O Visconde de Amparo

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Estória dan saHistória Ricardo Charters dAzevedo

O visconde de Amparo I Foi único visconde de Amparo Rodrigo Barba Alardo de Lencastre e Barros, que nasceu em Lisboa, a 16 de setembro de 1810 e vem a falecer a 24 de abril de 1865, filho do último alcaide-rnor de Leiria (1834 a 1835), Gonçalo Barba Alardo de Meneses Barros e Lencastre, e de sua mulher Augusta Matilde Pinto de Sousa, filha terceira dos primeiros viscondes de Balsemão. D. Maria lI, por decreto de 30 de agosto de 1853, concedeu-lhe o título, em uma vida, de visconde de Amparo. Usou o seguinte brasão de armas: esquartelado: I, de Barbas; lI, de Lencastres; Ill, de Barros; IV, de Alardos. Coroa de Visconde. Viveu na quinta da freguesia dos Marrazes (Leiria), onde hoje ocupa a adega o restaurante "O cardápio do visconde" e na casa está hoje instalada uma escola de Formação Social, pertencente à Segurança Social Era moço fidalgo com exercício na Casa Real (alvará de 9 de agosto de 1825), administrador dos vínculos do Amparo em Leiria..de Santo António, ria Ribeira de Litém; da Casa da Matrena, em Tomar; e dos de Amoreira, Real e Caldelas, em Braga. Era tenente-coronel do regimento das . Milícias de Leiria. Casou a 16 de setembro de 1843, com Henriqueta Cristina Coreia Henriques de Noronha (1809 - Viseu, 1878), filha dos primeiros viscondes da Torre Bela. Tiveram uma única filha, Emília Augusta Barba Alardo de Lencastre e Barros, que se casou com Antônio de Albuquerque de Amaral Cardoso (Viseu, 16.10.1843- Seia, 12.3.1911), senhor da Casa do Arco de Viseu e de inúmeros vínculos. Estes tiveram quatro filhos, mas o que nos interessa para a história de Leiria é o secundogénito (o primogénito faleceu ainda criança), António Barba de Albuquerque do Amaral Cardoso, nascido a 11de março de 1866,

!Jornal de Lema 24 de Novembro

de 2016

em Viseu, e falecido em Sintra, a 2 de junho de 1922. Casou, em 1888, com Maria Luisa Mouzinho de Albuquerque de Faria Pinto, neta do primeiro barão de Salgueiro (com casa no Terreiro em Leiria). Era um anarquista excêntrico, ficou em Leiria conhecido pela alcunha de "Piolho Branco", por razões que poderão ter a ver com a sua compleição fisica, pois era extremamente magro e franzino. Era conhecido também como o "Lêndea", parece que pela cor da tez, pelo cabelo df pendor citrónico e pelo apegamento às damas. Viveu em vários locais em Leiria, tendo nomeadamente alugado a casa onde hoje se encontra a Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, ao Terreiro, em Leiria, à família Charters Henriques d'Azevedo. Lembremos que esta casa chegou, mais tarde, a albergar o Grémio Agrícola de Leiria. António Barba de Albuquerque do Amaral Cardoso escreveu, em 1902, o romance "Escândalo! - cenas da vida da província". Este romance dá-nos muitas pistas sobre a realidade de Leiria em finais do século XIX. Por exemplo, mostra um certo sentimento de inferioridade generalizado por parte da elite leiriense, uma vez que "sofriam", pois viviam numa triste cidade de província. Cada qual procurava, pois, destacar-se o mais possível dos seus conterrâneos, nomeadamente virand-o-se para fora da cidade, para outros centros mais cosmopolitas (como Lisboa) e constantemente se queixavam de que Leiria era uma cidade demasiado pequena e provinciana. Já Eça de Queiroz o mostrou quando de Leiria escreveu a Eduardo Coelho: "Escrevo-lhe do meu exílio administrativo. Aborreço-me como Ovídio desterrado e como Francisco I desterrado" .. Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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