O Uso Pedagógico das Ferramentas da Web 2.0 e do AVA Moodle no curso de Licenciatura em Teatro a distância da UnB.

July 14, 2017 | Autor: Débora Azevedo | Categoria: MOODLE, Drama In Education, Educação a Distância
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA LANTE – Laboratório de Novas Tecnologias de Ensino

O USO PEDAGÓGICO DAS FERRAMENTAS DA WEB 2.0 E DO AVA MOODLE NO CURSO DE LICENCIATURA EM TEATRO A DISTÂNCIA DA UnB

DÉBORA SILVA DE AZEVEDO

CAMPO GRANDE - RJ 2014

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DÉBORA SILVA DE AZEVEDO

O Uso Pedagógico das Ferramentas da Web 2.0 e do AVA Moodle no curso de Licenciatura em Teatro a distância da UnB

Trabalho de Final de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Pós-graduação da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista Lato Sensu em Planejamento, Implementação e Gestão da EAD.

Aprovada em novembro de 2014.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________________ Prof. Cristiano Bezerra - Orientador UFF

_______________________________________________________________________ Prof. Nome Sigla da Instituição

_______________________________________________________________________ Prof. Nome Sigla da Instituição

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AGRADECIMENTOS À minha família, aos meus pais e irmão. À querida amiga, Fernanda Areias, que me incentiva, escuta, compartilha e acredita, com carinho e cobrança, nos meus estudos e trabalho. Ao meu companheiro, Marcio Garrastazu, pela compreensão de tantas horas tão longe e, ao mesmo tempo, tão perto. À UnB pela atuação como tutora a distância que muito contribui para o meu encontro com a EaD. Em especial à Clara (Clarinha) Alonso e à Kaise Helena Ribeiro, pelas profissionais que são na vida e nesta universidade, pela amizade e presença. Aos professores, alunos e tutores que contribuíram com entrevistas e respostas à investigação deste trabalho.

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RESUMO

Este trabalho busca avaliar comparativamente o uso pedagógico das ferramentas da Web 2.0 no AVA Moodle e em redes sociais como o Facebook. O objetivo principal é observar nas experiências do uso pedagógico de ferramentas online do curso de Licenciatura em Teatro a distância da Universidade de Brasília (EaD/UNB), parâmetros importantes da Educação a distância, tais como a praticidade, interatividade, capacidade multimídia, usabilidade, acessibilidade, atratividade e cooperação (ALENCAR, 2013). Para a coleta de dados foram acompanhadas avaliações das disciplinas da referida graduação à distância, bem como a realização de entrevistas com professores e a Gestão do curso, além de informações obtidas através do direcionamento de questionário aos alunos matriculados e tutores a distância e presencial.

Palavras–chave: AVA-Moodle; Educação a distância; Licenciatura em Teatro.

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LISTA DE QUADROS Quadro 1: Identificação da quantidade de profissionais, estudantes e polos do curso. Quadro 2: Ferramentas internas do Moodle. Quadro 3: Análise dos parâmetros de praticidade do AVA Moodle do curso. Quadro 4: Ferramentas externas do Moodle. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Avaliação dos alunos e dos tutores sobre o curso.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7 1.1 – Justificativa ..................................................................................................... 8 1.2 – Objetivos ........................................................................................................ 9 1.3 – Metodologia .................................................................................................... 9 1.4 – Organização do trabalho .............................................................................. 10 2 – PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ...................................................................................10 2.1



A

influência

do

desenvolvimento

tecnológico

na

educação

a

distância ............................................................................................................................ 11 2.2 – O desenvolvimento dos AVAs .................................................................... 13 2.3 – O papel das redes sociais na prática educativa .......................................... 16 3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 17 3.1 – A construção do sujeito: vínculos formativos e pedagógicos dos estudantes e profissionais do curso de Licenciatura em Teatro da UnB ............................................... 18 3.2 – O ambiente Moodle no curso: aspectos da avaliação dos estudantes, tutores e gestores ......................................................................................................................... 22 3.3 – Braços e caminhos, teatro e tecnologia: usos e produções na Web do curso de Licenciatura em Teatro – horizontes para a Educação a Distância ............................ 28 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 32 5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 32 6 – ANEXOS A – Roteiro de entrevista com os professores, coordenações e gestão ............... 35 B – Questionário direcionado aos alunos e tutores ............................................... 36

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1 – INTRODUÇÃO Este trabalho foi parcialmente desenvolvido em grupo, através das seções: (1.1.) Justificativa, (1.2) Objetivos, (1.3) Metodologia e (2) Pressupostos Teóricos. Portanto, estes tópicos encontram-se descritos também nos seguintes trabalhos: “Análise comparativa entre ambientes virtuais de aprendizagem e redes sociais: o uso do facebook como recurso pedagógico adicional ao ambiente virtual de aprendizagem Moodle” (Karla da Costa), “A prática avaliativa nas Interfaces do Ambiente Virtual de Aprendizagem” (Janaína de Oliveira Augusto) e “Análise comparativa dos ambientes virtuais – relação de acessibilidade e usabilidade” (Ivone de Almeida). A introdução inicial, bem como a análise dos (3) Resultados e Discussões e Considerações Finais ocorreu de forma individual. O objeto principal deste trabalho é avaliar comparativamente o uso pedagógico das ferramentas da Web 2.0 no Moodle do curso de Licenciatura em Teatro a distância da Universidade de Brasília (EAD/UnB) com as redes sociais, a partir de parâmetros importantes da educação a distância, estabelecendo um diálogo entre ambientes virtuais de aprendizagem e redes sociais. Pretende-se considerar as potencialidades e os possíveis intercâmbios desses ambientes online para o estímulo à aprendizagem dos sujeitos. Os parâmetros que norteiam a análise de ambos encontram-se referendados em Alencar (2013) que observa os seguintes elementos que se relacionam com a dinâmica de ensino-aprendizagem: a praticidade, interatividade, capacidade multimídia, usabilidade, acessibilidade, atratividade e cooperação. O curso de Licenciatura em Teatro a distância da Universidade de Brasília foi concebido em meados de 2006, juntamente com outros cursos de Licenciatura a distância organizados para o oferecimento no âmbito das universidades públicas através do programa Universidade Aberta do Brasil – UAB. A formação dos docentes e a preparação do ambiente virtual de aprendizagem (AVA) do curso foram paralelas a essa organização inicial. No ano seguinte ocorreu o primeiro vestibular com o ingresso de 121 alunos de 10 polos de apoio presencial nos estados do Acre e São Paulo. Atualmente, o curso possui a média de 128 alunos com matrícula ativa distribuídos em dez pólos de seis estados: Acre, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins (PPP TEATRO, 2013, p.5). O contexto de criação de cursos de Licenciatura em Teatro na modalidade de ensino à distância teve um primeiro vínculo com o programa Pró-Licenciatura e Universidade Aberta do Brasil, ambos lançados pelo Ministério da Educação (MEC). Além da UnB, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) organizaram-se em forma de parceria para oferecer o curso nos polos de Porto Velho (RO) e Planaltina (GO). O projeto parceiro foi finalizado em 2013 com a formatura dos últimos estudantes que haviam ingressado através da união entre estas universidades. Ao mesmo tempo, a partir desta experiência piloto, o departamento de Artes Cênicas da UnB é o único do país que, até o momento, procurou realizar periodicamente seleções de ingresso de estudantes junto ao curso (2007, 2009, 2011, 2013), expandindo a oferta da Licenciatura em Teatro à distância em outros polos e estados brasileiros. É importante observar o caráter inovador da implementação desses cursos. De um lado, a criação de licenciaturas a distância nos interiores do país possibilita a formação ampliada no campo das Artes e o desenvolvimento sociocultural de pessoas residentes em diversas cidades longínquas dos grandes centros urbanos, locais estes que apresentam prioritariamente as produções artísticas que possuem maior capilaridade

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nacional. Em outro ponto, podemos destacar o desafio de organização e manutenção de um curso de Licenciatura à distância em Teatro, uma vez que podemos considerar a alta complexidade da linguagem teatral nos mecanismos e práticas de ensino de construção da cena, envolvendo no limite a presença ao vivo do ator e do espectador. Como tornar esta presença e investigações de construções cênicas possíveis, considerando a relação virtual entre professores e alunos “à distância”, mediada por suportes tecnológicos? A resposta a esta pergunta, assim como outros caminhos serão apontados na pesquisa aqui apresentada. Nesse contexto, é importante tecer considerações acerca da estrutura pedagógica do curso. Organizado a partir de uma lógica semi-presencial1, o curso está estruturado com, no mínimo, oito semestres e máximo de quatorze semestres, o aluno do curso tem em média duas a cinco disciplinas por período2. Além de um módulo com duas disciplinas de acesso comum a todos os outros cursos oferecidos pelo EaD/UnB3, dentre as disciplinas obrigatórias e optativas do curso, há conteúdos de História da Arte, Teatro e Educação, Laboratórios de Teatro que contemplam temáticas e campos de estudo da linguagem cênica (Movimento, Voz, Interpretação, Teatro de Formas Animadas), além de disciplinas específicas de Estágio (1 a 4) e Pedagogia do Teatro (1 e 2). Duas disciplinas obrigatórias do curso parecem diferenciar também a organização desta Licenciatura que são Tecnologias Contemporâneas na Escola 1 e 2. Para compreender a inserção das tecnologias no ensino do Teatro, realizou-se entrevista com o antigo professor supervisor destas disciplinas, Guilherme Carvalho. A organização e a manutenção de um curso de Licenciatura em Teatro a distância são, portanto, interessantes para a investigação das ligações e interfaces entre arte e tecnologia no campo das Artes Cênicas. O ensino a distância (EaD) tem crescido significativamente e isso se deve a vários fatores, tais como a flexibilidade de horários, a economia no deslocamento até o local de estudo, às múltiplas formas de aprendizagem, à moderação do ritmo de estudo, à interação com pessoas de diferentes culturas e experiências profissionais, além de oportunizar a aprendizagem a partir de novas metodologias e tecnologias de ensino. A construção desta pesquisa é justificada, portanto, pelo caráter inovador de implementação e continuidade de um curso de Licenciatura em Teatro a distância e na relevância de se investigar o uso das TICs nesse contexto. 1.1 – Justificativa Esta pesquisa é fruto da necessidade de estudar as proposições advindas das grandes inovações tecnológicas, trazidas pela Internet, para os ambientes virtuais de educação a distância. Os críticos da informática, até cerca de 1980, diziam que a "’máquina’ era binária, rígida, restritiva, centralizadora” (LÉVY, 2004, p. 35). Com o 1

No modelo semi-presencial “os alunos têm pólos perto de onde moram e, além do tutor online, têm o tutor presencial no pólo, com quem pode tirar dúvidas e participar das atividades solicitadas e dos laboratórios de informática e específicos do curso” (MORAN, 2009, p. 61). 2 O curso em sua implementação era bimestral, tornando-se semestral a partir de 2012. Esta nova estrutura foi, então, incorporada ao PPP escrito em 2013. 3 As disciplinas “Fundamentos do Curso” e “Estratégias de Ensino e Aprendizagem à distância” formam o Núcleo de Fundamentação Científico-cultural para ambientação nos cursos de Licenciatura ofertados pela EAD/UnB. Outros três núcleos organizam as ofertas de disciplinas do curso: Núcleo de Aprofundamento e Formação específica em Pedagogia do Teatro; Núcleo de Práticas pedagógicas em Estágio Curricular Supervisionado e Núcleo de Atividades Complementares e Extracurriculares (PPP, TEATRO, 2013).

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investimento em novas tecnologias e o desenvolvimento de pesquisas, conduziu-se um trabalho direcionado à constituição de “uma informática da comunicação, do trabalho cooperativo e da interação amigável” (Ibid., p. 35). Acompanhando estas mudanças, o acesso à Educação amplia-se cada vez mais, novas tecnologias se agregam a novos valores pedagógicos (BARROS, 2008). Os espaços mais distantes podem tornar-se inclusivos, transformando a própria configuração da Educação formal, muitas vezes geograficamente limitada. Segundo Moran (2003), as regiões mais remotas ampliam seus territórios através da “variedade de possibilidades que combinam custos, flexibilidade e possibilidade de interação” (Ibid., p. 43). As pessoas tornam-se agentes de sua aprendizagem, interagem, colaboram e criam através das ferramentas disponibilizadas, desenvolvendo coletivamente seu conhecimento. Maia e Meireles (2003), em sua tese de doutorado constroem o histórico de necessidades de aprendizado do adulto e trazem a EAD como forma de suprir esta necessidade, que deve vir sustentada por qualidade compatível à presencial, proporcionando competitividade de condições semelhantes. Santos (2008) desenvolve uma discussão inovadora que possibilita ao profissional construir sua base teórica, onde define passos para a “(re)construção do conhecimento”. Se estamos falando de ferramentas e aprendizagem não podemos dissociá-lo do conceito de como o aluno aprende, cabendo uma parceria em que a ferramenta da WEB 2.0 seja parte integrante da pedagogia já existente. 1.2 – Objetivos O objetivo geral é analisar o ambiente virtual de aprendizagem Moodle e o uso da rede social Facebook, considerando o conceito de WEB 2.0 com finalidades pedagógicas. Os objetivos específicos são: (i) Caracterizar a potencialidade do uso de algumas ferramentas da WEB 2.0 nos ambientes Moodle e Facebook; (ii) Avaliar a interface destes ambientes, observando os meios que possibilitam maior interação pedagógica e (iii) Comparar os ambientes online Moodle e Facebook, a partir de parâmetros estabelecidos por Alencar (2013): praticidade, interatividade, capacidade de multimídia, usabilidade, acessibilidade, atratividade e cooperação. 1.3 – Metodologia O presente trabalho foi construído por meio de uma revisão da literatura de diversos autores relacionados ao Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância, com o intuito de analisar ambientes que possam promover a aprendizagem virtual. A partir desse estudo, procuramos avaliar o ambiente virtual de aprendizagem Moodle e a rede social Facebook, com enfoque no uso pedagógico das ferramentas da Web 2.0. O estudo foi autorizado por instituição de ensino federal para coleta de dados dos ambientes, através de questionários, além de realização de entrevistas semi-abertas com professores e membros da gestão do curso de Licenciatura em Teatro a distância da UnB. Adotamos, inicialmente, como forma de pesquisa a revisão da literatura. A partir da revisão recorremos a questionários para análise, em que abordamos, dentre outras questões, as formas de interação, aprendizagem e as formas e ferramentas de comunicação entre professor e aluno.

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Em relação à análise comparativa entre os ambientes online adotamos parâmetros estabelecidos por Alencar (2013) e Padrões Web em Governo Eletrônico (e-PWG – Cartilha de Usabilidade), que fornece recomendações de boas práticas na área digital, com o objetivo de aprimorar a comunicação. Para compreender de que forma o uso de plataformas abertas ou fechadas auxiliam nas estratégias colaborativas na EAD foi necessário uma análise crítica dos parâmetros estabelecidos e detalhados anteriormente. Para a análise dos ambientes estudados, o grupo desenvolveu discussões acerca do tema avaliação em cada um dos ambientes analisados e realizou questionários estruturados para o ambiente Moodle e Facebook junto aos usuários. Na elaboração do questionário para os usuários de tais plataformas, utilizaram-se questões fechadas, que permitiram a coleta de dados mais precisos, e uma aberta para que eles pudessem apresentar suas percepções acerca dos parâmetros e das ferramentas discutidos no trabalho. Realizamos, portanto, a avaliação dos ambientes de forma quantitativa na fase de compilação dos dados e de forma qualitativa na fase de interpretação das informações obtidas. 1.4 – Organização do Trabalho O capítulo que traz os resultados e as discussões é subdividido em três seções que pretendem traçar a experiência dos estudantes e profissionais envolvidos no curso, no que diz respeito aos vínculos pedagógicos e as experiências de uso das ferramentas e do ambiente AVA Moodle. Assim, na seção 3.1, busco reconstituir a construção do sujeito e os vínculos formativos e pedagógicos dos estudantes e profissionais do curso de Licenciatura em Teatro da UNB para buscar compreender a estrutura administrativa, docente e discente do curso que influencia suas dinâmicas de formação e continuidade no ensino. A seguir, a seção 3.2, apresenta aspectos avaliativos do Moodle, no que diz respeito às áreas administrativas e pedagógicas ressaltadas pelos estudantes, tutores, professores e gestores do curso. Por fim, pretendo apontar na seção 3.3 as interfaces estabelecidas entre a Pedagogia do Teatro e a tecnologia, apresentando os usos e produções na web do curso de Licenciatura em Teatro que podem apontar para o desenvolvimento de práticas contemporâneas para o ensino do Teatro. 2 – PRESSUPOSTOS TEÓRICOS O uso das novas tecnologias transformou a educação a distância e viabilizou outros recursos e suportes que impulsionaram esta modalidade, possibilitando o seu crescimento em escalas geograficamente amplas. O desenvolvimento dos AVAs se integra às diversas mídias e linguagens, o que inclui as redes sociais como aliadas na construção desse conhecimento e aprendizagem. A EAD possibilita a construção do conhecimento fornecida pelo próprio ambiente e contribuição do usuário. Neste capítulo, pretendemos organizar os referenciais teóricos que embasaram a construção deste trabalho. Sua divisão segue o percurso das nossas reflexões, desenvolvidas de forma a orientar a análise que pretendemos fazer do AVA Moodle e da rede social Facebook. Para tanto, subdividimos os “Pressupostos teóricos” nas seguintes seções: “A influência do desenvolvimento tecnológico na educação à distância”, “O desenvolvimento dos AVAs” e “O papel das redes sociais na prática educativa”.

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2.1 – A influência do desenvolvimento tecnológico na educação à distância

As tecnologias digitais transformaram de forma dinâmica a relação que o homem tem com suas práticas diárias, considerando vários aspectos, tais como o trabalho, o lazer, a educação. Ampliando a relação dos fazeres, hoje é quase impossível viver sem acessar alguma forma de tecnologia ou ainda de atualizar-se em relação às novas formas que surgem para facilitar nossos acessos e interações cotidianas. [...] o uso da tecnologia abre novos horizontes para que os alunos construam novos conhecimentos, aprendam sobre si próprios, sobre seus estilos de aprendizagem e sobre como trabalhar em conjunto em equipes distribuídas geograficamente. Todas essas habilidades são transferíveis ao mundo do trabalho e adquiridas da participação em comunidades de aprendizagem virtuais (PALLOFF E PRATT, 2002 apud KOSLOSKY, 2004, p. 72).

A EAD pode ser definida segundo Moran (2002) como “o processo de ensinoaprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente” (Ibid., p.1). Como modalidade de ensino-aprendizagem, a educação à distância vem a cada dia se aprimorando em relação a essas tecnologias. Seu percurso histórico teve início através da correspondência e, após o desenvolvimento dos meios de comunicação em massa, passou-se a utilizar o rádio, a televisão, as fitas cassete e, posteriormente, o cd-rom como suportes de conteúdo para o ensinoaprendizagem alternativo ao ensino presencial. O campo de conhecimento articulado pela educação a distância reúne uma série de atores, ferramentas, ambientes, materiais e suportes. A partir do advento da internet, podemos perceber a multiplicação das possibilidades de aprendizado pedagógico. O surgimento de ambientes computacionais criados especificamente para fins educacionais veem corroborar e desenvolver este novo tempo para a EAD. Almeida (2003) destaca que: Para desenvolver a educação a distância com suporte em ambientes digitais e interativos de aprendizagem torna-se necessária a preparação de profissionais que possam implementar recursos tecnológicos (software) condizentes com as necessidades educacionais, o que implica estruturar equipes interdisciplinares constituídas por educadores, profissionais de design, programação e desenvolvimento de ambientes computacionais para EAD, com competência na criação, gerenciamento e uso desses ambientes (Ibid, p.335).

O planejamento e a implementação das atividades da EAD perpassam o comprometimento com as experiências simultâneas de ensino-aprendizagem, o desenvolvimento de cursos tendo como foco o aluno, o ambiente, os materiais e as ferramentas que dialogam com o estudante e os profissionais (gestor, supervisor, coordenador, tutores a distância e presencial) que integram a equipe responsável pelo direcionamento que será realizado nas distintas práticas pedagógicas que os cursos podem oferecer. De acordo com Moran (2002), “as tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na educação a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos

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nesse processo” (Ibid., p.2).. Entre estas tecnologias devemos destacar a WEB 2.0 e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). A importância do desenvolvimento crescente da WEB, hoje em transição para a geração 2.0, estimula a transformação do homem em um ser mais criativo, comunicativo, online quase 24 horas por dia. No ambiente educacional temos o desenvolvimento de diferentes ferramentas, que proporcionam a troca e a elaboração dinâmica de conteúdos, mídias, textos, hipertextos, vídeos, vídeos conferências e imagens, de forma coparticipante e dialógica. Estas relações diminuem as distâncias da informação e da comunicação, induzindo o acesso aos diferentes saberes. Como modalidade de ensino, a EAD aparece como importante meio de desenvolvimento e transformação de conhecimento nos espaços de aprendizado, não mais limitados geograficamente: “A educação a distância amplia-se juntamente com as novas tecnologias e agrega novos valores pedagógicos e, por isso, pode constituir-se, numa alternativa para a inclusão social” (BARROS, 2008, p.2). Aprendemos a manusear as ferramentas, apreciamos o novo e exigimos cada vez mais recursos que facilitam a nossa acessibilidade, seja no trabalho, na vida pessoal ou na educação, lugar este em que apresentamos o foco desta análise. A construção do ambiente de aprendizagem, as escolhas das mídias para a interação em sala de aula online, o desenvolvimento e familiaridade do aluno na interação com os ambientes e suas atividades (posts, tarefas, pesquisas, grupos) e o design didático são aspectos importantes para avaliar as potencialidades e os possíveis caminhos para o desenvolvimento de softwares educacionais. O maior desafio está em criar ambientes flexíveis para permitir ao usuário fazer suas descobertas e representações, deixando espaço suficiente para que ele se sinta livre sem ficar perdido ou confuso a ponto de abandonar as explorações e interações. O questionamento é quanto de informação o ambiente deve fornecer e em que medida pode deixar as construções por conta do usuário (ALMEIDA, 2003, p. 207).

Com o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), a EAD vem crescendo e se tornando mais atraente através de um acesso mais rápido à informação e de interação em tempo real entre alunos-alunos e entre alunos-professores, conforme destaca Ribeiro et al.: Em qualquer situação de aprendizagem, a interação entre os participantes é de extrema importância. É por meio das interações que se torna possível a troca de experiências, o estabelecimento de parcerias e a cooperação (RIBEIRO apud MORAES, 2002, p.203).

A interação virtual em situações de aprendizagem permitem a criação e o desenvolvimento de outros suportes de relação à distância, assim como uma nova forma de aprender. A internet passou a integrar o conjunto de meios de comunicação possíveis de serem utilizados para complexificar o ensino e a aprendizagem na Educação: As maneiras insurgentes como as informações são usadas na internet apontam para uma nova forma de aprendizagem, focado na utilização de instrumentos específicos da dinâmica virtual. Essa nova forma de aprendizagem, calcada na recuperação, reinserção e dinamização das dimensões interativa e lúdica da informação, demanda a superação de

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formas tradicionais de aprendizagem (QUEIROZ et al. apud SILVA et al. 2003, 2011, p. 3).

Desta forma, as TICs estão reinventando a forma de aprendizagem e de interação entre os participantes do processo de ensino-aprendizagem. Na educação presencial ocorre a interação física entre professor aluno e aluno-aluno, fazendo com que haja uma aprendizagem direta de troca de informações, relação importante para um aprendizado significativo. Na EAD, antes das novas TICs, esta interação era influenciada por mecanismos mais limitadores como a carta e o telefone, formas de comunicação restritas e que induziam a um grau maior de autonomia e compreensão solitária do conhecimento para o estudo e a formação, o que na prática tornava considerável o índice de evasão dos estudantes. Atualmente, com a popularização dos meios de comunicação e, em especial, com a facilidade de acesso à internet em diferentes suportes (computadores, tablets e smartphones), em locais e áreas públicas, o ensino nesta modalidade tornou-se inevitável. De maneira formal ou informal, aprendemos a distância. O homem transita culturalmente mediado pelas tecnologias que lhe são contemporâneas. Elas transformam suas maneiras de pensar, sentir, agir. Mudam também suas formas de se comunicar e de adquirir conhecimentos (KENSKI, 2003 apud RIBEIRO, 2007, p.2).

Assim sendo, a frequente utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) em contextos educacionais revelou novos desafios para os profissionais da área de educação. Neste caso, convém ressaltar as diversas áreas da educação que engendram a aplicação das TICs, incluindo a necessidade de uma análise pormenorizada do contexto a que se destina o referido instrumento educacional. Procuramos mostrar então, ao longo desta seção, as transformações articuladas pelo desenvolvimento da tecnologia que influenciaram o ensino a distância. Essas reflexões nos permitem introduzir aspectos que influenciaram na criação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), ambiente que discutiremos a seguir a partir das metodologias provenientes das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTICs). 2.2 – O desenvolvimento dos AVAs O desenvolvimento de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) vai de encontro aos caminhos que permitem ao aluno acessar conteúdos didáticos virtuais e impressos, vídeos, fóruns de debates e estabelecerem comunicação com seus pares aprendizes, professores e demais atores envolvidos no ambiente de ensino a distância através de uma comunicação interativa. Segundo Ribeiro et al. (2007), O uso do AVA oferece as seguintes vantagens: • a interação entre o computador e o aluno; • a possibilidade de se dar atenção individual ao aluno; • a possibilidade do aluno controlar seu próprio ritmo de aprendizagem, assim como a seqüência e o tempo; • a apresentação dos materiais de estudo de modo criativo, atrativo e integrado, estimulando e motivando a aprendizagem; • a possibilidade de ser usado para avaliar o aluno (Ibid., p. 4-5).

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Esses ambientes virtuais são organizados e monitorados pelas instituições que oferecem o curso. Os conteúdos e as atividades são pré-determinados por seus organizadores, permitindo um controle de todo o processo educacional. Porém, além de serem controlados e monitorados, esses ambientes precisam ser espaços que permitam a interação. De acordo com Alves e Araújo (2013) apud Netto (2006), os ambientes virtuais devem ser “estruturados de tal forma que propiciem espaços de aprendizagem, onde o aluno não só receba a informação vinda do professor, mas que construa o conhecimento através das ferramentas interativas disponibilizadas” (ALVES e ARAÚJO, 2013, p.5. apud NETTO, 2006, p. 61). No entanto, vários questionamentos introduzidos por esse novo paradigma educacional inserido no ensino a distância estão presentes quando nos voltamos à avaliação da aprendizagem. Segundo Sinder (2009) podemos observar três modalidades gerais de avaliação: (i) a avaliação diagnóstica, (ii) a avaliação continuada e (iii) a avaliação final. A primeira ocorre no início de um período ou na inserção de um novo conteúdo, procurando o professor investigar o que o aluno sabe ou compreende de conhecimentos anteriores que serão, geralmente, necessários para o avanço da construção da aprendizagem. A avaliação continuada integra a formação do aluno, identificando processualmente suas dificuldades e intervindo sobre a construção contínua de conhecimento. Por fim, a avaliação final encerra o conteúdo proposto ou um projeto específico, tornando-se pontual no que diz respeito a sua execução e finalidade (SINDER, 2009, p. 2-3). A dinâmica do ambiente a distância costuma privilegiar as duas últimas formas de avaliação – continuada ou formativa e final. Os formatos de atividades avaliativas em EAD abarcam, em sua maioria, a realização de fóruns, que propõe uma avaliação processual, e tarefas finais ou pontais sobre temas específicos. Há ainda a possibilidade de construção de glossários, wikis, chats e vídeos. Porém a dinâmica dos cursos e a estabilidade do ambiente conectado à internet nem sempre permitem a realização destas outras atividades se considerarmos as complexas realidades sociais e culturais presentes no ensino através desta modalidade. Desta forma, para trilharmos o caminho avaliativo vinculado à prática educacional é importante considerarmos esses diferentes elementos, diferentes possibilidades e instrumentos de avaliação. A avaliação não é única e, sim, processual. Mas este processo não engloba somente a área de conhecimento estudada e, também, o desenvolvimento individual de cada um, as limitações e desafios enfrentados por cada educando, o contexto social e cultural do ambiente de estudo. Libâneo (1994) destaca, por exemplo, a dimensão processual do ensino e, claro, da avaliação. Diz a definição deste autor: A avaliação escolar é um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes (Ibid., p.14).

A partir desta definição do autor, podemos destacar a necessidade constante de reavaliar as próprias avaliações que são fornecidas aos alunos. Qualificar os resultados e olhar para os objetivos alcançados, observando se o instrumento proposto realmente serve ao contexto daqueles estudantes. Este ponto é importante, uma vez que ressalta a necessidade do professor de reformulação de suas avaliações a cada realidade de sala de aula que compartilha.

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A individualidade de cada aluno é outro ponto a ser problematizado na avaliação da aprendizagem em EAD. Considerar cada ser humano e suas relações no processo de ensino-aprendizagem é também pensar nestas avaliações diferenciadas que possam, ao longo do processo, dar conta de forma mais subjetiva do indivíduo e suas percepções e, não, somente voltada para o conteúdo. O ideal é que a avaliação seja inclusiva e agregadora. Neste processo avaliativo, o feedback – ação de resposta da tutoria em relação à nota pontual atribuída ao aluno em determinada atividade – é uma importante ação que permite ao aluno observar seus equívocos, localizar seus conhecimentos, atuar em seus problemas para buscar um desenvolvimento mais efetivo de sua aprendizagem. A relação professor-aluno precisa ser dialógica e nunca impessoal, ameaçadora ou determinista. O fato é que o AVA constitui um verdadeiro rompimento com o modelo presencial da sala de aula, em que o professor está fisicamente próximo do aluno, pronto para responder às questões decorrentes de uma rápida explicação acerca de um determinado conteúdo programático, por exemplo, ou das avaliações realizadas durante as aulas. Outra peculiaridade do AVA é que a aprendizagem pode acontecer em qualquer lugar, em momento vislumbrado pelo aprendiz, desde que haja um computador com acesso razoável à Internet. Teles (2009) afirma que há uma mudança da ideia de tempo e espaço, permitindo que professores e alunos acessem a sala de aula virtual e façam o que for necessário para o desenvolvimento do curso de qualquer lugar e a qualquer tempo. Assim sendo, é imprescindível que o AVA seja um ambiente que comporte recursos eficazes, integrando diversas mídias, linguagens, com a apresentação do conteúdo de maneira organizada, no sentido de propiciar uma aprendizagem significativa, que contribua para a efetiva construção do conhecimento. Ademais, aprender em um Ambiente Virtual de Aprendizagem enseja planejamento de ações focadas no grupo, que visem à aprendizagem colaborativa. O AVA encerra novas formas de aprendizagem e interação pautadas na comunicação da espécie “um por todos e todos por um”, não mais em um tipo de interlocução, em que o emissor envia uma mensagem e o receptor apenas recebe a informação sem poder interagir. Como lembra Almeida (2003), “a interação num AVA é fundamental para que os alunos possam organizar suas ideias, compartilhar seus conhecimentos, tornando-se sujeitos autônomos de sua aprendizagem” (Ibid., p. 331). As formas de ensinar em um AVA muito se aproximam das concepções de Vygotsky, relacionadas à Zona Proximal, uma vez que o professor/tutor deixa de ser o supremo detentor e consequente transmissor do conhecimento, passando a mediador do processo educativo. Polak (2009) infere que o aluno constitui-se o sujeito que se faz presente durante todo o processo de construção do conhecimento, sendo o professor/tutor o mediador do ambiente interativo e colaborativo. Dessa forma, o professor/tutor exerce papel de articulador do processo ensino/aprendizagem, sendo fundamental o seu auxílio e mediação junto ao aluno/aprendente, a fim de encontrar caminhos para a desejável aprendizagem significativa. Vimos neste tópico potencialidades e desafios presentes no desenvolvimento dos AVAs, na aprendizagem e na avaliação do ensino a distância. A seguir, procuramos organizar a partir também destas questões, as contribuições das redes sociais, em especial o Facebook, em experiências de ensino existentes nestes ambientes. Acreditamos que o estabelecimento de um diálogo entre as práticas pedagógicas existentes em AVAs e em redes sociais pode contribuir para o desenvolvimento das

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ferramentas presentes em ambientes online, permitindo um processo de ensino, aprendizagem e avaliação que assimile mais amplamente a complexidade que constitui a construção do conhecimento em Educação. 2.3 – O papel das redes sociais na prática educativa As redes sociais surgiram, num primeiro momento, com a intenção de socializar e aproximar as pessoas. Elas permitem a interação, difusão e produção de informações, ligando pessoas que partilham de interesses comuns. Segundo Levy, "ao conectar e fazer interagir pessoas, tecnologias, culturas, nos deparamos com a inteligência coletiva dos grupos" (LEVY, 1999 apud MARCON, 2013, p. 2). Esta inteligência coletiva, nos permite pensar no uso de redes sociais para a prática educativa/pedagógica, principalmente na EAD. Quando surgiu, a EAD utilizava material impresso, rádio e televisão. O aluno estudava sozinho, com o apoio dos materiais e em alguns casos, com encontros presenciais. Atualmente quando pensamos em EAD, sabemos que o uso da internet é fundamental. Através dela, usando os AVAs, são disponibilizados materiais impressos, vídeos, links e também fórum de debates, que auxiliam no processo da aprendizagem. Segundo Ribeiro et al. (2007), Existem duas abordagens pedagógicas na educação à distância: o autoinstrucional e o colaborativo. Azevedo diferencia os dois modelos pedagógicos na EAD, afirmando que o primeiro fundamenta-se na idéia de que a transmissão de informação é à base da educação. Neste caso o aluno aprende aquilo que lhe é ensinado a partir de um foco de transmissão, entrando em contato com o professor para retirar eventuais dúvidas. O modelo colaborativo segue o princípio de que a interação e o diálogo entre alunos e professores é o essencial para o processo educativo, ou seja, o aprendizado ocorre através da construção coletiva a partir do questionamento, problematização, discussão, apresentação de dúvidas e troca de informações (Ibid., p.5).

Levando em conta as duas abordagens citadas, auto-instrucional e colaborativa, podemos perceber que as redes sociais poderiam ser usadas de forma colaborativa, visto que elas permitem interação, troca de materiais (como vídeos, links, e materiais impressos, etc.), diálogo entre alunos-alunos e alunos-professores e compartilhamento do conhecimento entre as pessoas, levando-os a uma aprendizagem colaborativa. Atualmente, de acordo com Alexa (2013 apud ALENCAR, 2013, p.226) o Facebook é a maior rede social e um dos sites mais acessados no mundo, com um bilhão de usuários ativos. No Brasil esta rede é uma verdadeira "febre" entre os usuários da internet, tendo o maior crescimento absoluto de usuários em 2012. Desta forma, acreditamos que podemos considerar o Facebook referência ao falarmos em rede social. O Facebook apresenta a característica de fácil acesso, sendo usado pela grande maioria das pessoas que acessam a internet. No contexto educativo, ele permite a formação de grupos de estudos, fechados ou abertos. Sendo assim, pessoas interessadas no tema do grupo possuem acesso a informações postadas. Para Patrício e Gonçalves (2012), o Facebook é uma ferramenta popular, fácil de usar, que não necessita de desenvolvimento interno ou de aquisição de software, sendo útil para alunos, professores e funcionários, além de permitir a integração de diversos recursos (RSS feeds, blogs, twitter etc.)” (PATRÍCIO E GONÇALVES apud ALVES, 2013, p. 6).

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Outra característica bem interessante é que ele aproxima pessoas que estão geograficamente próximas ou distantes, realizando intercâmbios culturais diferenciados entre os usuários. De acordo com Marcon (2012): O Facebook é uma rede social que conecta e integra pessoas de diferentes locais geográficos, resignificando os conceitos de tempo e espaço. A possibilidade de estabelecer um debate síncrono ou assíncrono de ideias, ou a simples troca ou compartilhamento de informações rompe as fronteiras do tempo e espaço lineares. A relação é estabelecida pela convergência dos interesses, por vínculos construídos a partir de ideias ou opiniões (MARCON, 2012, p.6).

Dessa forma, os estudantes poderiam trocar informações e conhecimentos variados, proporcionando uma diversidade de informações e opiniões, o que poderia levar a um questionamento maior e, consequentemente, a um aprendizado mais abrangente, interessante e efetivo. Outro aspecto atraente do Facebook são os recursos que ele apresenta como: curtir, compartilhar, bate - papo online e notificações, quando novas informações são acrescentadas. Esses recursos reforçam as diferentes formas de interação entre os participantes do grupo. No entanto, o Facebook apresenta alguns aspectos que poderiam limitar o seu uso no aspecto educacional, como chama atenção ALVES e ARAÚJO (2013): "a presença de elementos que levam à distração, como anúncios e avisos; falta de um sistema de filtro; busca e organização da informação; e falta de comunicação síncrona por áudio e/ou vídeo" (CÉRDA, 2011 apud RABELLO; HAGUENAUER, 2011, Ibid. 2013, p. 6). Apesar dos aspectos negativos citados, os aspectos positivos se sobrepõem. Em comparação com o AVA, o Facebook apresenta um ambiente mais descontraído e flexível, facilitando a interação e a colaboração dos usuários. Neste tópico, citamos características e potencialidades do Facebook e de como ele pode contribuir para o desenvolvimento da prática pedagógica, conduzindo através da interatividade dos participantes à construção do conhecimento mais atraente e efetivo. 3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES O estudo junto ao curso de Licenciatura em Teatro a distância da UnB foi construído a partir da análise das informações de entrevistas semi-abertas realizadas juntos à Professores Formadores, Coordenação Pedagógica e Gestão do curso, assim como os dados do questionário disponível pelo Google Drive que foi encaminhado aos alunos matriculados e tutores presenciais e a distância. Como tutora a distância do curso, a minha experiência profissional de atuar em diferentes disciplinas desde o ano de 2011 também contribuiu na observação e análise recolhidas4. O objetivo deste capítulo é apresentar os dados da pesquisa a partir de recortes que orientaram a condução das entrevistas e a elaboração do questionário. No caso específico de um curso de Licenciatura, julgamos relevante apresentar informações da 4

Atuei como tutora a distância das seguintes disciplinas: Pedagogia do Teatro 1 durante o primeiro semestre de 2011; Laboratório de Teatro 4 - Teatro de Formas Animadas no segundo semestre dos anos de 2011 e 2013; Antropologia Cultural em 2013 e em Fundamentos do Curso no primeiro semestre de 2014.

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trajetória dos sujeitos entrevistados que aparecerão no tópico “A construção do sujeito e os vínculos formativos e pedagógicos do estudante do curso de Licenciatura em Teatro da UNB”. Posteriormente, apresentaremos as informações acerca do ambiente Moodle no curso de Licenciatura em Teatro que, em cada universidade, apresenta especificidades de configuração e manutenção. A seção que trata dos limites, potencialidades e mudanças deste ambiente é “O ambiente Moodle no curso: aspectos da avaliação dos estudantes, tutores e gestores”. Por fim, a seção “Braços e caminhos, teatro e tecnologia: usos e produções na Web do curso de Licenciatura em Teatro – horizontes para a Educação a Distância” pretende descrever as transformações do ambiente do curso a partir da inserção, criação ou retirada de ferramentas da Web 2.0, apresentando o impacto destas mudanças e inovações para os sujeitos envolvidos, assim como para o curso presencial de Bacharelo e Licenciatura em Artes Cênicas da UnB. 3.1 – A construção do sujeito: vínculos formativos e pedagógicos dos estudantes e profissionais do curso de Licenciatura em Teatro da UnB A experiência inicial de formação do curso de Licenciatura em Teatro da UnB já reunia a presença de diferentes sujeitos localizados em regiões distintas do país, como Rondônia, Goiás e Maranhão. A articulação do curso se tornou ainda mais complexa ao longo do tempo, através da extensão do número de polos atendidos em outros estados brasileiros, conforme podemos observar no quadro abaixo: PERFIL/ANO 2007

PROFISSIONAIS 15

ESTUDANTES

PÓLOS E REGIÕES

121 ingressos

10 (08 polos no estado do Acre e 02 em São Paulo) 2009 23 127 ingressos 14 (08 polos no estado do Acre, 02 em São Paulo e 01 polo nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Tocantins). 2011 32 88 ingressos 14 (08 polos no estado do Acre, 02 em São Paulo e 01 polo nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Tocantins). 2013 50 70 ingressos 10 (08 polos no estado do Acre, 02 em São Paulo e 01 polo nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Tocantins). Quadro 1: Identificação da quantidade de profissionais, estudantes e polos do curso.

A partir da análise do quadro acima podemos perceber que se, por um lado, temos a diminuição do número de ingresso de estudantes nos últimos dois concursos de acesso ao curso, observamos que, por outro lado, a oferta do curso foi desmembrada para outros estados, atendendo atualmente três regiões brasileiras (Norte – Acre; Sudeste – São Paulo e Minas Gerais e Centro-Oeste – Goiás e Mato Grosso). Ao mesmo tempo, a equipe multidisciplinar de profissionais que atua junto ao curso aumentou consideravelmente ao longo dos anos, reunindo uma maior quantidade e diversidade de sujeitos dentre coordenadores, professores, tutores e alunos. Os desafios de gerenciamento e administração de pessoal trazidos a partir desta reunião complexa mobilizada pelo curso impuseram a necessidade de contratar pessoal

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qualificado para atuar junto à Gestão, por exemplo. Atualmente a gestão administrativa e dois secretários trabalham direta e exclusivamente para o curso da modalidade à distância. A organização e manutenção de um curso deste porte que prevê atividades presenciais periódicas para todas as disciplinas, o acompanhamento de profissionais de diferentes áreas, marcação de datas para realização de tarefas online, atualização de material didático e assegurar os mecanismos necessários para a participação do aluno na plataforma, não são tarefas fáceis. Como releva a equipe de Gestão, “desde aquele que mantem o ambiente no ar até a disponibilidade do aluno visualizar o produto, há uma demanda grande de trabalho”. Neste ponto, é importante lembrar que há uma preocupação em oferecer o mesmo suporte e condições administrativas semelhantes com as de um curso presencial. Ou seja, o aluno pela plataforma pode ter acesso às suas notas, solicitar um histórico escolar, ter possibilidade de estagiar e realizar outras atividades acadêmicas pela Universidade. Pedagogicamente, o curso oferece um suporte de tutores presenciais que trabalham exclusivamente para atender à Licenciatura em Teatro em cada polo. Em todos os locais o tutor é visto como um “facilitador dos conteúdos” que também realiza os encontros presenciais e oferece este suporte quinzenal e direto aos alunos. O tutor a distância é o mediador pedagógico que auxilia mais diretamente o processo de compreensão dos conteúdos das disciplinas5. Nas relações entre os sujeitos que mantém o curso, é possível observar uma preocupação com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de todas as atividades, assim como uma integração com o curso presencial, através de uma aprendizagem vista como híbrida. O “híbrido”, termo citado também nas entrevistas com os profissionais que conduzem o curso, pode ser compreendido como a integração entre as modalidades de ensino presencial e a distância. A construção do conhecimento se pretende como híbrida, como uma mistura em que não se pretende definir uma só prática, linguagem teatral (teatro, audiovisual, ferramenta tecnológica) ou modalidade de ensino, mas sim promover o inter-relacionamento dos espaços, criando experiências realmente comprometidas com a formação integrada dos alunos do departamento de Artes Cênicas presente na Universidade de Brasília. Como destaca Ayres (2013), Na educação propomos a aproximação das modalidades, a superação da lógica que separa educação a distância e educação presencial para traçar um caminho que promova a discussão sobre educação em uma abordagem híbrida e dialógica. Por esse motivo, o foco que inicialmente trilhamos em uma abordagem que contemplasse a prática artística no contexto da educação a distância se ampliou para uma perspectiva de construção de uma nova proposta: a integração entre as modalidades (Ibid., p. 152).

O empenho em integrar e manter a qualidade administrativa e pedagógica do curso garante um olhar mais apurado para as especificidades de uma formação de Teatro na modalidade de “ensino a distância”, carregada com essas peculiaridades. Os mecanismos de regulação de um curso a distância e, ao mesmo tempo, a mudança das regras, condições de realização de encontros presenciais ou de oferta aos cursos 5

Atualmente o curso possui um quadro mais ou menos fixo de tutores a distância, selecionados por Edital de Chamada Pública. Os tutores são bolsistas da UAB e precisam comprovar experiência docente mínima de um ano e formação específica de graduação em Teatro. No caso dos tutores presenciais é permitida a graduação e atuação em áreas afins.

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anualmente, de acordo com Orçamento federal e orientações diferenciadas, influenciavam no período inicial do curso a sua prática. A última reforma do PPP de 2013 pretendeu, justamente, ajustar as necessidades de um curso de modalidade à distância em Teatro, contemplando algumas questões relevantes: O projeto político pedagógico do curso garante a mínima estrutura para que o curso aconteça. A última reforma foi assim. Então lá a gente garantiu um número X de alunos por tutor, um número mínimo de viagens, um número mínimo de encontro presenciais (...) O que é a frequência virtual, presencial. O que é um encontro presencial. O que é um web encontro. Tudo isso surgiu de demandas que, as vezes, os nossos esforços não contemplavam (Fabiana Marroni, setembro de 2014, Brasília).

O pioneirismo da UNB em manter cursos de EaD é destacado por Ayres (2013). Ao mesmo tempo, o departamento de Artes Cênicas garante a atuação de seus professores nas atividades pedagógicas da Licenciatura à distância de forma concomitante às atividades nos cursos da modalidade presencial: Bacharelado em Interpretação e Licenciatura em Teatro. Sendo assim, todos os professores efetivos do departamento já atuaram nas coordenações ou mantenham disciplinas e suas revisões periódicas na plataforma. Estas especificidades dos profissionais que integram o corpo docente da EaD influenciam, sem dúvida, a continuidade das pesquisas e o desenvolvimento do curso. Alguns temas surgem nesse contexto de pesquisa no campo das Artes Cênicas: as interfaces entre arte, teatro e tecnologia, o uso das TICs, a formação de professores no ensino a distância e formas de criação cênica na web. O pessoal administrativo que organiza a logística e o funcionamento do curso nesse âmbito atua exclusivamente para a modalidade a distância da Licenciatura em Teatro. A estrutura física é pequena: uma sala exclusiva, uma sala para reunião e um laboratório de informática que, ao ser compartilhado com o curso presencial, possui prioridade. O perfil dos estudantes é heterogêneo e variável em relação aos concursos de ingresso realizados, como podemos observar nas entrevistas e aplicação do questionário. O perfil do aluno mudou. Estamos com vários alunos com média de vinte e poucos anos. A primeira turma foi uma turma de mais velhos, mais perto dos trinta. A segunda turma tinha uma média de vinte e cinco [anos]. A terceira ficou nesta média. A turma de agora tem muitos jovens que acabaram de sair do Ensino Médio (Clara Alonso, setembro de 2014, Brasília).

A mudança no perfil dos ingressos do curso influencia sensivelmente a evasão ou continuidade do curso. As formas de interação na plataforma e a compreensão da dinâmica do curso são diferentes entre adolescentes, jovens e adultos: “alguns acham que a plataforma é uma rede social. Que no fórum é entrar e dizer ‘oi, tudo bem’. Tô aqui, tô vendo, tô acontecendo, mas não estou fazendo”. O Anuário Brasileiro de Estatística e Educação aberta e a distância traz que “entre os alunos que abandonam os cursos a distância, 85% o fizeram logo no início e 91% não chegaram nem à metade. A administração do tempo e das dúvidas é a questão mais preocupante” (2008, p. 87). Além do tempo disponível e das dúvidas, a dinâmica pedagógica do curso (leitura de textos, realização de trabalhos individuais e em grupo, encontros obrigatórios quinzenais) muitas vezes influenciam a evasão. No questionário

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disponibilizado para alunos e tutores, as dificuldades mais citadas foram (1°) o tempo disponível para a continuidade do curso, (2°) a compreensão dos conteúdos pedagógicos e (3°) o uso das ferramentas tecnológicas. A resposta deste estudante também é importante para elucidar a dinâmica existente em um aluno EAD: “são uma somatória de fatores e, de fato, há uma demanda de nossas vidas, que difere das demandas acadêmicas...muitas vezes ficamos bloqueados em nossa própria organização e, em algumas vezes, em certa inflexibilidade do sistema e nossa ´ignorância’” (Aluno A, outubro de 2014, Barra do Bugres-MT). Atentos a isso, a gestão e as coordenações modificam as estratégias de oferta e condução das atividades de forma a contemplar da melhor maneira possível o estudante ingressante, mantendo o padrão de qualidade da Licenciatura. Reformas foram organizadas no currículo, por exemplo, e na dinâmica da oferta das disciplinas e avaliações (semanais e quinzenais). O processo formativa e continuamente pensado. A cada turma novas estratégias para a adaptação ao curso dos alunos ingressos vão sendo feitas. Agora fizemos uma oficina presencial inicial trazendo para o aluno como realizar as tarefas no Moodle – inserir foto, colocar vídeo (...) Tudo que ele poderia fazer dentro do ambiente. Tivemos uma oficina de 4 a 5 horas em cada turma. O básico do Moodle. Tinha gente que não sabia ligar o computador. São realidades muito distintas. Tem gente que mora na roça, tem gente que mora na cidade. Tentamos colocar um pouco mais homogêneo o acesso. Deu pra notar que esta dificuldade inicial do Moodle – ferramenta minimizou. Agora disciplina, leitura e acompanhamento continuam. No campo pedagógico o curso exige muito (Clara Alonso, setembro de 2014, Brasília).

Nesse contexto, ainda há muito a ser realizado no âmbito das IES públicas de pesquisas e ações que possam enfrentar a evasão dos alunos nos ensinos à distância e, também, presencial. O acompanhamento e práticas mais locais organizadas por um ou outro curso que pretendem dar conta dessa importante questão. Atualmente, o curso possui uma avaliação anual que faz junto aos alunos do curso, inclusive com aqueles que desistiram de cursá-lo. No caso do ensino a distância, apesar dos limites profissionais, pessoais e pedagógicos enfrentados pelos estudantes, podemos destacar também as contribuições desta modalidade para a formação de professores: A EAD apresenta possibilidades pedagógicas que estão alicerçadas em características apontadas como fundamentais para a oferta desta modalidade: a disciplina, a autonomia, a auto-aprendizagem, a construção colaborativa do saber, a não simultaneidade nas relações, a co-participação (SANTANA; ROSADO, 2011, p. 124).

O sistema de ensino da educação a distância realmente contém as suas especificidades e desafios para o aluno. Guarda diferenças sensíveis para os profissionais que o realizam. É muito mais dependente da administração do curso, de uma equipe técnica e de manutenção virtual, além de prever a autonomia do estudante, a criação de ementas e material didático próprio, articulação entre a gestão do curso e os polos e entre profissionais presentes nos mais distintos. Um aluno de EAD é muito mais caro para os cofres públicos do que o aluno do ensino presencial. Porém, a formação chega de forma muito mais capilar, heterogênea e dinâmica nas realidades das pessoas. De casa, no trabalho ou no polo se pode ser estudante à distância.

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A seguir, veremos os aspectos técnicos e avaliativos que organizam a oferta do curso através do ambiente virtual de aprendizagem (AVA) Moodle, identificando limites e potencialidades desta plataforma de ensino para um curso de formação de professores de Teatro. 3.2 – O ambiente Moodle no curso: aspectos da avaliação dos estudantes, tutores e gestores O Moodle é um software livre que teve sua inserção no Brasil em meados de 2008, através das experiências de ensino a distância e de organização de comunidades virtuais de aprendizagem organizadas e mediadas, atualmente, também pela mídia internet que tem a tela do computador como suporte. No âmbito do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), o Moodle é a plataforma disponibilizada gratuitamente pelo governo federal para a implementação dos cursos semi-presenciais de graduação e pós-graduação nas universidades públicas. Na Universidade de Brasília, o Moodle já era utilizado em cursos de extensão e especialização em 2004, sendo que em 2006 foram organizados os primeiros cursos de Graduação para a formação de professores em Licenciatura (AYRES, 2013). Em 2006 - parceria entre UnB e Secretaria de Estado de Educação do Acre para formação de professores em Pedagogia. Nesse mesmo ano, o Instituto de Artes/UnB participa de editais abertos às Instituições de Ensino Superior (IES) para ofertar cursos de licenciatura a distância por meio dos programas Pró-Licenciatura e UAB (Ibid., p. 32).

Nesse contexto surgiu o curso de Licenciatura em Teatro a distância da UNB. Desde o princípio da formação do curso pelos programas Pró-Licenciatura e, posteriormente, passando para o programa UAB, o curso se desenvolve no AVA-Moodle. Segundo a gestão do curso, há um ambiente-base comum que é utilizado por todas as Licenciaturas da UNB. Este formato delineia, em certa medida, o design, as configurações e as ferramentas que podem ser utilizadas na plataforma: “A UNB adotou o padrão da FNDE/CAPES, depois o uso do Moodle como plataforma. É um Moodle só para os oito cursos de Licenciatura da UNB. Há ferramentas padrão, cores padrão... Há um movimento agora de separar. Com cada curso tendo seu próprio Moodle” (Clara Alonso, setembro de 2014, Brasília). Esta realidade do ambiente ofertado pela IES torna o formato do Moodle mais “engessado”, o que é comum nas universidades públicas do Brasil. A infraestrutura dos cursos ainda está em processo de avaliação e reformulação no país, como destaca Moran (2009): O Brasil se encontra em uma fase de consolidação da educação a distância em todos os setores e níveis de ensino. Depois de uma fase de experimentação, onde houve uma aprendizagem intensa e busca de modelos mais adequados para cada instituição, nos encontramos em uma fase de amadurecimento, de maior regulação governamental, de maior cuidado com o crescimento, a infra-estrutura, a metodologia de ensino, a avaliação (Ibid., p. 54).

Aqui vale ressaltar alguns pontos relevantes na integração dos cursos que compartilham o ambiente Moodle: o diálogo entre as Artes em suas linguagens, uma vez que o curso de Artes Visuais e de Música também possuem licenciaturas à distância na

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UnB; as parcerias com outros projetos e instituições de ensino, como o Arteduca6; a oferta de disciplinas do curso de Teatro ser compartilhada para estudantes de outros cursos de Licenciatura à distância, promovendo o intercâmbio entre as áreas. Estes pontos são importantes, mas muitas vezes podem em algum momento sobrecarregar o curso que realiza com frequência empréstimo de tutores e outros profissionais para a viabilização de disciplinas em outras Licenciaturas à distância. Ao mesmo tempo, a inexistência de uma infraestrutura de suporte de um ambiente próprio para a Licenciatura em Teatro, na organização atual da Universidade, influencia a experimentação das interfaces da linguagem teatral no ambiente Web, a continuidade das experiências desenvolvidas pelas disciplinas e a formação de um banco de dados, ou mesmo uma “biblioteca digital”, das produções do curso ao longo das ofertas. O formato e a administração unificada do Moodle utilizado pela UnB, portanto, organiza limites de desenvolvimento do curso e suas ferramentas a serem utilizadas no interior da plataforma, por exemplo, e até mesmo o design instrucional almejado pela gestão para o ambiente: O Moodle hoje é um limitador para o curso criar mais, mas com esta separação ficará melhor. O Moodle poderia também ser mais adaptativo. Eu poderia chegar e colocar um mural de avisos legal, fotos na página principal, deixando-o mais interativo. Com esse movimento de institucionalização a gente vai conseguir mudar muita coisa. Ele como base é um ótimo software (Clara Alonso, setembro de 2014, Brasília).

Apesar disso, dois movimentos são importantes: o primeiro é o de constante mudança e aperfeiçoamento do ambiente unificado disponibilizado para os cursos liderado pela Gestão, coordenadores e professores do curso e o segundo é o de capacitação oferecida pelo Núcleo de Educação a Distância da IES sobre o Moodle para os cargos administrativos dos cursos. Estas ações no contexto da Universidade de Brasília permitiram o desenvolvimento em diversos sentidos das ferramentas existentes na plataforma online do curso: No início eram praticamente as ferramentas que veem no Moodle: fórum, tarefa. Na medida em que o professor vai desbravando o Moodle e consegue ter um suporte maior [possível graças às capacitações], a gente já consegue inserir um questionário, uma lição, um chat, já consegue inserir vídeos de youtube pra aproximar, material didático. A partir do momento que veio a equipe de Secretaria e nós fomos capacitados a mexer no Moodle (...) ficamos mais aptos a fazer este suporte direto (...) Com o conhecimento das ferramentas a gente pode capacitar ainda mais os professores e apresentar alternativas de uso no ambiente (Clara Alonso, setembro de 2014, Brasília).

Atualmente, o curso utiliza as ferramentas presentes no quadro abaixo, no ambiente interno do Moodle:

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O Arteduca é “um grupo de pesquisa em arte-educação a distância vinculado ao MidiaLab/IdA/UnB”. Surgiu no âmbito da formação dos cursos de Artes (Artes Visuais, Música e Teatro) a distância da UnB e oferece desde 2004 Especialização em “Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas”, além de capacitações e cursos de Extensão nas IES públicas. Informações obtidas em http://www.arteduca.UnB.br/ . Acesso em 10 nov 2014.

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Fórum de discussão Glossário Questionário

Ferramentas internas do Moodle Tarefa Imagens e áudios Testes e provas Vídeos Chat Links

Quadro 2: Ferramentas internas do Moodle.

O fórum como ferramenta base do Moodle está presente em todas as disciplinas, organizando periodicamente os espaços de interação do curso. Há o Fórum de Discussão de conteúdo, o Fórum de Dúvidas, o Fórum de Avisos. No curso esta ferramenta tem sido constantemente pensada, como reforça Fabiana Marroni, professora supervisora de duas disciplinas e coordenadora atual do curso de Licenciatura em Teatro presencial7: Uma coisa que foi mudando bastante é o uso do fórum. O fórum ele era e, em algumas disciplinas, ainda é mais “eu estou aqui, presente”. Ele se desenvolver como sala de aula, ele ainda está neste processo (...) às vezes tem pensamentos formados, consolidados e, às vezes, tem a elaboração do pensamento. E eu acho que na elaboração do pensamento ainda vira uma colcha de retalhos. Vira assim: se alguém puxa alguma coisa, vamos pensar, vamos elaborar turma. Como no presencial: “isso se remete a que”, “vem outro traz outra informação”. Isso ainda exige, porque tem a ver com o texto que eu li, com o que eu trago, com o que eu posto, com o que eu passo. Mas eu acho que tem muito a ver como ele está construído pedagogicamente na disciplina. Quando ele é avaliativo ou não. Pedagogicamente ele ainda é uma ferramenta de construção. Às vezes é só uma ferramenta de avaliação. (...) Mas isso tem muito a ver de como esta ferramenta é construída dentro da disciplina. Fórum de uma semana e de quinze dias. O fórum quinzenal está sendo bastante utilizado e aí ele abre este tempo de poder ler, amadurecer, vivenciar coisas e escrever (...) ali tem todo um registro. O aluno não olha isso ainda. É uma trajetória da minha construção do pensamento. Ele não vê. Vê como a tarefa cumprida da semana (...) o fórum poderia ser mais sala de aula. Ele dialogar sem avaliar (Fabiana Marroni, setembro de 2014, Brasília).

As múltiplas formas de discussão e organização do fórum é um ponto enriquecedor do Moodle, mas que guarda, ao mesmo tempo, certas questões problemáticas para os aspectos formativos pretendidos por uma Graduação do campo do Teatro e, até mesmo, para a locução dos alunos com cursos online em Artes. Se as ferramentas são sempre avaliativas, como ressaltar a relevância ao longo do curso de outros aspectos voltados para o desenvolvimento de uma linguagem neste campo e que, por isso, se pretende construtivista, dialógica, de estímulo à criatividade e à sensibilidade ao mundo que o cerca? Características como a escuta e a reflexão formulada a partir do contato com o outro são fundamentais. Como ressalta o PPP do curso, a proposta é privilegiar uma avaliação com “enfoque pluralista no tratamento dos temas e conteúdos, transformando posicionamentos unilaterais, normativos ou doutrinários”. Desta forma, as atividades avaliativas da aprendizagem são orientadas de modo a “estimular e orientar a auto7

A professora Fabiana Marroni foi, durante os anos de 2010 e 2011, Coordenadora de Tutoria e, durante o ano de 2012, Coordenadora Pedagógica. Atualmente é coordenadora do curso presencial e ainda mantém a supervisão de duas disciplinas: “Fundamentos do Curso” e “Estágio Supervisionado 3”.

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avaliação” (PPP, TEATRO, 2013, p. 9). Assim a avaliação continuada e compartilhada entre os sujeitos tem um lugar importante e que deveria se sobrepor à avaliação pontual. Porém, percebemos que o uso comum da ferramenta fórum como lugar de avaliação periódica, também influencia na percepção dos estudantes acerca dos seus possíveis usos. O objetivo final as vezes se sobrepõe aos aspectos processuais do aprendizado, tanto na EaD quanto no ensino presencial. Podemos dizer, então, que no contexto de formação e manutenção de um curso de Teatro na modalidade de ensino semi-presencial, os mecanismos que organizam fisicamente o curso, tais como a plataforma e suas ferramentas, serão muitas vezes investigados no uso limite de suas múltiplas formas de interatividade, processualidade, presença e possibilidade de criação e inter-relação cultural e política. Estas investigações são próprias do campo formativo do Teatro e se relacionam com o perfil que se pretende do Licenciado egresso do curso de EaD: professores que dialoguem com a “dimensão epistemológica” (recortes teórico-metodológicos dos currículos da Educação Básica) e a “dimensão profissionalizante” (conhecimento dos “suportes teórico-práticos” do “fazer pedagógico-teatral do professor de teatro em todas as suas relações sociopolíticas e culturais”). A realidade é compreendida para ser ultrapassada, desmembrada, desorganizar e se reorganizar continuamente de forma criativa e dinâmica (Ibid., p. 11). Para concluir esta reflexão, o trecho do PPP que trata da mediação pedagógica é importante: A mediação pedagógica tem um papel primordial no processo de ensinoaprendizagem apoiado em recursos tecnológicos. A Educação a Distância (EAD) se torna mais eficiente quando aliada às teorias pedagógicas, como o construtivismo, onde o conhecimento não é repassado, mas sim construído a partir das experiências individuais trocadas pelo aluno com o grupo. O aprendiz, numa proposta de EAD, interage com o assunto, focalizando, observando, analisando, levantando hipóteses, aplicando estratégias, que poderão confirmar ou não as hipóteses levantadas. Essa proposta valoriza o exercício da autonomia na construção da aprendizagem em rede e reciprocidade de saberes envolvendo a participação dos sujeitos na construção do conhecimento (Ibid., p. 12).

Esta visão sobre a mediação propositiva em EaD influencia também a visão sobre o Moodle. Sobre os parâmetros de praticidade referentes ao ambiente e que influenciam a dinâmica do ensino-aprendizagem (ALENCAR, 2013), temos os seguintes resultados do questionário para a pergunta:

Quanto à praticidade do ambiente do curso de Licenciatura em Teatro da UnB, marque as opções que ele atende para você: SIM NÃO PARCIALMENTE AGILIDADE

93%

-

7%

UTILIDADE

100%

-

-

FUNCIONALIDADE

93%

-

7%

OBJETIVIDADE

87%

-

13%

Quadro 3: Análise dos parâmetros de praticidade do AVA Moodle do curso.

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A partir do quadro acima, podemos observar que a objetividade do Moodle é o ponto mais crítico para alunos e tutores em relação à praticidade do ambiente. Um aspecto que pode influenciar este dado é aquele que já destacamos de compartilhamento de uma única plataforma por todos os cursos da EaD/UNB. Ao mesmo tempo, os usuários concordam totalmente que o uso do Moodle é útil para o desenvolvimento do curso. Em relação aos demais parâmetros de análise do ensino-aprendizagem proporcionado pelo Moodle, elaboramos o gráfico abaixo com a avaliação dos estudantes e tutores do curso:

Avaliação dos alunos e tutores sobre o curso ÓTIMO

Interação

BOM

REGULAR

Recursos multimídia

INADEQUADO

NÃO POSSO AVALIAR

Acesso em tablets e smartphones

Aspectos visuais

OUTROS*

Atividades em grupo

Gráfico 1: Avaliação dos alunos e dos tutores sobre o curso.

Alguns pontos merecem destaque na avaliação específica que os usuários do curso fizeram do Moodle. A capacidade de interação é o ponto forte do AVA. E o ponto fraco é seu suporte para acesso em tablets e smartphones, o que ao que tudo indica é uma questão, ao mesmo tempo, técnica e da formação da UAB, que também já havia sido ressaltado pela gestão do curso em entrevista: O movimento tecnológico hoje é muito dinâmico (...) e a Universidade não acompanha isso. Então, por exemplo, tem um Moodle disponível para smartphone, tem um Moodle adaptado para tablet, tem Moodle adaptado para o “cara” ver na televisão, por wifi. Ele só no computador pra uma tela de 800X600, com uma configuração mínima, nível (...) então assim falta acompanhar um pouco. Mas eu entendo este lado pelas regiões que a gente atende. Porque não existe banda larga em todo o Brasil.

Compreendendo os limites e as potencialidades do ambiente e das ferramentas, o Moodle é para o curso um “meio básico de interação”, mas não o único. O próprio PPP regulamenta a interlocução entre “professor-aluno, aluno-aluno e alunoconteúdo” através de outros suportes:

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Para garantir o processo de interlocução permanente e dinâmico, a tutoria utilizará não só a rede comunicacional viabilizada pela internet (Ambiente Virtual de Aprendizagem - Moodle), mas também outros meios de comunicação como telefone, correio, conferência web e oficinas presenciais, que permitirão a todos os alunos, independentemente de suas condições de acesso ao centro tecnológico do Polo, contar com apoio e informações relativas ao curso (PPP, TEATRO, 2013, p. 21).

Novamente as especificidades culturais e estruturais dos locais e polos atendidos pelo curso no sistema UAB, os usos da plataforma e outras formas de interação são pensados de modo a integrar o estudante não só à formação de professor de Teatro, mas também ao uso das TICs na Educação e na prática artística profissional. Outros meios de comunicação, assim como ferramentas e recursos externos ao Moodle são utilizados de modo a contemplar o diálogo e o apoio dos estudantes em sua máxima potencialidade. Nesse contexto, a entrevista junto ao professor Guilherme Carvalho, antigo professor de Tecnologias Contemporâneas na Escola 1, 2 e 3 nos traz uma visão importante acerca do uso das ferramentas da Web 2.0, ainda que se mantenha restrições referentes às leis regulamentadoras (como as de direitos autorais e o marco regulatório da internet) e à interação não institucionalizada: Se a gente tem essas ferramentas (...) A gente tem que colocar os professores já familiarizados a essas ferramentas que eles vão encontrar no dia a dia. A gente pode não utilizar essas ferramentas fora do Moodle, mas a consequência disso é que quando chegar em sala de aula, ele não vai poder trabalhar essas ferramentas com os alunos porque os alunos não tem o Moodle. Então como é que ele vai trabalhar com as mesmas dinâmicas com os alunos se os alunos não têm [o Moodle] disponível. O Moodle é mais utilizado em um meio educacional (...) você não conversa com suas famílias, seus amigos pelo Moodle (...) Se você fica restrito somente ao Moodle, só na formação, como é que você vai ampliar e trabalhar com ferramentas mais populares? O que você está querendo passar e trazer para os alunos de forma atual? (Guilherme Carvalho, novembro de 2011, entrevista via hangout).

A exploração da multiplicidade de uso das ferramentas desses egressos do curso também revela um olhar comprometido com a continuidade da formação e da pesquisa das TICs em contextos de ensino do Teatro. Curioso destacar que, apesar das restrições das universidades acerca dos mecanismos de registro e controle da produção dos alunos (plágio, interação acadêmica entre os sujeitos, atividades de Extensão formais), a organização do próprio Moodle mostra caminhos de interação externos ao seu ambiente. O direcionamento das mensagens da plataforma para o e-mail pessoal dos usuários, por exemplo, é uma forma de registrar externamente também os diálogos internos estabelecidos. Importante destacar esses pontos de tensão que se estabelecem não só na EaD, mas na própria Educação formal presencial ou a distância quando nos referimos ao uso das ferramentas da internet nos processos de interação entre curso-professoresestudantes. Os mecanismos de controle e registro das atividades ainda são limitadores da integração e permeabilidade entre os conhecimentos. Um curso que se pretende de formação de professores de Arte, como resultado dialoga com estas questões. No próximo tópico procuraremos observar as experiências realizadas a partir de usos

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pedagógicos das ferramentas internas e externas ao Moodle para o desenvolvimento de atividades do curso, dada todas as especificidades de enquadramento, infraestrutura, perfis e regulações organizadas até o momento. 3.3 – Braços e caminhos, teatro e tecnologia: usos e produções na Web do curso de Licenciatura em Teatro – horizontes para a Educação a Distância Nesta seção procuro organizar as ferramentas utilizadas pelo curso de Licenciatura em Teatro à distância, distinguindo as formas de uso, as produções e as investigações realizadas no âmbito online. O objetivo é apresentar experiências realizadas pelo curso no/além do ambiente Moodle, reforçando, em certa medida, a necessidade destacada pelos profissionais que trabalham na condução das atividades administrativas e pedagógicas: a de tornar independente o ambiente do curso dos demais cursos de Licenciatura da EaD/UNB, possibilitando uma maior autonomia no que diz respeito à construção do ensino de Artes Cênicas à distância. As ferramentas da Web 2.0 são aquelas oferecidas pela Web de forma gratuita para utilização dos usuários. É uma geração de comunidades e serviços, aplicativos e site, que, como define Costa e Marins (2014), “visa incentivar a criatividade, o compartilhamento e a colaboração de conteúdos e serviços entre os usuários da rede” (Ibid., p.12). A criação, nesse contexto, é ilimitada e vai se orientando a partir da sistematização dos usos das tecnologias e práticas online. De outro lado, as ferramentas Moodle são aquelas que permitem a organização continuada das práticas do curso. São divididas em ferramentas de Coordenação, de Comunicação, da Produção dos Alunos ou de Cooperação e de Administração, através de interação síncrona e assíncrona pela plataforma (BARROS, 2008). Nesta seção, as ferramentas serão vistas como os caminhos criativos desenvolvidos para realizar as experiências pedagógicas do ensino do Teatro à distância. Na análise dos dados presente no questionário, o uso de ferramentas foi citado por 74% dos alunos e tutores como sendo um aprendizado proporcionado pelo curso que influencia significativamente suas práticas profissionais em Teatro. Ou seja, o curso estimula a integrar ferramentas e recursos diferentes, a construir uma prática pedagógica própria e a aplicar, organizar e administrar conceitos e habilidades adquiridas. Alguns usos e formas de abordar as ferramentas serão, então, aqui organizados com o objetivo de mapear essas práticas e influências. O primeiro ponto a ser destacado é o uso do vídeo de diferentes maneiras no curso. A linguagem audiovisual permite, em certa medida, a presença dos sujeitos: estudantes, professores, tutores e gestão. O teatro como arte da presença e que, no jogo da relação entre ator-cena-plateia, desenvolve sua linguagem, induz o uso de ferramentas que ative outros sentidos, para além do texto escrito. Através do vídeo, outros elementos da linguagem cênica são ressaltados: corpo, movimento, voz, tempo, ritmo, som, luz. Algumas formas de abordar o vídeo são relevantes nesse contexto. O curso produz teleaulas sobre diversos temas: jogo teatral, espaço cênico, construção de suportes da cena (boneco, máscaras). Apresenta também propostas de registro e apresentação através de filmagens, como, por exemplo, a atividade “Partitura do Eu” da disciplina Fundamentos do Curso. A atividade propõe a apresentação do aluno através da criação de um vídeo de, no máximo, dois minutos como “exercício de criação cênica onde a temática central” é a pessoa. A apresentação deve conter “aspectos sobre o seu eu que você queira compartilhar com a turma por meio de uma cena” (GIUSTINA, 2014, ambiente da disciplina Fundamentos do Curso).

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O registro da cultura local, de grupos de teatro das cidades em que moram os estudantes, gravações de cenas com diferentes temáticas e suportes, experiências de criação de aulas são exemplos de atividades que utilizam a linguagem audiovisual durante diferentes disciplinas. Recentemente, professores supervisores das disciplinas teóricas do curso propuseram a criação de chamadas iniciais em vídeo para elucidar as orientações das atividades de um determinado período da disciplina. Assim, cada período (semanal ou quinzenal) traz uma chamada do professor que explica as atividades a serem desenvolvidas. Este novo uso do vídeo já trouxe mudanças na relação dos alunos com o curso: Essas pequenas chamadas quem começou com elas foram os professores da Teoria (...) como eles não tem tanta ida [aos polos] eles começaram a gravar esses vídeos (...) este mecanismo era mais eficiente para ser entendido do que colocar só escrito. O escrito está lá, mas você vê o professor (...) na medida em que isso foi aproximando e dando um resultado positivo, a gente começou a trazer para as outras disciplinas. Realmente aproxima, o aluno começa a entender quem é o locutor da mensagem, há uma identificação pessoal do professor e traz uma proximidade (...) O número de reprovação foi menor, porque também aguça a curiosidade do aluno. Estimulando que o aluno produza (...) Essa questão do vídeo aproximou mais ainda (Fabiana Marroni, setembro de 2014, Brasília).

A webconferência é outra ferramenta importante no curso. Através dela podem-se marcar encontros entre os professores supervisores, tutores das disciplinas e os distintos polos que o curso atende8. Porém, devido ao fato da Universidade disponibilizar somente uma sala de webconferência para todos os cursos de Licenciatura a distância, como lembra a Gestão em entrevista, a ferramenta do Google, hangout, tem sido frequentemente utilizada para interação no curso. Por hangout são realizadas sessões de orientação do trabalho de conclusão de curso, encontros entre professores e tutores presenciais e a distância, reuniões e experiências de transmissão de cenas ao vivo das produções dos estudantes nas disciplinas. Aqui as experiências de utilização da telepresença para a experimentação das práticas de construção cênica dos estudantes no curso merecem ser destacadas. Ayres et al. (2013) tratam resumidamente desta pesquisa proporcionada pela existência de um curso de Teatro a distância, uma vez que as potencialidades e as especificidades das tecnologias contemporâneas, bem como o uso das mídias de comunicação, são pouquíssimos explorados nas graduações presenciais do Brasil. Ao considerar que com a utilização dos recursos de transmissão (broadcast), disponível no Ustream (http://www.ustream.tv), Livestream (http://new.livestream.com) entre outros sites, é possível que pessoas localizadas em espaços geográficos diferentes possam atuar e transmitir (em tempo real) a sua apresentação, cena, experimentação, exercício para várias pessoas - que podem estar em um espaço presencial ou na 8

A webconferência é um serviço disponibilizado no interior da plataforma Moodle do curso. Trata-se de uma reunião ou encontro virtual que é acessado a partir de um link compartilhado para os participantes. Porém, para ser utilizado no âmbito do curso depende de marcação prévia de horário na sala da Universidade, assim como na reunião de todos os alunos da(s) turma(s) da disciplina no(s) polos(s) naquele determinado horário, para que, desta forma, haja uma transmissão simultânea e interativa do encontro.

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própria web. Consideramos ainda que os recursos como o Skype, Google+, entre outros, também possibilitam a transmissão de pessoas seus gestos, movimentos, sons - em tempo real, a partir desses recursos, passamos a experimentar a utilização dessa tecnologia para trabalhar com princípios que envolvem a prática teatral no contexto da EAD (Ibid., p.2).

Os mecanismos de composição cênica a partir do uso da tela (de uma máquina, computador ou televisão) como “ferramenta do ator” e dos recursos de transmissão e criação tecnológicos foram prioritariamente investigadas pela equipe das disciplinas Tecnologias Contemporâneas da Escola, supervisionadas por quatro anos pelo professor Guilherme Carvalho. A exploração das possibilidades do fazer teatral com o uso das TICs produz processos e experiências importantes que permitem ao estudante o contato constante com a construção cênica mesmo que geograficamente distante do público e, em algumas vezes, companheiros de cena. Lucia Santaella apud Ayres et al. (2013) define a telepresença como “estar aqui e estar em alguns outros lugares ao mesmo tempo” (Ibid., p. 2). A forma em que se observa estas experiências entre teatro e educação a distância é integradora das linguagens, apontando caminhos que reforçam possibilidades, sim, de ensino do Teatro a distância. E melhor, integrado às investigações contemporâneas de construção cênica. É interessante observarmos que ao propor um trabalho de composição cênica utilizando o recurso de telepresença não significa que trabalharemos exclusivamente com a telepresença. Podemos propor uma relação com elementos tradicionais do teatro em dialogo com um processo de mediação tecnológica (...) a utilização de recursos tecnológicos não se caracteriza como uma negação ou exclusão de elementos tradicionais das artes cênicas (como atores e espectadores presentes fisicamente), e sim uma ampliação de possibilidades, ou seja, viabilizar novas maneiras de composição artística considerando os recursos disponíveis pelas tecnologias contemporâneas no momento histórico em questão (AYRES et al., 2013, p. 8)

Outra experiência realizada pelo curso e mais especificamente na disciplina de Tecnologia também merece ser registrada. Atrelado a sua pesquisa de Mestrado, o professor Guilherme Carvalho propôs uma atividade de construção de dramaturgia colaborativa através do uso da ferramenta chat do Moodle. Os alunos da disciplina foram separados por polo. Cada polo tinha um chat e era responsável, naquele chat, por escrever parte de uma história definida por um mote inicial e final da cena, indutores da dramaturgia. Por exemplo, inicialmente “um casal briga”, no fim da cena um dos dois sai. Dependendo do final da dramaturgia construída naquele chat, a história poderia ter dois caminhos de desenvolvimento diferentes (exemplo, quem sai de casa? Se for homem, a dramaturgia segue um caminho; se for a mulher, a dramaturgia segue outra proposta). E, assim, desenvolveram-se diferentes cenas de um mote inicial e final pré-determinado através de uma experiência construtivista de criação dramatúrgica. A próxima tarefa foi induzir aos alunos a experiência de gravação destas cenas escritas, como explica o professor: A interatividade, a construção coletiva dramatúrgica foi criada em vídeo (...) e eu ensinei a eles como é que seria o vídeo. A gente definiu que o fundo iria ser branco. O figurino ia ser preto. Só que cada um iria ter o

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9

mesmo personagem, com atores diferentes curingando o personagem . Cada polo teria as suas cenas (...) Não encenada teatralmente, mas, sim, no audiovisual, trabalhando a criação de personagem (Guilherme Carvalho, novembro de 2014, entrevista via hangout).

Outras ferramentas utilizadas pelo curso podem ser citadas, como a criação de blogs. Disciplinas diferentes orientam a criação de sites para o registro dos processos de pesquisa ou criação de atividades ou suportes pelos alunos. O blog organizaria, então, um memorial da atividade realizada, reforçando a pesquisa e o caráter de Extensão da Universidade, uma vez que pode ser acessado por qualquer usuário da web ou da comunidade de relações do estudante. Por isso, a gestão do curso destaca uma falta: Isso é uma coisa que eu ainda sinto falta. Na primeira disciplina existe a criação do blog, se eu não me engano na “Leitura e Produção de texto”. A cada disciplina que ele cursa ele cria um blog em vez de usar aquele primeiro organizando a trajetória dele...ao longo do curso, seria importante para ao chegar o final a gente ter uma biblioteca digital de como foi aquela trajetória. O material seria para ele mesmo. Isso é adaptação da tecnologia à realidade da Licenciatura (Clara Alonso, setembro de 2014, Brasília).

As ferramentas do quadro abaixo integram aquelas utilizadas pelo curso no âmbito Institucional para a realização de atividades administrativas e pedagógicas. A exceção é o whatsapp, citado somente pelos estudantes como ferramenta de comunicação externa e utilizada para a realização de trabalhos em grupo, por exemplo.

Blogger Youtube

Ferramentas externas ao Moodle Hangout Facebook Google Docs Whatsapp* Quadro 4: Ferramentas externas do Moodle.

Por fim, o uso das redes sociais é um ponto de tensão no curso. Ao mesmo tempo em que há uma página recentemente aberta no facebook pela instituição, há dificuldades de alimentar e atualizar o perfil com informações do curso. Os limites da infraestrutura também cria contornos de interação entre os sujeitos. Ao mesmo tempo, as leis e os mecanismos de regulação das relações estabelecidas pela instituição-professor e estudantes constitui um nó para o uso das redes sociais na Educação. As orientações limitadoras de contato fora da plataforma, devido à inexistência de registro, ainda são presentes nos contextos de ensino. O controle, o registro da Educação é algo muito mais formal do que o necessário. Os professores nem sempre estão presentes em sala de aula mesmo no ensino presencial. Sendo assim, o envio de e-mails diretos e o uso de redes sociais como o facebook e o whatsapp apesar de comuns nas relações aluno-aluno para a realização das atividades do curso, são praticamente inexistentes entre aluno-tutor-professor no que diz respeito à produção acadêmica. Estas fronteiras, interfaces e campos de possibilidades de interação pedagógica também exercem influências nas produções e criações do curso 9

O sistema coringa foi proposto por Augusto Boal (1931-2009), escritor e dramaturgo, na década de 70. Consiste, basicamente, no revezamento de diferentes atores para a interpretação de um mesmo personagem.

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quando se considera o ensino a distância. Nesse contexto, é necessário avançar nas discussões que integram a própria Educação formal e o uso das tecnologias no campo do ensino público no Brasil. 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho procurou mostrar os limites e as potencialidades dos usos das ferramentas da Web 2.0 e das ferramentas do AVA Moodle no curso de Licenciatura em Teatro a distância da Universidade de Brasília, observando de que modo o ensino do teatro pode integrar suportes tecnológicos para o estudo e a formação nesta linguagem artística no limite de uma estrutura específica de cursos de EaD no Brasil. As experimentações e experiências do curso são enriquecedoras no sentido de possibilitar a investigação de aspectos contemporâneos da criação artística e, ao mesmo tempo, dos contornos impostos pelo ensino a distância. Aspectos como os desafios de criação e manutenção de um curso de formação de professores de Teatro à distância, os mecanismos de infraestrutura, regulação e regulamentação do ensino nesta modalidade, os usos e a criação de experiências de ferramentas do AVA Moodle e da Web 2.0 por professores do curso, a existência de projetos de extensão e intercâmbio foram pontos ressaltados. Acreditamos que a organização destes pontos enriquecem os olhares acerca da EaD, do desenvolvimento dos cursos e suas ferramentas, da integração com as redes sociais e, ao mesmo tempo, com os mecanismos de formação nas Artes Cênicas. A organização do curso oferece uma série de estímulos para a criação integrada de ferramentas e recursos, organização e administração de situações e estratégias de ensino e aprendizagem em diferentes contextos, conhecimento, produção e adequação de realidades dos estudantes/futuros professores no ambiente escolar. Alguns temas podem ser considerados para a realização de futuros trabalhos. Dentre eles, destaco: a prática pedagógica dos alunos egressos do curso em seus ambientes de ensino; a criação de ferramentas e aplicativos contínuos para o desenvolvimento e compreensão da linguagem cênica; investigações que contemplem as distintas potencialidades do uso de ferramentas privilegiadas no curso como o vídeo e uma análise comparativa entre os processos de EaD no Brasil e no mundo, com um possível recorte de cursos de formação em Artes, tendo em vista que a infraestrutura oferecida pelo país é limitadora em muitos aspectos da criação e o desenvolvimento dos cursos. 5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAEAD - O Anuário Brasileiro de Estatística e Educação Aberta e a Distância. São Paulo: Instituto Monitor/Abed, 2008. ALENCAR, G. D. et al. FaceEduc: Uma Adaptação Visual do Moodle Baseada na Interface e Mecanismos de Interação do Facebook - In: Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. 2013Disponível em: http://www.brie.org/pub/index.php/sbie/article/view/2500/2159. Acesso em: 21 abr. 2014 ALMEIDA. M. E. B. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. In.: Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 2,

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ANEXOS A – Roteiro de entrevista com os professores, coordenações e gestão IDENTIDADE 1. Identidade (local de nascimento e chegada em Brasília); 2. Formação acadêmica (magistério e outras áreas) 3. Quando a EaD entrou na sua vida? Vou concomitante à UNB? 4. Você teve outras experiências em cursos a distância antes de desempenhar este cargo na UNB? Quais? 5. Fale um pouco sobre sua trajetória profissional (tempo, atividades, vínculos) 6. E a sua atuação profissional atual, realiza outras atividades? Como surgiram? Interferem como no desempenho do cargo? 7. E na sua trajetória profissional, o que você procura levar para o desempenho do cargo? O que você poderia citar de mais positivo e de negativo. FUNÇÃO PROFISSIONAL E O CURSO 8. Como é estar desempenhando este cargo no curso. Quais os principais desafios? 9. Na função que desempenha quais os limites são mais complicados de serem transponíveis? 10. Como você visualiza no contexto da UNB (primeiro), na área de Artes Cênicas (segunda) e neste setor a criação em 2007 e a manutenção de um curso de Licenciatura em Teatro? 11. Há relações deste curso com outros cursos de Licenciatura em Teatro a distância no Brasil? Quais? E atualmente? O sistema UAB e a autonomia das universidades sobre os cursos. 12. Quais as potencialidades? 13. Quais os pólos que o curso atende atualmente? Há quantos alunos matriculados? Resultados de evasão e conclusão (motivos, perfis, atuações posteriores). 14. Poderia indicar qual é o perfil do cursista já visualizado no curso? 15. Na aprendizagem dos alunos quais as dificuldades que mais aparecem? E as potencialidades? 16. Cada disciplina propõe participação avaliativa, como é a participação dos estudantes? Que dados relevantes podem citar? TECNOLOGIAS EM EAD 17. Agora pretendo redirecionar minha entrevista para a discussão, breve mas muito importante, das tecnologias contemporâneas que se relacionam com o contexto de EaD, mas principalmente com o curso de Licenciatura em Teatro. Na sua experiência, consegue visualizar uma trajetória de uso das tecnologias no curso? Quais os problemas, desafios? 18. Quais as ferramentas são mais utilizadas? 19. Nós temos diferentes e instigantes dimensões de análise/olhares: um curso de Teatro no contexto de EaD; o desenvolvimento recente do ensino a distância no Brasil; o perfil deste aluno a distância. Mas gostaria de perguntar: como se desenvolve a escolha e os usos das ferramentas que são usadas no curso em interação com os estudantes pelos professores? 20. No PPP do curso de Teatro um objetivo geral: incentivar a aprendizagem colaborativa por meio de TIC. Esta construção tanto no que diz respeito a seleção de

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ferramentas, desenvolvimento de conteúdos, busca por formação e resolução de problemas quanto na criação de materiais didáticos, de pesquisa e aspectos culturais locais que envolvem a produção dos estudantes. Vocês acreditam que os resultados desta colaboração integra, posteriormente, os conteúdos oferecidos pelo curso? De que forma? 21. A acessibilidade do curso é uma preocupação, pelo menos, no PPP há a citação do uso de outras ferramentas para facilitar o processo de interlocução, além do Ambiente Virtual de Aprendizagem - Moodle. Por exemplo, telefone, correio, conferência web e oficinas presenciais. Como são estas experiências? Vocês conseguem visualizar, por exemplo, o desenvolvimento de outras ferramentas/recursos, como a criação de blogs/sites pelas disciplinas? Há permeabilidade das redes sociais neste contexto? 22. Consegue visualizar alguma outra integração com redes sociais neste processo? E esta referência no contexto dos alunos?

O AMBIENTE MOODLE 23. Nas disciplinas do Núcleo de Fundamentação, vocês podem identificar quais as dificuldades e questões dos alunos em relação à EaD, ao ambiente Moodle? 24. Quais as limitações e as potencialidades que vocês poderiam identificar nas ferramentas disponíveis para o curso neste ambiente? 25. A webconferência e experiências de telepresença são possíveis no interior do ambiente Moodle? Experiências da disciplina LabTea4 – apresentação ao vivo das cenas e reuniões/encontros teóricos com os alunos. 26. As experiências da disciplina TecWeb 1, 2 e 3. 27. Como você visualiza o uso e o desenvolvimento do Moodle: praticidade, interatividade, capacidade multimídia, usabilidade, acessibilidade, atratividade e cooperação. 28. E a atuação da tutoria, principalmente, a distância. Como é a atuação deste ator fundamental no processo de ensino da modalidade EaD? O que busca o curso? O que pode ser visto como unidade? E aspectos subjetivos e objetivos do indivíduo? 29. Por fim, indicação de trabalhos e leituras para a análise de avaliação pedagógica e tecnológica do oferecimento das disciplinas do curso e dos processos que envolvem a aprendizagem dos estudantes.

B – Questionário direcionado aos alunos e tutores

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PERFIL As perguntas abaixo pretendem traçar um perfil do estudante ou tutor do curso em Licenciatura em Teatro EAD/UNB. Sexo - Masculino - Feminino Naturalidade: Local de nascimento Local de residência Pólo de realização do curso (observar se há deslocamento do estudante do curso até o pólo) Formação acadêmica Ensino Superior / Pós-graduação / Ensino Médio Atuação profissional Qual(is) sua área(s) de atuação docente e/ou em outras atividades profissionais?  Artes, Linguagens e Códigos  Produção cultural  Educação Física  Ciências Exatas  Ciências Humanas  Outra: Indique a faixa de tempo em que você atua profissionalmente  Sou apenas estudante  0 a 5 anos  6 a 10 anos  Mais de 10 anos Em que local você tem acesso a Internet?  Em casa  No trabalho  No pólo presencial  Outra: Possui conta em alguma rede social? Se sim, marque a(s) opção(ões).  Facebook  Twitter  Livemocha  Não utilizo redes sociais  Outra: No curso de Licenciatura em Teatro EaD/UnB, você é: Aluno(a)/ Tutor(a) VÍNCULOS PEDAGÓGICOS As perguntas a seguir pretendem compreender a visão e integração pedagógica construída pelo aluno ou tutor em relação a sua trajetória de aprendizado construída até o momento, inclusive com o curso. Quanto a sua formação básica no período escolar, como você qualificaria o processo de ensino-aprendizagem que o acompanhou nas séries anteriores ao Ensino Superior.

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o o o o o

ÓTIMO BOM REGULAR INADEQUADO NÃO TENHO COMO AVALIAR

o

Outra:

Até o momento da sua formação e/ou de acordo com sua experiência, como você percebe a prática pedagógica do Teatro em espaços formais de ensino. Comente a sua resposta no campo "Outro". o ÓTIMO o BOM o REGULAR o INADEQUADO o NÃO TENHO COMO AVALIAR o

Outra:

Quanto ao seu ingresso no curso de Licenciatura em Teatro, identifique a resposta que mais se adequa a sua realidade. o Busca de alguma formação superior o Busca de formação acadêmica na área de Artes o Busca de formação acadêmica em Teatro, uma vez que realizava atividades na área o Segunda Graduação o

Outra:

Dentre os conteúdos pedagógicos do Teatro, com qual(is) você se identifica. Comente a sua resposta no campo "Outro". o Jogos Teatrais o Teatro do Oprimido o Teatro de Formas Animadas o Suporte Cênico o Teoria e História do Teatro o Processos de Encenação o

Outra:

Observando a permeabilidade do aprendizado proporcionado pelo curso de Licenciatura em Teatro, selecione as opções que mais se adequam a sua realidade profissional no que diz respeito às influências do curso. Se julgar necessário, comente a sua resposta no campo "Outro". o o curso me estimula a refletir sobre a organização e administração de situações e estratégias de ensino e aprendizagem em diferentes contextos; o o curso me estimula a conhecer, produzir e adequar metodologias e materiais pedagógicos; o o curso me estimula a trabalhar colaborativamente; o o curso me estimula a integrar ferramentas e recursos diferentes, constituindo uma

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prática pedagógica própria;

o

Outra:

Qual a atividade mais marcante até o momento no curso para você? Justifique a importância que esta atividade teve, em qual disciplina a realizou e como era o passo-a-passo (ferramenta usada, se era em grupo ou individual, dentre outras informações relevantes) da tarefa. FERRAMENTAS DA WEB Esta seção pretende identificar as informações referentes ao uso das ferramentas da Web 2.0, suas potencialidades e desafios. Quais são as maiores dificuldades de realizar o curso? É possível marcar mais de uma opção e comentar a resposta no campo "Outro".  Tempo disponível  Compreensão dos conteúdos pedagógicos  Dificuldade de uso das ferramentas tecnológicas  Outra Quanto às ferramentas disponíveis no curso que você utiliza na sua prática docente ou na atuação em outras profissões, quais você citaria. Se julgar necessário, comente a sua resposta no campo "Outro".  Arquivos de texto  Vídeos  Imagens  Áudios  Sites/Blogs 

Outra:

Nessa questão, organize as ferramentas disponíveis no curso que você acredita serem pouco ou mais eficazes em situações de aprendizagem. Lembre de sua experiência como estudante de EaD e de que forma as ferramentas te auxiliam a estudar para as disciplinas do curso. NUNCA MUITO POUCO EFICAZ UTILIZEI A EFICAZ EFICAZ FERRAMENTA videoconferência CDROM fóruns discussão chat

de

glossário questionário tarefas testes e provas

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AMBIENTE MOODLE As perguntas finais referem-se a padrões de qualidade do ambiente Moodle do curso de Licenciatura em Teatro da EaD/UnB. Quanto à praticidade do ambiente do curso de Licenciatura em Teatro da UnB , marque as opções que ele atende para você: SIM NÃO PARCIALMENTE AGILIDADE UTILIDADE FUNCIONALIDADE OBJETIVIDADE Quanto à interação proposta na troca de informações e conhecimentos através do ambiente Moodle, como você qualificaria: ÓTIMO

BOM

REGULAR

INADEQUADO

NÃO TENHO COMO AVALIAR

OUTRO

Quanto à utilização de diferentes recursos multimídia no curso (texto, imagens, vídeos, bate-papo, arquivos de áudio), como você qualificaria: ÓTIMO

BOM

REGULAR

INADEQUADO

NÃO TENHO COMO AVALIAR

OUTRO

Quanto à possibilidade de acessar o curso em diferentes tecnologias (tablet, celular, computador), como você qualificaria: ÓTIMO

BOM

REGULAR

INADEQUADO

NÃO TENHO COMO AVALIAR

OUTRO

Quanto aos aspectos visuais do ambiente do curso (fontes de letra, cores, fotografias e mensagens) utilizadas para as disciplinas, como você qualificaria: ÓTIMO

BOM

REGULAR

INADEQUADO

NÃO TENHO COMO AVALIAR

OUTRO

Quanto às atividades em grupo propostas, como você qualificaria as possibilidades de cooperação (realizar tarefas, por exemplo) proporcionadas pelo ambiente do curso: ÓTIMO

BOM

REGULAR

INADEQUADO

NÃO TENHO COMO AVALIAR

OUTRO

Para realizar atividades em grupo proposta pelo ambiente a distância do curso, marque o(s) local(is) e espaço(s) de interação que você utiliza com frequência. Se julgar necessário, comente a sua resposta no campo "Outro". o Encontros presenciais o Mensagens de e-mail individual o Mensagens de texto no celular o Redes sociais (facebook, twitter) o

Outra:

Para realizar quaisquer atividades do curso que, porventura, você esteja com dúvida, marque a(s) opção(ões) que você recorre com mais frequência para

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interagir com o tutor, o professor ou gestor do curso. Se julgar necessário, comente a sua resposta no campo "Outro". o Fóruns direcionados (Fórum de Dúvidas, por exemplo) o Mensagens privadas via AVA Moodle o Encontros ou tutoria presencial o Telefone, correio ou mensagem de celular o

Outra:

Sobre a interatividade que é proposta pelo AVA Moodle e a sua experiência pessoal em Redes Sociais, marque a resposta mais adequada. o O AVA é menos interativo pela sua linguagem formal. o O AVA é importante para que o estudante amplie sua linguagem formal o A Rede Social é mais interativa, devido a sua informalidade o A Rede Social diminui a sua capacidade de usar uma linguagem formal. o

Outra:

A falta da tradicional relação face- a- face entre professor e alunos e também entre alunos-alunos é apontada como um dos fatores da evasão na EaD. Você acha que o formato atual do curso de Licenciatura em Teatro que promove encontros presenciais quinzenais obrigatórios e atividades a distância: o Ajuda a diminuir essa falta de relação. o Não ajuda a diminuir a evasão, pois os alunos não possuem tempo hábil para participar de todas as atividades. o Ajuda, muitas vezes, superando a relação que ocorre na educação presencial. o Não há comparação entre o face -a- face da educação presencial e o que ocorre no formato desse curso. o o

Outra:

Você acha que se uma Rede Social fosse utilizada como recurso adicional ao processo de aprendizagem de um curso a distância, diminuiria a evasão desses cursos? o SIM o NÃO o

Outra:

A página do curso Licenciatura em Teatro no facebook, serviu, em algum momento ,para sanar dúvidas que você não conseguiu resolver através do AVA? o SIM o NÃO o NÃO SABIA QUE EXISTIA o

Outra:

COMENTÁRIOS FINAIS A partir das relações apresentadas neste questionário, comente de forma geral se há alguma outra informação importante que gostaria de ressaltar da sua experiência como aluno ou tutor do curso de Licenciatura em Teatro da EaD/UnB

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