Os dez pontos da política de Tolkien

July 9, 2017 | Autor: Luciano Oliveira | Categoria: Literatura
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Os dez pontos da política de Tolkien - The Imaginative Conservative Tradução de Luciano Oliveira Licenciando em filosofia – Mackenzie [email protected]

Hoje, 3 de janeiro de 2015, J.R.R. Tolkien teria 123 anos. Considerando isso, ele pensou o aniversário de 111 anos do Bilbo como uma idade importante, o que ele teria pensando de 123 anos? Eu presumo que o tempo não tenha nenhum significado para ele e que está sorrindo lá de cima. Eu sei de muitas freiras que estão orando pela sua santidade e certamente me alegro em tal oração. Ainda, 123: Um interessante e impressionante número.

Agora que Peter Jackson completou sua demolição e adulteração (sinto muito, eu não sou fã do seu trabalho) da obra de J.R.R. Tolkien, espero que nós - como um povo ocidental - possamos reivindicar Tolkien de Hollywood e de todas as suas perversidades tremulas. Eu desfrutei da versão de Jackson da Sociedade do Anel, tolerei As Duas Torres e desprezei O Retorno do Rei. Não vi uma única cena da trilogia de O Hobbit. E planejo nunca ver isso. Não quero que o Jackson tenha um centavo do meu dinheiro. De fato, preferiria subir na cerca de um arame farpado mais próximo do que dar àquele cara qualquer coisa.

Voltando para a felicidade - uma das decisões de ano novo é ser mais positivo sobre a vida. Parte de minha resolução em redescobrir o bom no mundo está em reexaminar meu amor pelo Tolkien e todas as coisas dos Inklings1. Espero fazer isso durante todo ano de 2015.

Como uma pessoa que tem escrito sobre Tolkien por quase quinze anos e lê Tolkien por trinte e seis anos, sou frequentemente solicitado sobre sua visão política. Por um lado, isto é uma questão engraçada, porque Tolkien realmente desprezava muito a política. De fato, ele realmente pensou de si mesmo como um anti-político. Suas poucas declarações sobre esta questão revela apenas o quão impolítico, apolítico e antipolítico ele seria. 1

The Inklings foi um grupo informal de discussão sobre literatura associado à Universidade de Oxford, na Inglaterra. O grupo era formado por uma maioria de acadêmicos da Universidade, que incluía J. R. R. Tolkien, C. S. Lewis, Owen Barfield, Charles Williams, Adam Fox, Hugo Dyson, Robert Havard, Nevill Coghill, Charles Leslie Wrenn, Roger Lancelyn Green, Colin Hardie, James Dundas-Grant, John Wain, R. B. McCallum, Gervase Mathew, C. E. Stevens, J. A. W. Bennett, Lord David Cecil, Christopher Tolkien (filho de Tolkien) e Warren "Warnie" Lewis (irmão mais velho de C. S. Lewis).

Também é, no entanto, uma questão natural para alguém se perguntar sobre este grande homem, porque vivemos em uma era altamente politizada.

Então, o que sabemos?

Primeiro, Tolkien era um conservador e um Burkeano. Sua esposa confirmou o precedente e as cartas de C.S. Lewis parecem confirmar mais tarde.

Segundo, embora um conservador, Tolkien não era uma devoto de Tory, algumas vezes zombava o Winston Churchill

Terceiro, Tolkien referiu se a si mesmo em suas cartas como um anarquistas de uma vertente não-violenta. Tenho quase certeza que o anarquismo de Tolkien nem é o moderno anarco-capitalismo do Murray Rothbard nem o anarco-socialismo dos desordeiros de Chicago Haymarket2. Seus escritos sobre o Shire3, em particular, Tolkien quase certamente quis dizer isso, no sentido, que ele foi um católico e, portanto, que ele acreditava na subsidiariedade4.

Quarto, naquela mesma carta Tolkien chama a si mesmo de um anarquista, entendido filosoficamente, também argumentou que apoiaria uma monarquia inconstitucional. Intrigante, de fato. Mas, de novo, dado os escritos de Tolkien a respeito da Terra-Média e, especialmente sobre Aragorn. Tolkien quase certamente quis dizer que um rei deve ser ligado pelo seu juramento ao seu povo e, especialmente a Cristo. Filosoficamente, Tolkien teria se identificando com São Tomas de Aquino, especialmente na grande carta do santo "A realeza". Para Aquino, somente o verdadeiro rei era o rei que agiu como Cristo agiria, disposto a sacrificar-se a si mesmo por amor.

Quinto, quando Tolkien escreve "inconstitucional", está provavelmente pensando sobre o Alfredo, o Grande, reprimido pela tradição, costume e lei comum, em oposição ao Rei João, supostamente restringindo pela Magna Carta. Não existe nada nos escritos 2

O Dia do Trabalho teve origem na cidade de Chicago (EUA), quando milhares de operários, organizados pela Federação Americana do Trabalho, organizaram um grande paralisação. A greve teve início no dia 1º de maio de 1886, sendo que nesse mesmo dia foi iniciada uma greve geral que paralisou os Estados Unidos. 3 Shire é uma região da Terra-média, descrita em O Senhor dos Anéis e outros trabalhos. 4 O princípio de que o poder deve residir no nível mais imediato possível.

de Tolkien a reivindicar que se opôs a uma constituição, somente que um rei verdadeiro deve manter suas palavras e seu juramento. Beowulf em vez de Henrique VIII.

Sexto, Tolkien despreza o imperialismo. Quando ele falou de patriotismo, falou da Inglaterra, não da Grã-Bretanha.

Sétimo, Tolkien despreza igualmente o racismo e o tribalismo. Quando os alemães

queriam

publicar

O

Hobbit,

solicitaram

alguma

informação

sobre

a possibilidade de sua ancestralidade judaica, Tolkien ridicularizou-os. Infelizmente, ele observou, que não possuía tal sangue nobre.

Oitavo, Tolkien temia a tecnologia moderna, especialmente quando usado pelos governos. Quando um estudante trouxe um gravador de fita para sua casa no início da década de 50, como Tolkien estava tendo problemas em vender O Senhor dos Anéis para qualquer editora, o autor concordou em ler algumas de suas obras para o dispositivo. Convencido que tal tecnologia poderia ser somente diabólica, ele concordou em usar a gravação somente depois de recitar a Oração do Senhor na Gothic (Old German) para exorcizar qualquer trabalho maligno nela. Quando o grande professor soube do desenvolvimento americano e do uso da bomba atômica em 1945, palavras jamais poderiam expressar seu horror naquele ato.

Nono, Tolkien temeu pela corrupção da linguagem pelos governos. Ele escreveu: As línguas "são as marcas distintivas dos principais povos. Nenhum povo, de fato, vem à existência até falar sua própria língua; deixe a língua perecer e os povos perecerão também." Ele considerou a língua o aspecto mais essencial da continuidade de um povo. Governos, entretanto, reconhece este fato muito antes dos eruditos reconhecerem. Para controle e purgação, legisladores políticos exigem controle sobre a língua, assim também controlando o passado e o futuro.

Décimo, se Tolkien tivesse que ser considerado como algo, ele deve ser considerado como um Imaginative Conservative, achando o trabalho de Winston Elliott e Steve Klugewicz5 mais do que agradáveis

Mas, deixe-me terminar com as palavras de Tolkien. Antes de um grupo da Holanda honrá-lo por suas muitas conquistas, Tolkien afirmou:

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Colunistas do site Imaginative Conservative

"Eu olho o leste, oeste, norte, sul, e eu não vejo o Sauron. Mas, eu vejo que Saruman tem muitos descendentes. Nós hobbits temos contra eles nenhuma arma mágica. Ainda, meus caros hobbits, eu dou-lhes este brinde: Aos hobbits. Possam eles sobreviver aos Sarumans e ver a primavera de novo nas árvores".

Feliz aniversário, Professor Tolkien.

Fonte: http://www.theimaginativeconservative.org/2015/01/ten-points-tolkiens-politics.html

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