Ópera do Teio: materialização da festa como símbolo do poder régio

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LISBOA

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F E STA:

C el e b ra g 6Res eligioseas Civisn aC i d a dM e e deiv a e l M o d e rn a coLo o u toD r Hr s r 0Rt R E DE

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HIST ORIADA

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L I S B O A E A FES T A Celebragoes Religiosas e Civis na Cidade Medieval e Moderna Col6quio de Histdriae de Hist6riada Arte

ACTAS

ORGANIZA9AO:

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L I S B O A E A FE ST A Celebragoes Religiosas e Givis na Cidade Medieval e Moderna Col6qui0 de Historiae de Hist6rjada Arte

ACTAS C o o rd e n a E eo Teresa Leonor lVl.Vale l\,4aria JoaoPFerreira Silvia Ferreira

Lisboa,2009

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CCNARIO OS ISTAQOS Dd FES'TA: LISBOA COJIIO

osoutros' A festa do tedtro d Lisboa do slc' XVI: Gil Vicente e

fut t:anat

P 185

lo,toI i,7 P 19t) A festd dos toiros em Lisboa Resenbabistdrica' e o seuprograma icono-griiA entrada de Filipe 1l de Portugal em-Lisboaem 1581

t'irarrTno p 2{)1

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tedtral na Lisboa'dos Cidad.e,qnotidiano e espectdclo: lugdresde representagdo tdtd |l't''l^' G'!a tr slc los{VII e XVI , '

P' 223

do poder-ri8i9.' .4 Opera do Teio: nateridlizdqdo da festa como slmbolo tt;* can,t' iat. n,ai c:"*.1"'*i'in

P 231

inaciana de S Roque' Dr,.toeaoe recrcaeio:celebracde,na igreja "-ii.

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1747' de S. Camilo de Lilis na igreja do Hospital Realde Todos'oesanlos,em Festas 1 , 'u ' '

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Festioidadese cerimdniasna ColecadoBatbosaMacbado'

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do tema..das-'.'F\tes Entre o espelbo,a c6pia e a fruiqdo' As formas de apropriaqdo ' ('/r' )l r4amri p 313 li"ii'iiiii' oo po,,ug"'o Gdlantes" n,l ,xzuleidtlo

AlineGallasch-Hall, Boiseiru FCTDoLrioranda deEvorae Pedr0c0mesJanuerio, daUnlversldade FA,UTL

A OPERADO TEIO: materializagdo da festa comosfmbolo do poder r6gio INTRODUQAO Em Maio de 1743, D. Jono V 6 acometido de uma hemiplegia('. E*

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qu6nciadesencadeiase um processode sucessivasrestrig6esa quasetodos os tipos de entretenimento na corte e nos teatros.As inicas exceocdessio as cerimonias liturgicas('). Um pouco antes,em 1736, a princesa N{arianaVit6ria de Borbon escreve i sua mie Isabel Farndsio, rainha de Espanha, queixando-se da sua melancolia pelos sucessivose latgos periodos de luto da corte, sendo as classesde mrisica o seu r.inico escape(').Em 1743, a jovem princesa volta a relatar a quasc ineris t€ncia de divertimentos devido i doenga do rei. No cntanto, deixa transparecer oessamesma carta o desejoque, com o seu marido como rei, se possaproceder a uma mudanqa de politica cultutal, pois D. Josd nao apfecia tanto a Patriarcal como seu pait"'. Em 1750 DJono V morre, deixando em aberto um razio em termos de politica cultural, de culto i petsonaiidadee de afirmaEio erterior do Reino. A referSncia a Roma e i fipgra do Papa,tio fundamentaispara o "MagnAnimo", vio ser postas em causapelo jovem monarca) que percebe a oportunidade de se emancipar da figura paterna atrav6s de uma mudanqa de politica e de referentes. Nludanga que era apoiada por grande parte da corte, dos comerciantes estrangeiros resid c nt es c m Lis bo 2 . O " l o t e m p re s d ri o ste a tra i ." ' .

NOVA POLiTICA CULTURAL SeparaD.Joio V, o modelomusicalhaviasidoa capelapapal,paraD JosdI vio ser os divertimentos musicais,como nas principais casaseuropeirs, as caqadas e a mrisica. Deste modo, o novo monarca \.ai procurar delnear uma nova estratdgia de actuaqio ptivilegiando um g6nero musical que fosse simultaneamente do seu agrado pessoal, apreciado e reconhecido pelas outras casasreais, permitindolhe desta lblma afirmar se internacionalmente e e\pressar o seu requinte(o'. i\ sua escolha recaiu sobre o leneto h'ar//)/d per nrcicaqte era o mais difundido e aceitena Europa da primeira metade do sdc.X\IIII. Este g€nero tinha adquirido

231

A OPI.]RADO TEJO: IrAtDRrAr.tzacAo D^ i-tr:s.r.\corro sillBol'o

DO rroDutt REGrO

A OPERA DO II

o seu m6ximo esplendof com as obras de pietro Metastasio e tinha encontrado no Imperador Cados VI do Sacro Impdrio Romano Germinico um dos seus mais not6veis admiradores(7).

TAaEI-A 1 . Tabela

TEAfRo

A tomada de decisio do monarca pela 6pera i italiana preconizava um salto de vanguardaem termos culturais parr portugel. C,r.,tod,,,este ripo de espec

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ticulo exigia um conjunto de requisitos tdcnicos e artisticos associadosa um determinado lugar de fruigdo, lugar esseinexistente no pais(').Assim estavacriada

IL\ZZONl,

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PllREZ, l)arril

a necessidadee a vontade para se constuir um teatro de opera i italiana e mon_ tar uma companhia artistica onde so seriam admitidos os melhores execuranres,

BABI, Grcgono

C IU C C I, Gn,qnni !

nem que para isso o monarca tivessede dcspender t()da a sua fortuna(o).

C ON TI, Gi , , rc c h: C ON TI, r\i c c ,,lr

coNTRATAQ6ES

GALLIEN'1, Gru..l -

Para a constituigio do corprcattrsticoda 6pera em Lisboa, D Jos6 I rai recotrer a uma rede de conhecimentos e contactos montada por seu pai aquando das contrataE6espara o Semindrio da patriarcal e dos mrisicctsda Capela Real. Com o auxr'liodos embaixadoresportuguesese de especialistasque os coadjuvavam(,0), bem como do pr6prio Sebastiio Jos6 de Carvalho e Mello, que participa activa mente na contrataEio de Giovanni Cooa, Il GiiTielo,como o demonstra a cor respond6nciamantida secretamentecom o ernbaixadorportuguds em Roma,

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I{ARCHETTI. C;il, TVOREI-I-I,Giuscc I\{ANZOI.I, Gior.r RA-\FFJ\..* REYN'\, C-t.

Ant6nio Freire de Andtade Encerrabodes(").Outro dos interr.enientesneste processo foi Niccold Piaggro,futuro c6nsul de portugal em G6nova, cuja missio

S E R B OLLI)\I. P .

VACCAI, Frincesc'

era fechar as negociagdes com o arquitecto bolonh€s Giovanni Cado Sicinio Galli Bibiena(").

VF.ROilJrt** { LB E R TI, i \ndrur AI-ESSI, Don.nic,

OS ORDENADOS

DOS ARTISTAS

AI.rU,.\RD,Ii"BELLUZZI, D.,n.

Gragas a este esforgo foi possir,-ela contrataqao do compositor e Mestre napolitano David Perez como Mestre da Capela Real, Diredor dos Teatros Reais e professor de mdsica das Infantas("), com um ordenado anual de 2:000$000rs (dois contos de reis)('o). Outro dos compositores contrataclosfoi o bolonh€s Antcinio Nlazzoni, que compds La Cleneala,/i Tita e At1tiglnt para a Opera do Tejo em 1755(1').Se o ordcnado de perez era elevado, maiores eram as somas pagas aos castrados. No caso de Giovacchino Conti, il Gjl1l o, Nlanuel Cados cleBrito refere quc'b rci nio se tinha economizado nem a esforgos nem a despesaspara chamar ao seu servico estaestrelados palcos liricos euro_ peus '"0'.D. cro. mrrir.t.Jesr.t.corrrr.,raci,cr er.rmjf\enx:\para2s estrerac ou para uma estageooperistica,as quais costumaram durar entre dois a quaffo meses.

238

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MI(}TEI- P."., B Nl,Rl. Giomonr PIERI, Gaspar,

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A OFERA DO TNJO: NTATERIAIIZAQAO DA FESTA COMO SiMBOLO DO

RiGIO "ODI]R

De entfe os cantores que vieram para esfteias,destacam_seGregodo Babio?), Gaetano Guadagni pata A1rtigltt de 1755; Giovanni Marchetti pan t-a atene,l
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