Ontologia e teoria da subjetividade: possíveis contribuições de Gyorgy Lukács

July 4, 2017 | Autor: A. Rodrigues de M... | Categoria: Subjectivity, Marxismo, Gyorgy Lukacs
Share Embed


Descrição do Produto

UNIVERSIDADE FEDRAL DE GOIÁS

Amom Rodrigues de Morais





A subjetividade na "Ontologia do Ser Social" de György Lukács






Pré-Projeto de Pesquisa apresentado Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP)




Goiânia-2015


A subjetividade na "Ontologia do Ser Social" de György Lukács

1-Introdução
Apresentação e problema.
O presente pré-projeto de pesquisa tem como propósito geral estudar o campo da ontologia (social) relacionado à psicologia. Em termos mais precisos, pretende apresentar a ideia geral da ontologia materialista do ser social desenvolvida por Gyorgy Lukács tentando apreender articulações possíveis com uma noção de subjetividade. Observa-se dois conceitos, ontologia e subjetividade que são de natureza bastante complexa, muito embora, imprescindíveis para o aprofundamento da contribuição entre psicologia e marxismo, cuja é perspectiva de pano de fundo que guiará essa proposta de estudo.
Uma pergunta imanente logo de antemão é necessária: por que a escolha de um tema filosófico como a ontologia, juntamente com a categoria subjetividade, comum e ao mesmo tempo muito ampla e aparentemente imprecisa para a psicologia? Talvez pudéssemos responder olhando de um ponto de vista histórico de modo a encontrar a necessidade de resgatar o diálogo entre a psicologia e a filosofia.
Essa crítica histórica é melhor formulada por González Rey, para quem a problematização epistemológica teve pouca atenção por parte da psicologia, bem como pouco se importou pelo que se entendia por psique. Constituiu-se assim, uma separação intencional com a filosofia e com outras ciências sociais. Separação esta, motivada por uma, certa, falsa associação necessária entre ontologia e metafísica. Assim, nos coloca Rey:
Los psicólogos que nunca habíam discutido activamente las cuestiones epystemológicas y ontológicas de la psicologia, de pronto aparecían excluyéndolas de sus agendas por su carácter metafísico (Rey, pp207. 2009).
Ainda sobre o problema filosófico: "É inevitável que, ao propor-se como teoria geral da conduta, a psicologia faça sua alguma idéia de homem. Faz-se necessário então, permitir à filosofia perguntar à psicologia de onde ela retira tal idéia e se não seria, no fundo, de alguma filosofia" (Georges Canguilhem apoud Safatle, pp. 2, 2007). Esta é uma questão de método que serve como ponto de partida para se abordar os possíveis fundamentos ontológicos da subjetividade, levando em conta as várias noções e nuances dessa categoria na tradição filosófica e principalmente na psicologia em suas diversas abordagens teóricas.
Quando se fala em subjetividade, em certo sentido nos remete a ideia de interioridade, ou mesmo de uma dimensão interna de nós mesmos. A ideia moderna de self, guardada as devidas diferenças conceituais com subjetividade, é uma ideia moderna, segundo o filósofo Charles Taylor (2005). Na linguagem que criamos para nossa autocompreensão parece haver uma importante diferença entre o "dentro e fora". Essa experiência fenomenal de si, como o "eu" aparece para a consciência, ou melhor, como eu experimento a mim mesmo estaria em oposição aos objetos "externos" da realidade. Entretanto, alerta Taylor, por mais forte que seja essa experiência de divisão do mundo em dentro e fora, subjetivo e objetivo ela é, em certa medida, uma característica de nosso mundo ocidental e moderno. Ou seja, essa forma de compreensão é historicamente e culturalmente determinada, localizada em um tempo e espaço, e não se trata de algo essencial ou mesmo natural.
O desenvolvimento da psicologia enquanto ciência durante esse período, já no século XIX, se inseria no contexto de constituição do poder burguês e se colocava entre uma proposta científica explicativa-descritiva de caráter positivista e um programa compreensivo-analítico de crítica emancipadora. Dessa forma, um problema crucial e até epistemológico foi se desenvolvendo para a psicologia, qual seja, a constituição do indivíduo e da sociedade e sua respectiva relação contraditória. Assim, a questão da objetividade e subjetividade, que já estava posta de outras formas desde a antiguidade clássica, foi expressa na modernidade pelo enfrentamento lógico e histórico da relação entre indivíduo e sociedade (Resende, s/d).
A ciência psicológica ao longo da história tem tentado buscar delimitar seu objeto de estudo. Entretanto, o que se observou, foi que no decorrer de cada investigação em busca do tal objeto, apoiada por uma dada orientação epistemológica e influenciada por outros saberes e práticas, surgia uma nova abordagem em psicologia, de tal modo que atualmente ensina-se nas formações acadêmicas várias psicologias, assim como nos passa a ideia o livro "Psicologias", de Ana Bock (1999). Em toda essa busca pelo objeto de estudo a psicologia, nas suas diversas ênfases, partiu do pressuposto de uma ontologia positiva, ou melhor, substancial, o que significa: qualquer que fosse o fenômeno prioritário a ser estudado, este seria portador de uma substancialidade de qualquer natureza, seja ela fosse material ou imaterial.
Nesse sentido, poderia emergir dois tipos de conhecimentos, um de base concreta, logo, conhecimento objetivo; e um outro, que seria de ordem subjetiva pois seu acesso implicaria o sentir ou pensar. Por conseguinte, desse tipo de ontologia resultou várias dicotomias como: material/imaterial, interno/externo, objetivo/subjetivo, etc. (Oliveira, s/d). Em função desses impasses postos pelas dicotomias, determinadas psicologias ora eram condenadas por externalismo, objetivismo ou mecanicismo, ora eram, ao contrário, condenadas por subjetivismo ou internalismo.
Por sua vez, a subjetividade se tornou também refém de uma ontologia substancial, de forma que mesmo sendo considerada de natureza objetiva ou subjetiva ela deveria ser encontrada no espaço, num lugar que obviamente seria no interior do sujeito. Ademais, além de substancial a subjetividade ainda era concebida por muitas abordagens como estática. E por mais que houveram tentativas de superação desses limites epistemológicos, ao exemplo da metodologia materialista dialética utilizada através da psicologia social latina americana, ainda se observa em algumas teorias a herança do positivismo objetivista que pode ser ilustrado pela psicologia quantitativa incorporada nos testes psicométricos ou na mensuração de "aspectos" dessa subjetividade como inteligência, personalidade ou comportamento (Oliveira, s/d).
Sobre a psicologia clássica no seu viés intimista, ademais, nos admoesta Georges Politzer no seu livro Crítica dos fundamentos da psicologia (1994) sobre o projeto de ciência moderna e suas correlações ideológicas da ideia de subjetividade e o sentido de vida interior:
A vida interior no sentido "fenomenista" da palavra, afinal conseguiu torna-se um valor. A ideologia da burguesia não teria sido completa se não tivesse encontrado sua mística. Após várias tentativas ela parece enfim, tê-la encontrada: na vida interior da psicologia (Politzer, pp. 9, 1994).
A psicologia clássica, assim, conforme o raciocínio de Politzer, assumiria o papel de nova religião moderna da vida interior que guardava potenciais conservadores na medida em que serviria como defesa contra as renovações verdadeiras. A suposta profundeza da subjetividade comoveria e sensibilizaria como um eterno pretexto para ignorar a verdade. A função ideológica, portanto, seria o desvio do foco de análise naturalizando as profundezas subjetivas concebendo-a como a priore. Dessa forma, as teorias psicológicas acompanhavam o desenvolvimento das concepções de homem oriundas da sociedade burguesa.
Com efeito, a função social e até mesmo ideológica das teorias científicas deve ser ressaltada, pois cumpre um papel crucial na análise ontológica marxista. Ninguém melhor que Lukács demonstrou a ligação de fundo sobre os pressupostos filosóficos e suas implicações ideológicas em um dado contexto sócio histórico. Como exemplo de nexo entre teoria filosófico cientifica e função ideológica escreve Lukács (pp. 61, 2012) sobre o neopositivismo:
... a causalidade ontológica é substituída por manipulação com dependência funcional, quando o paralelismo psicofísico é transformado em fundamento da manipulação de um grande complexo objetivo, patenteia-se como o neopositivismo contorna com indiferença todas as autênticas questões do conhecimento para, assim tornar plausível a manipulação prática imediata dos problemas.
Fica implícito o caráter reacionário do neopositivismo que se expressa na psicologia pelo Behaviorismo, o qual fortalece as tendências de manipulação formalista através, por exemplo, da pretensa purificação da linguagem pelo princípio verificacionista. Em sua aplicação na Análise experimental do comportamento, com efeito, se sobressai a manipulação pragmática e utilitarista tanto na pesquisa quanto em sua função prática concreta, tudo em nome da cientificidade, submetida, é claro, pela ideologia da razão instrumental.
O neopositivismo, afirma Lukács (2012), resolve seus problemas teóricos pela exclusão de toda ontologia em sua proposta de unificação da linguagem científica e pelo seu tipo de manipulação logicista. Além do mais, através dessa linguagem fisicalista e matematizada a ciência não só transforma a si mesma como estende ao plano mesmo da economia politica o caráter instrumentalista e técnico, afim de, administrar e dominar conforme a noção de "mundo administrado" proposta por Adorno. Lukács, portanto, percebe, através do nexo entre teoria e prática, o neopositivismo como expressão máxima da universalidade da manipulação anti-humana, característica elementar da modernidade capitalista.
A hegemonia ideológica do capitalismo atual é marcada principalmente pelo neoliberalismo que também é tributário, na sua gênese econômica utilitarista, do neopositivismo por meio, dentro outras formas, do individualismo metodológico. A concretização máxima dessa ideologia se deu pela reestruturação produtiva com mudanças significativas na relação entre Capital e Trabalho.
Nessa tentativa de aproximar a análise psicológica da subjetividade e a análise do sistema econômico, observa-se que nas relações entre sociabilidade, trabalho e linguagem, mais um elemento de mediação necessita ser incluído, a saber, a ideologia, a qual, articula contraditoriamente a lógica necessária de expansão do Capital (que é uma relação social) e os modos do ser subjetivo no mundo, expressos nos hábitos, comportamentos, valores e padrões de relações afetivas.
Seguindo tal abordagem, é pertinente, primeiro desenvolver uma tentativa de descrever suscintamente o cenário contemporâneo do mundo do trabalho. Segundo Harvey (1992, p. 138) vivemos no atual contexto àquilo que foi denominado como reestruturação produtiva, iniciado por volta da década de 1970, com as revoluções técnico informacionais instaurando um novo modo de acumulação produtiva, a acumulação flexível
Esse regime de acumulação flexível tem um impulso enorme a debilitar o mundo do trabalho, promovendo alterações importantes na objetividade (e subjetividade) da classe de trabalhadores assalariados (Alves, 2011, p.12). As novas condições do novo complexo de reestruturação produtiva são as inovações tecnológicas e sociometabólicas e as inovações organizacionais. As estas inovações organizacionais atribui a influência da emergência do toyotismo, que permeia o novo complexo de reestruturação produtiva do capital. E essas inovações organizacionais possuem um nexo essencial com a subjetividade do novo trabalhador moldado pelo toyotismo.
Por essa breve descrição das transformações no mundo organizacional, constata-se que a ideia de um capitalismo frio, industrial, taylorista e indiferente à "interioridade" humana foi ao longo do tempo sendo contrariada. Hoje os sentimentos, os afetos e todos os outros aspectos que supostamente compõem a subjetividade se infiltraram no mercado e nos meios corporativos. Essa é uma ideia compartilhada por Eva Illouz (pp. 11, 2011), a qual defende a tese de que a "criação do capitalismo caminhou de mãos dadas com a criação de uma cultura afetiva intensamente especializada". Dessa forma, a psicologia não caiu apenas casualmente nesse novo modo de produção dito de "capitalismo afetivo" atendendo suas demandas, mas ao contrário, fez parte ativamente da constituição desse novo modelo de sociabilidade através do discurso terapêutico, das psicometrias, da gestão de pessoas, etc. onde o discurso da subjetividade entrava como protagonista em várias esferas da totalidade social, desde a gestão empresarial até a cultura de modo geral.
Portanto, constituiu-se atualmente, assim, uma cultura de intensa valorização dos afetos, dos sentimentos, das emoções, do comportamento, das habilidades sociais, da inteligência emocional, da autogestão, etc. Vários outros valores fetiche poderiam ainda ser citados no novo discurso onde as injunções pró-neoliberais bombardeiam a singularidade de cada sujeito. Nesse sentido, não é casual o surgimento de várias especialidades em consultoria implicadas na gestão de si (que é tido como mais um empreendimento), técnicas ou dispositivos terapêuticos que vão desde o Coaching até à psicologia positiva, junto com a explosão da literatura de autoajuda, tendo sempre valores liberais e ideológicos de fundo como o individualismo e a meritocracia.
Com isso se dá a importância na atualidade, da reflexão sobre os processos de subjetivação tendo em vista as mudanças sociais e culturais. E o que o conceito(s) de subjetividade pode dizer sobre esses mesmos processos? O impasse geral emergente, portanto, é se há elaborações conceituais sistemáticas presentes na Psicologia que apreendam os modos de ser, sentir, pensar e sofrer do sujeito correlacionado com o movimento efetivo da realidade material.
Sabe-se que houveram tentativas teóricas críticas de renovação conceitual na Psicologia. Muitas dessas construções se apoiaram direta ou indiretamente em fundamentos oriundos do Marxismo. Aparentemente a maioria delas não sistematizou uma conceituação mais sofisticada ou elaborada sobre a noção de subjetividade, com exceção da obra de Gonzáles Rey que se dedicou em alguns de seus livros ("Sujeito e Subjetividade"; "Pesquisa Qualitativa e Subjetividade"; "Subjetividade, Complexidade e Pesquisa Em Psicologia") a precisar sobre a definição renovada de sujeito e subjetividade. No primeiro momento de seu percurso havia uma presença significativa da teoria de Vygotsky e em certa medida Leontiev. Autores russos intitulados marxistas que traziam grandes contribuições para uma pretensa psicologia de base materialista. No entanto, no desdobramento de sua elaboração teórica Gonzáles Rey vai tomando distância de fundamentos precisamente dialéticos e da totalidade, e com isso incorporando abordagens outras que o não configuram como marxista. O que não desqualifica sua teoria, sendo ela passível de enorme contribuição, o que nos coloca o desafio de analisa-la com maior afinco e refletir sobre suas possiblidades e também limitações.
Sendo assim, é uma reflexão das bases teóricas da categoria de subjetividade tão utilizada no discurso psicológico que possibilitará a emergência de propostas mais amplas, aprofundadas e críticas que deem conta dos desafios colocados pelas transformações nos modos de subjetivação pelo qual passa o sujeito do capitalismo contemporâneo. Razão pela qual se faz necessário ampliar os conceitos e categorias a exemplo da reflexão aqui proposta sobre a subjetividade. Nesse sentido o projeto da dissertação visa responder a pergunta: A Ontologia do Ser Social de Lukács oferece bases para uma concepção nova ou crítica da subjetividade humana?
Justificativa
Tendo em vista o problema do desenvolvimento teórico da relação entre psicologia e ontologia comentada nas linhas anteriores, é importante ressaltar sobre Edmund Husserl que já havia se perguntado na sua obra Krisis (1936), por que o campo da subjetividade, que deveria ser considerado o objeto da psicologia, havia sido totalmente ignorado pelos psicólogos (Husserl apoud Rey, 2005). A despeito de quão antiga é essa obra de Husserl, esta pergunta se mostra ainda muito atual e pertinente, visto que, há provavelmente uma crescente produção científica instrumental, veiculada estreitamente ao novo impulso tecnicista de gestão de pessoas, em detrimento da reflexão crítica acerca das relações de manipulação subjetiva. Além do mais, "a globalização da economia é acompanhada pela globalização de formas da subjetividade" (Parker, pp.14, 2006). Isto também significa dizer que na gestão e organização no capitalismo globalizado a manipulação psicológica se dá de maneira significativa e que requer demasiada consideração.
Essa crítica de Husserl se articula muito bem com perspectivas teóricas críticas que optam por apostar na fecundidade reflexiva e ampla que o conceito de subjetividade pode ter. Outro aspecto a ser considerado sobre a subjetividade é sua assunção enquanto objeto da(s) psicologia(s). Muitas das abordagens passaram a adotar essa concepção na crença de que o conceito de subjetividade pudesse integrar ou agrupar os diversos enfoques dados às definições específicas do objeto de estudo da Psicologia (o comportamento, o inconsciente, a consciência, etc.) A subjetividade portanto, levaria a uma compreensão da "totalidade" da vida humana", assinala Bernades (2007).
Sendo assim, Lacerda (pp. 240, 2013), lembra a respeito de correntes teóricas da "psicologia crítica" brasileira:
Provavelmente, tal como em outras partes do mundo, a categoria subjetividade surgiu como dispositivo teórico central em diversos projetos de psicologia crítica no Brasil. Nas mais diversas correntes teóricas a subjetividade é apresentada como categoria capaz de problematizar o caráter complexo do fenômeno psicológico e de possibilitar a superação de concepções dicotômicas e reducionistas que existem na psicologia.
Naturalmente, entretanto, alerta Lacerda (2013) para a função ambígua que o conceito de subjetividade pode exercer no interior da psicologia. Por um lado o conceito pode realmente possuir possiblidades críticas e de contestação social em direção a um objetivo de transformação. Em contrapartida, o discurso da subjetividade pode estar vinculado ao clima ideológico particular de nossa sociedade como já tentamos salientar anteriormente sobre o nexo entre ciência e ideologia. Haja vista, a emergência de várias tendências que cultuam o sujeito como realidade puramente discursiva, em uma condição de fluidez e fragmentação, muito comum nas análises pós-estruturalistas e pós-modernas.
É importante, dessa forma, articular uma reflexão da subjetividade a partir de uma ontologia do ser social de modo a compreender as determinações de processos sociais e mudanças culturais ao redor do sujeito psicológico. Só a partir de uma perspectiva da totalidade dialética é possível superar as dicotomias históricas envolvendo a relação indivíduo e sociedade, marcantes no desenvolvimento de várias abordagens teóricas. Esses são alguns dos desafios colocados para o pensamento crítico na atualidade, inclusive para a psicologia social.
Propõe-se aqui, portanto, uma articulação possível do desenvolvimento ontológico do ser social encontrado na obra de Lukács com uma desenvolvimento de uma noção de subjetividade, a partir de sua obra. Sendo assim, por qual razão partir de Lukács? E qual a importância de sua ontologia?
Em uma palavra, a ontologia lukacsiana possui um significado histórico relevante. Ela tem como objetivo demonstrar a possiblidade ontológica da superação da barbárie do homem pelo homem (Lessa, s/d). Propor uma ontologia em pleno século XX pode parecer ultrapassado. Entretanto, Lukács visava recuperar através de uma ontologia do ser social os fundamentos últimos da realidade do mundo dos homens. O "por que" da sociedade e os homens serem de uma forma e não de outra. Se há então uma suposta "natureza essencial humana" privatista, utilitarista etc. como bem quer a hegemonia liberal tendo declarado o fim da história, vale questionar de onde vem esta essência? Qual seu fundamento e explicação? É contraposto a esta concepção que se justifica a elaboração da ontologia lukacsiana; de modo a renovar o pensamento marxiano com a intenção revolucionária totalmente antagônica à ordem vigente (Lessa, 2006).
Lukács e a ontologia
"Ninguém se ocupou tão extensamente quanto Marx com a ontologia do ser social"(Lukács, pp.25, 2012). No obra marxiana, apreende-se o caráter da universalidade histórica do ser e o caráter puramente social do mundo dos homens. Assim, Gyorgy Lukács, filósofo húngaro, um dos principais pensadores marxistas do século XX, se deu o imenso esforço de sistematizar uma ontologia do ser social a partir de Karl Marx. Em termos gerais, a ontologia de Lukács "concebe a substancialidade do mundo dos homens como resultado exclusivo das ações dos homens enquanto indivíduos e enquanto gênero humano" (Lessa, pp. 70, 2002).
No intuito de apresentar superficialmente os pressupostos básicos da ontologia do ser social, a seguir tento esboçar três eixos cruciais, a saber, a historicidade do ser; a historicidade da essência e o trabalho como categoria fundante das formas de produção e reprodução social.
A historicidade do ser- Ao se tratar de ontologia, obviamente está se falando do estudo do ser ou da substância. A partir da categoria da substância pretende-se captar o real. E em Marx a substancialidade é fundamentalmente histórica. Além disso, Lukács (Lessa, 2002), parte do pressuposto que a essência é o lócus da continuidade e da processualidade. Historicidade, então, passa a ser entendida como essência do ser, seja em sua forma de natureza e seja na forma social.
Dessa maneira, rompe-se com as concepções tradicionais ou conservadoras que postulavam a substância como estática, imutável e a priore. Ao contrário, o ser entendido como pura dinâmica é perecível e processual tornando, assim, mais complexa sua apreensão, pois depende da reflexão da totalidade no qual está inserido. Com efeito, a substância não está submetida a uma causalidade necessária, ou seja, não pertence ao reino da necessidade como as leis da natureza. Ao ressaltar a processualidade histórica, requer dizer que a possiblidade e a contingência caracterizam e existência do ser social. Já bem dizia Kierkegaard, o modo de ser da existência é a possiblidade.
A historicidade da essência- Vimos anteriormente que a substancialidade é fundamentalmente histórica, como tal a essência não se faz diferente. Lukács (Lessa, 2002) compreende que a substância se conserva em sua essência processualmente associando assim, essência e continuidade. A essência se diferenciaria do fenômeno pelo seu caráter de continuidade e não o contrário.
Segundo Lukács (Lessa, pp.59, 2002):
Em suma, no ser social a essência em vez de uma "determinação geral inevitável de todo conteúdo prático", desenha o horizonte de possiblidades dentro do qual pode se desenvolver o ineliminável caráter de altenartiva de todos os atos humanos.
Faz parte da essência do ser social uma indeterminação anti-teleológica, aberta a possiblidades alternativas para o fim dos atos humanos. Essa é uma concepção ontológica aberta, na qual não há garantias sobre o destino da ação dos homens. Pode-se construir uma sociabilidade pior ou melhor, e consequentemente um sujeito de uma forma ou de outra. Tudo depende, em termos do gênero humano, da passagem de uma consciência em si a uma consciência para si. Fundamental, nesse sentido, seria complementar com uma passagem de Marx em seu 18 de Brumário de Luiz Bonaparte: os homens fazem a sua história, mas não a fazem como querem. Complementaria Lukács (Lessa, pp.70, 2002): "a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos." Não há, portanto, uma deliberação esclarecida nas ações do indivíduo e em um paralelo com a ontogênese do sujeito social, ele também constrói sua história, mas não a faz como realmente deseja. Existe um mínimo de estranhamento na constituição da subjetividade, assim como na história social do homem.
O trabalho como categoria fundante- A historicidade do ser constitui-se como ponto de partida na investigação do trabalho. A premissa básica da ontologia marxiana é de que o trabalho é a mediação necessária mediante intercâmbio orgânico do homem com a natureza. O ser social só se torna ontologicamente diferente da natureza pela mediação do trabalho. Assim afirma Marx:
Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a Natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. Ele desenvolve as potências nela adormecidas e sujeita o jogo de suas forças a seu próprio domínio. (MARX, 1996, p.282).

Os homens assim como os animais precisam necessariamente efetuar uma contínua transformação na natureza para viver. Entretanto, diferentemente da esfera biológica, o homem faz a transformação da natureza teleologicamente posta, ou melhor, o caráter teleológico dessa atividade humana é, pois o fim último do trabalho, o seu resultado é previamente construído nas subjetividades, que atende uma finalidade que orientará todas as ações que virão a seguir (Lukács, 2012).
Lukács (Lessa, 2002), propõe momentos determinantes na categoria trabalho. O primeiro, o momento da objetivação, é definido como o conjunto de ações que transforma a prévia ideia, ou a finalidade concebida na consciência em um produto objetivo. Essa mesma objetivação é a mediação que articula a teleologia; uma abstração singular de um sujeito vem a ser um novo ente objetivo. Mas isso está longe de ser um suposto idealismo, que propõe uma primazia da ideia sobre a matéria, pois nessa perspectiva a objetivação indica que ao transformar a natureza, o individuo também se transforma, porque primeiramente ele desenvolve novas habilidades no processo- a ideia possui força material; depois para transformar o ser natural, é crucial que o homem venha a desenvolver o conhecimento das leis e das determinações mais importantes do setor da natureza que deseja transformar. Assim, toda objetivação resulta em novos conhecimentos e novas habilidades e competências, com isso o individuo não será o mesmo de antes.
Nesse sentido, a ação do trabalho não é apenas transformação da realidade, mas é significativamente exteriorização de um sujeito, o segundo momento da categoria trabalho. A transformação do real só se dá a partir de um dado desenvolvimento da individualidade. E a exteriorização da individualidade é também uma exteriorização de um dado desenvolvimento social. Esse desenvolvimento social é engendrado pelo processo de objetivação e exteriorização onde trabalho e sociabilidade se constituem dialeticamente através da generalização dos resultados objetivos e subjetivos (Lessa, 2002).
Ademais, quando se fala de generalização, compreende-se que os resultados, (conhecimentos, habilidades, etc), obtidos do processo de objetivação e exteriorização humana se transformam gradativamente de singulares em universais constitutivos de uma dada totalidade social específica, que por sua vez, irá fazer com que todos que vivam naquele ambiente, estejam expostos às consequências, e tenham que responder às novas situações geradas pelas objetivações singulares dos outros indivíduos. Consequentemente, isto altera a relação dos indivíduos consigo mesmos, com a natureza e entre si. Observa-se, portanto, que o trabalho e suas mediações engendram a transformação constante da totalidade do complexo social e a sociabilidade, por sua vez está incessantemente em movimento e sujeita a mudanças, mudando também o individuo. Isto é, o desenvolvimento social requer e possibilita o desenvolvimento da individualidade (Lessa, 2002).
Contudo, é pertinente ressaltar, em última análise, que quanto mais complexa for a sociabilidade, quanto mais mediados socialmente forem os atos que os indivíduos realizarem no cotidiano, tanto mais complexas serão as individualidades. E é nesse movimento de sínteses mais abrangentes que os indivíduos passam de singulares simples da espécie para personalidades mais complexas.
É a partir desse raciocínio e dessas premissas que podemos desenvolver uma noção de subjetividade social que inclua todos esses nexos da totalidade social propostos pela ontologia marxiana. Retomando sinteticamente o que já foi mencionado, conclui-se que o homem como ser genérico constrói, ao longo do desenvolvimento civilizatório, totalidades ou estruturas sociais cada vez mais complexas. A ação do trabalho é significativamente exteriorização de um sujeito. Essa transformação só acontece a partir de um dado desenvolvimento da individualidade. E a exteriorização da individualidade por consequência é também uma exteriorização de um determinado desenvolvimento social. Esse desenvolvimento social é engendrado pelo processo de objetivação e exteriorização onde trabalho e modos de racionalidade social se constituem dialeticamente através da generalização dos resultados objetivos e subjetivos. Quando os homens objetivam trabalho, a totalidade do ambiente, no qual está inserido o individuo também se transforma, pois ele está mudando aquilo que o constitui e possibilita-o mudar.
Ao dizermos novamente de subjetividade nesse contexto, significa que a subjetividade do trabalho vivo é fruto necessário do desenvolvimento do processo humano-genérico. Observa-se, portanto, que o trabalho e suas mediações e, sobretudo, suas formas de organização engendram a transformação constante da totalidade do complexo social e a sociabilidade, os vínculos e também de certa maneira a cultura, por sua vez, está incessantemente em movimento e sujeita a mudanças, mudando também o sujeito.
De acordo com Lukács (Lessa, 2002), a sociedade regulada pelas forças de produção sob o signo da mercadoria, é uma sociedade reificada, pois o homem não tem mais o domínio de seu produto. Vimos também que a totalidade social é o resultado de um acúmulo de sínteses abrangentes que vão do singular ao universal e essa universalidade pode aparecer de modo estranhado. Ou seja, essas mesmas estruturas e modos de funcionamento social se tornam reificados (coisificado; não pertence mais ao nosso controle) e exercem um poder determinante sobre a nossa própria constituição enquanto sujeitos. Assim, as nossas diferenças particulares estão no modo como cada um subjetiva as instituições e toda a ordem simbólica derivada dessa totalidade social.
A indagação determinante nesse momento é: como se dá a nível psíquico o processo de socialização, logo, de subjetivação na relação dialética entre sujeito e sociedade? E o que garante que sujeitos se tornem diferentes e singulares entre si e simultaneamente expressarem em suas particularidades a universalidade da ordem social e simbólica?
Seguindo essas indagações, observa-se que na obra Marxiana o tema da subjetividade parece não ter nenhum destaque. Obviamente Karl Marx não falou de ontologia e nem de subjetividade propriamente ditos. Alguns comentadores irão afirmar sua preferência pela primazia da objetividade ou o primado do objeto a despeito dos idealismos antecedentes a ele. Desse forma não há uma teoria do sujeito sistematizada na obra marxiana e nos marxismo de modo geral o tema da subjetividade foi sempre espinhoso. Justamente pela ênfase no materialismo julgou-se que a singularidade do sujeito teria sido ofuscada. Portanto, há um enorme desafio ao se propor uma discussão da dimensão subjetiva no marxismo. Acredita-se e aposta-se que na "grande Ontologia" de Lukács há subsídios consistentes para se fundamentar uma reflexão da subjetividade não só apenas como conceito opositivo à objetividade, mas como caracterizada por atributos afirmativos e positivos ancorada numa ontologia social.

Objetivos
Tendo em vista os argumentos apresentados até aqui, o presente pré-projeto visa esboçar a perspectiva de Lukács (ontologia do ser social) e o que se pode compreender a partir dela sobre as dimensões e expressões da subjetividade do real e do Homem. Tudo isso afim de contribuir para uma possível expansão dos conceitos críticos caros à psicologia.
Acredita-se assim, na possiblidade de apresentar a necessidade de uma epistemologia das ciências humanas que leve em conta a totalidade e dialética na compreensão do ser social e do fato psíquico. Além disso, espera-se ressaltar a importância de uma revisão teórica da categoria subjetividade que tenha fundamento ontológico capaz de compreender as possiblidades, limites e contradições do sujeito na realidade social. E, sobretudo, refletir sobre a exigência de uma crítica da subjetividade ancorada na crítica social, que sirva para o fortalecimento de uma psicologia crítica e politicamente comprometida.
Portanto, nosso escopo será explorar a obra "Para uma ontologia do ser social" na busca de uma reflexão sobra o conceito de Subjetividade, de modo a abordar o significado histórico do projeto da "Ontologia" de Lukács, bem como investigar quais os conceitos ou mesmos complexos próximos de nosso objeto que aparecem na "Ontologia"; Individualidade, Personalidade ou Subjetividade?
Nesse sentido pretende-se especificamente:
Descrever os momentos que aparecem a discussão ou referência aos conceitos Individualidade, Personalidade e Subjetividade. Identificar qual a compreensão que o autor expressa, explícita ou tacitamente, a respeito desses conceitos, assinalando suas diferenças ou similitudes. Assinalar qual a interpretação possível dentro da lógica interna da argumentação do texto e como essas definições se articulam num projeto teórico mais amplo do filósofo.
Compreender como os estudiosos da obra de Lukács pensaram ou pensam e tratam a subjetividade em sua obra; se interpretaram a dimensão subjetiva singular como individualidade ou personalidade e que compreensões são estas.
Por fim, tendo percorrido a "Ontologia" em si e também seus estudiosos, elaborar uma interpretação sobre as possíveis bases para uma concepção de subjetividade oriundas da ontologia materialista. Respondendo a pergunta: se a ontologia do ser social oferece bases para uma definição de subjetividade.

Pretende-se alcançar esses objetivos através de uma possível estrutura argumentativa, a saber:
Num primeiro momento rever algumas tentativas de articulação entre psicologia e marxismo que se debruçaram sobre a problemática da subjetividade e por conseguinte, as definições do conceito de sujeito e subjetividade oriundas a partir delas. Traçar uma reflexão sobre a problemática da subjetividade tanto para a psicologia, assim como para o marxismo.
Apresentar um panorama geral sobre a obra e o tempo de Lukács apoiando-se, além das obras de Sérgio Lessa, em outros trabalhos e pesquisas que contribuam para uma melhor compreensão de sua ontologia. Argumentar, nesse sentido, o quão relevante e imprescindível é retomar a ontologia marxista para as ciências humanas, principalmente para psicologia. E dessa forma, desenvolver o raciocínio das categorias principais da ontologia do ser social como objetivação, exteriorização e individuação, apoiando-se, dessa forma, na indagação se existe a discussão sobre a subjetividade na obra em questão.
Articular um possível diálogo de como a ontologia do ser social implica na ontologia da subjetividade. E como esta pode se fundamentar na concepção do ser histórico social e dialético. Portanto, desenvolver uma noção de subjetividade realmente crítica e que comporte as contradições da realidade social expressando suas limitações e inconsistências e, sobretudo, possiblidades.

Metodologia
O estudo poderá se desenvolver através da perspectiva materialista histórico e dialético, muito próxima da adotada pelos autores que aqui pretendemos pesquisar. Esta proposta se caracteriza fundamentalmente pela pesquisa bibliográfica, sendo que, os procedimento utilizados poderão ser: levantamento das fontes de consulta através de leituras exploratórias de modo a selecionar os livros, artigos e pesquisas de modo geral mais próximos à nossa temática. Após a seleção das obras que mais podem servir ao presente interesse, faz-se necessário realizar leituras analíticas, descritivas e explicativas. A utilização de fichamentos, sínteses e textos de apoio é essencial para a compreensão, organização e sistematização das ideias se desejamos uma interpretação mais rigorosa da ontologia marxista e das teorias da subjetividade.
Como procedimento de análise principal tem-se a análise imanente, que consiste basicamente em parte do método histórico sistemático de compreensão da realidade social desenvolvido por marxistas estudiosos de Lukács, como Sérgio Lessa (Lacerda, 2013). Como objetivo, a análise imanente busca apreender a compreensão do autor sobre o assunto do qual escreve, bem como entender os aspectos da realidade problematizados no texto, e o por último, mas não menos importante, apreender qual a função social do texto, ou seja, considerar o contexto sócio histórico, cultural ou ideológico pelo qual emergiu aquelas ideias (Costa, 2009; e Chasin, 2009 apoud Lacerda, 2013).

Atividades previstas
Durante a vigência da pós-graduação algumas atividades são imprescindíveis na preparação que antecedem a elaboração da dissertação tais como orientações metodológicas, consulta e seleção do material a ser pesquisado, leituras dirigidas, análises bibliográfica, possível elaboração de artigo ligado ao tema para publicação, bem como apresentação de trabalhos associados ao projeto de dissertação em eventos acadêmicos que possibilitem o intercâmbio com outros pesquisadores afim de ampliar o fluxo de conhecimentos.
Cronograma
Abaixo apresenta-se uma proposta preliminar de cronograma. Cada coluna refere-se um trimestre de atividades de pesquisa e cada linha indica o período planejado para realização de uma determinada atividade.
Quadro 1: Cronograma Preliminar de Atividades do Projeto de dissertação


1ºT
2ºT
3ºT
4ºT
5ºT
6ºT
7ºT
8ºT
1
Revisão e análise bibliog. – História da Psicologia








2
Revisão e análise bibliog. - Psicologia e Marxismo








3
Revisão e análise bibliog. - Psicologia e Marxismo








4
Revisão e análise bibliog. – Ontologia do Ser Social 1








5
Revisão e análise bibliog. – Ontologia do Ser Social 2








6
Revisão e análise bibliog. – Ontologia do Ser Social 3








7
Redação parcial e final da dissertação
























Referencias:
ALVES, G. Trabalho e subjetividade; o espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório. São Paulo: Boitempo, 2011.
HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
ILLOUZ, E. O amor nos tempos do capitalismo. Rio De Janeiro, Ed. Zahar, 2011. P.11
LACERDA, F. Capitalismo dependente e psicologia no Brasil: das alternativas à psicologia crítica. Teoría y crítica de la psicología 3, 216-263 (2013).

LESSA, S. Centralidade Ontológica do trabalho em Lukács. 2006.
LESSA, S. Porque uma ontologia no século XX? 2006.
LESSA, S. Mundo dos homens. São Paulo: Boitempo, 2002.
LUKÁCS, G. Para uma ontologia do ser social I. São Paulo: Boitempo, 2012.
MARX, K. O Capital; crítica da economia política. São Paulo: Editora Nova cultura, 1996.
OLIVEIRA, W. Subjetividade sob uma perspectiva histórico-cultural. ITECH-instituto de terapia e estudo do comportamento humano. Campinas. Sem Data.
PARKER, I. Cultura psicanalítica:
POLITZER. G. Crítica dos fundamentos da psicologia. Editora UNIMEP, 1998.
REALE, G. e ANTISERI, D. História da Filosofia, vol.4. São Paulo, Paulus. 2005.
RESENDE, A. Subjetividade: novas abordagens de antigas dicotomias. GT: Psicologia da educação/n.20.
REY, G. Sujeito e Subjetividade. São Paulo: Thomson, 2003.
REY, G. Pesquisa Qualitativa e Subjetividade. Os processos de construção da informação. São Paulo. Thomson, 2005.
REY, G. Epistemología y Ontología: un debate necesario para la Psicología hoy. Revista Diversitas – Perspectivas en Psicología. Vol. 5, No 2, 2009.

REY, G. O social na psicologia e a psicologia social. Petrópolis: editora Vozes, 2004.

SAFATLE, V. O estatuto da psicologia. Curso ministrado no instituto de Psicologia USP, 2007.
TAYLOR, C. As fontes do Self. A construção da identidade moderna. São Paulo: Loyola, 2005.


Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.