05

12

1933

PCP-295

470

Quarta-feira

06

12

1933

PCP-296

471

Quinta-feira

07

12

1933

PCP-297

472

Sexta-feira

08

12

PCP-298

473

Sábado

09

PCP-299

474

Domingo

PCP-300

475

PCP-301

1-3-4

Tema Encontrado PRB2-IMP_pr. P. Essenf. PRB2

PRB2-CPM_JP-PE

3-8

CPCF-CPCF

1933

2

TP_Feira_SA

12

1933

1

RM

10

12

1933

Terça-feira

12

12

1933

476

Quarta-feira

13

12

1933

PCP-302

477

Quinta-feira

14

12

1933

PCP-303

478

Sexta-feira

15

12

1933

PCP-304

479

Sábado

16

12

1933

PCP-305

480

Domingo

17

12

1933

3

TP_7°conc

PCP-306

481

Terça-feira

19

12

1933

8

BFPE_RS

PCP-307

482

Quinta-feira

21

12

1933

PCP-308

483

Sexta-feira

22

12

1933

4

AMP

PCP-309

484

Sábado

23 (22cp)

12

1933

PCP-310

485

Quarta-feira

27

12

1933

3

BFP_RS

PCP-311

486

Quinta-feira

28

12

1933

3-10

TP_7°conc-PRB2

62 TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 (conclusão) Código

Edição

Dia da Semana

Dia

Mês

Ano

PCP-312

487

Sexta-feira

29

12

1933

PCP-313

489

Sábado

30

12

1933

PCP-314

490

Domingo

31

12

1933

01

1934

Páginas

Tema Encontrado

3-9

PRB2-IMP-BB-RD

PCP-315

491

Quarta-feira

1934 03

PCP-316

492

Quinta-feira

04

01

1934

PCP-317

493

Sexta-feira

05

01

1934

PCP-318

494

Sábado

06

01

1934

PCP-319

495

Domingo

07

01

1934

8

TP_8°conc_Feira

PCP-320

496

Terça-feira

09

01

1934

8

TP_8°conc_Feira

PCP-321

497

Quarta-feira

10

01

1934

PCP-322

498

Quinta-feira

11

01

1934

PCP-323

499

Sexta-feira

12

01

1934

PCP-324

500

Sábado

13

01

1934

PCP-325

501

Domingo

14

01

1934

2

PRB2

PCP-326

502

Terça-feira

16

01

1934

PCP-327

503

Quarta-feira

17

01

1934

PCP-328

504

Quinta-feira

18

01

1934

PCP-329

505

Sexta-feira

19

01

1934

PCP-330

506

Sábado

20

01

1934

PCP-331

507

Domingo

21

01

1934

PCP-332

508

Terça-feira

23

01

1934

PCP-333

509

Quarta-feira

24

01

1934

2

MC

PCP-334

510

Quinta-feira

25

01

1934

PCP-335

511

Sexta-feira

26

01

1934

PCP-336

512

Sábado

26 (27)

01

1934

PCP-337

513

Sábado

27

01

1934

PCP-338

514

Domingo

28

01

1934

7

PRB2_Marc

PCP-339

515

Terça-feira

30

01

1934

2

BFP_RS

PCP-340

516

Quarta-feira

31

01

1934

6

TP_9°conc_HGG

PCP-341

517

Quinta-feira

01

02

1934

4

MC_NR

PCP-342

518

Sexta-feira

02

02

1934

7

MC

PCP-343

519

Sábado

03

02

1934

PCP-344

520

Domingo

04

02

1934

PCP-345 521 Terça-feira 06 02 1934 FONTE: O autor (2014) - Pesquisa realizada na Fundação Biblioteca Digital online NOTA: Disponível em: As informações em itálico se referem aos artigos contendo o tema TRIO PARANAENSE

63 ANEXO 4 TABELA 2 – ARTIGOS SOBRE O GRUPO TRIO PARANAENSE EM PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934 Dia da Código Edição Dia Mês Ano Página Tema do artigo encontrado Semana 1932 TP – comentário antes do 1° TP_PCP - 01 175 quarta-feira 14 12 1932 8 concerto TP – dia da realização do 1° TP_PCP - 02 176 quinta-feira 15 12 1932 8 concerto TP – comentário após TP_PCP - 03 177 sexta-feira 16 12 1932 8 realização do 1° concerto TP – página especial dedicada TP_PCP - 04 178 segunda-feira 19 12 1932 32 ao grupo 1933 TP – Comentário realização do TP_PCP - 36 211 quarta-feira 25 01 1933 4 concerto TP – dia da realização do 2° TP_PCP - 59 234 quarta-feira 22 02 1933 3 concerto TP – comentário após TP_PCP - 60 235 quinta-feira 23 02 1933 5 realização do 2° concerto TP_PCP - 114

288

terça-feira

02

05

1933

4

TP – dia da realização do 3° concerto

TP_PCP -162

336

quinta-feira

29

06

1933

5

TP – dia da realização do 4° concerto

TP_PCP – 214

391

quarta-feira

30

08

1933

5

TP – comentário antes do 5° concerto

TP_PCP – 261

437

quinta-feira

26

10

1933

4

TP – comentário antes do 6° concerto

TP_PCP – 262

438

sexta-feira

27

10

1933

4

TP – dia da realização do 6° concerto

TP_PCP – 263

439

sábado

28

10

1933

7

TP – comentário após realização do 6° concerto

TP_PCP – 297

472

sexta-feira

08

12

1933

2

TP – Exposição Feira Inter Estadual de Curitiba – concerto TRIO PARANAENSE

TP_PCP – 302

477

quinta-feira

14

12

1933

3

TP – comentário antes do 7° concerto

TP_PCP – 305

480

domingo

17

12

1933

3

TP – comentário após realização do 7° concerto

1934 TP_PCP – 319

495

domingo

07

01

1934

8

TP_PCP – 320

496

terça-feira

09

01

1934

8

TP_PCP – 340

516

quarta-feira

31

01

1934

6

TP – Exposição Feira Inter Estadual de Curitiba – 8° concerto TP – Exposição Feira Inter Estadual de Curitiba – comentário após 8° concerto TP – Homenagem_realização 9° concerto

FONTE: O autor (2014) NOTA: Pesquisa realizada na Fundação Biblioteca Digital online – Periódico Correio do Paraná_disponível em:

64 ANEXO 5 TABELA 3 – ARTIGOS SOBRE O GRUPO TRIO PARANAENSE EM PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO GAZETA DO POVO ENTRE EDIÇÕES 4846 E 5067 DOS ANOS DE 1932 À 1933 Ano do Dia da Ano da Tema do artigo Código Edição Dia Mês Periódico e Semana Edição encontrado página 1932 TP – antecipação do 1° TP_PGP - 01 4846 quarta-feira 14 12 1932 XIV – p. 3 concerto TP – dia da realização do TP_PGP – 02 4847 quinta-feira 15 12 1932 XIV – p. 3 1° concerto TP – Comentário sobre TP_PGP - 03 4848 sexta-feira 16 12 1932 XIV – p. 8 realização do 1° concerto 1933 TP – dia da realização do TP_PGP – 04 4904 quarta-feira 22 02 1933 XV – p. 3 2° concerto TP – dia da realização do TP_PGP – 05 5010 quinta-feira 29 06 1933 XV – p. 6 4° concerto TP – Comentário da TP_PGP – 06 5066 quarta-feira 30 08 1933 XV – p. 3 transferência de data do 5° concerto TP_PGP – 07

5067

sexta-feira

01

09

1933

XV – p. 6

TP – dia da realização do 5° concerto

FONTE: O autor (2014) NOTA: As informações apresentadas foram coletadas na Biblioteca Pública do Paraná – BPP (setor de obras raras – 2° andar – CURITIBA/PR)

65 ANEXO 6

66

67 ANEXO 7 TABELA 5 – COMPOSITORES TOCADOS NOS CONCERTOS DO TRIO PARANAENSE Código

Compositores

Século

TP_C - 01

Franz Schubert (1797-1828)

TP_C - 02

George Friederic Handel (1685-1759)

XVIII

TP_C - 03

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736)

XVIII

TP_C - 04

Jean-Marie Leclair (1697-1764)

XVIII

TP_C - 05

Joseph Haydn (1732-1809)

XVIII

TP_C - 06

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

TP_C - 07

Luigi Boccherini (1743-1805)

TP_C - 08

Alberto Nepomuceno (1864-1920)

TP_C - 09

Anton Rubinstein (1829-1894)

TP_C - 10

Antonin Dvorak (1841-1904)

XIX - XX

TP_C - 11

Camille Saint-Saens (1835-1921)

XIX - XX

TP_C - 12

Charles Gounod (1818-1893)

XIX

TP_C - 13

Felix Mendelssohn (1809-1847)

XIX

TP_C - 14

Frédéric Chopin (1810-1849)

XIX

TP_C - 15

Fritz Kreisler (1875 - 1962)

XIX - XX

TP_C - 16

Giacomo Orefice (1865 - 1922)

XIX - XX

TP_C - 17

Giacomo Puccini (1858-1924)

XIX - XX

TP_C - 18

Giuseppe Martucci (1856-1909)

XIX - XX

TP_C - 19

Gustav Lazarus (1861-1920)

XIX - XX

TP_C - 20

Henrique Oswald (1852-1931)

XIX - XX

TP_C - 21

Issac Albéniz (1860-1909)

XIX - XX

TP_C - 22

Johannes Brahms (1833-1897)

TP_C - 23

Jules Massenet (1842-1912)

XIX - XX

TP_C - 24

Karl Roeder (1860-1933)

XIX - XX

TP_C - 25

Manuel de Falla (1876-1946)

XIX - XX

TP_C - 26

Nikolay Rimsky-Korsakov (1844-1908)

XIX - XX

TP_C - 27

Oscar Lorenzo Fernández (1897-1948)

XIX -XX

TP_C - 28

Pyotr Tschaikowski (1840-1893)

XIX

TP_C - 29

Robert Schumann (1810-1856)

XIX

TP_C - 30

Sergei Rachmaninoff (1873-1943)

FONTE: O autor (2014) NOTA: Informações extraídas do periódico Correio do Paraná. Disponível em:

XVIII - XIX

XVIII - XIX XVIII XIX - XX XIX

XIX

XIX - XX

68 ANEXO 8

LOGO MARCA TRIO PARANAENSE CRIADA PARA DIVULGAÇÃO FONTE: REVISTA Referência em Planejamento - 1980

69 ANEXO 9

TRIO PARANAENSE - JOVENS FONTE: Museu da Imagem e do som de Curitiba (MIS/PR)

70 ANEXO 10

TRIO PARANAENSE – SENHORAS (Possivelmente a última apresentação do grupo) FONTE: Museu da Imagem e do som de Curitiba (MIS/PR)

71 ANEXO 11

Primeira página da obra CÉU AZUL composta para o TRIO PARANAENSE - Renée Devraine Frank FONTE: Museu da Imagem e do som de Curitiba (MIS/PR)

72 ANEXO 12

Programa de concerto original da apresentação de 17 de abril de 1933 realizado no Clube Rionegrense FONTE: Museu da Imagem e do som de Curitiba (MIS/PR)

73 6 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 6.1 LIVROS, TESES E DISSERTAÇÕES ANZE, Melissa. Sociedade Pró-Música de Curitiba (SPMC): análise históricosocial da música erudita na capital paranaense (1963-1988). Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Música da UFPR, sob orientação do professor Dr. Álvaro Carlini. Curitiba, 2010. 149f. BARREIROS, Pedro Miguel Cepeda Marques. Associativismo e práticas como veículos de integração dos imigrantes. 103 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social), Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2010. ELIAS, Norbet. Os estabelecidos e os outsiders: Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2000. GROUT, Donald; PALISCA, Claude. História da música ocidental. Lisboa: Gradiva, 1994. JUSTUS, Liana M. Práticas, platéias e sociabilidades musicais em Curitiba nas primeiras três décadas do século XX. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da UFPR, sob orientação do professor Dr. Marcos Napolitano. Curitiba, 2002. 240 p. MEDEIROS, Alan Rafael de. SOCIEDADEDE CULTURA ARTÍSTICA BRASÍLIO ITIBERÊ (SCABI): Promoção da música sinfônica erudita em Curitiba por meio da Orquestra Sinfônica da SCABI(1946-1950). Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música da UFPR, sob orientação do professor Dr. Álvaro Carlini. Curitiba, 2011. 169f. :il., tabs. MENON, Fernando. Jeunesses Musicales e sua representação civil no Paraná: Juventude Musical Brasileira 8ª Região PR / SC - Setor do Paraná (1953-1963). 153 f. Dissertação (Pós-Graduação em Música) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008. PEREIRA, Magnus Roberto de Mello. Semeando iras rumo ao progresso: (ordenamento jurídico e econômico da Sociedade Paranaense, 1829 – 1889). Curitiba: Ed. Da UFPR, 1996. PROSSER, Elizabeth Seraphim. Cem anos de sociedade, arte e educação em Curitiba: 1853-1953: da escola de belas artes, indústrias, de Mariano de Lima, à Universidade do Paraná e a Escola de Belas Artes do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial, 2004b. SAMPAIO, Marisa Ferraro. Reminiscências Musicais de Charlotte Frank. Curitiba: Ed. Lítero Técnica, 1984.

74 SANTANA, Jorge Luiz. Rompendo barreiras: Enedina, uma mulher singular. 73 f. Monografia (Bacharelado em história - memória e imagem) – Setor de Ciências Humanas Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013. VIEIRA, Adriana Lemes Dias. O Piano nos Trios de Estércio Marquez Cunha. 133 f. Dissertação (Mestrado em Música), Universidade Federal de Gôias, Escola de Música e Artes Cênicas, Goiânia, 2013. ( p. 22-24) 6.2 ARTIGOS ANZE, Melissa. CARLINI, Álvaro Luiz Ribeiro da Silva. Morigeração Cultural em Curitiba (PR), Século XX: O papel das sociedades artísticas na formação do gosto de música erudita. In: Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e PósGraduação em Música, XIX, 2009, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR. DeArtes, 2009. p. 261-264 Disponível em:. Acesso em: 23/09/2014. CALZZANI, José A. J. Projeto de catalogação e digitalização: o trio paranaense (1932-1950), Curitiba/PR. In: Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e PósGraduação em Música, XXIII, 2013, Natal. Anais... Natal: UFRN. 2013. Disponível em: . Acesso em: 15/03/2014. CARLINI, Álvaro L.R.S. Sociedade Bach de São Paulo (1935-1977) e Sociedade de Cultura Artística Brasílio Itiberê (1944-1976): Histórico das entidades. III Fórum de Pesquisa Científica em Arte, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Curitiba, p.10-11, 2005. CASTAGNA, Paulo. Avanços e Perspectivas Na Musicologia Histórica Brasileira. Revista do Conservatório de Música da UFPel, Pelotas, n°1, p. 32-57, 2008. _______________. Musicologia brasileira e portuguesa: a inevitável integração. Revista da Sociedade Brasileira de Musicologia, São Paulo, n.1, p.64-79, 1995. NEVES, José Maria. Alguns problemas da musicologia na América Latina. II SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DE MUSICOLOGIA, Curitiba, 21-25 jan. 1998. Anais... Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1999. p.175-189. NICOLAZZI, Fernando. A Fabricação do Sorriso: Ortodontia social em Curitiba na virada dos séculos XIX e XX. KLEPSIDRA-Revista Virtual de História, São Paulo, Vol. 1, N. 3, 2000. Disponível em: . Acesso em: 04/04/2014. OLIVEIRA, A. L. G.; OLIVEIRA, L. F.; TOFFOLO R. G. Crítica da musicologia e apontamentos da fenomenologia. In: Simpósio de Cognição e Artes Musicais, 4., 2008, São Paulo. Anais... São Paulo: Paulistana, 2008. p. 399-406.

75 6.3 LIVROS TÉCNICOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – Série Normas para apresentação de documentos científicos, vol.1-9, Sistemas de Bibliotecas. Curitiba: Ed. UFPR, 2007. 6.4 SITES DE INTERNET E PERIÓDICOS Biblioteca Nacional Digital. Disponível . Acesso em: 26/07/2013.

em:

Biografia de Bertha Lutz (1894-1976). Bióloga e ativista feminina. Disponível em:< http://www.cnpq.br/web/guest/pioneirasview/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/902173>. Acesso em 29/09/2013. OPERETAS. In: WIKIPÉDIA. Opereta. Disponível . Acesso em: 18/07/2014. Sites

em:

REVISTA RERERÊNCIA em planejamento, Curitiba: V.3, n°13 – outubro/dezembro, 1980. 6.5 ARTIGOS NO PRELO MEDEIROS, Alan Rafael de; CARLINI, Álvaro Luiz Ribeiro da Siva. Romualdo Suriani (1880-1943): atividade musical do maestro italiano em Curitiba, entre 19121940. In: Simpósio de Pesquisa em Música da UFPR, 6., 2013, Curitiba. Anais... Curitiba, 2008. (Anais no prelo).

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