O Uso Simbólico dos Animais na Obra Antoniana

July 7, 2017 | Autor: Jefferson Machado | Categoria: Historia Medieval, Franciscanismo
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O USO SIMBÓLICO DOS ANIMAIS NA OBRA ANTONIANA
Jefferson Eduardo dos Santos Machado - PEM-PPGHC-UFRJ


1 – Introdução:
No século XIII, a Igreja Romana passou por um momento de profunda
ebulição, trazido pela contestação dos seus costumes, que se deu através de
vários movimentos heréticos, entre eles os Cátaros,[1] que se concentraram
principalmente ao norte da Península Itálica e ao sul do que chamamos hoje
de França. Apesar de empregar a violência, a pregação também foi uma arma
usada pelos membros da instituição como forma de repressão contra tais
movimentos.[2] Dentre os pregadores, Antônio de Lisboa/Pádua, frade
português que já era sacerdote ordenado entre os cônegos regrantes de Santo
Agostinho, mas que reconheceu o ideal de agostinho sendo vivido com maior
intensidade dentro do ideário dos frades menores, destacou-se.
Além de exímio pregador, este frade foi nomeado o primeiro mestre de
teologia da Ordem Franciscana. Por isso ele escreveu uma obra que tinha
como principal objetivo a preparação dos frades para o ofício da pregação.
Esta obra, intitulada Sermões, apresenta diversas alegorias, sobretudo
elementos provenientes dos bestiários medievais.
Os bestiários eram muito comuns na Idade Média e faziam a associação de
animais, como metáforas e símbolos, aos princípios dogmáticos e morais.
Segundo Nilda Guglielmi, é "una obra pseudocientífica moralizante sobre
animales existentes y fantasiosos".(AYERRA & GUGLIELMI, 1971, 7) Um dos
mais antigos bestiários é o Fisiólogo, compilação de "pseudociência", no
qual são utilizadas descrições de animais, aves e até pedras, reais e
imaginários, para ilustrar aspectos do dogma e da moral cristãs, como, por
exemplo, o peixe e o cordeiro como símbolos de Cristo.
Em nosso trabalho, adotamos a categoria símbolo dada por Jean Chavalier
e Alan Gheerbrant:
todo objeto pode revestir-se de valor simbólico, seja ele
natural ou abstrato (...), o símbolo não é seguramente nem
uma alegoria nem um mero símbolo, mas sim uma imagem
apropriada para designar, da melhor maneira possível, a
natureza obscuramente pressentida do Espírito. Temos que
ter em mente que este símbolo possui mais que um sentido
artificialmente dado, detendo o essencial e espontâneo
poder de ressonância. (...) O Símbolo vai além de um
simples signo ou sinal. Ultrapassa o significado e depende
da interpretação que, por sua vez, esta ligada diretamente
a predisposição de quem o interpreta.( CHAVALIER &
GHEERBRANT, 1992, XXI - XXV)
A partir de um levantamento quantitativo, que apresentamos abaixo,
verificamos que Antônio se utiliza abundantemente de imagens provenientes
do mundo animal. São 99 animais, reais ou imaginários, utilizados para
apresentar seus ensinamentos. Destes, o elefante é um dos animais mais
citados na obra Sermões. Desta feita, nas linhas que seguem abaixo,
estaremos trabalhando com a simbologia criada em torno do elefante por frei
Antônio em sua obra.
"Animais "Nº de citações"Visão positiva"Visão negativa"
"Asno "7 "- "7 "
"Baleia "1 "1 "- "
"Burro "1 "- "1 "
"Cabra "3 "2 "1 "
"Cabrito "4 "- "4 "
"Cão "2 "- "2 "
"Carneiro "2 "- "2 "
"Camelo "3 "2 "1 "
"Castor "3 "3 "- "
"Cavalo "3 "3 "- "
"Coelho "1 "- "1 "
"Corça "5 "5 "- "
"Delfim "1 "1 "- "
"Doninha "1 "1 "- "
"Égua "1 "1 "- "
"Elefante "14 "14 "- "
"Gato "1 "- "1 "
"Gazela "4 "4 "- "
"Hiena "4 "- "4 "
"Jumento "9 "5 "4 "
"Leão "15 "4 "11 "
"Lebre "1 "1 "- "
"Leopardo "5 "- "5 "
"Lobo "6 "- "6 "
"Macaco "2 "1 "1 "
"Morcego "5 "- "5 "
"Ónagro "6 "- "6 "
"Ouriço-cacheiro "4 "- "4 "
"Ovelha "11 "11 "- "
"Pantera "2 "2 "- "
"Porco "1 "- "1 "
"Raposa "1 "- "1 "
"Rato "4 "- "4 "
"Rinoceronte "5 "1 "4 "
"Tigre "1 "- "1 "
"Toupeira "4 "- "4 "
"Urso "9 "- "9 "
"Vaca "1 "- "1 "
"Veado "8 "4 "4 "
"Aves "4 "4 "- "
"Abutre "5 "- "5 "
"Águia "15 "13 "2 "
"Andorinha "5 "2 "3 "
"Ave de rapina "2 "- "2 "
"Ave doméstica "1 "1 "- "
"Avestruz "10 "4 "6 "
"Calhandra "1 "1 "- "
"Capão "1 "1 "- "
"Cavões (nóctuas, "2 "- "2 "
"corujas) " " " "
"Cegonha "1 "1 "- "
"Cisne "3 "- "3 "
"Corvo "5 "- "5 "
"Falcão "5 "4 "1 "
"Grou "4 "4 "- "
"Milhano "1 "- "1 "
"Mocho "4 "- "4 "
"Pardal "2 "- "2 "
"Pavão "3 "1 "2 "
"Pelicano "3 "2 "1 "
"Perdiz "1 "- "1 "
"Pomba "10 "10 "- "
"Rola "7 "7 "- "
"Áspide "2 "- "2 "
"Basilísco "4 "- "4 "
"Camaleão "2 "2 "- "
"Cobra (serpente) "10 "10 "- "
"Crocodilo "2 "- "2 "
"Dragão "7 "- "7 "
"Salamandra "3 "2 "1 "
"Serpente "7 "- "7 "
"Víbora "2 "- "2 "
"Peixes "6 "5 "1 "
"Abelha "38 "35 "3 "
"Alec "2 "2 "- "
"Aranha "10 "- "10 "
"Conchas "1 "- "1 "
"Escaravelho "3 "2 "1 "
"Escorpião "2 "- "2 "
"Estelião "1 "- "1 "
"Gafanhoto "3 "1 "2 "
"Mosca "4 "- "4 "
"Mirmeleão "1 "- "1 "
"Pulga "1 "- "1 "
"Rã "4 "- "4 "
"Sanguessuga "1 "- "1 "
"Traça "2 "1 "1 "
"Verme (bichinho) "5 "- "5 "
"Verme (intestino da "2 "2 "- "
"terra) " " " "
"Íncubo "2 "- "2 "
"Lâmia "4 "- "4 "
"Onocentauro "1 "- "1 "
"Peludo (sátiro) "5 "- "5 "
"Vástia "2 "- "2 "

Para esta nossa análise estaremos utilizando a versão bilingüe
latim/português dos Sermões traduzida e organizada por Henrique Pinto Rema,
e utilizaremos, a fim de podermos observar a visão medieval sobre o
elefante como símbolo, a obra Bestiário Medieval, uma coletânea de trechos
de bestiários medievais, que foi compilada e traduzido para o espanhol por
Ignacio Malaxecheverria.


2 – O Elefante nos bestiários medievais.

Como informamos acima, optamos por utilizar a obra de Ignacio
Malaxecheverria, porque reúne, para cada animal que figuravam nos
bestiários medievais duas ou mais transcrições de escritos medievais
diferentes.

Segundo o editor de Obras Completas (REMA, 1987) Antônio de
Lisboa/Pádua, ao falar sobre os elefantes baseia-se na obra Polyhistor de
Solino. Como Malaxecheverria informa que o Bestiário de Cambridge além de
ser uma amplificação do Fisiólogo grego segue as obras de Solino, Santo
Ambrósio e Isidoro de Sevilha. Desta feita, iremos trabalhar somente com a
descrição das características dos elefantes constantes na obra latina em
prosa conservada na Biblioteca Universitária de Cambridge, para podermos
observar coincidências entre o bestiário e a obra antoniana inclusive na
ordem como as características dadas ao animal são expostas em ambas.
Para o Bestiário de Cambridge, o elefante é um animal que representa o
bem o que o coloca sempre em oposição ao dragão que segundo Chevalier e
Gheerbrant é "o símbolo demoníaco", e desta forma identifica-se com a
serpente como se pode ver no próprio texto. .( CHAVALIER & GHEERBRANT,
1992, 349). Assim, segundo tal obra, quando a elefanta esta no momento de
parir, entra em um lago enquanto,
el padre la vigila mientras está dando a luz, ya que
existe un dragón que es enemigo de los elefantes. Además,
si llega a pasar una serpiente, el padre la mata y la
pisotea. El elefante también es temible para os toros... y
sin embargo, los ratones le asustan (Apud MALAXECHEVERRIA,
1986, p. 3-5).
Outra fundamental característica dos elefantes constantes no Bestiário
medieval é a castidade[3] pois, "Nunca discutem a propósito de suas
hembras, pues no conocem el adulterio" (Apud Malaxecheverria, 1986, 3-5). O
bestiário afirma ainda que tal animal "carece de deseo de copular" o que o
coloca como aquele que não praticar a luxuria (Apud Malaxecheverria, 1986,
3-5).
Para o bestiário os elefantes tem dificuldade de levantar-se quando
caem, por não possuírem articulações nos joelhos, por isso dormiam em pé
encostados em árvores. Porém quando caiam eram levantados por um elefante
menor que por ser importante dentro da manada, apesar de ser menor, nunca
era atingido pelas coisas malignas (Apud Malaxecheverria, 1986, 3-5). A
obra ainda afirma que os elefantes são tão doces, bondosos, protetores,
companheiros e fraternos que não são capazes de abandonar qualquer um que
precise de ajuda.(Apud Malaxecheverria, 1986, 3-5)


3- O Elefante no Sermonário Antoniano.
Em quantos sermões os elefantes figuram? A que elementos doutrinários e
morais eles são associados?
Na obra os Sermões, encontramos referência aos elefantes em quatorze
citações. Todas as referências são positivas e ilustram aspectos que, na
perspectiva de Antônio, são fundamentais na vida dos clérigos e dos fiéis
leigos. Passamos a apresentá-los:


2.1- Fraternidade
No Sermão do Domingo de Páscoa, encontramos: "Diz-se que os elefantes,
quando travam conflito, tomam grande cuidado dos feridos, pois recebem no
meio da manada os cansados e feridos. Recebe também tu no meio da tua
caridade o próximo cansado e ferido...". Ao fazer menção ao elefante neste
trecho, o frade conclama aos cristãos, principalmente aos religiosos a
serem bondosos, companheiros e caridosos. Pois estes nunca devem deixar os
irmãos mais fracos e debilitados para trás, condicionando assim a melhora e
o descanso destes, espiritualmente doentes e cansados, pela aceitação que
estes obterão da comunidade cristã.



2.2- Mansidão

No Sermão do Quinto Domingo Depois de Pentecostes, Antônio passa a
pregar sobre a mansidão ao usar as características que os Bestiários
medievais citam quando falam dos elefantes. Para ele,
Semelhantemente os justos são bons e clementes. Trazem, de
facto, ao caminho o transviado; aos rebanhos, isto é, aos
simples, abrem caminhos com a branda e pacífica mão das
obras. Através deles caminham ilesos; fazem-se guias dos
outros pelo seu exemplo e palavra, dispostos a atravessar
o rio desta vida rumo a pátria, põe os mais pequenos à
frente, porque se compadecem, cheios de misericórdia, dos
principiantes, que ainda não alcançaram a robustez da
santidade...."
Podemos observar que sua preocupação girava em torno do convencimento e
do acolhimento, daqueles que, por algum motivo, estavam desviados dos
rebanhos, no caso, a Instituição Romana. Assim como os elefantes, os
membros da Igreja deviam unir-se no caminho da salvação e não se separar em
facções e, nesta travessia, as obras, isto é, o gesto concreto e a vivência
eram fundamentais. Na perspectiva de Antônio a Igreja precisava mudar,
vivendo realmente o que as escrituras pregavam para deixar de ser alvo de
críticas dos hereges. Para Antônio, ao utilizarem a mansidão para abrir os
corações dos fiéis, às suas mensagens, os religiosos iriam convertê-los
muito mais facilmente.


2.3- castidade
Assim como o IV Concílio de Latrão, Frei Antônio é favorável à
castidade dos religiosos, que juntamente com a fidelidade matrimonial dos
fiéis, são para ele importantíssimas para o controle da luxúria assunto
constante de sua pregação.
Acerca da Igreja, entende-se ser ela o trono de Salomão,
onde o nosso pacífico reinante se distingue a executar os
seus juízos. Com razão se recorda ter sido ele feito de
marfim, porque o elefante, a que pertencem estes ossos,
pelos sensos avulta entre os quadrúpedes. Une-se com
temperança à fêmea e não usa segunda companheira. Isto
adapta-se aos pudicos, que pela castidade seguem os
preceitos de Cristo.


2.4- resistência/firmeza
Agora o fundamental para se entender o papel simbólico do elefante na
pregação antoniana, é o seu caráter de resistência ao mal. Desta Forma,
para o frei, ele exemplifica o modelo ideal de fiel e sacerdote, que luta
contra o dragão/serpente, que nos bestiários medievais ocupam o lugar do
demônio. Nesta simbologia eles são sempre inimigos. Uma vez que o dragão
estava sempre à espreita do elefante a fim de desestabilizá-lo.[4] Assim
como o elefante, o cristão tinha que ser estável e não cair nas tentações
do demônio, se tornando luxurioso e egoísta.
No étimo latino, marfim quer dizer elefante. Deve notar-
se que entre os elefantes e dragões há discórdia contínua.
As ciladas preparam-se com a seguinte astúcia. As
serpentes[5]ocultam-se junto as veredas, através das quais
os elefantes costumam vaguear. Deixando passar os da
frente, com tal ímpeto se lançam aos de trás que os da
frente não podem prestar-lhe auxílio. Ligam depois
primeiro as patas com nós, a fim de laqueados os joelhos
os impeçam de andar. Os elefantes, porém, encostam-se às
arvores ou aos penedos, para matar as cobras, esmagadas
com o peso enorme."


3 – Conclusão.
Antônio conhecia, ou possuía um exemplar de algum dos muitos bestiários
que foram produzidos na Idade média, uma cópia da obra Polyhistor de
Solino, ou, talvez, o senso comum medieval já havia absorvido estes
símbolos, que eram usados para expressar-se diante das situações
cotidianas.
A partir do emprego de vários símbolos provenientes do universo animal,
o frade português buscou combater eficazmente aos males que haviam se
instalado no interior da Igreja Romana. Utilizando elementos que faziam
parte do imaginário medieval, ele procurou motivar e sensibilizar aqueles
que estavam cometendo deslizes, em relação ao cumprimento do itinerário
evangélico proposto pela instituição. Para nós, o bestiário medieval foi
ferramenta fundamental na construção dos Sermões, mesmo que o autor tenha
modificado alguns conceitos simbólicos.
A partir do modelo já construído pelo imaginário medieval, Antônio,
além de usar os significados já existentes, vai construir novos
significados a fim de conseguir seus objetivo de mestre de teologia e de
pregador.
Em nossa comunicação ficou bem claro que o símbolo vai além de qualquer
significado já proposto, ele é mutável e pode ser criado a partir das
experiências e bagagem de cada grupo social, ou instituição em particular.
O que queremos dizer, é que apesar de em alguns momentos as características
de determinados símbolos coincidirem em todos os sentidos, pode ser que
algum grupo, povo ou instituição encontre no mesmo objeto uma simbologia
diferente, para expressar o que sente.


4- Bibliografia:
AYERRA, M e GLUGLELMI, N.(Org.). Fisiólogo, El Bestiário Medieval. Burnos
Aires: EUDUBA, 1971
CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Rio de
Janeiro: José Olympo,1992.
MACHADO, Jefferson E. dos S. A construção do modelo do "Religioso Ideal" no
discurso de Antônio de Lisboa/Pádua em sua obra "Sermões". In: COSTA,
Sandro da; SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da e SILVA, Leila
Rodrigues da (Org.) Tradição Monástica e Franciscana. Rio de Janeiro:
PEM/ITF, 2003.
____. Antônio de Pádua : um franciscano. In: SILVA, Andréia Cristina Lopes
Frazão da e SILVA, Leila Rodrigues da (Org.). Atas da IV Semana de
Estudos Medievais. Rio de Janeiro: PEM/UFRJ, 2001.
MALAXECHEVERRIA, Ignacio. Bestiário Medieval. Madrid: Edições Siruela,
1986.
REMA, Henrique Pinto (org.). Santo Antônio de Lisboa: Obras Completas.
Porto: Lello e Irmão Editores, 1997. v-1, v-2.
MACHADO, Jefferson E. dos S. A construção do modelo do "Religioso Ideal" no
discurso de Antônio de Lisboa/Pádua em sua obra "Sermões". In: COSTA,
Sandro da; SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da e SILVA, Leila
Rodrigues da (Org.) Tradição Monástica e Franciscana. Rio de Janeiro:
PEM/ITF, 2003.
____. Antônio de Pádua : um franciscano. In: SILVA, Andréia Cristina Lopes
Frazão da e SILVA, Leila Rodrigues da (Org.). Atas da IV Semana de
Estudos Medievais. Rio de Janeiro: PEM/UFRJ, 2001.
AYERRA, M e GLUGLELMI, N.(Org.). Fisiólogo, El Bestiário Medieval. Burnos
Aires, UDUBA, 1971.
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[1] Os cátaros ou albigenses, conhecidos assim por ter sido a cidade de
Albi o centro de irradiação desta heresia, tinham como principal linha de
pensamento a idéia de que tudo o que é material e terreno é corrompido para
o mal, porque tudo isso havia sido criado por um mau antideus. Para o
catarismo, ao contrário dos valdenses, o ideal de pobreza não é voluntário;
na verdade, acreditavam que todo o material era diabólico, sem distinção.
Como exemplo desta rejeição ao material, negavam os sacramentos, porque
estes estavam unidos a coisas materiais como pão, vinho, óleo, etc.
[2] Face a este crescimento dos cátaros, a Igreja patrocinou a chamada
"Cruzada Espiritual" contra a heresia, na qual se destacaram pregadores
como Bernardo de Clairvaux e Domingos de Gusmão. Contudo, com o fracasso de
tal empreitada, iniciou-se, em 1208, uma cruzada militar contra tal grupo
herético. Entre 1220 e 1226, houve um momento de trégua da cruzada de cunho
militar contra os albigenses. Antônio, assim como outros franciscanos do
período, aproveitou o momento para implementar uma tentativa de conversão
dos hereges através da palavra, usando esta ferramenta como alternativa de
persuasão, ante a violência que estava sendo empregada até o momento.
[3] Segundo o Dicionário de Símbolos, de Jean Chavalier e Alan Gheerbrant,
"o elefante simboliza a castidade, se é verdade que, segundo Aristóteles,
enquanto a fêmea do elefante está prenhe (dois anos), esse animal não se
aproxima dela, e nem cobre nenhuma outra fêmea, e que ele seria até mesmo o
vingador do adultério." (Chavalier-Cheerbrant, 1982, 359).
[4] Segundo o mesmo dicionário o elefante é símbolo de estabilidade e
imutabilidade. Op. Cit.
[5] Tanto serpente termo como o vocábulo cobra são usados para nomear o
dragão no bestiário medieval
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