O verdadeiro culpado do boato sobre o Bolsa Família

October 6, 2017 | Autor: Gregory Duff Morton | Categoria: Programa Bolsa Família, PT (Partido Dos Trabalhadores)
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Segunda-feira, 30 de setembro de 2013

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O verdadeiro culpado do boato sobre o Bolsa Família

Duas semanas antes da série de manifestações que pipocaram pelo país, as ruas estavam cheias de outras 900.000 pessoas também ansiosas, pessoas que também expressavam seus medos e desejos e assim questionavam o rumo do país. Muitas delas não tinham Facebook e não eram jovens; elas vinham da parcela mais pobre da população brasileira. Elas foram para as ruas motivadas por um boato sobre o fim do programa Bolsa Famíllia, e assim decidiram buscar logo o benefício mensal. Seu ato coletivo foi reconhecido não como gesto político, e sim como mero tumulto. Porém, esses, não menos do que aqueles, falavam dos limites e barreiras do momento atual 11/07/2013

Gregory Duff Morton* de Chicago, Illinois

Em junho de 2013, o mundo ouviu as surpreendentes vozes de um movimento inesperado. Milhares de pessoas entraram nas principais avenidas do Brasil para revelar os limites e barreiras do modelo de desenvolvimento hoje vigente. Os protagonistas mais visíveis desse momento eram estudantes e jovens interligados pelo Facebook, e o movimento que eles construíram foi imediatamente recebido como um gesto político.

Duas semanas antes, as ruas estavam cheias de outras 900.000 pessoas também ansiosas, pessoas que também expressavam seus medos e desejos e assim questionavam o rumo do país. Muitas delas não tinham Facebook e não eram jovens; elas vinham da parcela mais pobre da população brasileira. Elas foram para as ruas motivadas por um boato sobre o fim do programa Bolsa Famíllia, e assim decidiram buscar logo o benefício mensal. Seu ato coletivo foi reconhecido não como gesto político, e sim como mero tumulto. Porém, esses, não menos do que aqueles, falavam dos limites e barreiras do momento atual. Eles queriam dizer alguma coisa. E quando eu tento escutar aquilo que eles estavam falando, me lembro de minha conversa com Jaira. “Não é algo…” Jaira me falou essa frase e parou. Por um momento, no ar seco do sertão baiano, houve silêncio. Finalmente ela achou a palavra certa e completou: “...confiável.” Não é algo confiável. Era 2012, e Jaira estava tentado me explicar as realidades do Bolsa Família. Sou estudante de antropologia, estrangeiro. Quando comecei a morar no povoado rural onde Jaira também mora, as mulheres do lugar queriam ensinar-me alguma coisa. Elas queriam indicar, antes mesmo de o fato acontecer, quem seria o verdadeiro culpado do boato sobre o Bolsa Família em maio de 2013. O culpado não seria um político nem um gerente de banco. Seria outra coisa. Seria a estrutura de um programa social que, todos os dias, com mil pequenas humilhações, comunica simbolicamente para seus beneficiários: Bolsa Família não é algo confiável. Você não pode contar com esse dinheiro. É importante dizer, em um primeiro momento, que o Bolsa Família transformou a vida de Jaira. Na zona rural, percebe-se fisicamente a diferença entre os jovens que nasceram antes do Bolsa Família e os que nasceram depois. A melhora na nutrição (entre tantos outros fatores) é nítida. Minha pesquisa demonstrou que o dinheiro, na grande maioria das vezes, é usado para gastos com comida, roupas, e alojamento. Ou seja, esse recurso tem um papel fundamental no progresso de 13,8 milhões de famílias, o que representa um êxito humano de relevância mundial. O programa brasileiro é a maior programa de transferência condicionada de renda no mundo, e o mundo está de olho; foi o Bolsa Família, justamente, que me trouxe até Brasil para fazer pesquisa. Mas para podermos valorizar esse sucesso, precisamos reconhecê-lo como um sucesso ainda incompleto. Seus limites tornaram-se evidentes no dia 18 de maio, quando correu um boato segundo o qual o programa seria cancelado. Cerca de 900 mil beneficiários em 13 estados se apressaram para chegar até os pontos de pagamento, provocando tumultos, pânico, esgotamento de dinheiro nos caixas e, pouco tempo depois, uma polêmica partidária sobre a origem do problema. Segundo informações da Caixa Econômica Federal, no 17 de maio, o banco pulou o calendário normal, no qual o pagamento é feito de forma escalonada, e liberou o recurso mensal de todos os beneficiários no país ao mesmo tempo. Eis o paradoxo. Como é que um aumento na disponibilidade do dinheiro, um pagamento antecipado, podia transformar-se em um poderoso boato sobre ocancelamento do programa? A resposta a essa pergunta revela uma realidade bem importante sobre o Bolsa Família. Foram milhares de pessoas que passaram o boato de vizinho para vizinho, em quintais e roças, por meio de ligações de orelhão e conversas de igreja, e essas pessoas, mesmo comunicando uma informação incorreta, davam voz a uma verdade. Elas demonstravam o que Antônio Gramsci chamava de “bom senso,” ou seja, a capacidade das massas para expressar uma verdade social em uma forma não ortodoxa. E a verdade é essa: Bolsa Família é um programa social, e não um direito. Essa verdade pode ser ouvida no que me disseram quatro vizinhas de Jaira, em quatro conversas distintas, no ano de 2012: “Bolsa Família não é uma coisa segura que-- hoje você tem, amanhã-- já não sabe mais se você tem.” “O dia que cortar, vai ser geral […] Esse dinheiro não é para toda a vida.” “Acho que tem que estar preparado, que não é uma coisa que vai ser pra sempre [...] e você nem sabe se você vai ficar recebendo a vida toda […] o governo corta.” “Receber até o dia que eles querem […] que ninguém sabe se é para toda a vida.” A instabilidade do Bolsa Família é um fato vivido por essas benificiárias rurais. Elas a percebem logo no cadastramento. O acesso ao benefício não é garantido, mesmo para quem se encaixa nos critérios do programa, e as vizinhas de Jaira costumam esperar muito para receber o primeiro pagamento— três meses pelo menos e, em algumas famílias que conheço, até quatro anos. (Nas frias palavras do site do MDS, “o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome seleciona, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas no PBF. No entanto, o cadastramento não implica a entrada imediata das famílias no Programa e o recebimento do benefício.”)

No povoado onde mora Jaira, quando comecei minha pesquisa no final de 2011, quase todo mundo já havia feito várias viagens à prefeitura para solicitar o Bolsa Família, mas 20,5% dos domicílios qualificados não recebia nada. Mesmo o fato de receber o dinheiro não traz segurança. Muitas das vizinhas de Jaira já tiveram o recurso bloqueado, geralmente por causa de transtornos burocráticos e às vezes sem explicação, durante três ou quatro ou até onze meses. Esses bloqueios provocavam crises na alimentação das crianças, mas, em um lugar onde a passagem de ônibus para chegar até a prefeitura custa o equivalente ao que um trabalhador ganha em um dia de trabalho no campo, foi difícil resolvê-los. Quando os beneficiários conseguiam desbloquear o Bolsa Família, não recebiam pagamento atrasado. Os beneficiários entendem claramente o recado que mandam os gestores do programa. Mireya Súarez e Marlene Libardoni, em sua pesquisa sobre o Bolsa Família, ouviram esse recado de um gestor municipal: “A gente não sabe até quando vai durar, que é um programa que teve início e que pode ter fim. Portanto, as famílias têm que se preparar para se desligar disso.” Esses gestores, entretanto, só comunicam uma incerteza que tem sua origem na estrutura política do Bolsa Família. As listas de espera, os bloqueios, a falta de segurança sobre o futuro: tudo vem da raiz do programa. Tudo isso acontece porque o Bolsa Família não é um direito — é um programa social. A decisão de estruturar o Bolsa Família como programa opcional do governo – ou seja, como intervenção pontual e impermanente – foi uma determinação política. O Senador Suplicy defendeu uma visão alternativa, na qual o Bolsa Família seria o primeiro passo na criação de uma renda básica universal, mas seus esforços infatigáveis tiveram como único resultado uma lei de valor simbólico e hoje ignorada. O Bolsa Família, na sua condição de programa social, quebrou com a trajetória do Estado de Bem-estar brasileiro, uma trajetória marcada pelo aumento paulatino da parcela da população que gozava do direito a uma transferência de renda: os direitos trabalhistas da época de Vargas, a expansão de aposentadorias para lavradores rurais em 1963, e, como fruto da redemocratização, a criação em 1993 do Benefício de Prestação Continuada para pessoas idosas ou com deficiências. Não foi por acaso que a Lei Orgânica de Assistência Social falava, em 1993, na “garantia dos direitos sociais,” quando, dez anos mais tarde, o decreto criando o Bolsa Família visou “estimular a emancipação sustentada das famílias que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza.” Entre “garantir” e “estimular,” entre 1993 e 2004, vive-se toda uma transformação no Estado. Flexibilidade, investimento, e autoempreendedorismo viram as palavras-chaves, e a estrutura do Bolsa Família demonstra o quanto nem Lula nem Dilma conseguiram romper com esse fundamento neoliberal. No mundo da permanente impermanência, a função do governo é atingir metas, e não garantir direitos. Nos olhos de quem recebe o Bolsa Família, se o dinheiro não é um direito, o que é? Segundo as palavras de um vizinho de Jaira, é “um grande privilégio.” Ou seja, o benefício é uma dádiva com a qual não se pode contar. É claro que não são todos os beneficiários enxergam o programa assim. Mas a lógica do “privilégio” vem sendo reforçado com as ondas sucessivas de aumentos inseguros e às vezes transitórias. Enquanto eu morava no povoado, ouvimos falar do Bolsa Verde, do Brasil Carinhoso, do Bolsa Nutriz e Bolsa Gestante, e do Bolsa Estiagem, só alguns dos quais chegaram e só para algumas pessoas, geralmente sem explicação e sempre sem garantia. Entende-se, portanto, por que alguns beneficiários interpretaram a chegada antecipada do dinheiro, no dia 17 de maio, como um “presente de Dilma” para o Dia das Mães. Entende-se também, em um movimento mais complexo, o raciocínio que levou os beneficiários a concluir que esse presente sinalava também o fim do programa. Podemos lembrar aqui os pensamentos do antropólogo Marcel Mauss, grande teórico do fenômeno da dádiva. A dádiva, para Mauss, é um fenômeno aparentemente voluntário, mutável, e nunca sujeito a uma contabilidade exata. Nas variadas culturas humanas, a dádiva nunca pertence totalmente ao seu receptor; uma parte sempre procura voltar ao doador. O ato de doar pede mas não garante um retorno, e o retorno pede outro dom, prolongando assim o vínculo.. Como perfeitos maussianos, os beneficiários tentam retribuir o dom do Bolsa Família com o contra-dom das condicionalidades (freqüência escolar e vacinas), mas, frente aos bloqueios burocráticos e à incerteza sobre o futuro do programa, o contra-dom não consegue regularizar totalmente o fluxo do dinheiro. Essa dádiva é instável. O próprio Mauss considerava que os benefícios sociais eram dádivas, e, escrevendo no ano 1925, ele já destacou a insuficiência de benefícios instáveis que o Estado não garante. Pelo visto, muitos beneficiários do Bolsa Família concordam com ele. Em 2012, já corriam boatos, no sertão baiano, que tratavam do final do Bolsa Família, como futuro de um programa sem garantia. Parecia claro que uma dádiva como o Bolsa Família não pudesse ficar de maneira permanente nas mãos dos pobres.

E em maio de 2013, nos olhos de muitos beneficiários, parecia que essa profecia estava se tornando realidade. Quando de repente o valor do dom aumenta, Mauss nos ensina, aumenta também a incapacidade do receptor para retribui-lo. Por isso, um incremento no dom implica uma certa agressividade, um lance que rompe com o ritmo de dom e contra-dom, e que visa impossibilitar o contradom e assim terminar o ciclo das trocas. O gesto de entregar o Bolsa Família antes da hora seria também o gesto de terminar o processo. Corria o boato no 18 de maio, entre as pessoas que se apressavam para sacar seus benefícios, que o governo precisava de dinheiro para acolher a visita do papa ou a Copa das Confederações. Janúbia Silva Alves, de 29 anos, explicou a lógica em uma entrevista condedida à Folha de S. Paulo (19/5): "Estão avisando na minha comunidade que o governo vai pagar os próximos três meses até o final do domingo e cancelaria tudo. A minha vizinha, que já pegou o dinheiro dela, disse que o governo quer economizar dinheiro para conseguir fazer as festas para o papa.” Os argumentos sobre o papa e a Copa exemplificam o bom senso. Um benefício não garantido, um mero programa social, sempre compete com as prioridades espetaculares do estado desenvolvimentista. E, como no potlatch da sociedade Kwakiutl, o Bolsa Família terminaria, disse o boato, com grandes festas marcadas por um dom extraordinário -- 3 meses de benefício! -- e impossível de retribuir. Vale a pena pensar, além do pânico de maio, nos efeitos negativos produzidos pela dinâmica de dádiva instável que até hoje caracterizou a política do governo para com Bolsa Família. Simbolicamente e juridicamente, o dinheiro nunca pertence totalmente ao beneficiário. É um dinheiro que pode sumir a qualquer momento. A “cidadania” que ele gera será, portanto, uma cidadania também incompleta. Os vizinhos de Jaira não conseguem fazer grandes decisões – mudança de casa, início de pequeno negócio, empréstimo a longo prazo – fundamentadas na segurança de que o Bolsa Família vai permanecer. Pior ainda, o dom instável reforça o aspeto de dominação na relação beneficiário-Estado, pois a arbitrariedade que acompanha esse benefício evidencia a incapacidade do sujeito para influir nas decisões que mais afetam sua vida. Essa desigualdade vem complementando outra: a hierarquia entre “trabalho” (atividade masculina, segundo o estereótipo) e os esforços dentro de casa. Apresentando o Bolsa Família como investimento pontual no capital humano, como auxílio para consumos, como dom instável, os arquitetos do programa conseguem separá-lo do salário, o dinheiro clássico do homem. Tal simbolismo vem escondendo uma visão alternativa: o Bolsa Família poderia ser visto como o salário para o trabalho doméstico. Nesse caso, estariam sido valorizados os trabalhos mais negligenciados, porém mais essenciais para a reprodução da sociedade. O Bolsa Família seria entendido, assim, como obrigação do Estado, como remuneração que o receptor ganha e, com justiça, pode exigir. Uma fonte de verdadeira riqueza humana seria reconhecida. O Bolsa Família mudou o Brasil, e é hora de mudar o conceito que temos do Bolsa Família. Em 18 e 19 de maio, uns poucos dias antes do grande movimento dos jovens, milhares de beneficiários passaram um boato de porta em porta, de janela em janela, e assim deixaram sua condição de objetos de planejamento social para se tornarem, por um instante, protagonistas no discurso público. Com vozes eloquentes, eles revelaram as instabilidades e insuficiências do modelo atual e a urgência de uma visão melhor.

* Gregory Duff Morton é lecturer em Antropologia e Serviço Social na University of Chicago, mestre em Antropologia e mestre em Serviço Social pela University of Chicago, e doutorando em Antropologia e Serviço Social na mesma universidade.



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Comentários REFLEXÃO Jose Carlos Cabral (não verificado) - 14-07-2013 10:02



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NÃO PODE SER BOM TAMANHA PREGUIÇA... Claudia Stefanini (não verificado) - 13-07-2013 19:52

Concordo em parte com o artigo, no sentido que beneficia grande parte de necessitados. Mas, impossível não ver nas imagens das TV, amplamente divulgadas, pessoas correndo e permancendo em filas enormes nos caixas bancários, com: capacetes de motocicletas nas mãos, telefones celulares bem modernos, roupas "da moda", sapatos novos, de salto, enfeites (bijouterias)... Penso: cadê a necessidade de "bolsa família" para essa gente? Falta, sim, TRABALHO. Sou adepta da frase: "Só o trabalho dignifica o homem". Em todos os anos de distribuição de dinheiro do Programa em questão, quem conseguiu realizar um estudo que verificasse quantos beneficiados conseguiram melhorar sua condição de vida a partir de sua exclusão do benefício? Ou seja, quantos deixaram

de receber o dinheiro, pois conseguiu melhorar sua condição sócio-econômica a partir da utilização do benefício? SInto muito, mas impossível aceitar que deveria ser um direito. Não se conquista dignidade dessa forma!



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EU VEJO O BOLSA FAMILIA COMO Grampola (não verificado) - 13-07-2013 10:40

Eu vejo o bolsa familia como uma restituição de todo os impostos que os mais pobres pagam.



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OLÁ aelson (não verificado) - 12-07-2013 21:01

olá duffquero lhe parabenizar pelo artigo que trata de algo que conheço de perto, apesar de pessoas dezerem que são contra, mas apenas pessoas que vaem até as comunidades beneficiadas reforçam suas ideias sobre o programa.um abraçoe volte mais vezes porque vc fez falta my brother



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EXCELENTE REFLEXÃO Naiara (não verificado) - 12-07-2013 16:14

Excelente reflexão e pequena mostra das realidades que permeiam o Programa, que grandemente desconhecemos, e onde há um senso comum, dos que não se utilizam do Programa, que banaliza e preconceitua essa transferencia de renda. O episódio mostra falhas e potencialidades do Programa aos governos (federal e municipal especialmente, onde o trabalho é no tete a tete com as familias). O destaque do artigo para a forma direito vs "dádiva" que o programa assume em muito lugares deveria estimular, p/ mim, uma luta para que transferencia de renda seja direito de distribuição de riqueza, di-rei-to! ou seja, assumir o projeto do Suplicy de vez.... Parabéns novamente.



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CARO GREGORY, TAMBÉM TRABALHO reynaldo (não verificado) - 12-07-2013 16:00

Caro Gregory, também trabalho com os sertanejos e entendo perfeitamente o que você descreveu. Infelizmente, carecemos de análises mais acuradas como a que você oferece em seu artigo. No Brasil oficial e no Brasil acadêmico, ou se costuma fazer um análise meramente econômica do fenômeno, geralmente tecendo elogios, ou são realizados estudos teóricos que não se prestam a compreensão de uma realidade pontual, ficando tudo guardado nas prateleiras das faculdades de sociologia, um enorme desperdício. Essa ligação que você faz entre a teoria antropológica e o modo como as populações compreendem a dinâmica da bolsa família é uma gota de profundidade nesse mar de mediocridade e imediatismo político que se chama Brasil. Quem planeja e executa o programa não tem a menor idéia dos mecanismos complexos de dádiva a que você se refere e não é de se admirar que uma idéia boa mas mal fundamentada termine em toda essa barafunda.



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FALTA EXPLICAR O QUE É "LECTURER"! Daniel Feldman Israel (não verificado) - 12-07-2013 14:28

Prezada/o,O "Brasil de Fato" é inquestionavelmente um instrumento de luta fundamental na disputa contra-hegemônica, tendo como perspectiva o horizonte da trincheira midiática no país.Mas não cabe, a meu ver, que o mesmo jornal, ao se apresentar como "uma visão popular do Brasil e do mundo", assuma certa empáfia ao descrever em inglês o que faz o autor do artigo acima.Num geral, a maioria da população brasileira, constituída desse popular a que se refere o lema do semanário, não sabe o que é "lecturer". E mesmo quem sabe, penso que não deveria se deparar com a não-explicação de qualquer termo em outro idioma, tomando por base um jornal tão importante e cumpridor de sua função social.Enfim, traduzindo para o português, "lecturer" significa palestrante. Um abraço fraterno, e vida longa ao "Brasil de Fato"!



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"LECTURER" Mauro Almeida (não verificado) - 14-07-2013 15:39

Deixo a Duff explicar o que é "lecturer". No caso não é "palestrante", e sim professor universitário, sem estabilidade no emprego. No caso de estudantes de doutorado, o pagamento é normalmente feito sob a forma de bolsas de estudo. É comum nos EUA (e está ficando comum no Brasil) que os melhores estudantes de doutorado ocupem a posição de "lecturer" (professor universitário).Acho que Duff não achou uma maneira exata de descrever essa posição em português, e por isso botou "lecturer".Duff é um pesquisador

da realidade rural do nordeste brasileiro e do programa bolsa-familia, que como se vê no texto ele conhece a fundo. É muito bom que além de dedicar-se a escrever um livro que será sua tese de doutorado ele leve ao público, em português, os resultados de sua atividade acadêmica! Parabéns a ele.



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DOM BUROCRATIZADO NÃO DEIXA DE SER DOM Enrique Mayer (não verificado) - 12-07-2013 13:08

abraços de Enrique Mayer e de Marcel MaussEnrique e de Lidia Santos



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RESPOSTA AO ARTICULISTA Lidia V. Santos (não verificado) - 12-07-2013 2:12

Parabéns Duff! E obrigada por sua contribuiçnao ao debate brasileiro! Já compartilhei seu artigo no meu FB, onde o recebi.Saudade daqui do Rio! Grande abraço, Lidia Santos



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CONGRATULAÇÕES Martinho Rodrigues Fernando Filho (não verificado) - 12-07-2013 0:13

Sou médico há 20 anos e conheço as condições de vida do povo nordestino. Quero parabenizá-lo pelo excelente artigo. Sua análise crítica equilibrada traz luz a um tema relegado à simples politicagem neoliberal de um partido que nasceu da classe trabalhadora e agora a usa para se perpetuar no poder.



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EXCELENTE ARTIGO, PARABÉNS AO E Viveiros de Castro (não verificado) - 11-07-2013 19:57

Excelente artigo, parabéns ao autor e ao BdF.



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