O USUÁRIO DO TWITTER COMO MEDIADOR DE LEITURAS

Share Embed


Descrição do Produto

O USUÁRIO DO TWITTER COMO MEDIADOR DE LEITURAS Alisson Augusto Ferreira Garcia (PIC-UEM), Tânia Braga Guimarães (Orientadora), e-mail: [email protected] Universidade Estadual de Maringá/Departamento de Língua Portuguesa Linguística, Letras e Artes/Língua Portuguesa Palavras-chave: Ciberespaço, Mediação de Leitura, Twitter. Resumo: Sabendo que, hoje, muitas pessoas usam a internet para realizar diversas atividades de leitura e reconhecendo a vastidão de conteúdo presente na internet e sua característica altamente dinâmica, vemos que o papel do mediador de leitura torna-se algo muito importante no ciberespaço e, consequentemente, no Twitter. Nesse ambiente fluídico, será o mediador que contribuirá com o leitor (usuário) para que este não se perca neste mundo de possibilidades. Assim, o presente estudo busca analisar em que medida essa interação/mediação acontece. Para este trabalho, baseamonos em Santaella (2004), Menegassi (2010), Diretrizes (2008), Solé (1998). Introdução Nos dias de hoje é na internet que encontramos grande parte da produção do conhecimento humano. Com o passar dos anos a internet deixou de ser apenas espaço de reprodução de conteúdos provenientes de outras mídias como rádio, tevê, revistas, jornais, entre outros, para tornar-se um espaço de criação de conteúdos e, como em livros, jornais etc., também na internet encontramos um leitor característico para esse “ciberespaço”. Santaella (2004) nomeia-o “imersivo”, aquele que tem a tela do computador e o mouse como instrumentos para a leitura e que literal e diferentemente de outros tipos de leitores navega neste suporte de leitura. O leitor do ciberespaço (imersivo) tem ao seu dispor um vasto e frutífero suporte para leitura, este com finalidades intangíveis, onde a discussão, produção e visualização de conteúdos acontecem a todo tempo, de vários cantos do globo e por vários leitores (usuários) ao mesmo tempo. Ao considerarmos a imensidão de conteúdos para leitura disponíveis no ciberespaço e o crescente acesso à internet por uma grande parcela da

população, cremos que neste ambiente, a presença do mediador de leitura se faz necessária. Menegassi (2010) menciona três instâncias mediadoras, família, escola e amigos e dentre elas, os amigos são os que teriam mais influência na indicação de leituras. Entendemos neste estudo que a internet alcançou um nível importante como instância mediadora de leitura. De relevância inegável, irreversível e similar ao que acontece com as indicações de leitura dos amigos. É na internet que os jovens encontram outros grupos para compartilhar leituras. Assim, a internet sendo um espaço no qual a leitura acontece, elencamos que uma ótima ferramenta de mediação de leitura no ciberespaço disponível nos dias de hoje é o Twitter. Uma plataforma comunicacional como um vasto, multifuncional e frutífero ambiente de mediação de leitura no ciberespaço. No Twitter além da imensidão de informações que por lá circulam, encontramos diversos usuários que tomam para si o papel de mediadores de leitura. Logo, o estudo em questão propõe-se a discutir e analisar a mediação de leitura neste ambiente. Materiais e métodos A presente pesquisa foi realizada a partir da análise de páginas (perfis) e publicações de usuários do Twitter que agem como mediadores de leitura. Em um primeiro momento, um grupo de usuário foi monitorado com o intuito de se destacar entre esses os mais expressivos no que diz respeito à mediação de leitura no Twitter. Na sequência seus perfis foram analisados um a um e suas características pontuadas. Resultados e Discussão Dentre os muitos perfis de usuários do Twitter que agem como mediadores de leitura, o que segue na imagem (print) abaixo é um exemplo, dos mais expressivos no que diz respeito à mediação de leitura no Twitter.

Literatura em foco. Disponível em:< https://twitter.com/literaturafoco> Acesso em: 17/07/2014.

O perfil @literaturafoco continue-se de uma Revista Literária on line. Podemos avaliar que no universo em questão este perfil alcançou uma importância considerável, pois apresenta mais de 8.500 seguidores, ou seja, 8.500 pessoas que escolheram seguir o perfil e receber suas atualizações. Na descrição do conteúdo (bio), há um link para o blog Literatura em foco. No blog, o internauta pode encontrar muitos outros textos. E os tweets postados no perfil, como se pode observar no print, são em sua maioria atualizações das postagens do blog. Hoje, é praticamente impossível encontrar blogs que não tenham sua réplica em ambientes como Twitter e Facebook. Pois o Twitter e o Facebook servem como espaço de socialização. Observamos no usuário em questão que quase todas as postagens remetem às postagens do blog. Nesse sentido, o Twitter serve como chamariz, como isca para que o leitor lembre-se de ir ou voltar ao blog. O interessante dessa dinâmica comunicativa é que você “joga” a informação no ambiente e ela pode ao acaso ser útil para alguém. No mesmo blog Literatura em foco, encontramos uma postagem que remete seus leitores a outro blog. Isto é, uma nova indicação de leitura, uma nova interação, uma nova mediação.

Conclusões Ao analisar a mediação de leitura no Twitter, observamos que ele revela-se uma instância mediadora não prevista. Hoje temos certeza de que sim, o Twitter promove leituras, indica livros, links, e é uma instância de leitura inserida na internet, que é igualmente outra instância de leitura. São ambientes onde as pessoas estão buscando informações e lendo. Para encontrar informações relevantes no Twitter, você tem que ter atingido um nível de leitura que te possibilite descartar aquilo que não te será útil. Assim, o foco e importância de nosso olhar para este novo espaço de mediação – ambiente frutífero de troca de informações, textos e arquivos para diversos públicos leitores – é tomá-lo com uma instância de leitura não prevista, e ainda não abarcada pelas práticas escolares. Esperamos que este trabalho e a consideração do leitor imersivo, que se realiza nesses ambientes, ganhe também espaço nas escolas que estão cada vez mais preocupadas com a inclusão tecnológica. Referências BARBOSA, J. B., BARBOSA, M. V. Leitura e mediação: reflexões sobre a formação do Professor. 1. ed. -- Campinas, SP : Mercado de Letras, 2013. KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 5ª edição. Campinas, SP: Pontes. 1997. MENEGASSI,R.J. O leitor e o processo de leitura. In: GRECO, E.; GUIMARÃES, T.B (Org.). Leitura: aspectos teóricos e práticos. Maringá: Eduem, 2010, p. 35-60. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba, 2008. RIBENBOIM, G. In: CAPELAS, B. Twitter: ‘Somos uma rede de interesses, não uma rede social’, 2014. Caderno LINK – O Estadão online. Disponível em: blogs.estadao.com.br/link/twitter-somos-uma-rede-de-interesses-naouma-rede-social/ Acesso em: 01 de Maio 2014. SANTAELLA, L. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus, 2004. SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6ª edição. Porto Alegre: Artmed, 1998

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.