O uso da linguagem cinematográfica para o ensino de Geografia: estudo de caso, o filme Pearl Harbor

May 25, 2017 | Autor: F. Hashimoto | Categoria: Film Analysis, Political Geography
Share Embed


Descrição do Produto

O USO DA LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA: ESTUDO DE
CASO, O FILME PEARL HARBOR

EIXO: 2 – Mostra de Pesquisa e de Prática de Ensino de Geografia e áreas
afins

















O USO DA LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA: ESTUDO DE
CASO, O FILME PEARL HARBOR[1]

Flávio Henrique Navarro Hashimoto – UEL
[email protected]


RESUMO


Muitos professores sentem certa dificuldade em discutir o conteúdo:
Geografia Política. Quando é ensinado para o aluno sobre essa temática,
geralmente o professor – principalmente, quando é sobre a 2ª Guerra Mundial
– acabam ministrando uma aula de História do que, Geografia Política. O
presente artigo propõe em trabalhar com o filme Pearl Harbor como linguagem
de ensino, voltado para a Geografia Política. Também será discutida, a
importância do uso da linguagem cinematográfica, para uma melhor
compreensão do tema abordado. O filme Pearl Harbor será trabalhado com
diversas atividades, que poderão contribuir para o conhecimento do aluno
sobre a temática de Geografia Política.

Palavras-chave: Geografia Política, Filme.

INTRODUÇÃO

Este presente trabalho faz parte da disciplina 6EST308 - Ensino da
Geografia e Estágio de Vivência Docente, do 3º ano de Geografia, da
Universidade Estadual de Londrina – UEL. Apresenta como objetivo, proposta
de uma atividade em sala de aula para os professores de Geografia, sobre o
conteúdo de Geografia Política, assunto este, que por muitas vezes,
professores sentem dificuldades em discutir esta temática.
O trabalho está dividido nas seguintes ordens: debate do conceito de
Geografia Política, fazer um resgate histórico e a importância deste tema.
Em seguida, discutiremos o uso da linguagem cinematográfica como ferramenta
de ensino de Geografia. Serão apresentadas diversas atividades em torno do
filme Pearl Harbor como proposta de ensino da Geografia Política, para os
alunos adquirirem conhecimentos sobre o tema.




GEOGRAFIA POLÍTICA: NOTAS PARA UM DEBATE

Muitos confundem sobre o que seja a Geografia Política e a
Geopolítica. Alguns dizem que, a Geografia Política pertence à academia
cientifica/ universidade, já a Geopolítica pertence ao Estado, ao Governo.
Também quando se fala em Geografia Política, sempre vem à mente o poder ou
domínio.
Geografia Política, de acordo com Andrade (1993, p.7), "é um tema da
ciência geográfica no qual estuda a distribuição dos Estados pela
superfície da Terra, o problema do estabelecimento de fronteiras e os tipos
de organização do território a que eles dão origem". Já a Geopolítica é um
saber engajado, comprometido com um pensamento e com objetivos políticos,
saber dos políticos e militares.


Outros autores colocam que a Geografia Política é a
analise de como os sistemas políticos e as estruturas –
níveis locais e internacionais – influenciam e são
influenciados pela distribuição dos recursos, eventos,
grupos e pelas interações entre as unidades políticas sub-
nacionais, nacionais e internacionais (DEMKO; WOOD, 1994,
apud CAMPOMORI, 2007, p. 14).


Moodie (1965) destaca que o campo de estudo da Geografia Política
interessa por duas considerações básicas, sendo:
Análise das relações entre a comunidade e o ambiente físico;
Os Estados estão sujeitos à mutação.
O autor coloca na primeira consideração básica, que a Sociedade e o
Estado, se têm uma relação com seu espaço físico. Já sobre a segunda
consideração básica, o Moodie aponta que nenhum país ficará igualmente do
mesmo tamanho territorial e que sempre, terá acontecimentos que farão
diminuir ou aumentar o poder ou tamanho territorial de determinado Estado.
"Não existe Estado sem território, povo e organizações" (MODDIE, 1965, p.
10).

Vesentini (2003) destaca que a Geografia Política existe há
muito tempo, há inúmeros livros do século XVII, XVIII e XIX com esse tema.
Mas a Geografia Política Moderna aparece nas obras de Ratzel (1864 – 1922)
pela primeira vez, no Século 19, na Alemanha.

Segundo Raffestin (1993), Ratzel escreveu uma obra, intitulada
Antropogeografia, de 1882, sendo o momento iniciador da Geografia Política
Moderna. Para escrever este trabalho, Ratzel se inspirou num contexto de
ideias ousadas e originais (usando a biologia, evolucionismo e ecologia),
para propor a investigação das influências do meio sobre as experiências da
evolução cultural/ histórica dos povos, sobre as possibilidades culturais
humanas e suas diferenciações no espaço (BARROS, 2007, p.212).
Após isso, Campomori (2007, p.17) coloca que Ratzel lança uma das
mais importantes obras suas, Politische Geographie, em 1897, tal livro foi
influenciado pelos escritos de Darwin. Após as obras de Ratzel, o trabalho
Geopolítica, de Rudolf Kjellen (1864–1922), transpassou a Geografia
Política estática e panorâmica, para um cenário vivo, movimentado e
prospectivo (MATTOS, 2002, p. 18).
Mattos (2002) também destaca que para Ratzel, a Geografia
Política é como se fosse à fotografia e a Geopolítica a cinematografia. O
autor coloca que para Ratzel, quando a Geografia Política é uma fotografia,
está querendo dizer que ela aparece primeiramente nas origens do conceito.
Já Geopolítica, aparece logo depois, sendo uma evolução da Geografia
Política, por isso, é colocado como cinema.

Em 1898, La Blache, de acordo com Haesbaert (1999), a Geografia
Política, constituiu em sentido estrito, um desenvolvimento especial da
Geografia Humana. A Geografia Política agora é colocada com outra visão,
diferente de Ratzel – sendo alemão, seguia conforme o Determinismo –
enquanto La Blache colocava a sua versão de Geografia Política – sendo
francês, seguia o Possibilismo.
Para Castro (2005, p. 49), não pode haver geografia política sem
incorporar a política. Por isso, não devemos deixar separado a política da
Geografia. A autora ainda coloca:
Deve ser colocada como a essência das normas socialmente
instituídas para o controle das paixões (interesses,
conflitos, ambições, escolhas, etc.) tornando – se a
condição do surgimento do espaço político, onde é possível
a convivência dos conflitos (CASTRO, 2005, p. 49).




Com isso, podemos definir que, Geografia Política, é a relação dos
aspectos físicos de seu território, com os aspectos humanos (religião,
idioma, tamanho e distribuição da população) de um dado país.
Já sobre a Geopolítica, a Geografia não conseguiu dar conta desta
nova área de conhecimento que surgiu, sendo apropriada então, pelas
Ciências Políticas. Finalizando esta parte, as Ciências Geográficas ficou
responsável pelos estudos em Geografia Política, já as Ciências Políticas
ficou responsável pela Geopolítica.
Mas por que utilizar o termo política? O dicionário Bueno (2000, p.
607), coloca que "política é ciência do governo dos povos; arte de dirigir
as relações entre os Estados; diplomacia; astúcia; maneira hábil de agir;
plano de ação". Mas então, por que geografia e política estão juntas?
Antes, precisamos deixar bem claro que, a política pode acontecer em
diversas situações e suas ações têm um impacto em diferentes escalas. Uma
ordem de uma escola terá um impacto restrito nas pessoas, mas uma ação
política do Governo Federal, o seu impacto abrange um número bem maior de
pessoas.
A política está muito ligada a uma sociedade, igualmente a Geografia,
sendo um dos pontos dessa união. Outro ponto é de que, a Geografia está
muito ligada aos recursos naturais de um país e que a política também está,
mas voltado para a utilização desses.


USO DA LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Muitos estudos estão surgindo, onde se propõe alternativas para a
utilização de filmes em sala de aula. Diante dos desafios e das
dificuldades encontradas nas aulas de Geografia, o educador deve estar apto
a utilizar o filme.
Pereira (2011) coloca que "o cinema é considerado uma arte,
entretenimento, documento, manifesto de seu tempo, simples lazer e para
muitos é o objeto de estudo". A autora destaca ainda que, esse objeto de
estudo, tem o sentido de compreender períodos históricos e também ensinar
aos alunos.
Campos (2006) descreve que "o cinema sendo uma arte [...] consegue se
comunicar com profundidade e envolvimento". O filme é capaz de prender a
atenção desejada dos alunos. Ainda segundo a mesma autora, não é novidade
alguma a utilização de recursos audiovisuais como linguagem para o ensino.
O problema encontrado na utilização dos filmes em salas de aula é
forma de utilização dos mesmos. O educador tem que pesquisar antes, sobre o
que o filme em que pretende trabalhar, e se é correto. Ele tem que estar
atento na escolha do filme que utilizará como recuso didático, visto que, a
cinematografia é uma indústria gigantesca e que contém muitas vezes, um
fundo ideológico, em suas produções (CAMPOS, 2006).
O cinema, de acordo com Alencar (2007, p. 26) tem uma linguagem única
e que ao longo dos anos, sempre foi aperfeiçoada e ganhando criatividade.
Tudo isso, o educador pode confirmar que o filme é uma linguagem de ensino
essencial nas suas aulas.
O filme serve para formar no aluno o gosto pelas imagens, sons e a
sua utilização como recurso didático permite ao professor, introduzir uma
visão crítica sobre o objetivo buscado.
O filme tem de ser visto como uma tecnologia que, faz parte do
cotidiano dos alunos. O educador deve utilizar essas tecnologias do
cotidiano, como ferramentas de ensino, para auxiliarem nas aulas, fugindo
um pouco da mesmice de sempre. Isso é importante, porque a escola,
principalmente a pública, mostra que esta parada no tempo, enquanto a
sociedade avança nos mais diversos meios - como a tecnológica - o educador
deve estar apto com esses materiais e utilizá-los em salas de aula.
O problema não é exclusivamente da instituição de ensino, mas também
do professor que não sabe em como utilizar essa linguagem diferente. O
filme vem para auxiliar positivamente as aulas, mas o professor, em alguns
casos, não consegue trabalhar adequadamente essa linguagem para o ensino.
Hoje o filme é muito utilizado nas salas de aula, mas será que estão
utilizando de forma adequada essa linguagem. O uso dessas novas ferramentas
para o ensino ainda é um fenômeno em desenvolvimento (FREIRE; CARIBÉ, 2004,
p.3).
Esse problema também é citado por Campos (2006) onde diz que o filme
não deve substituir o professor, mas ser utilizado como reforço de
aprendizagem. Deve o educador utilizar essa linguagem sempre como apoio,
não querer que um filme apenas faça o seu papel, que é de ensinar e fazer
os alunos buscarem o seu senso crítico.
Quando o filme é produzido, tem um interesse político, ideológico,
etc. Então fica ao educador, mostrar que nem tudo num filme pode
representar a verdade de um fato. Assim, o educador deve ser o responsável
para criar atividades que despertem o espírito critico da realidade.
Além do fator ideológico do filme, o professor deve estar atento a
classificação etária do material. Não é correto usar um filme proibido para
menores de 14 anos para alunos do 6ª ano do Ensino Fundamental, por
exemplo.
O FILME PEARL HARBOR COMO PROPOSTA DE ENSINO DE GEOGRAFIA POLÍTICA

O Pearl Harbor é uma base naval norte-americana que, está localizado
no Havaí, tendo como função, servir ao Governo dos Estados Unidos. Sendo
uma base do exército americano no Oceano Pacífico, faz com que, os Estados
Unidos estejam preparados para uma eventual guerra que possa acontecer ali
próximo.

Imagem 1 - Localização da Base Naval de Pearl Harbor no Havaí.

Fonte: Google Earth (2013), adaptado por Hashimoto (2013).

A Imagem 3 destaca a localização da Base Naval de Pearl Harbor, no
Estado do Havaí, construída no ano de 1906. Ela foi instalada nesta época,
para que o governo norte–americano tivesse o controle total do Havaí,
eliminando todas as possibilidades, de o Havaí voltar a ser uma nação, no
qual o seu Governo era no formato de reino, sendo que em 14 de junho de
190, virou território estadunidense.
De acordo com Área Militar (2013), no dia 7 de dezembro de 1941, esta
Base Naval sofreu um ataque de aviões do Império Japonês. Esse
acontecimento serviu para que os Estados Unidos entrassem diretamente na 2ª
Guerra Mundial. A imagem abaixo retrata a destruição de um dos navios que a
Marinha dos Estados Unidos mantinha na base naval de Pearl Harbor, sendo
totalmente destruída pelos japoneses no ataque.


Imagem 4 - Imagem real do ataque japonês na Base Naval do Pearl Harbor,
Havaí.

Fonte: Sala de Guerra (2011)

A Base Naval praticamente foi destruída pelos japoneses, mas é de
conhecimento que os Estados Unidos já estavam participando indiretamente na
2ª Guerra Mundial e que o governo norte-americano não entrou apenas para
eliminar com a força japonesa, mas sim, mostrar a potência que é perante o
mundo. Devemos discutir com os alunos (as) que, os Estados Unidos não são
os salvadores do mundo e que esse ataque, foi só o impulso que o governo
estadunidense precisava, para entrar diretamente ou oficialmente na Guerra.
O filme Pearl Harbor, foi lançado no ano de 2001 e tem uma duração de
183 minutos e a sua direção é de Michael Bay. Ele foi feito para homenagear
as vítimas do ataque e serviu para valorizar o amor à pátria norte-
americana que há em sua população, também, destacar a preocupação do
Governo norte-americano em sempre proteger seus cidadãos e os inocentes da
humanidade – aliados seus.
Não é de hoje que os Estados Unidos realizam filmes para mostrar esse
patriotismo estadunidense. Em grande parte, o governo norte-americano
utiliza os filmes para exaltar a sua imagem e denegrir a de um rival, como
aconteceu nos filmes do período da Guerra Fria, que tinham como objetivo de
enaltecer os Estados Unidos/ Capitalismo e mostrar que a União Soviética/
Socialismo são os vilões da humanidade. Neste filme é o mesmo formato,
mostrando que os Estados Unidos são os "bonzinhos" da história e o Japão os
"vilões".
De acordo com a Inter Filmes (2013), a história é sobre dois amigos
de infância, Rafe (interpretado pelo ator Ben Affleck) e Danny
(interpretado pelo ator Josh Hartnett), que desde pequenos gostam de
aviões. Quando se tornaram jovens, se alistaram na aeronáutica dos Estados
Unidos, como pilotos de avião de combate.
Depois acontecem alguns desentendimentos entre eles, devido ao amor
deles pela mesma mulher. Mas a parte que interessa no filme é quando
demonstra que o Governo Estados Unidos, não deseja em entrar na guerra que
estava já acontecendo no mundo, mas, a partir do ataque supostamente
surpreso dos japoneses, faz com que, force a entrada estadunidense na
guerra, de acordo com o filme.
Após o ataque dos japoneses na Base Naval de Pearl Harbor, o filme
retrata o Governo dos Estados Unidos com uma preocupação, sobre a sua
população da Base destruída e com o restante de sua população. Mas a
verdadeira preocupação norte-americana era mesmo de eliminar a força e o
domínio que o Japão apresentava sobre a Costa do Pacífico, com isso, alguns
estudiosos acreditam que esse ataque não foi supostamente surpresa. Alguns
afirmam que neste dia o exército estadunidense desligou seus rastreamentos
ou deixou passar em branco, para que houvesse o ataque e os Estados Unidos
apresentassem um real motivo, para entrar de vez na 2ª Guerra Mundial.


Imagem 5 - Cena do filme, mostrando a bandeira dos EUA no meio da cena,
durante o ataque na Base Naval.

Fonte: Veja (2001).

A Imagem 5 é uma das cenas do filme, durante o ataque japonês ao
Pearl Harbor. Após o ataque, o filme exibe o exército americano preparando-
se para atacar o coração japonês, a cidade de Tókio. Essa preparação é
representada com um lado romântico e patriota, demonstrando que esse
preparo está totalmente correto. Mas o filme não destaca o ataque das
bombas nucleares dos Estados Unidos, nas cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki, nos dia 6 de agosto e 9 de agosto de 1945 respectivamente.
Essa vontade de mostrar que os Estados Unidos são sempre os
"bonzinhos" não ficou exclusivo neste filme. Nos mais diversos filmes que
são de Guerra, onde os Estados Unidos estão no meio, sempre é colocado essa
posição neles, nunca como os "vilões" da história, esse caso também se
repete nos mais diversos filmes sobre a Guerra do Vietnã e em outros filmes
da 1ª e 2ª Guerra Mundial – o último principalmente.


MATERIAIS E MÉTODOS


Para realizar este trabalho, foram utilizados diversos materiais
que puderam fornecer o que se buscava. Foram catalogados, estudos que falam
de Geografia Política, trabalhos encontrados em livros, artigos de eventos
e periódicos. Este trabalho buscou fontes também em revistas científicas,
que estão disponíveis na internet.


POR UM ENSINO DE GEOGRAFIA POLÍTICA: O USO DO FILME PEARL HARBOR

Antes de utilizar o filme Pearl Harbor, o professor deve
primeiramente proporcionar para os alunos uma base teórica de Geografia
Política e de 2ª Guerra Mundial. Realizado isto, o educador usa o filme
Pearl Harbor, como proposta de linguagem para o ensino de Geografia
Política.
Mas é bom deixar claro, para o professor que for utilizar o filme, é
de dever do educador antes, prestar muita atenção na classificação
indicativa. O filme Pearl Harbor é permitido para maiores de 12 anos, sendo
livremente possível utilizar ele nas aulas de Geografia Política, devido
que, as aulas de Geografia Política são para alunos de Ensino Médio, onde
os alunos tem uma faixa etária de 15 a 17 anos.
O professor inicia o primeiro dia da atividade, ensinando para os
alunos sobre o conceito de Geografia Política, diferença entre Geopolítica
e a Geografia Política, sua história e como ela está atualmente. Essa parte
deve ser a primeira, porque é onde o educador fornecerá todas as
referências possíveis para a classe sobre a temática. Isso o educador
consegue trabalhar com no máximo, duas aulas de 50 minutos.
O segundo dia, seria interessante, um professor de História lecione,
este educador ficará responsável em ensinar aos alunos sobre a história de
Pearl Harbor e o também a história do ataque, em seguida, discutir a
história da 2ª Guerra Mundial. Nesta aula, o professor de História
utilizará no máximo duas aulas de 50 minutos cada.
Após a realização dessas atividades, deve-se iniciar no terceiro dia,
a reprodução do filme para os alunos. Este filme tem uma duração de 183
minutos, então, é interessante neste dia, passar a primeira parte do filme,
até nas cenas em que começam o ataque a Base Naval de Pearl Harbor. Após
isso, debater com os alunos sobre o porquê colocar uma história por cima do
filme, que é a amizade de dois amigos que se apaixonam pela mesma mulher.
Discutir com os alunos sobre o que a indústria cinematográfica americana
faz para se enriquecer e também em transmitir a sua ideologia. Esta etapa
deve ser realizada em duas aulas de 50 minutos cada.
No quarto dia de atividade, o educador exibe a segunda parte do
filme, que é o ataque japonês ao Pearl Harbor e ferindo o "sentimento"
estadunidense, se vendo como obrigação em "revidar" e também "usar" a
desculpa em entrar na 2ª Guerra Mundial para parar com a expansão japonesa
na costa asiática do Pacífico, devido aos japoneses serem considerados uma
ameaça à paz desta região. Feito o término do filme, o educador deve
resgatar o conhecimentos de Geografia Política em que ele mesmo passou no
primeiro dia de atividade e os ensinamentos do professor de história,
realizado no segundo dia de atividade. Esse resgate servirá para interligar
as cenas do filme com o que estava acontecendo no mundo neste período e
mostrar que este ataque não foi um caso isolado e que tem uma grande
história por detrás. Está atividade deve ser realizado em duas aulas, sendo
que a primeira neste dia é o término do filme e na segunda o resgate e a
discussão.
Feito isto, no quinto dia de atividade, o professor inicia a seguinte
etapa, que é uma atividade prática. Esta atividade deve ser realizada em
duas aulas novamente, onde na primeira aula o educador precisa:
Dividir a classe em dois grandes grupos;

Após dividir os alunos, colocar um grupo como responsável por defender
a ação em que os Estados Unidos tomaram em revidar o Japão e outro
sendo contra esse ataque americano;
Durante essa discussão, o grupo responsável por defender os Estados
Unidos discutirá com o outro grupo, que é contra a ação tomada pelos
estadunidenses;


Esse debate deve ter uma duração de 30 a 50 minutos, conforme a
vontade do professor e do fervor em que o debate poderá ter.
Realizado o debate, na segunda aula, os alunos formaram grupos de 3
ou 4 pessoas no máximo, onde eles discutiram como irão fazer o trabalho em
casa. Neste trabalho, deverá conter: como aconteceu o ataque no filme e
como foi verdadeiramente; sobre a vontade em que o governo norte-americano
tinha antes e após o ataque japonês em entrar na guerra, tanto no filme
quanto na vida real; quais eram os verdadeiros interesses de os Estados
Unidos entrarem diretamente na 2ª Guerra Mundial.
Este trabalho deve ser realizado em uma ou duas semanas (conforme a vontade
ou tempo do educador). Após tudo isso, cada aluno ficará responsável em
fazer uma resenha crítica do filme em sala de aula, utilizando todos os
conhecimentos seus adquiridos e colocar a sua opinião sobre o filme.
Essa proposta tem como objetivo, fornecer uma atividade diferenciada
para os alunos e educadores de Geografia. Também despertar no aluno o lado
crítico, usando um filme e todo o conhecimento que ele adquiriu através de
uma proposta de ensino. Esse lado crítico do aluno é um fator positivo,
despertando para um cidadão formador de opinião.


CONCLUSÃO


Se a Geografia Política for bem trabalhada no ensino, ela conseguirá
fornecer para o aluno, uma criticidade, sendo de essencial importância para
o futuro dele. Serve para eles entenderem como funciona a relação do Estado
Nacional com os seus recursos naturais e sua população, entendendo de como
se dá essa relação entre ambos.
O educador também pode utilizar filmes como ferramenta de ensino,
sendo que a utilização dessa tecnologia em sala de aula servirá para uma
melhor compreensão do tema que é abordado. Essa ferramenta audiovisual se
for utilizada de forma correta, será muito positivo.
O filme Pearl Harbor pode servir para contextualizar temas
relacionados a Geografia Política. Esse filme, junto com todo o
conhecimento que o educador constrói com o aluno sobre Geografia Política e
2ª Guerra Mundial, servirá para o educando, compreender melhor as relações
de interesses entre Estados Nacionais e sua presença neste período, e que,
o ataque não foi um caso isolado, tendo uma ligação ao que estava se
realizando no mundo.


REFERÊNCIAS

ALENCAR, Sylvia Elisabeth de Paula. O Cinema em Sala de Aula: Uma
Aprendizagem Dialógica da Disciplina História. 2007. 156 f. Dissertação
(Mestrado em Educação Brasileira) – Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza – CE, 2007. Disponível em: <
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/3477/1/2007_DIS_SEPALENCAR.pdf
>. Acessado em: 10 out. 2013.

ANDRADE, Manuel Corrêa de. Geopolítica do Brasil. 3. ed. São Paulo – SP:
Ática, 1993. 64 p.

ÁREA MILITAR. Ataque a Pearl Harbor. 2013. Disponível em: <
http://www.areamilitar.net/HISTbcr.aspx?N=83>. Acessado em: 17 de setembro
de 2013.

BARROS, Nilson Cortez Croacia de. Especiação na Antropogeografia de
Frederico Ratzel. Revista de Geografia, Recife – PE, v. 24, n. 1, jan/abr.
2007. Disponível em:
. Acessado em: 16 set. 2013.

BUENO, Francisco da Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. São
Paulo – SP: FTD, 2000. 830 p.

CAMPOMORI, Quintiliano. A Geografia Política Clássica de Ratzel e o
Realismo Clássico de Morgenthau. 2007. 78 f. Conclusão de Curso (Curso de
Relações Internacionais) – Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo
Horizonte – MG, 2007. Disponível em: <
http://unibhri.files.wordpress.com/2010/12/quintiliano-campomori-a-
geografia-polc3adtica-de-ratzel-e-o-realismo-clc3a1ssico-de-
morgenthau.pdf>. Acessado em: 10 set. 2013.

CAMPOS, Rui Ribeiro. Cinema, Geografia e Sala de Aula. Estudos Geográficos:
Revista Eletrônica de Geografia, Rio Claro – SP, v. 4, n. 1, p. 1-22, 2006.
Disponível em: <
http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/estgeo/article/view/2
16/177>. Acessado em: 17 set. 2013.

CASTRO, Iná Elias de. Geografia e Política: Território, Escalas de Ação e
Instituições. Rio de Janeiro – RJ: Bertrand Brasil, 2005.

FREIRE, Larissa Almeida; CARIBÉ, Ana Luiza. O Filme em Sala de Aula: Como
Usar. O Olho da História. Salvador – BA, n. 6, jul. 2004. Disponível em: <
http://www.oolhodahistoria.ufba.br/artigos/utilizarfilmeemsala.pdf>.
Acessado em: 10 out. 2013.

HAESBARERT, Rogério. Região, Diversidade Territorial e Globalização.
Geographia. Rio de Janeiro – RJ, v. 1, n. 1, p. 15-39, 1999. Disponível em:
.
Acessado em: 16 set. 2013.

INTER FILMES. Pearl Harbor: Sinopse. 2013. Disponível em: <
http://www.interfilmes.com/filme_14143_pearl.harbor.html>. Acessado em: 17
de setembro de 2013.

MATTOS, Carlos de Meira. Geopolítica e Modernidade: Geopolítica Brasileira.
Rio de Janeiro – RJ: Biblioteca do Exército Editora, 2002. 156 p.

MODDIE, A. E. Geografia e Política. 5. ed. Tradução de Christiano Monteiro
Oiticica. Rio de Janeiro – RJ: Zahar Editores, 1965, 197 p. Tradução de:
Geography Behind Politics.

PEREIRA, Lara Rodrigues. A Abordagem Didática do Uso do Cinema em Sala de
Aula. Colóquio "Ensino médio, história e cidadania". Florianópolis – SC, v.
1, n. 01, p. 1-10, 2011. Disponível em: <
http://revistas.udesc.br/index.php/EnsinoMedio/article/view/2342/1763>.
Acessado em: 30 de setembro de 2013.

RAFFESTIN, Claude. Por uma Geografia do Poder. Tradução de Maria Cecília
França. São Paulo – SP: Ática, 1993. 242 p. Tradução de: Geography of
Power.

SALA DE GUERRA. Pearl Harbor: 70 anos. 2011. Disponível em: <
http://www.saladeguerra.com.br/2011/12/pearl-harbor-70-anos.html>. Acessado
em: 21 de setembro de 2013.

VEJA. O Filme é uma Bomba. 2001. Disponível em: <
http://veja.abril.com.br/300501/p_142.html>. Acessado em: 21 de setembro de
2013.

VESENTINI, José Willian. Geografia Política e Geopolítica: Determinismo e
Possibilismo? 2003. Disponível em:<
http://www.geocritica.com.br/determinismo.htm>. Acessado em: 12 de setembro
de 2013.

-----------------------
[1] Este trabalho foi realizado, como parte da Disciplina de Ensino da
Geografia e Estágio de Vivência Docente.


-----------------------

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.