Os ciclos iconográficos cristãos da Baixa Idade Média: narratividade, usos e funções

June 29, 2017 | Autor: Aldilene Cesar | Categoria: Christian Iconography, History of Images, Iconographic Cycles
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Os ciclos iconogr áficos cr istãos da Baixa I dade M édia: nar r atividade, usos e funções Aldilene Marinho César Almeida Diniz* RESUM O: No campo da história da arte é conhecido um gênero pictórico denominado ciclo narrativo ou iconográfico. Tais ciclos são constituídos por uma série de imagens visuais, dispostas numa sequência com o objetivo de “ narrar” uma história através de suas cenas. Conhecidos no Ocidente desde a arte paleocristã, os ciclos iconográficos produzidos nos primeiros séculos do cristianismo normalmente representam passagens da vida de Cristo e da Virgem Maria. Porém, a prática de ornamentar igrejas com séries de imagens pintadas parece ter rareado no Ocidente medieval durante a Alta Idade Média, tornando a aparecer somente a partir do século XI, quando se percebe um importante reaparecimento desse gênero de pintura. Tentando produzir uma abordagem do tema no campo da história das imagens, pretende-se com este trabalho discutir alguns aspectos que contemplam essa produção e alguns de seus possíveis usos e funções atribuídos na época. PAL AVRAS-CHAVE: História das imagens. Iconografia cristã. Ciclo iconográfico. RÉSUM É: Dans le domaine de l’ histoire de l’art est connu un genre pictural appelé cycle narratif ou iconographique. Ces cycles sont constitués d’ une série d’ images visuelles, disposées dans l’ ordre séquentiel afin de « raconter » une histoire à travers ses scénes. Connu en Occident depuis l’ art paléochrétien, les cycles iconographiques produits aux premiers siècles du christianisme représentent généralement la vie du Christ et de la Vierge Marie. Cependant, la pratique de la décoration d’ églises avec une série d’ images peintes semblent avoir diminuée de façon significative dans l’ Occident médiéval pendant le Haut Moyen-Âge, en réapparaissant qu’ à partir du XI ème siècle, quand on peut apercevoir que ce genre de peinture resurgit avec intensité. En essayant de réaliser une approche du sujet avec l’ histoire des images, l’ objectif de ce travail est de discuter certains aspects de cette production et certaines de ses possibles usages et fonctions atribués à l’ époque.

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Doutoranda do Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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M OTS-CL ÉS: Histoire des images. L’ iconographie chrétienne. Cycle iconographique. O gênero pictórico mais conhecido na historiografia da arte como ciclo narrativo aparece em diferentes trabalhos também com outras denominações: ciclo iconográfico, programa artístico e série iconográfica. Por ciclo narrativo, compreende-se uma série de imagens figuradas – frequentemente pintadas, mas também esculpidas ou gravadas – dispostas numa sequência de cenas que formam um todo. A ideia de ciclo iconográfico na pintura de temas cristãos está intimamente relacionada à concepção de conjunto, de pertencimento a uma série, ou seja, ao entendimento de que uma imagem está interligada a outra para que essas sejam dotadas de sentido. Dentre as demais denominações citadas, para este trabalho, optamos pelo uso da expressão ciclo narrativo em virtude do forte caráter de encadeamento sequencial dessas obras, que sugerem uma clara intenção de “ narrar uma história” através de imagens. Todavia os outros termos deverão ser usados, sobretudo, por questões que envolvem a economia textual e a necessidade de se evitar repetições. Apesar da dificuldade de se estabelecer uma equivalência entre narrativa – imperativamente relacionada à escrita – e imagem; visto que, ambas possuem sistemas de comunicação que lhes são próprias e que as imagens não são, em hipótese alguma, simplesmente ilustração de um texto; é preciso ressaltar que dentre as possíveis motivações que levaram à construção desse gênero pictórico, encontra-se a função de “ contar” uma história. Assim, desde a época paleocristã são produzidas imagens que têm por objetivo “ narrar” determinadas passagens das Sagradas Escrituras. Encontradas mais frequentemente nas catacumbas romanas, em templos e monastérios, tais imagens formam séries narrativas que representam episódios da vida de Cristo, especialmente, as cenas da Natividade, da Adoração dos magos e milagres de Jesus. Do período da Antiguidade Tardia, os ciclos iconográficos que chegaram até nós são principalmente aqueles executados em grandes painéis de mosaicos. Dessa época, encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, um ciclo narrativo representando seis cenas da vida da Virgem (c. 432-440) e na Basílica de Santo Apolinário Novo, em Ravena, pode ser visto outro ciclo imagético com cenas da Paixão de Cristo, datados do início do século VI.

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A prática de ornamentar igrejas com grandes ciclos pintados da vida dos santos parece ter rareado durante a Alta Idade Média, sendo mais conhecido para o período após o século VI as cenas narrativas figuradas em objetos de menor dimensão, muitas vezes esculpidos em marfim. Somente por volta do século XIII temos notícia do reaparecimento, no Ocidente medieval, de imagens de cunho hagiográfico pintadas em sequência, porém, não compondo uma série de pinturas murais como nos exemplos anteriores, mas, uma série de imagens pintadas numa mesma superfície. Derivados dos ícones bizantinos, essas novas imagens executadas na Itália do medievo possuíam “ formato vertical com topo em frontão triangular” (BELTING, 2010: 24) e eram usadas nas igrejas mendicantes como retábulo de altar. Esses painéis, pintados sobre madeira, apresentavam no centro da imagem um retrato de corpo inteiro do santo protagonista da obra, envolto por cenas de sua vida, numa clara apropriação dos chamados ícone vita da cultura cristã oriental (BELTING, 2012: 24). Para Hans Belting, tais ícones orientais ofereciam ao espectador uma espécie de “ roteiro” para relembrar passagens da vida de Cristo, da Virgem – as únicas permitidas no início dessa prática – e, posteriormente, também dos santos (BELTING, 2010: 31). Tal gênero de pintura – dependendo de suas especificidades, chamado por Belting de ícone vita, ícone biográfico ou ícone de leitura –, à semelhança dos relatos hagiográficos, têm por característica principal apresentarem de forma sugestivamente narrativa cenas figuradas da vida de um único santo numa sequência. No Ocidente, os primeiros painéis contendo cenas da vida de um santo – pintados à maniera greca – figuravam principalmente milagres e tinham por objetivo maior não apenas “ narrar” passagens hagiográficas, mas também introjetar-se como imagem mental na memória dos fiéis. Dessa forma, apresentava-se uma espécie de prova dos milagres realizados por determinado santo, legitimando seu culto através da constatação, nas suas imagens, dos milagres realizados como consequência da aprovação divina para os atos do santo em vida ou para a comprovação de sua santidade após a morte (BELTING, 2010: 481-519). O exame comparativo de duas imagens, produzidas durante o século XIII, serve apropriadamente para exemplificar a significativa associação entre a confecção de ícones biográficos na Igreja grega e os primeiros painéis historiados aparecidos na Itália da mesma época. Belting comparou um retábulo italiano de Santa Catarina de Alexandria, originalmente

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encontrado numa igreja dominicana de Pisa, com o ícone vita da mesma santa localizado no mosteiro a ela consagrado no Monte Sinai. No painel pisano, as cenas não circundam completamente o retrato da santa como é comum nos ícones biográficos bizantinos, contudo, apesar desta distinção, são inegáveis as outras características formais – como os gestos e o nome da santa em sua forma grega, colocado em inscrição quase imperceptível, nos dois quadros, à direita do rosto da santa – tomadas de empréstimo do modelo oriental. Assim, Belting sugere a hipótese de que a antiga imagem de Santa Catarina pode ter servido de introdução a este novo gênero de pintura no Ocidente, já que a ligação entre as duas imagens lhe parece significativamente nítida (BELTING, 2010: 24). Todavia, o mesmo autor argumenta que para o século XIII a influência dos ícones bizantinos sobre a pintura não estivesse confinada somente à Itália, o que pode significar, a nosso ver, que outras imagens com alguma semelhança pudessem estar sendo produzidas naquele momento em outro local, e até mesmo ser anterior aos exemplos citados por Belting. Mesmo assim o historiador assegura que tal influência, “ lá [na Itália] fosse mais forte” , a ponto de alguns painéis italianos tornarem-se quase indistinguíveis dos ícones orientais (BELTING, 2010: 26). Dessa forma, no Ocidente cristão, a introdução de imagens com cenas narrativas das vidas de santos parece ter se dado através da atuação das Ordens Mendicantes e, dentre essas, especialmente por franciscanos e dominicanos (BELTING, 2010: 485). Assim, dentre os ciclos iconográficos da vida dos santos não bíblicos, aqueles que representam santos pertencentes às Ordens Mendicantes parecem ser os mais numerosos. Os frades mendicantes usaram as imagens religiosas para múltiplas funções, não somente como meio para as práticas devotas de seus membros, mas também e, sobretudo, para divulgar o culto a seus santos e adequar a própria imagem de suas fraternidades de acordo com seus próprios ideais perante a Igreja e os fiéis. Para o Ocidente, vêm dessas duas Ordens os primeiros exemplos de painéis historiados, com cenas da vida de um único santo não bíblico, que encontramos em nossa pesquisa. Sabemos que tais imagens são datadas do século XIII, e que seus exemplos franciscanos aparecem poucos anos após a morte de Francisco de Assis (1181-1226), sendo os primeiros retábulos com cenas narrativas de sua vida aparecidos por volta de 1230. Entretanto, vale ressaltar que

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dentre tais imagens, não consideramos aquelas encontradas em livros iluminados, mas somente painéis ou afrescos colocados em igrejas para a exposição pública. Para a Ordem dos Pregadores, um retábulo com um retrato centralizado de São Domingos de Gusmão (1170-1221), executado por volta de 13201, ladeado por doze cenas de sua legenda, parece ser um bom exemplo de pintura inspirada no modelo bizantino de ícone biográfico. Apesar de apresentar algumas características já bastante distintas do ícone de Santa Catarina, a lógica de apresentação das cenas de vida na imagem parece ser a mesma que geria a figuração do ícone oriental: apresentar o ícone do santo centralizado para veneração e, ao mesmo tempo, dar a conhecer as passagens mais valorizadas de sua hagiografia. Além desse retábulo, para o século XIII, temos notícia de somente mais um conjunto de imagens com episódios da vida de São Domingos – embora acreditemos que outros existam. Todavia, essa outra série imagética, executada por volta de 1265, apresentando quatro cenas da legenda do Pregador, não é composta de imagens pintadas, mas esculpidas em mármore – obra do escultor Nicola Pisano (1220-1278) e seus discípulos – na chamada Arca de São Domingos, local onde se encontram os restos mortais do santo, na Basílica dominicana de Bologna (RÉAU, 1958: 393). Até os anos finais da Idade Média, para as demais igrejas da Ordem na Europa, ou pelo menos para aquelas mais conhecidas, foram produzidos principalmente ciclos narrativos da vida de santos bíblicos, como o executado em afresco por Domenico Ghirlandaio (1449-1494) com cenas da vida da Virgem e de São João Batista, para a igreja de Santa Maria Novella, em Florença. Ainda mais que os dominicanos, os franciscanos – impulsionados pelo importante papel das narrativas hagiográficas em sua própria história – tiveram uma forte atuação na disseminação de ciclos narrativos no Ocidente. Desde os primeiros anos da comunidade franciscana, os Frades Menores foram aqueles que dentre todas as Ordens religiosas mais amplamente recorreram às imagens visuais como mecanismo de popularização de seu santo fundador. Para Georges Duby, os seguidores do Poverello de Assis entendiam as representações pictóricas como uma eficiente forma de prolongar o efeito das palavras de São Francisco e pregar seus exemplos de devoção à pobreza e retorno aos Evangelhos (DUBY et al, 1997: 90). Tudo isso

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Atualmente no Museu Nacional de Arte da Catalunha.

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contribuiria para tornar Francisco de Assis, conforme ainda no dizer de Jacques Le Goff, um verdadeiro “ santo imagem” (Apud DUCHET-SUCHAUX & PASTOUREAU, 1994: 164). As primeiras imagens representando cenas da vida do assisense em um único painel de madeira começaram a ser produzidas por volta de 12302. Nesses eram apresentados tanto o ícone do santo, centralizado, para veneração como também algumas cenas inspiradas nos relatos da primeira hagiografia de Francisco, produzida pelo frei Tomás de Celano (c. 12001270), já que essa era a única das narrativas hagiográficas do santo conhecida na época. Um exemplo desse tipo de imagem é o retábulo executado (c. 1230) por um artista desconhecido para a igreja de São Francisco de Pisa com seis cenas da vida do santo (BELTING, 2010: 487). Alguns anos depois, por volta de 1235, o pintor Boaventura Berlinghieri (ativo entre 1215-1242) executou outro ciclo narrativo da vida de São Francisco, contendo também seis passagens de sua legenda no retábulo de altar da igreja de São Francisco de Péscia. Alguns desses primeiros painéis que sobreviveram até nossos dias, em virtude de suas características formais e iconográficas, apresentam grande semelhança com o ícone biográfico bizantino. No processo de construção dessa primeira iconografia de Francisco de Assis, os ciclos narrativos dedicados à sua vida foram expressivamente sendo ampliados com cenas de milagres atribuídos a ele, atestando assim a aprovação divina de sua santidade. Um exemplo desse acréscimo pode ser visto na Basílica da Santa Cruz, em Florença, onde um grande retábulo, medindo 2,34 x 1,27 m, colocado no altar principal da Cappella Bardi, apresenta vinte cenas da vida do santo (LUACES, 1996: 190). O painel, de autoria ainda desconhecida, conhecido como Tavola Bardi apresenta algumas novidades, como a figuração das primeiras cenas relacionadas a questões institucionais, como a aprovação da regra franciscana. De acordo com Belting, ainda no século XIII, essas primeiras imagens figuradas à moda dos ícones bizantinos, já eram exibidas nos dias de festa do santo, onde além da exposição dos retábulos, também eram realizadas leituras de sua hagiografia. Para esse autor, o culto prestado a imagem de Francisco em tais cerimônias visava, ao mesmo tempo, disseminar a memória sobre a vida do santo e a prática de expor sua imagem para veneração. Além de ampliar a série de imagens narrativas da vida do patriarca dos Frades Menores, a aparição desses retábulos – apesar da inspiração bizantina – trouxe uma novidade para a 2

Dois anos após a canonização de Francisco de Assis e apenas quatro anos após a sua morte.

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produção de imagens devocionais no Ocidente. Tal inovação reside no formato dos painéis que é distinto das imagens quadradas e retangulares já comumente conhecidas no Oriente. Assim, os retábulos franciscanos apresentam-se como um frontão triangular que, conforme pesquisa de Alain Buisine, consiste numa criação original da arte franciscana, posto que, a característica do arremate superior triangular não seria emprestada de outras imagens, “mas determinada pela função” de retábulo hagiográfico composto para a prática devocional (BUISINE, 1998: 31). Após a Tavola Bardi, outro ciclo narrativo da vida de São Francisco acrescentou novas cenas àquelas já conhecidas. Desta vez, uma série de imagens de cunho hagiográfico foi produzida em escala monumental pelo pintor italiano Giotto di Bondone e seus colaboradores na igreja superior da Basílica de São Francisco em Assis. “ Baseada na biografia oficial escrita por São Boaventura” , em sua Legenda Maior, de 1263 (LUNGHI, 1996: 62; RÉAU, 1958: 521), o ciclo é composto por 28 afrescos e representa alguns dos episódios mais destacados da hagiografia do santo. Esse programa iconográfico, executado entre 1296 e 1304, tornou-se a representação mais conhecida do Poverello de Assis, cumprindo fortemente algumas de suas atribuições mais óbvias: a de tornar conhecida a legenda do santo, apresentar seus milagres e o testemunho da aprovação divina da santidade do pai fundador dos Menores. Finalmente, apresentamos a seguir, no lugar de conclusões, apenas algumas considerações, já que nosso estudo sobre os ciclos narrativos cristãos continua em andamento e o reduzido tempo de uma comunicação não nos permite avançar em outras questões. Para o período da Baixa Idade Média, pode-se sugerir que os franciscanos, acompanhados dos dominicanos, foram os grandes responsáveis pela difusão e desenvolvimento da produção dos ciclos narrativos no Ocidente cristão; Apesar da forte influência dos ícones bizantinos na construção dos retábulos hagiográficos da Itália do século XIII, os dois tipos de imagens apresentavam usos e funções distintos no Oriente e no Ocidente; Os primeiros painéis com cenas da vida dos santos, pertencentes às Ordens Mendicantes, começaram a ser utilizados no Ocidente como retábulos de altar ou como imagens solenes nos dias festivos do santo padroeiro de uma igreja ou Ordem religiosa;

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Além das indicadas acima, pode-se sugerir que às imagens de ciclos narrativos cristãos no Ocidente tardo-medieval eram ainda atribuídas outras funções. Dentre essas, suporte para propor práticas religiosas; meio para contemplação visando suscitar na memória os sofrimentos de Cristo e ainda os exemplos de santidade da Virgem Maria e dos santos; para dar a conhecer as passagens mais destacadas da vida de um santo através de suas imagens e, também, para conformar determinada imagem de um santo ou ordem religiosa de acordo com os ideais da instituição comitente em seu contexto de produção. REFERÊNCI AS BI BL I OGRÁFI CAS BELTING, Hans. Semelhança e Presença: a história da imagem antes da era da arte. Rio de Janeiro: [s.n.], 2010. BUISINE, Alain. Le premier tableau: la légende de St François d’ Assise et sés peintres. Villeneuve-d’ Ascq (Nord): Presses Universitaires du Septentrion, 1998. DUBY, Georges et al. História artística da Europa. A Idade Média. Tomo I. Tradução Mário Correia. São Paulo: Paz e Terra, 1997. DUCHET-SUCHAUX, Gaston. e PASTOUREAU, Michel. La Bible et les Saints. Guide Iconographique. Paris: Flammarion, 1994. LOBRICHON, Guy. Assise: les fresques de la basilique inférieure. Paris: Cerf, 1985. LUACES, JoaquínY. “La imagen del fraile franciscano”. In: VI Semana de Estudios Medievais, 1996, Najera, Espiritualid, Franciscanismo. Najera: Logroño (Ed. Instituto de Estudios Riojanos), 1996. LUNGHI, Elvio. The Basilica of St. Francis in Assisi. Nova York: Scala/Riverside, 1996. RÉAU, Louis. Iconographie de l’ art chrétien. Iconographie des saints. Paris: PUF, 1958, Tomo III, Vol. I. TEIXEIRA, Celso Márcio (Org.). Fontes Franciscanas e Clarianas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

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