Os artífices da faiança portuguesa no último terço do século XVIII

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Os artífices da faiança portuguesa no último terço do século XVIII Edgar Vigário Outubro 2017

Resumo Um guia do conjunto de artífices, proprietários e mestres que definiram a produção de faiança portuguesa no último terço do século XVIII.

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Figura 1: Fábrica de faiança no século XVIII (imagem extraída de Arts de La Céramique - Paris).

Índice Almeida, João Anastácio Botelho de (: 1816) Almeida, José Baptista de (:) Almeida, Sebastião Inácio de (1727 : 1779) Andrade, Henrique Francisco de (:) Berardi, António (:) Berardi, João (:) Brioso, Manuel da Costa (1708 : 1773) Brioso, Manuel da Costa (:) Brito, Bento José Gomes de (:) Brunetto, Tomás (:) Castro, Manuel José de (:) Costa, Francisco Jorge da (: 1829) Cota, Francisco Gomes (:) Fonseca, José Luís Fernandes da (:) Franco, Joaquim Simpliciano (:) Gavixo, Sebastião Lopes (:) Góis, Manuel António de (1732 :1790) Gonçalves, João (:) Guedes, João Bernardo (:) Henriques, Luís Soares (:) Lemos, Carlos de Araújo (:)

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Lima, João Araújo (:) Matos, Amaro dos Reis e (:) Nascimento, Manuel José do (:) Oliveira, Francisco de Paula e (:) Paulette , Paulo (:) Pinheiro, João (:) Regala, João (:) Rocha, Francisco Soares da (: 1829) Rocha, João Bento da (:) Rocha, João da (: 1779) Rosa, Luís Freme da (:) Rossi, Jerónimo (: 1821) Sampaio, José Rodrigues Branco de Mello (:) Santos, Joaquim Ribeiro dos (:) São Francisco, Bento Fernandes de (:) Silva, Severino José da (: 1797) Sousa, Bento João Ferreira (:) Sousa, José Rodrigues da Silva e (:1824) Vandelli, Domingos (1735 : 1816) Veroli, José (:) Zagallo, José Joaquim Pereira (:)

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Introdução A ascensão ao poder do futuro Marquês de Pombal e a sua política de desenvolvimento industrial originou, a partir de 1759, a criação de diversas fábricas anexas à Fábrica das Sedas1 com o intuito de reduzir as importações de consumíveis e de mão-de-obra especializada [Cochicho 2015]. Entre estas fábricas encontrava-se a Real Fábrica de

Louça (ao Rato) criada em 1767 e que se tornaria num marco da produção portuguesa de faiança, quer pelas tendências artísticas que desenvolveu quer pelos artífices que ai trabalharam ou que formou. Contudo, nem Lisboa nem a Real Fábrica de Louça foram pioneiras, tendo 4 anos antes sido criada no Porto a Fábrica de Massarelos que em conjunto com outras quatro fábricas posteriores praticamente ditaram a produção nortenha neste período e na primeira metade do século seguinte2. Também noutros pontos do país surgiram as fábricas do Juncal (1770 : 1870), de Estremoz (1773 : 1808), do Cojo (1774 : 182?) e as coimbrãs de Manuel da Costa Brioso (1777 : 1799) e do Rossio de Santa Clara (1784 : 1800), com o intuito de aproveitar as boas condições oferecidas pela legislação do Marquês que em 1770 proibiu a importação de louça estrangeira, à exceção da trazida da Índia e China em barcos portugueses, e aboliu os seus direitos de exportação. Neste guia estão listados os artífices, proprietários e mestres responsáveis pela produção neste período recolhidos na bibliografia citada nas referências. Artífices Almeida, João Anastácio Botelho de (: 1816) - O primeiro diretor artístico da Real Fábrica de Louça a ser escolhido pela administração da Junta do Comércio teve uma gestão que decorreu entre 1780 e 1814 caracterizada pela saúde financeira na qual a fábrica obteve lucros. Na realidade e não obstante o embargo à louça inglesa ter acabado em 1783 a prosperidade estendeu-se por toda a Lisboa

D. João V autorizou a instalação em Lisboa da Companhia das Sedas em 25 de fevereiro de 1734 que se manteve com uma administração privada até 14 de maio de 1750 quando um conjunto de condições determinou a sua aquisição pela coroa portuguesa. Renomeada Real Fábrica das Sedas, a ascensão ao poder do futuro Marquês de Pombal e a sua politica de desenvolvimento industrial originou em 1759 a criação de diversas fábricas anexas com o intuito de reduzir as importações de consumíveis e no futuro de mão de obra especializada [Cochicho 2015]. 2 As fábricas de Miragaia (1775 : 1852) e Cavaquinho (1780 : 190?) no Porto, Santo António do Vale da Piedade (1785 : 193?) em Vila Nova de Gaia e a Fábrica Darque ou de Viana (1774 : 1850) em Darque. 1

estando durante este período diversas fábricas em atividade3. Botelho de Almeida transformou a tendência produtiva da fábrica que passou a ser vocacionada para a louça comum, embora durante a sua direção tenham também surgido novas tipologias de objetos para espaços interiores tais como as estufas. [Sequeira 1922]. Os últimos tempos da sua administração foram contudo turbulentos devido à presença do mestre Joaquim Milagres, uma personagem que contava com o suporte do rei e da corte e se autointitulava como o inventor de um novo tipo de louça4.

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Figura 2: Painel de azulejos; faiança; período de João Anastácio Botelho de Almeida; Real Fábrica de Louça (Rato); 1780 - 1790; 83 x 154 cm; © DGPC.

Almeida, José Baptista de (:) - Irmão de Sebastião Inácio de Almeida foi mestre modelador na Real Fábrica de Louça entre 1771 e 1779 e nomeado capataz em 1783. A administração da Junta considerava-o um bom e honrado oficial "eminente na arte de fazer modelos de bom gosto" [Sequeira 1922]. Almeida, Sebastião Inácio de (1727 : 1779) - Filho do pintor de azulejos Valentim de Almeida5 figura como credor de Bartolomeu Antunes nos autos de partilhas do mestre ladrilhador datados de 1753 [Mangucci 2003]. Em 1771 foi contratado como mestre da Real Fábrica de Louça após o despedimento de Tomás Brunetto e durante o período em que ocupou o cargo, de 1771 a 1779, a fábrica manteve como principal tendência a produção artística embora tenha surgido uma mudança de estilo que resultou no abandono das grandes peças policromáticas em favor de peças mais delicadas em azul e branco fortemente inspiradas na produção de Rouen [Queiroz 1907].

Em 1790 estavam ativas as fábricas: de Paulette, na Travessa dos Ladrões; Santo Amaro, de Henrique Francisco de Andrade & Cia; Romão dos Púcaros, na Calçada de Agostinho de Carvalho e até 1813 foram construídas: Fábrica da Calçada do Monte (1793); Travessa da Belavista à Lapa (1794); Castelo Picão (1794); Real Fábrica da Bica do Sapato (1796); Largo das Olarias (1800); Travessa do Pé de Ferro (1813) [Sequeira 1922]. 4 Milagres, começou a fabricar o tipo de louça na Fábrica do Castelo Picão, no entanto, ele nunca produziu pó de pedra como afirmava mas faiança [Sequeira 1922]. 5 Sobre Valentim de Almeida ver por exemplo [Mangucci 2014]. 3

Na fase inicial da sua gestão Almeida iniciou a produção de azulejaria seriada6 e contratou novos artífices como os pintores João Berardi e seu filho António Berardi embora estes, juntamento a Severino José da Silva, e um oficial do armazém tenham sido despedidos pouco tempo depois, em 1773, possivelmente devido a vendas ilegais [Sequeira 1922]. Em 1775 propôs a compra da produção da fábrica com os privilégios da sua venda e o exclusivo da extração de barro nos terrenos do Colégio dos Nobres o que foi aceite pela administração da Junta em 1777 tendo-lhe sido entregue a exploração do estabelecimento fabril por um período de dez anos. Além da implementação da produção regular de azulejaria, durante o seu período foram construídos novos fornos, introduzida uma fórmula de vidrado e dinamizada a formação, estando inscritos em 1772 cinquenta e nove aprendizes para serem formados como oleiros ou pintores de louça com um domínio na preparação dos vidrados e tintas cerâmicas7 [Mangucci, Leitão 2017].

Brioso, Manuel da Costa (1708 - 1773) - Primo do homónimo que posteriormente dirigiu a Fábrica da Telha Vidrada8 e provavelmente o ceramista que mais contribuiu para a atribuição da típica produção cerâmica aquela família foi identificado no final do século XIX por António Augusto Gonçalves que o definiu como o patriarca de uma geração de oleiros já extinta. Nascido em cerca de 1708 casou com a viúva de Agostinho Paiva, Engrácia Maria e faleceu em 1773. Brioso, Manuel da Costa (:) - Cerca de 1779 foi o presumível fundador de uma fábrica de faiança em Coimbra, distinguindo-se as suas peças pela forte tonalidade do vidrado que como referiu Queiroz [Queiroz 1907]: “por vezes atinge a meia tinta e em peças decoradas exclusivamente a azul a classificação francesa de ton sur ton”. De facto, a produção cerâmica da família Brioso remontava ao século XVII e as produções como as peças ao estilo rococó assinadas Briozo com características da produção da Fábrica da Telha Vidrada de que Brioso foi administrador entre Julho de 1775 e Abril de 1776 são habitualmente referidas com Brioso de segunda época.

Figura 3: Travessa; faiança; Sebastião de Almeida; Real Fábrica de Louça (Rato); 1771 - 1779; 5 x 34 x 44 cm; © DGPC.

Andrade, Henrique Francisco de (:) - Em 1789 era o proprietário da Fábrica da Calçada de Santo Amaro (1789 - ?) [Sequeira 1922] que segundo uma consulta da Junta do Comércio continha trabalhadores competentes e uma produção de qualidade [Queiroz]. Berardi, António (:) - Filho de João Berardi e pintor da Real Fábrica de Louça entre 1771 a 1773, ano em que foi despedido em conjunto com o seu pai, Severino José da Silva e um oficial de armazém [Sequeira 1922]. Existem também referências ao seu trabalho como pintor nas salas do Trono e da Música no palácio de Queluz. Berardi, João (:) - Pintor da Real Fábrica de Louça de 1771 a 1773 [Sequeira 1922].

Tal como a restante produção cerâmica era produzida seguindo um modelo pré-determinado pelo diretor artístico. 7 A fábrica obedecia assim a uma estrutura fortemente hierarquizada com a conceção artística afastada da execução e estando para os aprendizes o desenho circunscrito à cópia de gravuras, considerado na altura, como um dos primeiros estágios do aprendizado artístico [Mangucci, Leitão 2017].

Figura 4: Travessa; faiança; Manuel da Costa Brioso; 1779; 37 x 25 cm; © DGPC.

A possibilidade de após 1784 Manuel da Costa Brioso ter trabalhado com Vandelli na fábrica do Rossio de Santa Clara é uma questão que ainda não foi esclarecida. Brito, Bento José Gomes de (:) - Fundador da Fábrica da Calçada da Senhora do Monte em 1793 [Sequeira 1922]. Brunetto, Tomás (:) - Embora seja descrito por Queiroz como um turinês residente em Lisboa [Queiroz 1907], pouco se sabe de Tomás Brunetto antes de ter sido contratado em 1767 pela administração da Fábrica das Sedas como mestre da nova unidade para a produção de louça, a Real Fábrica de Louça (ao Rato), uma unidade que tinha como objetivo concorrer as importações de faianças europeias e a porcelana oriental.

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Fábrica ativa entre 1733 e 1777 dedicada ao fabrico de tijolos e azulejos utilizados nas obras da Universidade de Coimbra mas também distribuídos através do porto da Figueira da Foz. 8

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Ajudado pelo seu genro José Veroli9 e pelo mestre de roda Severino José da Silva, Brunetto iniciou uma produção de luxo onde se destaca os grandes serviços de mesa e peças trompe-l’œil inspiradas nas porcelana chinesa de exportação seguindo o estilo da produção de Paul Antoine Hannong na Fábrica de Estrasburgo.

Figura 5: Terrina; faiança; Tomás Brunetto; Real Fábrica de Louça; 1767-1771; © Leiloeira Palácio do Correio Velho.

Previamente, nos últimos meses de 1769, a fábrica tinha iniciado a produção de esculturas para exteriores da qual manteve o monopólio durante o século XVIII e os princípios do XIX10. Por fim, em 1771, Brunetto foi despedido, e com ele Veroli [Queiroz 1907]. Castro, Manuel José de (:) - Residente na freguesia de Massarelos foi primeiro contramestre e mestre de roda da Fábrica de Santo António do Vale da Piedade entre janeiro de 1885 e outubro de 1887. Nesta última data, em mútuo acordo com Jeronimo Rossi renunciou ao contrato que tinham previamente estabelecido por um período de 15 anos [Sousa 2013]. Costa, Francisco Jorge da (: 1829) - Muitas vezes citado na bibliografia como pintor de azulejos ligado à Real Fábrica de Louça, ao Rato, Francisco Jorge da Costa terá sido todavia um mestre ladrilhador que possuiu o cargo de Mestre Azulejador da Casa do Infantado e da Real Casa das Obras.

No entanto, as relações com a administração nunca foram boas e em Abril de 1770 esta enviou um relatório ao Conde de Oeiras acusando-o de ser um líder errático, que despedia e admitia operários sem razão nem consentimento, e um artista de baixo nível que frequentemente assinava o trabalho feito por Severino José Silva [Sequeira 1922]. Redigiu também uma ordem, subscrita pelo Marquês, estipulando um conjunto de condições que Brunetto era impelido a cumprir: prevenir a contabilidade sempre que fazia uma fornada; ter uma folha de pagamento semanal; efetuar um inventário mensal; não vender ou fiar louça; não despedir, contratar ou aumentar salários sem o consentimento da administração [Sequeira 1922].

Figura 6: Estátua de Neptuno; faiança; período de Tomás Brunetto; Real Fábrica de Louça; 1767-1771; 90 x 29 x 28 cm; © IMC/MC.

Tudo indica que Severino José da Silva tinha previamente trabalhado na Oficina de Santo Amaro aonde voltou após ter sido despedido em 1769. Embora despedido em 1769, Severino posteriormente trabalhou diversas vezes na fábrica [Sequeira 1922]. 9

Figura 7: Pormenor do revestimento no corredor da Sala das Mangas representando a América; 1784; Palácio Nacional de Queluz; © DGPC.

Sobre ele, existem como referências cronológicas: a sua residência na Rua das Trinas em Lisboa; a entrada para a Irmandade de São José dos Carpinteiros como oficial de ladrilhador em 1777; os revestimentos cerâmicos do Estas esculturas eram na sua maioria brancas, mimetizando a manufatura em pedra, e de evocação clássica representando divindades e personagens da mitologia greco-romana [Pais 2012]. 10

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Convento do Santíssimo Coração de Jesus no bairro lisboeta da Estrela entre 1781 e 1792; os revestimentos cerâmicos no corredor da Sala das Mangas do Palácio Nacional em Queluz em 1784; os revestimentos cerâmicos no Paço Real de Samora Correia em 1787 onde colocou azulejos destinados a Queluz por ordem de Manuel Caetano de Sousa; a sua designação como mestre azulejador da Real Casa do Infantado e da Real Casa das Obras, em 1796, quando foi fiador do mestre pedreiro Francisco Fernandes para a construção do muro da cerca das carmelitas do convento dos Cardais. Cota, Francisco Gomes (:) - Proprietário em 1793 da Fábrica da Calçada da Senhora do Monte sobre a qual Domingos Vandelli observou que a sus louça superava a das outras fábricas além de produzir também excelentes azulejos e faiança [Sequeira 1922]. Fonseca, José Fernandes da (:) - O coimbrense que ingressou na fábrica em 1778, se ocupou da administração em 1781 e se tornou sócio aquando do reatamento da fábrica em 1811 após as invasões francesas. Com a sua chegada à fábrica registada no único livro de matrícula que se conhece, aparece como natural do Raxal do Bispo em Coimbra, com experiência adquirida nas oficinas do ceramista Brioso e ingressado no Juncal para benefício da fábrica e a fazer manobrar.

Figura 9: Lavanda (o único exemplar assinado conhecido desta fábrica); faiança; Fábrica da Bica do Sapato; 1796.

Gavicho, Sebastião Lopes (:) - Primeiro mestre da Fábrica de Miragaia em 1775 e uma personagem cujo currículo reflete o modo de emprego na industria cerâmica setecentista em Portugal. Gavicho fez o seu exame para mestre na Real Fábrica de Louça ao Rato em novembro de 1775 tendo tido como avaliador Sebastião Inácio de Almeida, na altura o mestre daquela fábrica.

Figura 10: Terrina; faiança; Fábrica de Miragaia; séc. XVIII; © DGPC.

Figura 8: Jarras de altar com elementos decorativos ampliados; faiança; Real Fábrica do Juncal; séc. XVIII; 15 x 25, 13 x 22, 11 x 20, 8 x 11.5 cm; © Museu Municipal de Leiria.

Foi também após o seu ingresso que começaram a ser manufaturadas as peças com fetos e fogos de artifício que atualmente mais distinguem a produção desta unidade. Franco, Joaquim Simpliciano (:) - Primeiro mestre da Real Fábrica da Bica do Sapato, fez um requerimento ao rei pedindo os privilégios e isenções concedidos aos professores das manufaturas reais em dezembro 1796. Apesar de a fábrica ter recebido o sobrenome real, a Franco foram-lhe negados os privilégios por a Junta considerar que os produtos da fábrica não eram superiores aos das outras e de que o mestre não detinha aptidões remarcáveis [Queiroz 1907].

Embora não o considerando excelente em todas as matérias Almeida aprovou-o traçando nos apontamentos que retirou o percurso profissional de Gavicho. Assim, sabemos que Gavicho, na altura um mestre pintor, já tinha previamente trabalhado numa fábrica do Porto, possivelmente Massarelos, e na Real Fábrica de Louça durante o período de Brunetto tendo sido ele que aí tinha ensinado a preparar e vidrar as peças [Fernandes 2008]. Depois disso numa fábrica em Estremoz e voltado ao Porto onde residia e era casado a pedido de João da Rocha e sobrinho para iniciar a Fábrica de Miragaia [Fernandes 2008] [Mangucci 2008]. Góis, Manuel António de (1732 : 1790) - Foi identificado por Cirilo Volkmar Machado como pintor de azulejos na Real Fábrica de louça (ao Rato) durante o período em que o Marquês de Pombal era primeiro-ministro embora não existam provas documentais que o corroborem [Mangucci et al 2017]. São-lhe também pelo mesmo autor atribuídas obras em Torres Vedras na casa do Despacho da Irmandade dos Clérigos Pobres, na Igreja de São Pedro, os

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4 Evangelistas, da Vila da Ericeira; e em Mortágua [Mangucci et al 2017]. Gonçalves, João (:) - Oficial de roda, de 1767 a 1770 na Real Fábrica do Rato. Neste ano foi para a fábrica de Paulo Paulette [Sequeira 1922].

como o retrato da princesa D. Carlota Joaquina produzido muito provavelmente durante a primeira década do século XIX [Mangucci, Leitão 2017].

Guedes, João Bernardo (:) - O segundo marido de D. Joana Eufrásia Mesquita, proprietária da Quinta de Vale de Amores, onde a fábrica foi implementada, fundou a primeira Fábrica do Cavaquinho em 1780 numa sociedade com Severino José da Silva e Diogo José de Araújo. Mais tarde, em 1786, já viúvo e único herdeiro estabeleceu uma sociedade com Diogo de Araújo e Domingos Vandelli para criar, junto à primeira fábrica, uma unidade de louça em pó de pedra.

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Esta nova unidade obtém o alvará em 1787 e inicia a produção em 1790 mas com um sucesso que origina a união das duas unidades que passam ambas a produzir póde-pedra. Henriques, Luís Soares (:) - Fundador da Real Fábrica da Bica do Sapato em 1796, requereu, nesse mesmo ano, o epiteto real que lhe foi concedido em fevereiro de 1787. Lemos, Carlos de Araújo (:) - Cofundador em 1774 da Fábrica de Darque ou Fábrica de Viana. Lima, João Araújo (:) - Cofundador em 1774 da Fábrica de Darque ou Fábrica de Viana. Matos, Amaro dos Reis e (:) - Primeiro mestre da seção de pintura da Fábrica de Santo António do Vale da Piedade, residente em freguesia de Massarelos [Sousa 2013]. Nascimento, Manuel José do (:) - Mestre da Real Fábrica de Louça entre 1780 e 1785 [Mangucci et al 2017] teria previamente trabalhado na Fábrica de Robillion em Queluz11 [Sequeira 1922] estando documentadas, a sua participação na pintura do Pavilhão Robillion em conjunto com António Berardi e Manuel da Costa datada de 1774 e a participação nalguns trabalhos das salas, do Trono e dos Embaixadores. Exemplo da produção azulejar durante o período em que foi mestre será a decoração da Ermida de Nossa Senhora de Monserrate no Aqueduto das Águas Livres que privilegiava "os painéis de cabeceiras recortadas com emolduramentos rococó" [Mangucci et al 2017]. Oliveira, Francisco de Paula e (:) - Segundo Sequeira começou a trabalhar na Real Fábrica de Louça em 1774 embora Mangucci lhe atribua uma atividade compreendida 1788 e 1825 [Manguci 2017]. Especializou-se no fabrico de azulejos e muitas das fachadas e interiores dos prédios lisboetas guarnecidos pela fábrica foram por ele pintados se acreditarmos na sua palavra [Sequeira 1922], atualmente contudo, são-lhe atribuídas diversas obras que fugiam à comum produção de azulejaria padrão

Figura 11: Painel de azulejos representando do Altar de Nossa Senhora da Salvação; atribuído a Francisco de Paula e Oliveira; Hospital de Santa Marta em Lisboa; © DGPC.

Paula e Oliveira deteve o exclusivo da produção de azulejos na fábrica e era seu mestre desde 10 de novembro de 1817, um pouco antes da morte de Milagres, no entanto, a disputa em que se envolveu com o administrador Alexandre Vandelli12 conduziu ao seu despedimento em 16 de abril de 1822 [Sequeira 1922]. Paulette , Paulo (:) - De origem italiana, em julho de 1769 obteve a permissão para estabelecer uma fábrica de faiança com o privilégio de dez anos de isenção de impostos, desde que mantivesse quatro aprendizes portugueses e não empregasse estrangeiros à exceção dos seu irmãos se desejassem trabalhar em Portugal. A sua política contratual, que oferecia melhores salários, originou uma série de complicações até uma nova cláusula impedindo a contração de antigos operários das oficinas da Real Fábrica de Louça ter sido aditada ao seu contrato [Sequeira 1922]. Pinheiro, João (:) - Oficial de roda, de 1767 a 1770 na Real Fábrica de Louça. Neste ano foi para a fábrica de Paulo Paulette [Sequeira 1922]. Regala, João (:) - Pintor da Real Fábrica do Cojo, em Aveiro, nos últimos anos do século XVIII [Queiroz 1907].

O filho de Domingos Vandelli que foi nomeado administrador da Real Fábrica de Louça em 8 de abril de 1818. 12

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Que funcionou de 1782 a 1787 [Sequeira 1922].

Rocha, João da (:) - Fundador Fábrica de Miragaia em 1775. Em 1782 foi-lhe concedida, bem como ao seu sobrinho, a isenção dos direitos de entrada para os materiais necessários à fabricação de faianças [Sequeira 1922]. Rocha, João Bento da (:) - Sobrinho de João da Rocha e cofundador Fábrica de Miragaia em 1775. Rosa, Luís Freme da (:) - Mestre e proprietário da Fábrica de Estremoz em 1792 sendo a produção assinalada por elementos decorativos florais e representações de paisagens neoclássicas [Mangucci 2008].

Sampaio, José Rodrigues Branco de Mello (:) - Fundador da Fábrica do Cojo em 1774. Santos, Joaquim Ribeiro dos (:) - Um antigo oficial da Fábrica do Cavaquinho fundador da Fábrica da Afurada em 1789. São Francisco, Bento Fernandes de (:) - Mestre da Fábrica do Cavaquinho em 1793 enviado de Coimbra como homem de confiança de Domingos Vandelli. Silva, Manuel Duarte (1724 : 1777) - Fundador da Fábrica de Massarelos em 1764. Silva, Severino José da (: 1797) - O mestre fundador da Real Fábrica do Cavaquinho na Quinta do Vale de Amores em 1780, para a qual recebeu alvará régio em 1779 iniciou o seu percurso em Lisboa. Entre 1767 e 1771 foi mestre de roda da Real Fábrica de Louça e após o despedimento de Brunetto acumulou os cargos de mestre de laboratório e contramestre até 1773, altura em que por sua vez foi também despedido em conjunto com os pintores Berardi e um oficial de armazém possivelmente por vendas ilegais.

Figura 12: Leiteira; faiança; Fábrica de Estremoz; 1795 - 1805; © DGPC.

Rossi, Jerónimo (: 1821) - Primeiro proprietário da Fábrica de Santo António do Vale da Piedade que fundou em 1785. O genovês, na altura um homem de negócios sediado no Porto e mais tarde o vice-cônsul do Reino da Sardenha na mesma cidade [Sousa 2013]. Rossi obteve a licença para a abertura duma fábrica de louça fina em Gaia em junho de 1784, tendo como obrigação instruir seis aprendizes nacionais sem nenhuma reserva durante 5 anos, tendo contratado, por um período de 15 anos, como mestre de roda e contramestre Manuel José Castro e por igual período como mestre da seção de pintura Amaro dos Reis e Matos [Sousa 2013].

Figura 14: Travessa; faiança; atribuída a Severino José Silva; Real Fábrica do Cavaquinho; 1780 - 1786; © Coleção Pereira Sampaio.

Rumou ao Porto onde trabalhou na Fábrica de Massarelos até estabelecer a primeira das fábricas do Cavaquinho, destinada à produção de faiança, onde se mantém provavelmente até 1786, data em que é referenciado por Queiroz como mestre da Fábrica de Santo Amaro em Lisboa [Queiroz 1907]. Cerca de 1791 reingressa na Real Fábrica de Louça sendo em 1792 o mestre da seção de pintura [Sequeira 1922]. Soares, Francisco da Rocha (: 1829) - Em 1779 falece João da Rocha deixando a fábrica para seu sobrinho Francisco da Rocha Soares que na altura vivia no Brasil. Francisco começou a frequentar as feiras e mercados de província e com o resultante aumento das vendas dispôs de capital para arrendar outras fábricas do Porto e Gaia e praticamente controlar a produção nortenha na segunda década do século XIX.

Figura 13: Bilha de segredo; faiança; Fábrica de Sto. António do Vale da Piedade; séc. XVIII; 23,5 cm; © Leiloeira Cabral Moncada.

Sousa, Bento João Ferreira (:) - O administrador da Fábrica do Cojo em julho de 1779 para a qual obteve o epíteto de Real em março de 1790 [Sampaio 2012].

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Sousa, José Rodrigues da Silva e (:) - Um natural de Milagres no distrito de Leiria embora filho de reconhecidos artistas da região tendo o seu pai e avô dirigido a construção do Santuário dos Milagres [Bártolo et al 2012]. Silva e Sousa fundou a Fábrica do Juncal em 1770 e ao que tudo indica foi quem lhe ditou a tendência artística no seu período inicial13 com uma decoração caracterizada por motivos paisagísticos de influência oriental ou de índole barroca [Bártolo et al 2012] existindo nas igrejas do Juncal e dos Milagres painéis de azulejos por ele assinados.

porta tendo em 1786 Rodrigues recebido o título de Monteiro-Mor de Vila de Rei. Durante as Invasões Francesas a fábrica foi destruída mas em 1811 Rodrigues reconstruiu-a em sociedade com José Luís Fernandes da Fonseca15. A sociedade foi oficializada em 1823 e em 1824 após a morte de Rodrigues a fábrica passou para a posse do seu associado. Vandelli, Domingos (1735 : 1816) - Nascido em Pádua em 1735 numa família da nobreza veneziana formou-se em Medicina em 1756 e cedo alcançou a fama como académico. Em 1764 veio para Portugal a convite do Marquês de Pombal para ensinar no Real Colégio dos Nobres, tendo posteriormente em 1772 sido lente de Química e História Natural na Faculdade de Coimbra durante a reforma universitária encetada pelo mesmo dirigente.

Figura 15: Painel de azulejos na Igreja de Milagres, Leiria; faiança; Fábrica do Juncal; José Rodrigues da Silva e Sousa; 1795; © Site Milagres-Leiria, Rui Pina.

Figura 17: Terrina; faiança; Domingos Vandelli; Fábrica do Rossio de Santa Clara; 1784; 23 x 32 cm; © DGPC.

Figura 16: Prato circular com ampliação do elemento decorativo na bordadura; faiança; Fábrica do Juncal; séc. XVIII; 30,5 cm; © Museu Municipal de Leiria.

De facto, o fundador soube aproveitar as condições estratégicas do local, uma terra rica em argilas situada nas proximidades da Estrada Real que ligava Lisboa ao Porto14, ou seja, um local rico em matéria-prima e de fácil escoamento dos produtos. Em 1872 requereu o uso das armas reais que lhe foi concedido em 28 de setembro de 1784 e a fábrica pode usar as Armas Reais na soleira da Queiroz aventou a possibilidade da fábrica ter tido como apoio estadal a deslocação de obreiros da Fábrica do Rato, embora não tenha encontrado provas documentais [Queiroz 1907]. 14 Queiroz refere que a matéria prima era extraída dos barreiros da Cumeira-Juncal e do Casal da Luiza-S. Pedro, tendo na sua generalidade uma cor levemente amarelada e que depois de cozida adquiriria uma tonalidade fortemente vermelhada devido às partículas ferruginosas da argila [Queiroz 1907]. 13

Em 1784 fundou a Fábrica do Rossio de Santa Clara, não estando ainda esclarecido se com ou sem a ajuda de Manuel da Costa Brioso, distinguindo-se a produção que recebeu o apelido de “louça de Vandelles” pelo branco imaculado e um vidrado de tom alaranjado [Alcoforado et al 2008] resultante dos aperfeiçoamentos nas pastas, tintas e vidrados alcançados por intermédio de experiencias em laboratório [Santos et al 2009]. Em 1786 associou-se aos proprietários da Real Fábrica do Cavaquinho para o estabelecimento de uma nova unidade de produção de louça em pó de pedra da qual obtiveram o alvará em 1787. A produção iniciou-se em 1790 e em 1792 a fábrica foi agraciada com a isenção dos direitos de entrada dos materiais necessários à produção [Sequeira 1922]. De facto, as iniciativas de Vandelli foram pródigas na angariação de privilégios tendo para a fábrica do Rossio de Santa Clara obtido: em 7 de Fevereiro de 1787, o privilégio exclusivo de venda para as províncias da Beira e Minho com a permissão de tirar gratuitamente dos terrenos do Estado os materiais que necessitasse; em 20 de Fevereiro de 1788, o arrendamento pela Câmara de Coimbra do

Que na altura era o administrador da fábrica e estava casado com uma das sobrinhas do proprietário. 15

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terreno requerido ao seu aumento e em 6 de Setembro de 1792, um estatuto equiparado ao da Real Fábrica das Sedas. Apesar da sua extensa obra científica e trabalho em prol da indústria portuguesa durante as invasões francesas foi acusado de cumplicidade com o invasor e exilado com o seu filho mais velho na ilha Terceira em 1810. Daí passados poucos meses foi para Inglaterra tendo voltado a Portugal em 1815 e falecido no ano seguinte em 27 junho 1816. Veroli, José (:) - Genro de Tomás Brunetto e capataz da Real Fábrica de Louça de 1767 a 1771. Aquando do seu despedimento requereu um certificado de incompetência à administração devido ao seu trabalho na fábrica ser muito diferente da sua habitual profissão de camareiro [Sequeira 1922]. Apesar deste certificado, Veroli ainda estabeleceu, no ano seguinte, uma fábrica em Belas mas sem as isenções e privilégios que eram dados à concorrência esta manteve-se em atividade pouco tempo tendo posteriormente aberto uma casa de pasto [Queiroz 1907].

[Fernandes 2008] Isabel Maria Fernandes; O Livro de Receitas da Fábrica de Miragaia: um mundo colorido; Universidade do Minho; http://hdl.handle.net/1822/12473; 2008. [Mangucci 2003] Celso Mangucci; A estratégia de Bartolomeu Antunes, mestre ladrilhador do paço (1688-1753); Al-Madan; 2.ª série (12) dezembro; https://www.academia.edu/5923298/A_estrat%C3%A9gia_de_B artolomeu_Antunes_mestre_ladrilhador_do_pa%C3%A7o_16881753_; 2003. [Mangucci 2008] Celso Mangucci; Catálogo da Exposição do Centro de Artes e Ofícios Tradicionais; Texto de introdução e catálogo da exposição "Marcas de Identidade" do Centro de Artes e Ofícios Tradicionais de Évora; https://www.academia.edu/5932367/Cat%C3%A1logo_da_Expo si%C3%A7%C3%A3o_do_Centro_de_Artes_e_Of%C3%ADcios_Tra dicionais; 2008. [Mangucci 2014] Celso Mangucci; Valentim de Almeida, a pleasant painter of "países" | Valentim de Almeida agradável pintor de países. The exotic is never at home? The presence of China in the Portuguese faiance and azulejo (17th-18th centuries); Valentim de Almeida, a pleasant painter of "países" | Valentim de Almeida agradável pintor de países. The exotic is never at home? The presence of China in the Portuguese faiance and azulejo (17th18th centuries); 2014. [Mangucci et al 2017] Celso Mangucci, Maria Alexandra Trindade Gago da Câmara, Teresa Verão; No vão do quinto Arco das Águas Livres. Os azulejos da Fábrica do Rato para a Ermida de Nossa Senhora de Monserrate; Lisboa, Cadernos do Arquivo Municipal; 2ª Série, n.º 7, pag. 171 - 191; 2017.

Figura 18: Terrina em forma goraz atribuída por Sandão a Jose Veroli; faiança; séc. XVIII; © [Sandão 1966].

Em 1776 arrematou num leilão, que ocorreu na Real Fábrica de Louça (ao Rato), 60 lotes da produção de Brunetto [Sequeira 1922]. Zagallo, José Joaquim Pereira (:) - Proprietário da Fábrica na Travessa dos Ladrões em 1789. Referências [Alcoforado et al 2008] Ana Alcoforado, António Pacheco; Cerâmica de Coimbra séc. XVI a XX; Catálogo de Exposição; Museu Nacional Machado de Castro; Coimbra; http://www.museumachadocastro.pt/Data/Documents/cat%C3 %A1logo%C2%AECer%C3%A2mica2.pdf; 2008. [Bártolo et al 2012] Paulo Bártolo, Lina Durão; Telma Margarida Ferreira; Cerâmica: Reflexo duma Cultura - Catálogo de Exposição; Câmara Municipal de Leiria; Setembro 2012. [Cochicho 2015] Joaquim António Calado Cochicho; A Real Fábrica das Sedas e Fábricas Anexas - Séculos XVIII e XIX; http://www.apotec.pt/Photos/editor2/A%20REAL%20FABRICA %20DAS%20SEDAS%20E%20FABRICAS%20ANEXAS.pdf; acessed February 2015.

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