O Vaticano Condena Veementemente os Atentados Terroristas de Paris

June 19, 2017 | Autor: J. de Barros Dias | Categoria: Terrorismo, Igreja Católica, Vaticano, Papa Francisco, Estado Islâmico, Atentados de Paris
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O Vaticano condena veementemente os Atentados Terroristas de Paris Author : J. M. de Barros Dias - Colaborador Voluntário Sênior Categories : ANÁLISES DE CONJUNTURA, EUROPA Date : 19 de novembro de 2015

A cidade de Paris viveu, na noite de sexta-feira, dia 13 de novembro, os mais violentos momentos da sua História, desde o final da II Guerra Mundial. Três grupos de terroristas, coordenados entre si, que mais tarde se saberia serem membros do Estado Islâmico, desencadearam ataques múltiplos contra alvos criteriosamente escolhidos, utilizando metralhadoras AK-47 semiautomáticas e homens-bomba. As ações dos insurgentes incidiram nas proximidades do Estádio de França – portão D –, em Saint-Denis, onde decorria um jogo amistoso de futebol entre as seleções de França e da Alemanha (21:20h), na esplanada do bar Le Carrillon e no restaurante Le Petit Cambodje (21:25h), no portão H do Estádio de França (21:30h), no bar À la Bonne Bière (21:32h), na esplanada do restaurante La Belle Équipe (21:36), no restaurante Le Comptoir Voltaire (21:40h) e na sala de concertos Bataclan (21:40h). Como balanço preliminar, há a 1/6

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registrar 129 mortos e cerca de 352 feridos, estando 80 deles em estado crítico. http://www.jornal.ceiri.com.br As primeiras reações do Vaticano foram proferidas pelo Diretor do Serviço de Imprensa, Padre Federico Lombardi, logo na noite do dia 13: “Estamos chocados com esta manifestação enlouquecedora, a violência terrorista e o ódio que nós condenamos da forma mais radical, juntamente com o Papa e todos aqueles que amam a paz”[1]. No comunicado enviado para a Imprensa, Lombardi acrescentou: “Rezamos pelas vítimas e pelos feridos, por todo o povo francês. Isto é um ataque à paz para toda a Humanidade e requer uma resposta decisiva, de apoio de todos nós para contrariar a propagação do ódio homicida em todas as suas formas”[2]. O Cardeal Dom André Vingt-Trois, o Arcebispo de Paris, emitiu um comunicado no qual repudiou os atentados da Cidade Luz: “Depois dos ataques de janeiro último, depois do ataque em Beirute, esta semana, e de muitos outros nestes últimos meses, incluindo na Nigéria e outros países africanos, nosso país conhece de novo a dor e deve enfrentar a barbárie espalhada por grupos fanáticos”[3]. Tal como Dom André Vingt-Trois recomendou aos parisienses, em face da selvageria humana, “nós devemos receber a graça de um coração firme, sem ódio. Que a moderação, a temperança e o controle que têm sido mostrados até agora, sejam confirmados nas semanas e meses que se avizinham; não deixem que ninguém entre em pânico ou ódio. Nós nunca devemos nos desesperar da paz se nós construirmos a justiça”[4]. Na manhã do dia 14, numa entrevista telefônica à televisão TV2000, canal oficial da Conferência dos Bispos italianos, o Papa Francisco, que classificou os atentados como “desumanos”, declarou que “não há justificação para estas coisas”[5]. Por outro lado, assinalou Francisco, “eu estou muito perto do povo de França, muito perto das famílias das vítimas, e estou rezando por todos eles”[6]. A pretexto daquilo que acaba de acontecer na capital de França, o Sumo Pontífice reiterou ter sido este evento trágico mais um episódio da “III Guerra Mundial em fragmentos”[7] que todos estamos vivendo, interpretação da atual situação geopolítica mundial que tem sido reiterada por Francisco em várias ocasiões[8]. Após a oração do Angelus, domingo, dia 15 de novembro, o Papa sublinhou: “Eu desejo reafirmar vigorosamente que o caminho da violência e do ódio nunca poderá resolver os problemas da humanidade”[9]. Por outro lado, salientou Francisco, “usar o nome de Deus para justificar a violência é blasfêmia”[10]. Falando aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, ele asseverou que, quando confrontados com tais atos “intoleráveis” de violência, “não se pode deixar de condenar a afronta vergonhosa à dignidade humana”[11]. No dia 12 janeiro deste ano, poucos dias depois dos atentados levados a cabo em Paris contra os membros da redação da revista satírica Charlie Hebdo, a Divisão de Investigação Geral e de Operações Especiais da Polícia Italiana declarou que o Vaticano se encontrava em “alerta máximo”, ante a possibilidade de um ataque terrorista[12]; em meados de fevereiro, a mídia voltou a assinalar o reforço das medidas de Segurança em torno do Vaticano[13]; em abril, foi noticiado que a Polícia italiana procedeu à detenção de uma rede de 20 insurgentes islamitas ligada à al-Qaeda, na 2/6

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que planejava atentar contra o Vaticano[14]. Contudo, a Igreja Católica, por Sardenha, http://www.jornal.ceiri.com.br intermédio de seus leigos e consagrados, está presente nas situações de conflito e de exclusão mais extrema em todo o mundo. Em 2014, durante a 69ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Dom Pietro Parolin, apelou à determinação da comunidade internacional na luta contra os jihadistas do Estado Islâmico[15]. Naquela oportunidade, o prelado disse: “Com a dramática situação no norte do Iraque e de algumas partes da Síria, vemos um fenômeno totalmente novo: a existência de uma organização terrorista que ameaça todos os Estados, visando dissolvê-los e substituí-los com um governo mundial pseudorreligioso”[16]. Quanto às hipóteses de solução para o problema do islamismo radical, que ultrapassa fronteiras e, até, trespassa ideologias, o Cardeal Parolin indicou: “As novas formas de terrorismo levam a cabo ações militares em larga escala, que não podem ser contidas por um único Estado”[17] e que, por outro lado, “querem de forma explícita fazer guerra contra a comunidade internacional”[18]. Deste modo, para o Vaticano, se tornam urgentes ações coordenadas à escala global: “Como representante de uma comunidade religiosa em todo o mundo, que abraça várias nações, culturas e etnias, a Santa Sé espera sinceramente que a comunidade internacional assuma a responsabilidade de tomar em consideração os melhores meios para travar todas as agressões e evitar a prática de novas e ainda mais graves injustiças”[19]. O Ocidente vive, atualmente, uma hora gravíssima. Em diversas oportunidades, nomeadamente na Carta Encíclica Laudato Si’ – Louvado Sejas[20], o Papa Francisco sinalizou a necessidade de a Humanidade enveredar por um humanismo, de signo culturalista, capaz de dar um sentido teleológico qualitativamente diferente ao tempo que nos foi dado viver. O mundo que a globalização criou, tendo por base um sistema internacional fundamentado no relativismo axiológico, não permite mais do que uma política de “chicote” e “cenoura”: o Ocidente ameaça quem o ameaça, promove intervenções militares cirúrgicas e promete parcerias generosas desde que os adversários malquistos cumpram as condições para a manutenção do status quo mundial. O Vaticano tem procurado ensinar que, cada um de nós, diferente de todos os outros, em aspirações e desejos, mas igual a todos, em dignidade e em direitos, deve ter, como missão primeira, o dever de humanizar a Terra. É, portanto, necessário educar as jovens gerações com intenção generosa. Se a bala e a bomba não são a solução para a crise que a Europa atualmente vive, o ecletismo politicamente correto também não trará soluções condizentes com um futuro bonançoso. Se a Europa é um conjunto de valores enraizado num mesmo território e partilhado pelas populações que nele se irmanam, então é chegada a hora de ela defender seu legado, indicando quais são os rumos do futuro que pretende construir. Os primeiros, e mais decisivos passos, serão, precisamente, tal como o Vaticano tem proposto, aqueles que residem nos valores espirituais e se concretizarão ao encontro dos seres humanos que menos podem, menos têm e menos são numa sociedade caracterizada pelos bens de consumo. -----------------------------------------------------------------------------------------------

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“A Basílica de São Pedro, referência maior do catolicismo, edificada entre 1506 e 1526, Imagemhttp://www.jornal.ceiri.com.br está, atualmente, na mira dos insurgentes islamitas” (Fonte): https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/68/Petersdom_von_Engelsburg-2.jpg ----------------------------------------------------------------------------------------------Fontes Consultadas: [1] Ver: http://www.catholicnewsagency.com/news/vatican-shocked-over-paris-terror-attacks-calls-for-globalresponse-97862/ [2] Ver: http://www.catholicnewsagency.com/news/vatican-shocked-over-paris-terror-attacks-calls-for-globalresponse-97862/ [3] Ver: http://en.radiovaticana.va/news/2015/11/14/cardinal_vingttrois_of_paris_statement_on_terror_attacks/1186742 [4] Ver: http://en.radiovaticana.va/news/2015/11/14/cardinal_vingttrois_of_paris_statement_on_terror_attacks/1186742 [5] Ver: http://www.tv2000.it/blog/2015/11/14/la-telefonata-di-papa-francesco-a-tv2000-trasmessa-nelledizionespeciale-del-tg2000/ [6] Ver: http://www.tv2000.it/blog/2015/11/14/la-telefonata-di-papa-francesco-a-tv2000-trasmessa-nelledizionespeciale-del-tg2000/ [7] Ver: http://www.tv2000.it/blog/2015/11/14/la-telefonata-di-papa-francesco-a-tv2000-trasmessa-nelledizionespeciale-del-tg2000/ [8] O Papa Francisco se referiu, até hoje, à III Guerra Mundial “fragmentada” nas seguintes ocasiões: 1. a) 18 de agosto de 2014, durante a viagem de regresso da Coreia do Sul. Ver: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2014/08/18/vivemos-a-3-guerra-mundial-diz-papafrancisco.htm 1. b) 13 de setembro de 2014, no Cemitério Militar de Redipuglia, na Itália. Ver: 4/6

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http://www.bbc.com/news/world-europe-29190890 http://www.jornal.ceiri.com.br

1. c) 06 de junho de 2015, durante a viagem apostólica a Sarajevo, capital da Federação da Bósnia e Herzegovina. Ver: http://pt.euronews.com/2015/06/06/papa-francisco-evoca-especie-de-3-guerra-mundial/ 1. d) 20 de setembro de 2015, no início da viagem apostólica a Cuba. Ver: http://www.dn.pt/globo/interior/papa-pede-reconciliacao-nesta-atmosfera-de-terceira-guerra-mundial-quevivemos-4787708.html [9] Ver: http://w2.vatican.va/content/francesco/it/angelus/2015/documents/papafrancesco_angelus_20151115.html [10] Ver: http://w2.vatican.va/content/francesco/it/angelus/2015/documents/papafrancesco_angelus_20151115.html [11] Ver: http://w2.vatican.va/content/francesco/it/angelus/2015/documents/papafrancesco_angelus_20151115.html [12] Ver: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/01/12/vaticano-esta-em-alerta-maximo-dizpolicia-italiana.htm [13] Ver: http://pt.aleteia.org/2015/02/19/italia-e-vaticano-reforcam-seguranca-ante-ameaca-terrorista/ [14] Ver: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/al-qaida/italia-desmantela-rede-islamita-ligada-ao-terrorismo [15] Ver: http://ocaminho.org.br/secretario-de-estado-do-vaticano-pede-empenho-contra-terrorismo.html [16] Ver: http://ocaminho.org.br/secretario-de-estado-do-vaticano-pede-empenho-contra-terrorismo.html [17] Ver: http://ocaminho.org.br/secretario-de-estado-do-vaticano-pede-empenho-contra-terrorismo.html

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[18] Ver:http://www.jornal.ceiri.com.br

http://ocaminho.org.br/secretario-de-estado-do-vaticano-pede-empenho-contra-terrorismo.html [19] Ver: http://ocaminho.org.br/secretario-de-estado-do-vaticano-pede-empenho-contra-terrorismo.html [20] Ver: http://www.jornal.ceiri.com.br/laudato-si-a-enciclica-do-papa-francisco-sobre-a-criacao/

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