Os estudos avançados na Unicamp um balanco dos anos iniciais 16072013

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Os estudos avançados na Unicamp: um balanço dos anos iniciais Pedro Paulo A. Funari1

Introdução

A fundação do pioneiro Instituto de Estudos Avançados de Princeton, nos Estados Unidos, em 1930, marcou uma inflexão na ciência contemporânea. A Universidade moderna, derivada do Iluminismo do século XVIII, baseou-se na crescente especialização das disciplinas e no conhecimento voltado para a solução de necessidades práticas, concretas e imediatas. A Medicina devia curar, assim como a Filologia devia decifrar um idioma e a História devia escrever um passado a serviço da nação. A tendência desde então foi saber cada vez mais sobre cada vez menos. Os limites desta perspectiva já eram evidentes quando Princeton reuniu o físico Einstein e outros sábios que ali chegaram para explorar dois outros aspectos do conhecimento: a ausência de barreiras disciplinares e a busca desinteressada do saber, sem medo da demora e mesmo do eventual fracasso.

Essa centelha tardou a difundir-se nas universidades. Foi apenas nas últimas décadas que diversas delas abraçaram essa perspectiva, em particular, no século XXI. Essa difusão deu-se também pela aspiração de chegar a uma boa avaliação internacional, como universidade de classe mundial (world class). Isso acomunou instituições da Europa e Estados Unidos, mas, da mesma forma, de potências emergentes, com a China, a Índia e o Brasil. A Unicamp destaca-se como a primeira universidade brasileira em produção docente e discente per capita, com a melhor nota média dos cursos de pós-graduação e com o registro do maior número de patentes. Neste contexto foi criado o Centro de Estudos Avançados, em março de 2010, como iniciativa ousada do reitor, Professor Fernando Costa2. O CEAv3 centrou-se em quatro campos de estudo 1

Professor titular do Departamento de História, bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq e coordenador do Centro de Estudos Avançados da Unicamp no período 2010-2013. 2 A Universidade Estadual de Campinas, por iniciativa do Reitor Fernando Ferreira Costa, em 2009, iniciou atividades visando à criação de um Centro de Estudos Avançados, por meio da Resolução GR Nº 12, de 05-03-2010, publicada no Diário Oficial em 9 de março de 2010, modificada pela Resolução GR-039/2012, de 11/09/2012. O objetivo desta iniciativa está ligado ao desenvolvimento de atividades que incentivem e apoiem a discussão e pesquisa sobre temas fundamentais que produzam avanços nas ciências e humanidades. Para isso, grupos de trabalho em torno de temas específicos podem promover a vinda de estudiosos de destaque no cenário internacional, para estadas de pesquisa e interação com a comunidade acadêmica da Universidade. Visa-se, ainda, à realização de eventos acadêmicos dos grupos de trabalho com os estudiosos visitantes estrangeiros e nacionais, de modo a promover a reflexão crítica e inovadora. Dentre os produtos do Centro de Estudos Avançados estão a publicação de uma revista e de livros. Como em outras universidades, o Centro de Estudos Avançados permite que a instituição possa participar da discussão de temas relevantes, no mais alto nível, de modo a contribuir, também, para o reconhecimento e prestígio da Universidade. Como órgão do Gabinete do Reitor, o Centro de Estudos

da mais alta relevância para o mundo e para o Brasil: os desafios do Ensino Superior, do esporte, das relações entre o Brasil e a China e da contemporaneidade.

O Ensino Superior foi elemento central no crescimento econômico e social e na diminuição das desigualdades em todas as potências, dos Estados Unidos no início do século XX, passando pela antiga União Soviética, à Coreia das últimas décadas. O Brasil continua com grande defasagem na difusão da formação superior, atrás até mesmo de vizinhos latinoamericanos. O tema envolve várias disciplinas e exige reflexão ousada e de risco. Nestes anos, foram publicados oito números da revista Ensino Superior Unicamp, disponíveis também online, organizados eventos com a participação das principais universidades do mundo e do Brasil, além da publicação de um volume a sair pela Springer, em inglês.

A Copa do Mundo e a Olimpíada serão importantes para o Brasil e exigem uma reflexão acadêmica. Como resultado, veio a Campinas o maior sociólogo do esporte vivo, Eric Dunning, antigo colaborador do ícone Norbert Elias, e como resultado da sua vinda, além de um congresso sobre violência no esporte, foi publicado um volume de referência sobre o tema. Kimberly Schimmel veio ao Brasil e, ademais de atividades com colegas da Unicamp, produziu um volume bilíngue, português e inglês, sobre a organização de grandes eventos esportivos, que já é uma referência para este tema da maior atualidade. Dois outros volumes resultaram da vinda de Jorge Bento, da Universidade do Porto, sobre o esporte nos dias de hoje.

A China passou de parceiro insignificante do Brasil a principal em poucos anos. O CEAv organizou pioneiro grupo de estudos Brasil/China, que realizou seminários quinzenais sobre o tema, com a participação, entre outros, do embaixador brasileiro em Pequim Clodoaldo Hugueney e de diversos estudiosos chineses. Como resultado, publicaram-se dois volumes, um em português e outro em inglês, sobre a China e o Brasil: desafios e perspectivas. Também estudiosos foram envolvidos em discussões sobre as contradições e dificuldades da Avançados busca integrar, em sua organização e direcionamento, as diversas áreas acadêmicas, em termos de ensino de graduação, pós-graduação, pesquisa e relações institucionais e internacionais. 3

A equipe do CEAv foi a seguinte: Pedro Paulo Abreu Funari – Coordenador, Renato Hyuda de Luna Pedrosa – Coordenador Associado, Ricardo de Oliveira Anido - Chefe de Gabinete Adjunto, Marcelo Knobel - Pró-Reitor de Graduação, Euclides de Mesquita Neto - Pró-Reitor de Pós-Graduação, Ronaldo Aloise Pilli - Pró-Reitor de Pesquisa, Roberto Paes - Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário, João Frederico da Costa Azevedo Meyer - Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários; pessoal de apoio: Cleide Filipini - Assessora Técnica do GR, Luciane Lotti Assistente Técnica, Marli Antonio Lima Silva - Secretária , Giuliana Wolf – Estagiária, Peggy Yu – Estagiária, Ricardo Muniz – Editor, Maria Angélica Pfister - Assistente Técnica (período 05/10 a 09/12), Raoni Cordeiro – estagiário (período 09/10 a 05/12), Mariana Seriani – estagiária (período 04/12 a 12/12); pesquisadores visitantes bolsistas: Prof. José Augusto Guilhon Albuquerque (USP) – dezembro/2011 em diante, Profa. Elizabeth Balbachevsky (USP) dezembro/2011.

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contemporaneidade, com um mundo face aos conflitos internos e externos, ameaças ambientais e derivadas de armamentos e guerras reais e potenciais. A reunião de estudiosos dos mais variados campos, da diplomacia à Economia, tem permitido pensar nessas questões de maneira inovadora. As atividades do Grupo de Estudos em Educação Superior – GEES

O Grupo de Estudos em Educação Superior - GEES foi constituído no CEAv em abril de 20104. Seus principais objetivos foram estabelecidos como sendo os de desenvolver pesquisas e outras atividades relacionadas às políticas educacionais para o ensino superior, nos âmbitos estadual, nacional e internacional, com foco nas seguintes áreas:  Estrutura curricular e acadêmica (história e inovação);  Diversidade institucional (aspectos acadêmicos, gerenciais e financeiros);  Política de acesso (programas de equidade e ação afirmativa no Brasil e em outros países);  Internacionalização (perspectivas para as universidades brasileiras com ênfase em pesquisa).

A Revista Ensino Superior Unicamp Para desenvolver essa proposta, o GEES participou ativamente no desenvolvimento da Revista Ensino Superior Unicamp - RESU, que já publicou nove edições, sendo que a nona, referente ao trimestre Abril-Junho de 2013, já tem sua edição eletrônica no ar e deverá ser distribuída em papel em breve. A RESU tem sua sede no Gabinete da Reitoria, sendo que o Reitor, o Pró-reitor de Graduação, o Coordenador do CEAv e o Coordenador do GEES formam seu conselho editorial. O jornalista responsável é Ricardo Muniz. É uma revista de divulgação de temas nacionais e internacionais na área da educação superior, contando com o trabalho de mais dois jornalistas, Carlos Orsi e Guilherme Gorgulho, que fazem reportagens e trazem notícias sobre o tema. A revista passou a ser trimestral no início de 2012. A RESU ainda publica, desde o primeiro trimestre de 2012, um encarte com a edição em português da publicação International Higher Education, publicada originalmente em inglês pelo grupo de ES do Boston College, sob a coordenação de Philip Altbach, constituindo-se na

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Composição: Coordenação: Renato Hyuda de Luna Pedrosa (DPCT-IG/CEAv),Membros: Ana Maria Carneiro (DPCT-IG/NEPP), Cibele Yahn de Andrade (NEPP), Eliana Amaral (FCM/PRG), Elisabete de Aguiar Pereira (FE), Elizabeth Balbachevsky (FFLCH-USP/CEAv), Gabriela Celani (FEC/PRG), Helena Sampaio (FE), Leandro R. Tessler (IFGW), Marcelo Knobel (IFGW/PRG), Maurício Urban Kleinke (IFGW/Comvest), José Roberto Rus Perez (NEPP), Roberto Lotufo (INOVA).

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principal publicação no gênero dos temas de interesse internacional na ES. A revista, com 100 páginas, tem uma tiragem atual de 3 mil exemplares por trimestre

Chamadas para o conteúdo da RESU são incluídas na newsletter enviada quinzenalmente com o conteúdo do Inovação Unicamp para 7,5 mil contatos, aproximadamente. O custo mensal do disparador de e-mails (da Locaweb) é de R$ 100 (cem reais).

Juntamente ao site RESU/GR (descrito e comentado a seguir), cremos que a RESU, com sua sede no GR/Unicamp, é um excelente instrumento para desenvolver temas sobre ES no país, sem um equivalente e sem a qualidade que a Unicamp e sua comunidade podem proporcionar. O conteúdo da revista e do site foi bastante abrangente ao longo desses anos, sem seguir nenhuma tendência política ou de visão particular das questões relacionadas ao ES na Unicamp, no estado, no país ou internacionalmente. Buscamos divulgar trabalhos, comentários e notícias das mais diversas fontes, sempre observando cuidados com a origem e veracidade das informações divulgadas. Do ponto de vista do GEES/CEAv, cremos que desenvolver a revista e o site ao longo desses três anos, com todas as dificuldades que uma empreitada desse tipo acarreta, foi o principal resultado de nossas atividades.

O site Revista Ensino Superior Unicamp

Paralelamente ao desenvolvimento da RESU, o GEES e o CEAv desenvolveram um site na rede internet, cujo objetivo, além de disponibilizar a edição eletrônica da revista, tem sido o de manter em dia temas relevantes sobre o ES, com reportagens, notícias e artigos de autores relevantes na área. A nona edição da RESU se concentrou sobre o tema das novas tecnologias no âmbito de educação superior, com um artigo líder do ex-reitor da Unicamp Carlos Vogt, que atualmente é o presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo - Univesp. O site é um canal rápido de divulgação para os temas de interesse da Unicamp sobre ES, com crescente penetração na comunidade interessada no Brasil e no exterior, visto que cerca de 8% dos acessos têm origem, por exemplo, nos Estados Unidos.

Site: http://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/

Durante 2012, a partir de janeiro, quando foi iniciado o acompanhamento, mais de 42 mil pessoas distintas visitaram o site da RESU, encerrando o ano com um patamar médio mensal de 5 a 6 mil visitantes únicos/mês. Em 2013, até o momento, este patamar foi ultrapassado

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significativamente, passando para a faixa de 7,5 a 8,5 mil visitantes únicos por mês. De 1º de janeiro deste ano até 21 de abril, quase 27 mil pessoas visitaram o site. Mais de 80% dos visitantes a cada mês são novos, o que revela um grande potencial de crescimento paulatino de audiência. Já foram publicados 230 textos, sendo 47 artigos, 6 entrevistas, 65 artigos do International Higher Education, 4 resenhas, 99 notas e 9 reportagens.

Portais como o Estadão Educação têm reproduzido na íntegra artigos ou reportagens da RESU, sempre dando crédito de autoria. Um dos exemplos mais recentes é este: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,artigo-a-univesp-e-as-tecnologias-para-a-educacaoconhecimento-como-bem-publico,1022257,0.htm

Visitantes e eventos

Ao longo dos três anos de existência, o GEES, com apoio do GR, desenvolveu diversos eventos, de caráter nacional e internacional, sobre educação superior, com diversos pesquisadores de renome5, com destaque para a Primeira Escola “Zeferino Vaz” de Educação Superior (julho de 2012). O programa da 1ª Escola destinou-se prioritariamente aos dirigentes da alta administração das instituições de ensino superior, públicas ou privadas, do Brasil e de outros países, em particular da América Latina 6. O programa foi construído para motivar o debate e a

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Visitantes e palestrantes: Naomar de Almeida Filho – UFBA; Kinjal Ahir - Adipur, Gujarat, India, Philip Altbach Boston College, Karen Arnold, Boston College, Maria Lígia de Oliveira Barbosa – UFRJ, Luiz Bevilacqua - UFRJ e UFABC, Andres Bernasconi - Universidad Catolica, Chile, Maria Helena M. Castro - Departamento de Sociologia, UFRJ, Erich Dietrich - Universidade de Nova Iorque, Peter Dourmashkin, MIT, Diane Harley - Center for Studies in Higher Education, UC Berkeley, Kishore Joshi - Departamento de Economia, Universidade de Bhavnagar, Índia, Peliwe Lolwana - Universidade de Witwatersrand, África do Sul, Paulo Meyer Nascimento - IPEA, Brasília, Álvaro Neves, UF Viçosa, Clarissa Baeta Neves – UFRS, Peter Maassen - Estudos da Educação Superior, Oslo, Rafael Moraes Pereira - IPEA, Brasília, Paramasvaram Pillay - Universidade de Witswatersrand, África do Sul, Rômulo Pinheiro, Universidade de Oslo, Noruega, Ashutosh Priya, Amarpali, India, Liz Reisberg - International Higher Edication Clearinghouse, Boston College, Pedro Pablo Rosso, Universidad Catolica, Chile, Jamil Salmi, excoordenador de educação superior, Banco Mundial, Jacques Schwatzman – UFMG, Simon Schwartzman - IETS, Rio de Janeiro, Roopa Desai Trilokekar - Universidade de York, Canadá, Thierry Valentin - Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica, Hélio Waldman – UFABC, Feg Qiao Yan - Universidade de Pequim, Rui Yank Universidade de Hong-Kong, Cai Yuzhuo, Universidade de Tampere, Finlândia, Qiang Zha, Universidade de York, Canadá. 6 - Conferencistas/Docentes: Philip Altbach, Center for Higher Education, Boston College, Boston, EUA ; Karen Arnold, Boston College, Boston, EUA ; Philip Baty, Editor, Times Higher Education, Londres, Reino Unido ; Peter Dourmashkin, Massachussetts Institute of Technology, Cambridge, EUA ; Álvaro Neves, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Brasil ; Liz Reisberg, Boston College, Boston, EUA ; Pedro Pablo Rosso, Universidade Católica, Santiago, Chile; Jamil Salmi, Ex-Coordenador de Educação Superior, Banco Mundial; Simon Schwartzman, Instituto para Educação e Trabalho, Rio de Janeiro.

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reflexão acerca da educação superior atual, tanto no Brasil como de uma perspectiva internacional, suas tendências e desafios, com temas relevantes para aqueles que tomam decisões estratégicas em suas instituições. Para isso, seguiu uma metodologia dinâmica, permitindo a interação rica e ativa com especialistas brasileiros e estrangeiros de alto nível, com programa desenvolvido de forma intensiva entre 18 a 21 de julho de 2012, em formato que permitiu envolver efetivamente participantes e especialistas em atividades programadas para atingir esses objetivos.

Outro

evento

importante

foi o

Seminário

internacional Ensino

Superior

e

desenvolvimento: a experiência dos BRICS, cujos resultados deste seminário serão publicados em livro editado pela Springer 7. Brasil, Rússia, Índia, China e a África do Sul formam o assim chamado “grupo dos BRICS”, países de porte médio e grande que passam por um processo intenso de transformação econômica e social, com um peso internacional econômico e político cada vez maior. Cada um deles, à sua maneira, deve enfrentar o desafio de como participar da moderna sociedade do conhecimento, que tem como componente fundamental seus sistemas de educação superior.

A maioria dos estudos sobre o ensino superior dos países adota uma perspectiva funcional, ou seja, trata de entender em que medida as políticas públicas adotadas pelos respectivos governos permitem ou não o desenvolvimento dos “recursos humanos” que o país necessitaria. O que ocorre de fato na educação superior, no entanto, depende menos da vontade dos governos do que da confluência de dois fatores, as demandas por acesso e mobilidade social através da educação que permeia a sociedade e a história e as tradições das instituições

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Conferencistas: Peter Maassen - professor em Estudos da Educação Superior na Univ. de Oslo, Noruega, Ashutosh Priya - professor e diretor do Departamento de Estudos em Gestão do Instituto de Administração e Aplicações de Informática (AIMCA), Amarpali, Haldwani, Cai Yuzhuo - professor associado e pesquisador do Grupo de Estudos de Ensino Superior (HEG) da Escola de Administração da Universidade de Tampere, Finlândia, Clarissa Baeta Neves professora associada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fengqiao Yan - professor na Escola Superior de Educação, vice-diretor do Instituto de Economia da Educação e reitor adjunto de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de Pequim, China, Kinjal Ahir - professora no Tolani Institute of Management Studies, Adipur, Kachchh, Gujarat, Índia, Kishore Joshi - professor de Economia da Educação no Departamento de Economia na Universidade de Bhavnagar, Índia, Maria Helena M. Castro - professor associado do Depto de Sociologia da UFRJ e pesquisadora colaboradora da rede internacional de pesquisa PROPHE (Program for Research on Private Higher Education), Peliwe Lolwana - professora associada e diretora da Unidade de Política de Educação na University of Witwatersrand – África do Sul, Paramasvaran (Pundy) Pillay - Professor na Faculdade de Educação e na Escola de Administração Pública e Gestão do Desenvolvimento ambos na University of Witswatersrand, em Joanesburgo (África do Sul), Qiang Zha - professor associado da Fac. de Educação na Univ. de York, Toronto, Canadá, Rômulo Pinheiro - professor assistente na Faculdade de Educação da Univ. de Oslo, Noruega, Roopa DesaiTrilokekar - professor assistente na Universidade de York (Toronto, Canada), Rui Yang - professor associado na Faculdade de Educação, Universidade de Hong Kong, Simon Schwartzman – Presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), Rio de Janeiro.

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educacionais, que fazem com que elas respondam de maneiras diferentes às expectativas e influências da sociedade e dos governos.

Existe, assim, um pacto social que caracteriza o relacionamento das instituições de ensino superior com a sociedade, que varia de país a país e através do tempo, e que condiciona, em última análise, sua evolução, suas transformações e suas possibilidades. Para entender este pacto, e como ele vem se transformando nos BRICS, foram convidados especialistas dos cinco países para responder a quatro perguntas centrais: 

Quais são as demandas que a sociedade tem em relação aos seus sistemas de educação superior, e como as instituições de educação superior tem respondido a estas demanda?



Quais são os setores sociais e grupos – governos, associações profissionais, sindicatos, indústria - que têm interesse mais diretos e influenciam a maneira pela qual as instituições respondem a esta demanda?



Qual o papel das autoridades nacionais e regionais em regular e influenciar o desenvolvimento e as transformações destas instituições, tanto no setor público quanto no privado?



Como a educação superior nestes países tem respondido aos desafios da internacionalização e as demandas de participarem mais diretamente, através de suas pesquisas, para o aumento da competitividade econômica dos respectivos países?

Embora muito diferentes, estes países enfrentam desafios semelhantes, e é importante que cada um possa ver, nos demais, as possibilidades, caminhos e impasses que cada um enfrenta na busca de sistemas de educação superior que possam ser ao mesmo tempo de qualidade, relevantes para as respectivas sociedades e equitativos em relação à população de seus países.

Ao contrário da noção de uma relação contratual claramente articulada, que estipula papéis, responsabilidades, objetivos e cronogramas, o conceito de pacto, consiste em um acordo, explicito ou implícito, entre vários setores sociais, econômicos, políticos e culturais em relação ao papel do ensino superior na sociedade contemporânea.

Convênios e acordos

O GEES participou como proponente ou apoiador, de diversos convênios internacionais com instituições ou redes de instituições de ensino superior, ou com órgãos internacionais com

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interesse para o tema. Citaremos apenas os mais importantes, que envolvem organizações e grupos de universidades.

O mais antigo, preexistente ao CEAv e ao GEES, se estabeleceu em 2006, com o Institutional Management in Higher Education - IMHE, órgão responsável por análises de políticas em ES da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE. A Unicamp é membro desse órgão, e tem participado ativamente tanto das reuniões internacionais por ele promovido como de alguns projetos, como aquele que avaliou a qualidade do ensino de graduação da Unicamp, sem custo para a universidade (cf. Site: http://www.oecd.org/edu/imhe/).

A Unicamp, além de diversos acordos individuais com diversas instituições, passou a ser parte da World University Network - WUN, que congrega 19 universidades ao redor do mundo, em 2012, sendo a única da América Latina. Para se ter uma ideia do grau de integração internacional da WUN, são membros dessa rede, entre outras: Universidade de Alberta (Canadá), Universidade de Auckland (Nova Zelândia), Universidade de Bergen (Noruega), Universidade de Bristol (Inglaterra, Reino Unido), Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul), Universidade Chinesa de Hong-Kong (Hong-Kong, China), Universidade Maastricht (Holanda), Universidade de Sidnei (Austrália), Universidade de Wisconsin (Estados Unidos), Universidade de Zhejiang (China). A rede promove eventos e parcerias entre as universidades participantes em quatro grandes áreas, consideradas desafios globais: Educação superior, Entendendo culturas, Meio-ambiente e clima e Saúde pública e doenças não-transmissíveis. No caso de ES, os temas são: Acesso e financiamento, Parcerias público/privadas em ES, Uso de novas tecnologias para determinar habilidades no mundo contemporâneo e Mudanças nos papéis de acadêmicos, docentes,

estudantes

e

funcionários

não-docentes

sob

as

mudanças

globais.

(cf.

http://www.wun.ac.uk/ e http://www.wun.ac.uk/challenges/globalHE).

A Unicamp, numa parceria do GEES e da PRG, tornou-se membro de um consórcio internacional, o Student Experience in the Research University - SERU, que aqui assumiu a designação Vida estudantil na Universidade de Pesquisa - VEUP. Esse consórcio inclui atualmente universidades da Europa (Universidade de Bristol e de Oxford - RU, College Universitário de Amsterdam - Holanda, Universidade de Pesquisa Nacional - Rússia), da Ásia (Universidades Xian Jiaotong, de Hunan e de Nanjing - China), da África (Universidade da Cidade do Cabo - África do Sul). Novamente, a Unicamp é a única universidade da AL nesse consórcio, que se originou de uma pesquisa sobre a experiência estudantil que vem se desenvolvendo há mais de 10 anos em várias universidades públicas americanas, com sede na

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Universidade da Califórnia em Berkeley. O consórcio original inclui cerca de 20 universidades públicas de alto nível dos Estados Unidos, entre elas, além de Berkeley, os demais campus da Universidade da Califórnia, Rutgers, Michigan, Minnesota, Oregon, Pittsburgh, Texas, Carolina do Norte, Iowa, Purdue, Indiana e Virgínia. A Unicamp aplicou um questionário piloto em 2012, cujos resultados mostram diversos aspectos interessantes das expectativas dos estudantes ao longo de seus cursos. Recentemente (março/2013), recebemos a visita do coordenador geral do consórcio, John Douglass, que está propondo que a Unicamp participe mais intensamente de alguns projetos de pesquisa utilizando os dados de várias instituições, com o fim de estabelecer comparações e análises de como estudantes veem sua vida universitária em vários países (cf. http://cshe.berkeley.edu/research/seru/intlconsortium/index.htm).

Além desses acordos mais abrangentes, membros do GEES e do CEAv participaram de eventos e visitas relacionadas ao tema da ES, envolvendo dezenas de instituições ao longo do período 2010-1013.

Atividades de pesquisa

Os membros do grupo que já tinham ligação direta com o tema da ES como tema de pesquisa, caso das Professoras Elisabete de Aguiar Pereira, Helena Sampaio e Elizabeth Balbachevsky, mantiveram suas pesquisas, orientações e outras atividades, além de colaborarem na organização de vários eventos do grupo na Unicamp.

Também estão nesse grupo as pesquisadoras Cibele Andrade e Ana Maria Carneiro, que participaram intensivamente no acompanhamento e avaliação do PROFIS, o programa de acesso especial e educação geral dedicado aos estudantes da rede pública de Campinas. Desse trabalho surgiu o relatório que foi agraciado com o Prêmio Peter Muranyi de 2013, que neste ano foi dedicado à área de educação, concorrendo com mais de 80 projetos do Brasil e de mais seis países. Entre os agraciados estão, além das pesquisadoras citadas, os professores Elisabete Pereira, Gabriela Celani, Marcelo Knobel e Renato Pedrosa, membros do GEES, o Prof. Lício Veloso (FCM), que coordenou o GT que deu origem ao Profis, e o coordenador do Profis (20112012), Prof. Francisco de Assis Neto (IMECC).

O coordenador do grupo, Renato Pedrosa, transferiu-se para o Departamento de Política Científica e Tecnológica do IG em meados de 2012, onde já está desenvolvendo trabalho de

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orientação em várias áreas envolvendo ES. As pesquisas caminham na direção de analisar a qualidade da formação em áreas ligadas à inovação tecnológica, como ciências, engenharia e matemática, e de avaliação de políticas de inovação em relação ao ensino superior. Um trabalho preliminar nessa direção foi um projeto desenvolvido para a Petrobrás sobre a formação de pessoal para as áreas técnicas. Também vem trabalhando, juntamente com a Profa. Eliana Amaral e o Prof. Marcelo Knobel, nas questões envolvendo o ENADE e sistemas semelhantes existentes em outros países, como o Assessment of Higher Education Learning Outcomes (AHELO, da União Europeia/OCDE), e o Collegiate Learning Assessment (EUA).

O professor Maurício Kleinke desenvolveu trabalhos relacionados ao ENEM e ao vestibular, como esses processos afetam o acesso ao ES, tanto do ponto de vista acadêmico quanto do impacto dos processos seletivos sobre a inclusão de grupos em desvantagem socioeconômica e de minorias étnicas. O prof. Renato Pedrosa também participa dessas análises.

A professora Gabriela Celani vem desenvolvendo trabalhos sobre o impacto de novas tecnologias e de novos métodos pedagógicos em sala de aula, área de grande interesse para o Brasil, dadas as necessidades de qualificar e expandir o ES em nosso país.

Estudos avançados em esporte

Constituído por iniciativa da Reitoria da UNICAMP, na gestão do Professor Fernando Ferreira Costa, é formado por um conjunto de estudiosos da UNICAMP preocupados com o desenvolvimento de atividades que incentivem e apoiem a discussão e pesquisa sobre temas fundamentais que produzam avanços relativos ao esporte no Brasil 8. A proposta de trabalho do grupo consistiu em promover reflexões sobre o tema com abrangência nos diversos campos de conhecimento, em suas diferentes interfaces, aplicados ao esporte, considerando suas múltiplas dimensões: lazer, escolar e profissional.

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Paulo Cesar Montagner, coordenador, Alcides José Scaglia – Docente da FCA – Limeira; Edison Duarte – Docente da FEF; Heloisa Helena Baldy dos Reis – Docente da FEF; João Paulo Borin – Docente da FEF; José Irineu Gorla Docente da FEF; Marcelo Proni - Docente do IE; Miguel de Arruda - Docente da FEF; Paulo Ferreira de Araújo – Diretor da FEF; Ricardo Machado Leite de Barros - Docente da FEF; Roberto Rodrigues Paes – Docente da FEF e Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário.

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Uma linha de atuação foi de convidar estudiosos e pesquisadores de importante destaque no cenário internacional para ciclos de trabalhos na Unicamp. Dentre as visitas e contatos, saliente-se a vinda da Profa. Dra. Kimberly Schimmel, no período de 12 a 19 de setembro de 2011, do Prof. Dr. Eric Dunning (03 a 17 de maio de 2011) e do Dr. Colin Higgs, de 21 a 25 de novembro de 2010. Também, a visita do Prof. Dr. Jorge Olímpio Bento (período de 29 de maio a 16 de junho de 2012) fez parte dessa estratégia do CEAv e, na qualidade de professores convidados, os docentes cumpriram extensas agendas de atividades que fizeram parte dos trabalhos (a vinda dos Professores Jorge Bento e Kimberly Schimmel ao Brasil recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP).

Durante a permanência desses importantes pesquisadores em nossa Universidade, as atividades incluíram simpósios, palestras, conferências, seminários e reuniões científicas com grupos de pesquisa sobre temas relativos ao campo de atuação científica e técnica do Esporte, realizadas com a participação da comunidade acadêmica nos Campi de Campinas e de Limeira e, também, em alguns casos, atividades em colaboração com a Universidade de São Paulo - USP. As atividades estão registradas no site do CEAv bem como toda a programação das visitas.

As visitas institucionais proporcionaram várias ações acadêmicas, trocas intensas de experiências, debates entre pesquisadores de diferentes estágios e formações, reuniões com estudantes de graduação e de pós-graduação em Educação Física e Esporte e áreas afins, abrindo novas perspectivas de atividades e contatos com outras Universidades do mundo, com forte inserção e desenvolvimento de pesquisas e estudos na área de Ciência do Esporte.

Publicações

Como parte da programação dessas visitas, além das contribuições aqui já apresentadas, trabalhamos na organização e publicação de quato livros (concluídos em março/abril de 2013), denominados Coleção Centro de Estudos Avançados – CEAv Esporte, Universidade e Esporte:

BENTO, Jorge Olímpio. Corrida contra o tempo: posições e intervenções. Belo Horizonte: Casa da Educação Física. Unicamp – Centro de Estudos Avançados. 2012 (Coleção Ceav Esporte, volume 1, 400p.). Prefácios de José Dias Sobrinho e Adroaldo Gaya.

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O volume do Professor Bento retoma algumas das suas principais preocupações e que são de relevância para o nosso mundo contemporâneo, em geral, e do Brasil, em particular. Suas incursões vão do ensino superior à vida quotidiana, da intervenção na imprensa à literatura, sempre tendo o esporte, no sentido amplo, como pano de fundo ou motivação. Os poetas e poemas são citados amiúde; a própria narrativa da obra é também eivada de beleza literária, em uma leitura tanto profunda, quanto leve e agradável. O leitor deixa-se levar de um ensaio a outro e sem notar ele chega recompensado à conclusão e com o espírito pleno de satisfação. O professor José Dias Sobrinho, no prefácio da obra, ressalta que “precisamos debater seriamente os sentidos e finalidades da universidade, e fazê-lo em aliança com a identificação das principais necessidades das populações, transformadas em demandas sociais. Importante que não percamos jamais o foco da formação humana e das responsabilidades públicas das instituições educativas relativamente à democratização da sociedade, sobretudo no que tange à realização em maior grau da equidade e da participação ativa e bem fundamentada dos cidadãos na construção do bem comum...é preciso socializar a técnica, ampliar as condições de acesso à educação, democratizar os ambientes de aprendizagem, realizar a produção e a disseminação do conhecimento como bem público, e não negócio”.

BENTO, Jorge Olímpio. Desporto: discurso e substância. Belo Horizonte: Instituto Casa da Educação Física. Unicamp – Centro de Estudos Avançados. 2012 (Coleção Ceav Esporte, volume 2, 300p.). Prefácio à Edição Brasileira de Paulo Cesar Montagner, Alcides Scaglia e Roberto Rodrigues Paes.

O livro Desporto: Discurso e Substância foi publicado por uma editora em Portugal e em 2012/2013 reeditado no Brasil pela Unicamp e Casa da Educação Física uma vez que o livro se encontrava com as edições esgotadas e sem possibilidades de reedição pela editora portuguesa. Com isso, a oportunidade de brindarmos novamente os leitores – especialmente aos brasileiros com um texto que fala de razões e emoções, de orgulho e coragem, da magnitude de ser professor, de explicitações filosóficas do por que se estuda o Esporte, suas tradições e contradições, enfim, das suas muitas ações intelectuais em “Defesa do Desporto”. O volume avança com maestria e arrazoa sobre os “Sentidos do Desporto”, sobre ética, sobre o doping, sobre o sistema e os clubes desportivos, substanciando o discurso, possibilitando que a luz ilumine a caverna platônica desportiva em que nos encontramos, presos a grilhões

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tradicionais, arraigados no senso comum e na paixão desmedida e insana com a qual, muitas

vezes, abordamos estes temas. Uma importante passagem dos estudos do Prof. Bento, encontrada nesse livro e aqui assinalada, demonstra seu profundo pensamento crítico e olhar filosófico sobre o papel do Esporte na nossa civilização.

Como bem comentaram os professores Alberto Carlos Amadio e Go Tani da EEFE-USP, “Desporto: Discurso e Substância é um convite para uma importante reflexão sobre o papel que temos a desempenhar como educadores atuantes no espaço pedagógico do Desporto e da Educação Física. Trata-se de obra que contextualiza a concepção intelectual do corpo humano e da cultura corporal num contorno de rara beleza literária. A sua leitura coloca-nos diante de um tratado sobre a responsabilidade profissional na promoção de mudanças no contexto social que afetam todos os domínios da práxis humana, motivado, fundamentalmente, pelo moderno significado do desporto. O bem-estar social através do desporto, o compromisso ético para com a qualidade de vida e a saúde, bem como a responsabilidade para preservar o direito à prática do desporto em todos os níveis, da formação básica ao rendimento de alto nível, são temas atuais e de grande interesse, abordados com profundidade neste verdadeiro tratado do desporto moderno”(prefácio 1ª. edição, pgs. 14 e 15).

SCHIMMEL, Kimberly. Os grandes eventos esportivos: desafios e perspectivas = Major sport events: challenges and outlook. Coordenação de Paulo Cesar Montagner e Pedro Paulo A. Funari. – Belo Horizonte: Casa da Educação Física Unicamp – Centro de Estudos Avançados. 2013 (Coleção Ceav Esporte, volume 3, 318p. - Edição bilíngue – Português e Inglês).

A ideia desta obra nasceu em meio aos debates que fizemos com a Profa. Schimmel, quando de sua estada na Universidade Estadual de Campinas. As discussões enriquecedoras e o desafio de conhecer melhor novas abordagens provocaram um interesse mútuo na continuidade deste intercâmbio intelectual, que se consolida agora com esta publicação. Temos a convicção de que se trata de uma rica contribuição aos estudos do Esporte, não só pela qualidade dos ensaios, densos e bem estruturados, mas porque são recheados de afirmações provocantes e olhares inovadores.

Certamente, as análises críticas elaboradas no livro contribuirão para inspirar novas investigações no Brasil. Em especial, convém destacar as formas de abordagem e problematização dos principais fenômenos esportivos, que incluem reflexões pautadas no desenvolvimento urbano e diálogos criativos com autores relevantes sobre as relações de

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sociabilidade, conduzindo o leitor a estabelecer conexões entre processos econômicos, políticos e sociais.

Como bem sabemos o Esporte não pode ser retratado apenas como um conjunto de práticas motoras ou pela maestria com que se preparam os atletas atualmente. Fazem parte desse grandioso fenômeno a preparação e organização de torneios, a logística e as estruturas esportivas, os modelos de gestão e desenvolvimento do esporte, os impactos sociais e educacionais dos pequenos e grandes eventos, dentre alguns temas. A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos constituem megaeventos que influenciam as multidões, possuem intenso interesse das mídias e – como bem explora o conteúdo do livro em seus vários capítulos – promovem desdobramentos e impactos sociais e urbanos, gerando lucros (e prejuízos) políticos e econômicos, exigindo gastos públicos que nem sempre são necessários ou prioritários. Cabe aos cientistas do esporte contribuirem com suas pesquisas para o avanço do conhecimento nas várias áreas que compõem este complexo campo de sociabilidade.

Não se trata de propor um diálogo maniqueísta, mas sim de oferecer uma produtiva contribuição teórica para a problematização desse grandioso fenômeno cultural do século XX e, seguramente, do século XXI. Em suma, além de suprir uma lacuna da literatura disponível, esperamos que professores e pesquisadores das mais variadas procedências recebam esta obra como uma referência para balizar suas reflexões. Nosso desafio permanente é encontrar maneiras criativas de movimentar as mentes e acionar novas ideias.

DUNNING, E. Sociologia do Esporte e os Processos Civilizatórios (no prelo).

Nas palavras da professora Heloísa Helena Baldy dos Reis, a obra aborda de modo bastante claro e elucidativo a teoria do processo civilizatório de Norbert Elias, abrangendo a sustentação teórica para a compreensão das produções de Eric Dunning sobre Sociologia do Esporte. O livro contém ensaios de extrema relevância para a Sociologia do Esporte no Brasil, com atenção especial ao futebol, ao hooliganismo no futebol e às questões de gênero masculino e feminino envolvidas no campo esportivo, particularmente no futebol e no rúgbi. Este é seu primeiro livro publicado no Brasil e seu segundo de autoria única.

A contribuição do GEAE

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O trabalho do Grupo Esporte pelo Centro de Estudos Avançados da Unicamp proporcionou condições para o aprimoramento e ampliação das relações e atividades institucionais, conferindo a essa metodologia, relevância para o processo de divulgação do conhecimento técnico-científico na área da Educação Física e do Esporte.

O Grupo de Estudos Brasil-China

A importância crescente da China no cenário internacional, e o próprio fato desse país ter-se tornado nosso maior parceiro comercial (2009) e a principal origem do investimento direto estrangeiro para o Brasil (2010), explicam sua relevância para nós. Mas essa relevância é ainda mais evidente quando consideramos o significado maior das transformações que aquele país vem sofrendo e seu significado para o panorama do mundo neste século. O dinamismo do crescimento chinês e o deslocamento progressivo da produção manufatureira para a Ásia em geral, mas em particular para a China continental, estão mudando e mudarão ainda mais a geografia do mundo. A China vai retomar papel análogo ao que havia desempenhado no primeiro milênio da era moderna, como centro da economia mundial. Mas não se trata apenas de se constituir na 'fábrica do mundo' mas de organizar, a partir da China, uma rede global de fornecedores de inúmeros insumos e alimentos estratégicos ao crescimento chinês. Novas empresas globais, novos bancos, novas conexões irão moldar essas relações. A China quer ir muito além de produzir para o mundo. O mote do próximo plano quinquenal revela isto com perfeição, ao propor substituir o 'made in China' pelo 'design in China'. Um esforço gigantesco na formação de uma qualificada e treinada mão-de-obra e de milhões de engenheiros e pesquisadores está por trás disso. A dimensão dessa empreitada se expressa bem no investimento estimado em pesquisa e desenvolvimento que a China se propõe a fazer nos próximos cinco anos: US$ 1,5 trilhões. Muitas das Universidades chinesas e muitos de centros de P&D estarão entre os melhores do mundo. Além de atrair cada vez mais atividades de desenvolvimento tecnológico de empresas estrangeiras, o esforço doméstico irá rapidamente fazer a China se transformar em um centro tão relevante para a inovação mundial como são os

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Estados Unidos hoje. Retrato disso é a estimativa de que rapidamente, a China se torne origem do maior número de patentes mundiais. Na esteira do papel econômico, a China terá uma crescente influência cultural e geopolítica no mundo. Uma influência que não se limitará à Ásia, como se pode ver aos poucos na Oceania, na África e mesmo na América Latina. A abertura e a ocidentalização da China criam pontes de contato entre o Ocidente e o Oriente, mas a influência cultural chinesa se fará presente de forma cada mais expressiva, em todas as suas dimensões, como se pode antever já no cinema e pouco a pouco no maior interesse pelo aprendizado e ensino de mandarim. O desenvolvimento chinês, em especial seu ritmo acelerado, desperta enorme interesse em todo o mundo. É fundamental, nesse contexto, o engajamento de instituições de ensino e pesquisa que possam desenvolver atividades de intercâmbio cultural e acadêmico, bem como promover parcerias em ciência e tecnologia entre o Brasil e a China. Nesse sentido, o Grupo de Estudos Brasil-China na Unicamp tem sido importantíssimo para implementar e ampliar várias atividades estritamente acadêmicas e de cooperação. Objetivos do Grupo O objetivo central do Grupo de Estudos Brasil - China da Unicamp9 consistiu em estimular um entendimento amplo (cultural, político, econômico e ambiental) do papel da China no mundo contemporâneo e sua relevância para o Brasil, e ampliar a cooperação entre a Unicamp, e suas parceiras chinesas. Para tanto realizamos no período atividades nas dimensões do ensino, da pesquisa e da extensão, cujas grandes linhas foram: • Promoção de cooperação acadêmica entre a UNICAMP e instituições chinesas, visando a maior intercâmbio científico, tecnológico e cultural, por meio da participação de professores, pesquisadores e estudantes de ambos os países • Estabelecemos maior entendimento da China em uma perspectiva global e comparativa, a fim de identificar áreas comuns de cooperação e estimular o interesse do estudo da China no

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Coordenação: Prof. Carlos Américo Pacheco – IE (2010 A 2011), Profa. Leila da Costa Ferreira – IFCH; membros: Prof. André Tosi Furtado – IG; Prof. Celio Hiratuka – IE; Prof. José Augusto Guilhon - Fellow do Centro de Estudos Avançados; Prof. José Carlos de Souza Braga – IE; Prof. Leandro Russovski Tessler – IFGW; Profa. Rosana Aparecida Baeninger – IFCH; Profa. Simone Silva de Deos – IE; Prof. Thomas Patrick Dwyer – IFCH.

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Brasil, em particular na UNICAMP, por meio de seminários quinzenais com especialistas, apresentação de manifestações culturais e organização de publicações especializadas; • Ampliamos as relações da UNICAMP com empresas e instituições do governo ou não governamentais envolvidas com a China. Resultados Os resultados alcançados até a presente data são promissores em todas as dimensões das atividades do Grupo, particularmente considerando-se o exíguo prazo desde sua criação. As atividades de extensão foram ricas e diversificadas. Tais atividades podem ser classificadas em cooperação e divulgação. Estabelecemos cooperação muito frutífera com a Universidade Fudan, que já se concretizou em realização de visitas, seminários e estágios estudantis. Recebemos uma delegação da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS) da Universidade de Pequim e colegas de outras universidades fora da China - como a Universidade de York no Canadá e Tâmpere na Finlândia - também cooperaram com o Grupo de Estudos, participando de seminários na Unicamp e como co-autores de um livro que acabamos de publicar (ver adiante). Outra colaboração importante foi estabelecida com o Conselho Empresarial BrasilChina, órgão reconhecido pelos governos de ambos os países para representar as visões e expectativas do empresariado com investimentos nos dois países. A divulgação de conhecimentos e informações sobre a economia, a sociedade, a política, o comércio e as relações bilaterais foi bastante ampla, tendo como eixo a realização de seminários com especialistas que abordaram temas econômicos e comerciais, sociológicos, ambientais, de estratégias de desenvolvimento e de política externa. Vários dentre esses seminários serviram de base para a elaboração de capítulos do livro publicado (ver adiante). Esses seminários proporcionaram as bases para o estabelecimento de uma rede nacional incipiente de especialistas na China. Membros do Grupo também participaram de seminários internacionais na Universidade Fudan e na Universidade do México, sendo que nesta última se criou a Rede de Pesquisa sobre a Relações China-América Latina, à qual o CEAv está associado como membro fundador. A criação de um site do Grupo de Estudos Brasil-China permitiu ampliar consideravelmente os meios de divulgação de suas atividades, bem como da produção específica do Grupo. Um centro acadêmico de estudos não pode prescindir da pesquisa original, seja pura ou

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aplicada. Isto é o que o distingue de outros centros, ligados a funções de consultoria ou de

representação de interesses. Nesse particular, podemos destacar duas áreas em que contribuímos para o avanço dos estudos sobre a China na Unicamp, para não dizer do Brasil, uma vez que não existem outros centros acadêmicos de estudos sobre a China. Um projeto de pesquisa sobre as relações Brasil-China foi aprovado pela Fapesp e sua operacionalização final será imediata. A produção mais relevante do ponto de vista da pesquisa é a publicação de um livro em dois tomos, um inglês e outro em português, China&Brasil, Desafios e Oportunidades e China&Brazil, Challenges and Opportunities (São Paulo, Annablume, 2013, 208p). Quanto às atividades de ensino, o Grupo de Estudos Brasil-China está contribuindo para o aprimoramento dos estudos sobre a China, colaborando em dois doutorados. Uma disciplina de Análise de Política Externa, dimensão importante de todas as questões ambientais e climáticas, está sendo oferecida no doutorado em ambiente e sociedade do NEPAM, ao qual um dos fellows do CEAv foi incorporado como orientador. Além disso, foi criada uma área de concentração em relações Brasil-China no doutorado em Ciências Sociais do IFCH, por iniciativa de um dos membros do Grupo de Estudo, Prof. Dr. Tom Dwyer, e que envolve basicamente docentes membros desse Grupo.

Podemos observar que o conjunto de atividades do Grupo de Estudos Brasil-China foi bastante abrangente, estendendo-se por todas as dimensões essenciais da missão acadêmica, ensino, pesquisa e extensão. Acresce-se a isso sua diversidade, englobando seminários, participação em eventos internacionais, em redes de pesquisa, atividades de pesquisa propriamente dita, eventos científicos e culturais e divulgação eletrônica, além da organização e publicação de livros em duas línguas. Quando se considera o pouco tempo dedicado à tarefa, é forçoso reconhecer que o Grupo de Estudos Brasil-China do CEAv deu um passo importante para a implantação de uma área de estudos e pesquisas sobre as relações Brasil-China na Unicamp. Grupo de estudos do contemporâneo 10

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Coordenação: Antonio Alcir Bernárdez Pécora - Docente do IEL; Membros: Ademar Ribeiro Romeiro – Docente do IE-UNICAMP; Antonio Mesple – Diplomata; Claudia Thereza Guimarães de Lemos – Docente Colaboradora do IEL – UNICAMP, Fabio Akcelrud Durão - professor da Unicamp; Fernão Ramos - professor Titular da UNICAMP; Inácio Araújo - crítico de cinema do jornal Folha de S. Paulo; Leandro Silva Medrano - professor doutor da Unicamp; Nelson Alfredo Aguilar - professor assistente-doutor da UNICAMP; Nina Virgínia de Araújo Leite professora Associada – UNICAMP; Peter Alexander Bleinroth Schulz - professor associado – UNICAMP; Pedro Paulo A. Funari – coordenador do CEAv.

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Nos últimos 50 anos, pelo menos, a noção de crise tem sido aplicada de maneira insistente aos mais diversos campos de saber. Fala-se e escreve-se sobre “crise da cultura”, como sobre “crise das Humanidades”, “crise de paradigmas”, “crise dos direitos humanos”, “crise dos Humanismos”, “crise da literatura”, “crise da educação”, “crise da Universidade”, “crise de representação”, “crise ambiental”, “crise da crítica” etc., associando-se a fenômenos abrangentes como a desorganização do capitalismo globalizado, os dilemas enfrentados pelo Estado-nação ou pelas democracias representativas, a hiperdeterminação econômica da formação escolar, a segmentação dos saberes, a perda de centralidade das artes, as novas tecnologias apresentadas como justificativas de si mesmas, o recrudescimento de fundamentalismos religiosos, étnicos e nacionais, a sujeição da produção cultural aos ditames da indústria e das finanças, a degradação da educação pública e o ocaso do projeto iluminista de universidade, entre outros. O Grupo de Estudos do Contemporâneo reúne pesquisadores de várias especialidades das grandes áreas de Artes, Ciências e Humanidades, interessados no exame dessas várias crises como forma privilegiada de debater os impasses, desafios e perspectivas, no plano histórico e teórico, das sociedades humanas no mundo que se nos apresenta no século XXI.

Objetivos

1. Encontrar um vocabulário comum entre os participantes de várias áreas para entender os empregos da noção de crise no contemporâneo; 2. Problematizar a noção de contemporâneo com base na noção de crise; 3. Produzir seminários regulares entre os membros do CEAv, com convidados nacionais e estrangeiros, e seminários abertos a toda a Universidade em torno das questões levantadas no grupo; 4. Publicar resenhas e ensaios em torno das leituras debatidas pelo grupo; 5. Fornecer subsídios a projetos e órgãos da Universidade dedicados ao debate de questões contemporâneas.

Segundo avaliação do professor Pécora, o núcleo dessas discussões foi a noção de crise, a qual, nos últimos cinquenta anos pelo menos, tem sido aplicada de maneira insistente aos mais diversos campos de saber. Fala-se e escreve-se sobre “crise da cultura”, como sobre “crise das Humanidades”, “crise de paradigmas”, “crise dos direitos humanos”, “crise dos Humanismos”, “crise da literatura”, “crise da educação”, “crise da Universidade”, “crise de representação”,

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“crise ambiental”, “crise da crítica” etc., associando-se a fenômenos abrangentes como a desorganização do capitalismo globalizado, os dilemas enfrentados pelo Estado-nação ou pelas democracias representativas, a hiperdeterminação econômica da formação escolar, a segmentação dos saberes, a perda de centralidade das artes, as novas tecnologias apresentadas como justificativas de si mesmas, o recrudescimento de fundamentalismos religiosos, étnicos e nacionais, a sujeição da produção cultural aos ditames da indústria e das finanças, a degradação da educação pública e o ocaso do projeto iluminista de universidade, entre outros.

A ideia a nortear então os encontros do Grupo de Estudos do Contemporâneo foi o exame dessas várias crises, entendendo-as como forma privilegiada de debater os impasses e perspectivas, no plano histórico e teórico, das sociedades do século XXI. Pode-se dizer que fizemos um bom avanço no sentido de encontrar um vocabulário comum entre os participantes, com base na leitura de obras de Martha C. Nussbaum, Bill Readings, Giorgio Agamben, Thomas Sowell, André Bazin, Robert Hullot-Kentor, Robert Gordon, François Hartog, J.M. Coetzee, entre outros, sempre com a preocupação de não totalizar posições parciais, bem como a de encontrar textos que possam servir de contraditório.

Outro objetivo do grupo foi o de produzir seminários regulares, com convidados nacionais e internacionais, abertos a toda a Universidade. Genericamente, o cenário da Universidade atual não me parece que deva ser objeto de desânimo, de um sentimento de nostalgia de extinção, como alguns colegas muito críticos por vezes acabam evocando mesmo sem querer fazê-lo, mas também já não é possível enfrentá-lo sem uma exposição radical de suas contradições e dilemas.

Eventos realizados No período inicial do CEAv (2010-1013) foram realizados diversos tipos de eventos:

Quantidade de eventos – total

Curso

1

Fórum

3

Palestras

11

Seminários

40

Simpósios

6

19

Apresentação Total

1 62

Desde a sua criação, em 2010, até o presente momento, o CEAv pôde organizar 62 eventos, que abrangeram por meio de diferentes tipos de atividades seus quatro Grupos de Estudos Avançados. Docentes e estudiosos de dentro e de fora da UNICAMP participaram, seja como ouvintes ou conferencistas, de discussões que abrangeram grandes áreas do conhecimento.

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Internacionais

Curso

1

Fórum

1

Palestras

7

Seminários

12

Simpósios

5

Apresentação Total Geral

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Em 2010, ano de sua criação, o CEAv realizou como seu evento inaugural, a palestra “O Ensino Superior na Europa: desafios e perspectivas”, ministrada pelo Prof. Ridha Ennafaa, doutor em Educação,

leciona na Universidade de Paris 8, onde é também diretor do

Observatório da Vida Estudantil. Além deste, outros dois eventos em seguida foram organizados pelo Grupo de Estudos em Ensino Superior. Nos dias 12, 14 e 15 de abril, a Prof.ª Liz Reisberg,

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pesquisadora associada ao Centro Universitário de Boston para Educação Superior Internacional,

foi quem deu curso “Garantia de Qualidade – Processos de Trabalho e Eficiência no Ensino Superior”, destinado aos gestores de Universidades. Já no dia 20 de abril, continuou colaborando com o CEAv, mas dessa vez palestrando sobre a Ação Afirmativa. O Simpósio Internacional de Estudos Avançados em Ciência e Tecnologia em Esportes foi o primeiro evento realizado pelo Grupo de Estudos Avançados em Esporte e aconteceu em junho de 2010, no dia 17. O professor Pietro Cerveri, especialista das áreas de Engenharia, Computação, Biologia e Educação Física, falou sobre as principais tendências científicas aplicáveis ao esporte. Dois meses mais tarde, aconteceu a palestra “O Esporte Moderno e Seus Desafios”, em 24 de agosto, com o Prof. Jacques Gleyse, professor da Universidade de Montpellier II. O mês de novembro em 2010 trouxe consigo muitas atividades. Quatro delas foram organizadas pelo Grupo de Estudos em Ensino Superior, que, no dia 4 promoveu um fórum realizado no Centro de Convenções, com a Dr. Diana Haley, da Universidade da Califórnia, Berkeley e das representantes das Universidades federais do ABC e da Bahia sobre as experiências de suas instituições com a educação geral, cujo título foi “Fórum Educação Geral – Acesso e Estrutura Curricular”; No dia 23, o Prof. John Douglass, pesquisador sênior do Center for Studies in Higher Education, da Universidade da Califórnia, deu uma palestra de tema “Pobres e Ricos: Estratificação Econômica e Desempenho Acadêmico de Estudantes Universitários”; Já no final do mês, dia 25, aconteceu o Simpósio “O Processo de Bolonha – A Reforma do Ensino Superior Europeu”, no qual o Prof. Thierry Valentin, diretor do Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica, falou sobre o panorama atual do processo; e por último, no dia 30, o Prof. John Douglass se reuniu mais uma vez com o CEAv, dessa vez para a palestra “Uma ordem mundial emergente no ensino superior? Porque e como países estão criando mercados estruturados e de oportunidades”. Além dos eventos do Grupo de Estudos em Ensino Superior, mais um promovido pelo Grupo de Estudos em Esporte aconteceu em novembro, no dia 24. O Prof. Colin Higgs, a convite do CEAv, falou sobre a Organização esportiva e formação de jovens atletas no auditório da Faculdade de Ciências Aplicadas em Limeira. Para fechar 2010, no dia 2 de dezembro, o Prof. John Douglass falou sobre “Guerras dos exames: uma breve história dos exames padronizados e políticas de seleção na Universidade da Califórnia”. O encontro aconteceu na Sala do Consu, no Gabinete do Reitor e foi também a ocasião em que o Prof. Renato Pedrosa, coordenador do Grupo de Estudos em Ensino Superior, falou sobre a participação da UNICAMP no projeto piloto do Student Experience in the Research University (SERU), fruto da vinda do Prof. Douglass.

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O ano de 2011 começou com uma discussão quase metalinguística: o Centro de Estudos Avançados convidou representantes de Princeton, Stanford e Israel para realizarem um Simpósio Internacional que tratasse das experiências e desafios dos Centros de Estudos Avançados. De 4 a 17 de maio, uma série de palestras e simpósios relacionados a visita do Prof. Eric Dunning aconteceu. No dia 4, o teórico falou sobre “Os desafios das teorias de Norbert Elias: críticas e seus limites”. Já para o simpósio tratou de outros cinco assuntos, no dia 6 “Questões raciais e de gênero no esporte moderno”; no dia 9 “Uma abordagem figurativa do Holocausto”; no dia 11 “Considerações sobre a civilidade e os processos de civilização”; no dia 12 “Norbert Elias e suas principais contribuições para as ciências humanas”; e, por último, no dia 17 “Norbert Elias e a sociologia no esporte”. Além dos participantes que se beneficiaram das informações de cada uma das palestras, foi possível publicar um volume sobre o tema. Em abril de 2013, o Centro de Estudos Avançados da Unicamp lançou o livro “Sociologia do Esporte e os Processos Civilizatórios”, escrito pelo próprio Dunning e organizado pela Prof.ª Heloísa Baldy, membro do grupo de Estudos Avançados em Esporte. Em junho, o Prof. Keith Russel, da Universidade da Saskatchewan, no Canadá, realizou o seminário sobre “O modelo de formação de treinadores de ginástica artística da Federação Canadense de Ginástica” , no dia 13 pela manhã, e ministrou um curso prático no período da tarde em “Ginástica artística de solo: pedagogia dos elementos básicos (rodante, flic-flac e salto mortal), o qual teve como mediadores docentes da USP e UNESP, Mauricio Santos Oliveira e Laurita Schiavon, respectivamente. Em agosto de 2011, aconteceu a palestra sobre o processo de internacionalização da New York University (NYU), com o Erich Dietrick, da Faculdade Steinhardt de Cultura, Educação e Desenvolvimento Humano. De 12 a 19 de setembro, a Prof.ª Kimberly Schimmel esteve na UNICAMP para um série de palestras, à convite do CEAv. No dia 13 aconteceu o Simpósio Internacional sobre Impactos Sociais dos Grandes Eventos Esportivos, no qual foram discutidos, junto com docentes da UNICAMP, os seguintes temas: os Jogos Olímpicos, os impactos socioeconômicos das Olimpíadas, a organização do sistema esportivo americano, as mulheres no esporte, mulher, gênero e movimento. Da vinda da Prof.ª Schimmel e da realização de todas essas palestras, originou-se o livro “Os Grandes Eventos Esportivos: Desafios e Perspectivas”, lançado em abril de 2013 e difundido entre as principais Faculdades de Educação Física do país. Em outubro, no dia 20, aconteceu o Seminário Brasil e América Latina frente à ascensão chinesa, em parceria com o Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (Instituto de Economia) e Rede Mercosul de Pesquisas Econômicas. O seminário foi dividido em duas sessões e propôs a discussão dos seguintes temas: “a política de desenvolvimento da China e

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impactos sobre a América Latina: oportunidades e desafios”, “existe concorrência da China por investimentos diretos com a América Latina?”, “impactos da concorrência da China em terceiros mercados sobre as exportações brasileiras” e “investimentos diretos no Brasil e o papel da China”. O último evento internacional de 2011 foi seminário organizado pelo Grupo de Estudos Avançados em Ensino Superior, novamente com a Prof.ª Liz Reisberg, “Reconsidering the relantioship between professors, students and learning”, no dia 9 de novembro. O objetivo do seminário foi discutir maneiras de mudar o método de ensino, já que a geração de hoje tem hábitos de lazer e modo de viver muito distintos da de anterior, no entanto, ainda se usa as mesmas práticas de ensino de cem anos atrás. Em março de 2013 Prof.º Carlos Antonio Romer, da Universidad Central de Venezuela, veio à UNICAMP a convite do Grupo de Estudos Brasil-China. Seu seminário foi sobre “China e Venezuela: generalidades e particularidades dessa relação”. O mesmo título seria dado, também, a um capítulo do livro “China & Brasil: desafios e possibilidades”, lançado em fevereiro de 2013, escrito pelo próprio Professor. Ignacy Sachs veio ao Brasil para participar da Rio+20 e, nesse tempo, pôde vir à UNICAMP para o seminário “Os Desafios da Rio+20”. Professor Emérito da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, falou também à RTV sobre o assunto, que teve grande desdobramento dentro e fora da Universidade. Em maio de 2012, o Roger Odin, Professor Emérito de Ciências da Informação e de Comunicação na Universidade de Paris III, realizou o seminário “Por que a semiopragmática? Uma introdução”, convidado pelo Grupo de Estudos do Contemporâneo. Além deste, o Professor Jorge Olímpio Bento, professor na Faculdade de Desporto, da Universidade do Porto, esteve na Unicamp no dia 31 de maio, para falar sobre “Citius, Altius e Fortius: a filosofia do Esporte e o Olimpismo”. O professor seria também, um ano mais tarde, autor de dois livros lançados pelo CEA, em abril de 2013. “Corrida Contra o Tempo: Posições e Intervenções” e “Desporto: Discurso e Substância” De 188 a 21 de julho, o Grupo de Estudos em Ensino Superior realizou o Seminário “1ª Escola ‘Zeferino Vaz’ de Educação Superior”, que teve como conferencistas os seguintes nomes: Philip G. Albach (Monan University), Karen Arnold (Boston College), Phil Baty (Times Higher Education), Peter Dourmashkin (MIT), Marcelo Knobel (UNICAMP), Alvaro Neves (UFMG), Renato Hyuda de Luna Pedrosa (UNICAMP), Liz Reisberg (Center for International Higher Education – CIHE), Pedro Rosso (Organização das Universidades Católicas Latinoamericanas), Jamil Salmi (Banco Mundial) e Simon Schwartzman (Instituto Americano de Pesquisas para o Brasil).

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Em outubro de 2012, foi a vez do Prof.º Bill Nichols, da San Francisco State University, vir à UNICAMP. Convidado pelo Grupo de Estudos do Contemporâneo, fez duas palestras “Confundindo filmes: mockumentaries e outras formas de documentário irônico”, no dia 30, e “Vozes da representação: a narrativa documentária”, no dia 31. Ambas as palestras foram preenchidas integralmente. Além disso, O Jornal da Unicamp fez uma entrevista com o Professor durante sua vinda, publicada em 12 de novembro de 2012. Em novembro de 2012, o Grupo de Estudos do Contemporâneo realizou mais um seminário. Dessa vez, a temática foi “Ensino Superior e Desenvolvimento: a experiência dos BRICS”. Professores e pesquisadores da China, Índia, África do Sul e Brasil se juntaram para discutir os moldes da Educação Superior em cada país. Para fechar o ano, dois professores chineses, Dr. Wang e Prof. Zhu, ambos do Instituto de Etnologia e Antropologia da delegação da Academia Chinesa de Ciências Sociais, fizeram um seminário sobre “Etnologia e Antropologia na China e no mundo de hoje”.

Eventos Nacionais

Fórum

2

Palestras

4

Seminários

28

Simpósios

1

Apresentação

1

Total Geral

36

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A quantidade de eventos nacionais organizados pelo CEAv, dentro da UNICAMP e voltados para a comunidade interna até o presente momento, chegou a 36. O primeiro deles aconteceu em 15 de outubro de 2010, único neste ano, e teve como objetivo aprender com a experiência do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, já que este foi o primeiro formado em ambiente universitário no Brasil. O simpósio “Desafios de um Instituto de Estudos Avançados” contou com a presença do reitor da Universidade de São Paulo entre os anos 1997 e 2001, Jacques Marcovitch, e de César Ades, então diretor do IEA. Ambos abordaram as conquistas e desafios pelos quais a Instituição passou ao longo dos anos. Outro convidado foi o Prof. Carlos Henrique de Brito Cruz, reitor da Unicamp entre 2002 e 2005, que falou sobre “Considerações sobre desafios e as perspectivas dos Estudos Avançados na Universidade”. Em 2011, o primeiro dos eventos realizados foi o seminário com o Prof. Renato Pedrosa, coordenador do Grupo de Estudos em Ensino Superior (GEES), discutindo o assunto “É possível (e desejável) ter universidades brasileiras no topo dos rankings internacionais?”. Já o segundo evento realizado, foi em 27 de abril, com a Prof.ª Cibele Yahn, que faou sobre o “Acesso ao Ensino Superior no Brasil: equidade e desigualdade social, a evolução nos últimos quinze anos”, tema que continua em evidência, já que foi também tratado pela Revista Ensino Superior, do GEES, no final de 2012. Em maio, mais um seminário realizado pelo GEES aconteceu. Dessa vez, foi o Prof. Leandro Tessler quem falou sobre o sistema de Ensino Superior nos Estados Unidos. Um dos objetivos do seminário foi derrubar alguns mitos que há no Brasil em relação às universidades norte-americanas. Em junho, também a convite do GEES, a Prof.ª Elisabete Aguiar falou do assunto “A construção do espaço universitário europeu: 10 anos do Processo de Bolonha”, o que, a própria Professora chamou de “reforma de proporções continentais”. No final do mês, no dia 29, aconteceu o seminário com Prof.ª Elizabeth Balbachevsky. A conversa correu acerca da “A experiência do doutorado: uma análise comparada de 18 países”, análise que foi baseada em dados produzidos pela rede de pesquisa internacional “The Changing Academic Profession”, coordenada pelos professores Ulrich Teichler, da Alemanha, e William Cummings, dos Estados Unidos, e integrada ainda por pesquisadores do Brasil. No dia 11 de agosto de 2011, o Embaixador Amaury Porto de Oliveira veio à UNICAMP à convite do Grupo de Estudos Brasil-China, falando sobre “A Revolução Chinesa passada no caleidoscópio”. Seu último posto na carreira diplomática foi como Embaixador em Cingapura, de 1887 a 1990, e, depois disso, manteve-se ativo como conferencista e ensaísta nos assuntos asiáticos, com ênfase nos estudos sobre a China. Dias mais tarde, em 17 de agosto , o GEES

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convidou a Prof.ª Helena Maria Sant’Ana Sampaio para falar sobre o “Ensino Superior privado: transformações e perspectivas”. No dia 14 de semtembro, o Prof. Roberto Lotufo, então diretor-executivo da Agência Inova Unicamp, também a convite do GEES, falou sobre “O Ensino de Inovação, Empreendedorismo e Propriedade Intelectual na IES – a experiência da UNICAMP”. Na palestra, ele deu ainda detalhes do programa “Bota Pra Fazer”, que, em parceria com a Endeavor, envolvia cem alunos, para os quais duas disciplinas eram oferecidas: Propriedade Intelectual, Inovação e Empreendedorismo e Introdução a o Planejamento de Desenvolvimento de Novos Empreendedores. Logo no dia seguinte a este, 15 de setembro, aconteceu o seminário “Brasil e China: a discussão das mudanças climáticas”, ministrado pelo Prof. José Marengo. No final de setembro, Paulo Nascimento e Rafael Pereira, pesquisadores do IPEA, fizeram seminário no tema “Contexto e dimensionamento da formação de engenheiros e pessoal técnico-científico: evolução recente e cenários para 2020”. Foram apresentados dados sobre a evolução da formação na área de Engenharia, Produção e Construção e da demanda por ocupações afins a engenheiros, arquitetos e tecnólogos, com projeções que permitem traçar diferentes cenários do mercado de trabalho para esses profissionais até 2020. Em outubro aconteceu o último seminário de 2011, organizado pelo Grupo Brasil-China e com o Prof. Júlio de Almeida. O propósito, dessa vez, foi também homenagear o Prof. Antônio Barros de Castro, o que justifica o nome da palestra, “O Brasil no espelho da China: as reflexões de Barros de Castro”. O primeiro seminário de 2012 aconteceu logo em 1º de março, com o Embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney, justamente para falar das relações entre ambos os países. Já no dia 7 do mesmo mês, o Prof.º Marcelo Knobel, então Pró-Reitor de Graduação da UNICAMP, falou sobre “Os Desafios da Educação Geral no Brasil”. No dia 15, o Prof.º Thomas Patrick Dwyer, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, deu um seminário de título “A China e o Brasil: Desafios para a Sociologia Brasileira”. Além deste, outros dois eventos aconteceram ainda em março. O Ruy Fausto, Professor Emérito da USP, falou sobre a história da esquerda política no país, permeando perguntas como “O que significa ser de esquerda, ou – na falta de uma expressão ideal – que significa ser favorável ao ‘progresso social’, na segunda década do século XXI?”. Já no dia 21, a Prof.ª Ana Maria Carneiro, a convite do GEES, fez um balanço do primeiro ano do ProFIS, quanto à sua formação interdisciplinar e inclusão social. Em abril, no dia 12, o Prof.º Leandro Karnal, do IFCH, falou sobre algumas linhas de força da China no imaginário brasileiro – como meio, variantes étnicas e diferenças de cultura –

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para mostrar que a nova potência oriental se tornou o principal parceiro comercial do Brasil, mas

sem que isto significasse grande compreensão cultural recíproca. No dia 18, a Prof.ª Maria Lígia de Oliveira Barbosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ministrou o seminário “Uma agenda de pesquisa sobre o Ensino Superior no Brasil”. No final no mês, no dia 26, aconteceu uma série de eventos. O Grupo Brasil-China organizou uma palestra com o Prof.º José Augusto Guilhon, Fellow do Centro de Estudos Avançados, “Brasil-China: uma parceria em três dimensões”. O mesmo tema seria discutido no livro lançado pelo CEAv um ano mais tarde, em fevereiro de 2013, “China & Brasil: desafios e oportunidades”. No mesmo dia, o Grupo de Estudos Avançados em Esporte organizou, em conjunto com a Faculdade de Educação Física, fórum com as seguintes discussões: Considerações sobre o exercício em atletas com lesão da medula espinhal, com o Prof. Wilson Nadruz Junior (FCM-UNICAMP), Prof. Ricardo Antônio Tanhoffer (Universidade Federal do Pará) e Prof. Lucimar Jupir Forner Flores (UNIOESTE/PR), Avaliação no desenvolvimento do esporte adaptado, com o Prof. José Irineu Gorla (FEF-UNICAMP), Prof. Ciro Winckler de Oliveira Filho (UNIFESP), Prof. Gerson Leite (UNINOVE); Aspectos nutricionais em indivíduos com lesão medular: considerações sobre o metabolismo basal e exercício, com o Prof. Ricardo Tanhofer. Em maio, a Prof.ª Leila da Costa Ferreira, Coordenadora do Grupo de Esudos BrasilChina, realizou seminário sobre as Políticas Ambientas na China com referência ao Brasil. No dia 16, o Prof. Jacques Schwartzman, da Universidade Federal de Minas Gerais, discutiu a participação do REUNI no projeto de expansão do sistema federal de Ensino Superior, enfatizando o crescimento dos cursos de graduação e as propostas de mais eficiência e eficácia. Já no dia 17, outra vez o CEAv promoveu, junto com a FEF, Fórum de Estudos Avançados em Ciência, Tecnologia e Esporte. As duas mesas do debate foram referentes aos assuntos: “Ciência e Tecnologia no Esporte de Alto Nível: Considerações sobre aspectos metodológicos e psicológicos” e “Tecnologia e Esporte: Referenciais Teóricos e Metodológicos de Investigação em Esporte”. No final do mês, no dia 24, o Prof. José Roberto Teixeira Leite, do Instituto de Artes da UNICAMP, fez palestra para o Grupo de Estudos Brasil-China, “A China vista do Ocidente”. No dia 25 houve, ainda, apresentações artísticas de Kunf Gu e Dança do Leão, feitas pelas escolas Central Kungfu-Wushu e Instituto de Kung Fu Brendan Lai Brasil. Em junho, vinda da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SUL), a Prof.ª Rosana Pinheiro-Machado, ministrou seminário sobre “Possibilidades, desafios e percalços da pesquisa de campo na China pós-Mao”. A partir desta data, até o final de 2012, todos os eventos nacionais realizados foram organizados pelo Grupo de Estudos Brasil-China. O Prof.º Alexandre Ratsuo Uehara, diretor das Faculdades Integradas Rio Branco, falou sobre “Política Externa da

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China: Mudanças e Desafios”, no dia 09 de agosto; o Prof. Marcelo Antunes, Pós-graduando da Faculdade de Educação Física, realizou seminário sobre “Wushu (Kung Fu): Origem, desenvolvimento e características”; Christian Lohbauer, Presidente da Associação Nacional ds Exportadores de Sucos Cítricos, falou sobre as negociações comerciais com a China, focando especificamente nas exportações de carne de frango e laranja; Pedro Avel Vieira Junior, pesquisador da EMBRAPA Estudos e Capacitação, e o Prof. Antônio Márcio Buainain, do Instituto de Economia da UNICAMP, realizaram seminário de título “Brasil: Um negócio da China ou para a China”, no qual discutiram, entre outros assuntos, as disparidades quanto à educação de um país para o outro; por último, Leonel Perondi, Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), falou sobre “A Cooperação Brasil-China no programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres)

Conclusão A experiência dos estudos avançados na Unicamp tem se mostrado, assim, excepcional. Desde o início, o CEAv esteve em estreita colaboração com os grandes institutos já consolidados, como Princeton, Stanford e Jerusalém, assim como com outras instituições estrangeiras de referência, como o Boston College e a Academia de Ciências Sociais da China, de modo a inserir-se nos debates mais relevantes a nível mundial. Em seguida, a atuação de profissionais das mais diversas áreas do saber, em um ambiente informal e propenso ao diálogo, foi determinante para a produção acadêmica relevante. Além das revistas e volumes mencionados, foram produzidos vídeos, disponíveis no Canal CEAv no You Tube, com mais de quarenta mil acessos em menos de 18 meses, em todo o Brasil e muitos outros países. O retorno dos usuários demostra, ainda, a pertinência dessa produção e sua relevância não só acadêmica, como social. A convivência de grandes luminares com pesquisadores, mas também com alunos e com pessoas do público em geral, em atitude infensa às hierarquias e aberta ao conhecimento que advém do diálogo, também é o resultado da informalidade que estava já em Princeton em 1930 e que na Unicamp também se mostrou do mais alto potencial criativo.

Para que servem os estudos avançados? Para tudo isso e muito mais. A centelha do pensamento livre, crítico e inovador, com poucas amarras administrativas, mostra todo o seu potencial. Completados três anos em março de 2013, a iniciativa visionária da Universidade demonstra como muito se pode fazer, quando há a comunhão de esforços, a abertura para o mundo e a busca pela diversidade que vivifica o solo do conhecimento. Esse passo decisivo tendo sido dado, a caminhada iniciada poderá levar a ainda novos horizontes.

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Agradecimentos Este artigo resulta da interação com os professores Renato Pedrosa, Paulo César Montagner, Carlos Pacheco, Leila da Costa Ferreira, José Augusto Guilhon Albuquerque e Alcir Pécora. Mencionamos o apoio institucional do Gabinete do Reitor (GR) da Unicamp, da FAPESP, do NEPP/Unicamp, NEPAM/Unicamp, assim como de Cleide Filipini. A responsabilidade pelas ideias restringe-se ao autor. 16/07/2013

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