O Uso da Memória como Instrumento de Identidade entre a Ordem dos Frades Pregadores no Século XIII

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FORTES, Carolina. O uso da memória como instrumento de identidade entre a Ordem dos Frades Pregadores no século XIII. Texto apresentado no Congresso Internacional Verba Volant? Oralidade, escrita e memória; Faculdade de Filosofia de Braga, 2014.

O USO DA MEMÓRIA COMO INSTRUMENTO DE IDENTIDADE ENTRE A ORDEM DOS FRADES PREGADORES NO SÉCULO XII Carolina Coelho Fortes – UFF Esta comunicação se insere no âmbito de investigação dos Estudos Históricos, e se preocupa com o contexto no qual um dos movimentos mais importantes ao longo do século XIII fora a “renovação” da Igreja, possibilitada pelo surgimento das Ordens Mendicantes. Essas ordens podem ser entendidas como uma tentativa da Cúria Romana de se aproximar dos fiéis por meio de clérigos mais presentes nas cidades que estavam em pleno desenvolvimento por toda a Europa. Pretendemos aqui levantar algumas questões a respeito de uma delas: a dos Dominicanos. O processo de criação e institucionalização da Ordem dos Pregadores no início do século XIII não foi livre de problemas e incertezas. Com base em alguns dos primeiros documentos escritos por dominicanos, mormente crônicas de tom hagiográfico e hagiografias propriamente ditas, temos como objetivo nos debruçar sobre o uso da memória, entendendo-a, neste caso, como o registro das anedotas e estórias contadas pelos fardes sobre os membros mais antigos de seu próprio grupo. Acreditamos que o registro dessa tradição oral contribuiu para a criação de uma identidade institucional. Desta forma, temos como objetivo principal analisar, a partir de uma perspectiva metodológica da análise do discurso, o conjunto de dados oferecido pelos documentos Libellus de Principiis Ordines Pradeciatorum, (1231-1234) a Vitae Fratrum (década de 1260) e a ata de canonização (1239) de Domingos de Gusmão, dentre outros. Para tanto, utilizar-nosemos dos conceitos de memória, discurso e identidade como base para nossa reflexão. Questionamo-nos do porque há uma hiato temporal considerável entre as duas crônicas sobre a Ordem, bem como entre a morte e canonização de seu fundador, Domingos de Gusmão. Esperamos demonstrar como resultados destas inquirições que a construção da imagem de Domingos contribuiu com o processo de estabelecimento da identidade dominicana. Isso se coloca de forma marcante nas primeiras fontes da ordem sobre si mesma, as crônicas. Primeiro temos um “esquecimento” do fundador, em dois momentos diferentes. E, nos períodos de produção de sua memória percebeu-se uma oscilação entre as hagiografias coletivas e as individuais de Domingos. Isso demonstra a ambuiguidade da figura de

FORTES, Carolina. O uso da memória como instrumento de identidade entre a Ordem dos Frades Pregadores no século XIII. Texto apresentado no Congresso Internacional Verba Volant? Oralidade, escrita e memória; Faculdade de Filosofia de Braga, 2014.

Domingos, que será celebrado nessas fontes como responsável por suprir a Ordem, desde seus primórdios, com os instrumentos necessários para normatizar suas atividades pastorais.

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