Os fragmentos de Plutarco e a recepção da sua obra

Share Embed


Descrição do Produto

JOSÉ RIBEIRO FERREIRA DELFIM FERREIRA LEÃO

OS FRAGMENTOS DE PLUTARCO

(Página deixada propositadamente em branco)

OS FRAGMENTOS DE PLUTARCO e a recepção da sua obra

(Página deixada propositadamente em branco)

Coordenadores JOSÉ RIBEIRO FERREIRA DELFIM FERREIRA LEÃO

os

FRAGMENTOS DE PLUTARCO e a recepção da sua obra

SoPlutarco • Instituto de Estudos Clássicos' Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos Associação Portuguesa de Estudos Clássicos' Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

COIMBRA - 2003

Separata da Humanitas, VaI. LV - MMIII Impresso: Imprensa de Coimbra, Lda Depósito Legal 63505/93

PALA VRAS EXPU CA TTV AS

Estas Actas do Colóquio Os Fragmentos de Plutarco e a Recepção da Sua Obra - realizado em Coimbra em 27 e 28 de Setembro de 2002, pela Sociedade Portuguesa de Plutarco, pelo Instituto de Estudos Clássicos, pelo Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos e pela Associação Portuguesa de Estudos Clássicos - constituem a I Pmie da revista Humanitas. As comunicações apresentadas no Colóquio por delegados das univers idades com Associações de estudiosos de Plutarco - universidades de Lille, Monpellier, Lovaina, Complutense, Málaga, Florença, Salerno e Coimbra - foram publicadas no volume 55 da referida revi sta, relativo ao ano de 2003 , que assim se transformou quase num número monográfico. Dessa primeira pmie foi feita uma tiragem de 250 exemplares, com o título Os Fragmentos de Plutarco e a Recepção da Sua Obra e com capa própria insp irada no cartaz produzido para anunciar essa realização cultural. Setembro de 2003

José Ribeiro Ferreira

(Página deixada propositadamente em branco)

HUMANITASVOL. LV

IMMIII

JOSÉ RIBEIRO FERREIRA

lJniversidade de COilI1bra

Senhora Presidente do ConseUlo Directivo Senhor Presidente da International Society Senhora Coordenadora do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos Senhora Presidente daAPEC Senhores Professores representantes das Universidades com Associações de Plutarco Senhora DI" Eugénia Figueiredo emrepresentação do Senhor Presidente da Fund. Eng. António de Almeida Senhores Professores, Caros Estudantes Minhas Senhoras emeus Senhores Não será novidade para os presentes, sobretudo para a maioria, que Plutarco nos legou na sua obra um conjunto de valores que muita repercussão tive ra m depois: fruga lidade, simpl icid ade, hon es tidade, diligência, temperança, autodomínio, co ragem, integridade, justiça, amor à pátria, amor à liberdade, indulgência'. Os heróis da Hélade e de Roma aparecem como

verdadeiros paradigmas que sempre exerceram forte fascínio ao longo dos tempos e cujas virtudes convidam à imi tação, como é sabido e so bressai das Actas do Congresso Plutarco Educador da Europa que se realizou em Coimbra em 1998 2 . A memória de Plutarco de modo algum se perde ao longo da Idade Média e tornou-se um dos autores mais lidos e exaltados no Renascimento, I

Ou

:t

ca racterística doç ura grega qu e -

doucem dans la pensée grecque (Paris, 1979) -

como a define

J. de

Romilly no livro La

é «essenciellemenr une ven u de sociabil ité, de

ro léra nce ct d'i ndulgcncc" (p. 328). 2 Actas

publicadas pela Fundação Eng. António de Almeida, em 2002.

_ _-+----'fosÉRmEIROFERREllti

com assinalável influência no movImento das ideias e nas controvérsias da época. Humanistas como Poliziano, Marsilio Ficino, RabeJais, Erasmo , Guillaume Budé, Amyot, Montaigne, João de Barros, Frei Luís de Granada, D. Jerónimo Osório, entre outros, leram-no, traduziram-no, citaram-no, louvaranl-no. Monraigne considerou-o o breviário da sua época e Shakespeare nele se inspirou para a composição das suas grandes tragédias romanas e a partir de então não mais deixou de ser um ponto de referência. E os valores que Plutarco nos transmitiu cont inu am hoje de g rande ac tualidade e senam muito úteis se transpostos para a prática política e social. Quando em Junho de 2001, no encontro de M,ílaga, ace idmos realizar em Coimb ra a reunião da rede de Universidades com Associações de es tudiosos de Plutarco, propusem.os o tema da recepção de Plutarco até ao Renascimento, inclusive . Foi pedido por algumas Universidades que fossem também incluíd os os fragmentos. De bom grado acedemos à so licita \ão e, em b oa hora, porque são precisamente eles que mais intervenções motivaram. Em vez de um encontro informal com as Associações a falarem da investigação em curso em cada uma sobre o filósofo de Queroneia, pensámos ser mais proveitoso realizar um sem inirio ou co lóquio, em que cada Universidade dispusesse de uma hora para discorrer sobre temas dentro dos assuntos acima referidos. A~sim teríamos um co njunto de estudos que, publicados de imediato, poderiam ser a base para um projecto mais vasto .

É esta a génese deste colóquio Os Fragmentos de Plutarco e a Recepção da sua Obra, em cuja organização, além da Sociedade Portuguesa de Plutarco, participam o Instituto de Estudos C lássicos, o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos e a Associação Portuguesa de Estudos C lássicos . Além da participação das Universidades de Lille, de Monpellier, de Lovaina, Complutense, de Málaga, de Coimbra, -

universidades com

Associações de Plutarco que já integravam a rede - , foi endereçado também convite às universidades italianas de Florença e de Salerno . A todos com gosto saúdo e desejo boa estadia em Coimbra. É para nós grande honra a presença d e rep resent antes de tão prestigiadas universidades. Temos a certeza de que o Colóquio m uito contribuirá para

~ 8

I

SE')SAo DEAIlEJrfUrVU _ __

! LIma maior divulgação da obra de Plutarco, para um melhor conhecimento das raízes da nossa cultura e da cultura europeia e dos valores que a informam. Não posso terminar sem primeiro cumprir a grata missão de manifes tar o meu reéonhecimento aos outros membros da Comissão Organizadora, a cujo esforço e zelo sobre tudo se deve a construção do edifício, e a todos os que nos apoiaram: Ministério da C ultura, Fundação para a Ciência e Tecnologia, Conselho Directivo da Faculdade de Letras, Fundações Calouste Gulbenkian e Eng. António de Almeida -

que prima em nos

honrar com a sua presença - , mas ainda o Banco Comercial Português, o Thíasos do IEC, o Instituto Justiça e Paz, as Caves S. João. Um bem-haja a todos.

9

(Página deixada propositadamente em branco)

HUMANITASVOL. LV I

MMIII

JACQUES BOULOGNE

Universidade Charles de Gaulle -Lille 3

L

ÂME ET LE CORPS CHEZ PLUTARQUE À PARTIR DU

(FRAC lv[ENTS

JTEPI I/IYXHE

173-178 SANDBACl-l)

Si, apres la chute de J'Empire Romain la fortune de J' ceuvre de Plutarque varie beaucoup selon qu'on regarde du côté de J'Europe occidentale ou qu'on se tourne vers l'Orient hellénique, car ii fam attendre le XIV" siecle 1 pour assister à sa redécouverte en France et en Italie, alors que sa popularité n'a pas bibli

dans le monde byzantin, on n'a pas, au cours des deux ou trois siecles qui suivent immédiatement la mort de cet habitant de Chéronée, cessé de le lire, quelle que füt sa profession de foi, p,úenne ou chrétienne, ainsi qu' en témoignent les fragments rassemblés par F.I-I. Sandbach 2 . Et, comme ce recueil le montre également, c'est aussi bien au biographe qu'au philosophe qu'on s'intéresse et, notam1l1ent au spécialiste des problemes relati(~ à l'âme,

UI1

sujet qui retient

tout particulierement l' anention de Plurarque. Le recueil de EH. Sandbach comprend 8 fragmenrs consacrés à J'âme; en fait, 6 seulemenr sont à prendre en considération, les deux premiers, dits fragmenrs de Tyrwhitt et qui traitenr I' un la question de savoir si le désir et la tristesse sonr une passion du corps ou une passion de J'âme à cause du corps, et le second celle de savoir si le passionnel est une parti e ou une fac ulté de l'âme,

1

Voir Robert Au]orre, Am)'ot et P/utarque. La Imdition des MOI·alia au XV!' siecle, Geneve,

1965, p. 21-22. 2

PLutarclú Moralia,

)(II,

The Loeb Classical Library, London/Cambridge (Mass.), 1969.

étant actuellement unanimement jugés apocryphes. Les 6 fragments restants3 , 173-178 selon la numérotatÍon de F.H. Sandbach, sont tous rangés so us Je titre du traité perdu Lame, attesté cependant par Je catalogue de Lamprias, qui le signale sous Je numéro 209. Qu'apportent-ils à la connaissance de la pensée de Plutarqu e

5tH

J'âme

et notammenc sur le probleme d e sa relation au corps? Mais, ava nt de pro céder à cette analyse, rappelons-en la teneur.

*

*

*

1) FR. 173 < OR1 GENE, CONT/?A CELSUlvl, 5, 57. D es fairs érran ges apparaissem parfois aux hommes. En OD t relaté, I1mammem chez les Grecs, non seulement ceux qu' on pourrait soupçon ner d ' inventer des fictions, m ais encore ceux qui onr largement fait montre d ' une philosophie authemique et d 'un amour de la vérité dans I'exposé de ce qui esc parvenu jusqu'à eux. Or nous avons lu de tels fa its chez Plutarqlle de C héro née, dans ses li vres Sur

!ame4• 2) FR. 174 < Auw-GW.E, LEs NUlTSATT/QUES, 1,3,31. Sur ce m ême Chilon, le philosoph e PllItarqlle, dans le premier livre de son

SUl"

!ame, a écrit (je cite): "Chilon I'Ancien, entendant qllelqu' un dire ll'avo ir allcun en nemi, lui demanda s'il n'avai t aUClln ami, cal', à son avis, les inimiciés nécessairement acco mpagnent les amiti és et s' entrelacem avec elles» .

.1

Je Iaisse aussi de côté les fragments 203-206, attribués par Sto bée au mysté rieux traité

de Th émistius intitulé, lui auss i,

Lame. J.:incerti tud e demeure à lem suj et la plus co mpl ete et,

dans le d oute, je préfere, à l'insta r d e Sa ndbach, ne pas les intégre r dans l'cx uvre de Plu tarque, bien qu' ils offrent des résonances avec celle-ci, ct enca re mains les rattach er à so n TTéplK- if;ux/], vu leur co ntenu. II y est en effet successivement question de la nécessa ire agress ivité du discoms philosophique; de la symb iose de I'amour conjugal auth enti que; du changem ent de nature que I'âge eJ1[ralne pour la perception de la mort, un havre po m les vieill ards , mais pour les jeunes un naufrage; et de la satisfaction rétrospective éprouvée sur son lit de mort par le sto'icien A ntipater,

à la pensée que sa nav igat ion de C ilicie à Athenes s'es t bien passée . lo

J

Mais fa ut-il lire dan s l'express io n EV

Tol

TTEplK

tj;UX~ le titre c!'un o uv rage en

plu siem s li vres, o u un renvoi ii. l'ensemblc des écrits composés sur le suj et?

I

LA~LE El LE CORI'S CHEl PLlJlilRQUE

3) FR. 175 < AULU-GEl.LE,

LEÇ NUfTS ATTfQms,

15, 10.

Plutarque, dans le premieI' de ses livres intitulés SUl' l'âme, alors qu'il discourt sur les maladies qui tombent sur l'âme humaine, dit que des jeunes filIes, qu'j] nOlllme Milésiennes, furent, pOUl' presque toutes celles qui étaienr dans cerre cité, prises souelain, sans aucune cause évidenre, de la volonté de se donner la mort, et que, par suite, la pluparr mirent fin à leur vie en se pendant. Comme ele jour en jour cet accident devenait plus fréquent et qu'on ne pouvait pas . appliquer de méelecine à I'âme de celles qui persévéraient elans la volonté ele mourir, les M'ilésiens auraient décrété que les vierges trouvées mortes par pendaison seraient toutes portées en terre nues, avec uniquemenr le même lacet qu'elles se seraient passé autour du cou. Apres ce décret, les vierges n' auraiem plus cherché à se suicider, clissuadées par la sellle honre de funérailles si déshonorantes.

4) FR. 176

< EUSF.BE, PilA E!'. EVANG. , 11,

36, l.

Des reIations de la même tunille que celles-Iàsonr aussi rapportées par Plutarque, clans le premier livre de son

SUl'

l'âme, à peu pres de la façon suivante.

Nous étions nous-mêmes aussi présenrs, avec Sositéles et Héracléon, quand Amyllos, que voici, fit son récit. Récemmenr iI avait été malade et iI avait donné aux médecins l'impression qu'il était condamné. Mais, alors qu'il avait lln peu récupéré d'un coma léger, iI dit, sans par ailleurs aucun acte ou aucune parole qui trahlt un esprit dérangé, qu'il avait été mort, qu'il avait été relâché et que sa mort ne résulterait absolument pas ele cet affaiblissemem, et même que ceux qui l'avaient emmené s' étaienr fait réprimander par leur maltre; en effet, alors qu'ils avaiem été envoyés pour Nikandas, ils écaienr revenus avec lui, à la place de celuicio Nikanelas était cordonnier, mais, par ailleurs, ii était elu nombre de ceux qui avaient fréquenré les palestres et beaucoup de monde avait des relations familieres avec lui et le connaissait. Du coup, les petits jeunes gens, quand ils venaient à lui, le plaisanterent en le traitant de déserteur ec de cOlTupteur des fonctionnaires de I'Au-elelà. Mais visiblement, pour ce qui le concerne lui-même, ]' effroi s'insinua tOllt de suite en lui et il le supporra difficilement. Pom finir, une fievre s' abattit sur lui et, deux jours plus tard, ilmomut subitement. Quant à celui-ci, iI revint à la vie et, à notre grande satishction, iI est toujours là, à se montrer pom nous le plus agréable eles hôtes.

13

5)

FR.

177 <

STOBÉE,

4, 52, 48 (5, p. 1087

HENSE).

Ou livre de Thémistius, Sur l'âme. Sur ces mots, Parrocléas prit la parole. - Ton discours, dit-il, est aussi fort qu'ancien, tout en contenant cependant des difficultés. Car, si la croyance en I'immortalité est on ne pem plus ancienne, comment est-i! vraisemblable que la crainte de la mort soit la plus vieille de toutes les peurs, à moins, par Zeus, que cette crainte ne soit pour nous à l'origine de toutes les autres peurs aussi? Pleurer qui est mort et user à son endroit de ces tristes formules de lamentation que sont les termes d'«infoItuné» et de «pitoyab le» n' es t pas un e pratique neuve, ni récente. - Mais en raisonnant ainsi, dit Timon, on croit que m ême ce qui est immortel se elissout avec ce qui meurt. Que les expressions TL y lJega ai número de 34 exposiciones, más o menos extensas, con el tema dei conocimiento como denominador común, conocimiento que va decantándose como originado por el recuerdo a medida que se va progresando en la enumeración. Así llega a ser el recuerdo o àváflVr]CJLS' el hilo conductor y tema fundamental. Varios \ Buena parte de! contenido de los resúmenes coincide con los Olympiodori Commentaria

31

_ _---'---_ROSAMARIAAcUIL~R

motivos recurrentes en Plutarco podrían destacarse en estos excerpta y ahora intentaremos ponerlos de relieve.

1) EI destacado platonismo ortodoxo del autor que se expresa notablemente en la crítica de las otras escuelas filosóficas o incluso a la Academia posterior, sobre el problema de la posibilidad del conocimiento, como puede verse por las críticas que hace a Arcesilao en el apartado 1 por mantener que lo cognoscible es ya causa del conocimiento, pues de este modo -

dice - , también la ignorancia

parecerá ser causa del conocimiento, con lo cu ai manifiesta su rechazo a este escolarca que postulaba la existencia de una verdad sólo relativa. Contra los filósofos del Pórtico se manifiesta en el 2, donde dice que aquéllos mantienen que el alma cambia en la comprehensión de las cosas o en el erro r, porque entonces, -

objeta - , el alma

seda en sí misma causa del conocimiento, cuando alll1 no los poseé. A los peripatéticos, estoicos y epicúreos los critica conjuntamente en el 6, cuando argumenta que es difícil establecer si algo puede buscarse y hallarse como se plantea en el Menón: a los primeros porque situaron el intelecto (vou"v) en la facultad (SuváflfL); a los segundos por introducir en este problema el concepto de 'nociones físicas' (c,buCJL!(às- ElJVOLas-) . Si estas nociones están en la f..1.cultad

(SUVáfJ-EL) preguntaremos por lo mismo, si están en la actividad (EVEpyd.q) 2por qué buscamos lo que sabemos? Pero, si a partir de éstas otras son desconocidas 2cómo las que no conocemos?; por último hace la crítica de los epicúreos por sus 'preconcepciones'

(TTpOÀlít/JELS-Y. Si a unas las llaman 'articuladas' (OLllP8pwfJ-Évas-) la investigación es superflua, arguye. Pero si otras son 'inarticuladas'

(àSLap8pC0TOUS-), 2cómo pretendemos buscar otfa cosa adem ás de las 'preconcepciones' que ni siquiera hemos 'preconcebido' 6

Hay una lecrura diferenre pa ra esre punro en Wyrrenbach y Dübn er por una parre

donde leemos: Il~TTW aUTà, ExovCJa àpX~v y en Bernardakis que ha corregido eI aUTà, en

aUTT!"" que aclara mejor el senrido, ya que podríamos enrender 'eI origen dei conocimienro', pera ino sería una lectia foei/iar? 7

Esra noción aparece en la Carta a Meneceo 124. Tanra Wyrrenbach como Dübner

vierren es re rérmino en su versión !arina por anticipationes.

---: 32

Los SuruESTosFRAGMENTOS PLurARQuEoS DELDEANhtvl EN OUMPIODORO_+-_ _ (TTPOELÀlícpaf.1EV)?, empleando una fuerte carga irónica en la e!ección

de! verbo. 2) También dentro de esta ortodoxia debemos considerar la crítica de otros filósofos, abora en e! problema de! recuerdo como es e! caso de Bión s - sin duda e! de Borístenes - , en e! apartado 18, por dudar de si e! erro r, como contrario de! conocimiento verdadero, podía surgir de! recuerdo y ai peripatético Estratón9 en e! 19, porque planteaba la contradicción entre la existencia de! recuerdo como fuente de! conocimiento y la necesidad de! ejercicio en los que practican un arte. 3) La referencia a Platón, en cambio, como origen de la sana doctrina que sÍtúa en olvido y recuerdo conocimiento e ignorancia en el 3. 4) Alusiones repetidas a las obras platónicas. Así aI Fedón cuando menciona e! autor de los excerpta a Cebes en el 23 y a Simmias en 33; e! diálogo Menón en e! 6 en re!ación aI problema de! 'buscar' y e! 'hallar y en e! 25 respecto a la interrogación mayéutica, las dos ocasiones de forma expresa, y como alusión por e! contenido en e! 34 donde alude al esclavo indocto; a ambos diálogos en e! apartado 25, donde cita a Sócrates. 5) Gusto de! uso de los juegos etimológicos como en 7, cuando relaciona àÀlÍ8ELa con Àlí8Tl, ai explicar cómo la 'verdad' muestra por su mismo nombre que e! conocimiento es expulsión de! 'olvido';

... 1]

àÀlÍ8ELa

TO

OVOf.1a

8TlÀoL

Àlí8TlS'

E"K~OÀT]V

E1VaL.

También se juega con la etimología en este mismo apartado ai insistir en interpretación alegorizante que OCUlTe igual con quienes dicen que Mnemósine es la madre de las Musas, ya que las Musas proporcionan e! 'buscar' y Mnemósine e! 'ha11ar'; KaL Tú)V

MOUCJL0V TT]V

MVllf.10UÚVTlV El TTÓVTES'

EVOElKVUVTaL a'L f.1Êv yàp MomaL TO (TlTÉLV

o'L

aino

l.lllTÉpa TOUTO

TTapÉxoVTaL

1] 8Ê MVTlf.1oUÚVTl TO EUpLUKELV. , Bión aparece citado por Plutarco como 'I

b

cplÀOOCxtxlS' o como

b

CJOcplCJTTl' unas diez veces.

Esrratón figura unas acho veces en citas de Plutarco, allldiendo a continuación a Sll

ciudad de origen o lhumíndole b cpuCJuc(lS' o bien TW"i' aÀÀwv n Epl1TaTllTLI(W"V

b

IWPUCPCllÓT(1TClS'.

33

_ _--+-_RO.'iAMARIAAGUlL~R

6) EI gusto por lo anecdótico que aquí lógicamente, dado e! carácter de los textos, representa tan sólo mínimas pinceladas. Así los temores injustificados a animales casi inofensivos, como comadrejas, lagartos o tortugas, que se ilustran con los ejemplos de! sobrino de Tiberio 1o que cazaba osos y leones pero temía a los gaIlos y no resistÍa ni e! verIos; e! de un vendedor de fármacos que sabedor de no poder sufrir ningún mal de serpienres o de áspides, sin embargo se estremecÍa hasta gritar fuera de sí a la vista de tábanos o e! de! médico Temisón que trataba cualquier enfermedad pero se estremecÍa de só lo oír nombrar la hidrofobia, todos en 10. En e! apartado 11 se trata de que las impresiones más violentas de las experiencias previas (TTpoTTaeEL(0V) se graban en e! recuerdo hasta dos generaciones y como ilustración presenra e! autor a Polemarco y a los que sufrieron e! terremoto de Corinto y después la inscripción de la tumba de Demetrio en Amargos, como ilustraciones de la farma en que se configuran los recuerdos. 7) Ejemplos explicados m ediante la enumeración de personajes famosos, ya sean o no realmente históricos. Así, antes las dudas de Estratón de por qué, si existe e! recuerdo, es sin embargo necesario e! ejercicio, como OCUlTe con los citaristas o los flautistas,

y no somos sabios sin demostración, a no ser que existan los autodidactas, pone e! ejemplo de Heráclito, e! de! campesl110 egipcio y e! de Femio e! personaje de Homero en e! apartado 19, para concluir que las almas que están poseídas por la torpeza de muchos nacimientos necesitan ejercicio para e! recuerdo. En cambio, e! de Alcibíades en e! 20 es ilustración de! modo en que la mención de tan sólo

UI1

nombre evoca una vida entera y

da lugar a un despliegue mayor de la imaginación, porque la memoria racional haIla más cosas a partir de un es tímulo casual.

10

Tanro Wyrrenbach como Dübner dan co mo lectura BEplou mienrras que Bernardakis

(p. 30, app. cr.) ofrece la de Tl~Eplou segú n eI coei . 1823, que curiosa mente es eI Parisinus uti lizado por Dübner.

Éstos serían los ejemplos más de stacados de procedimienros expositivos, temas y personajes que se hallan abundantemente en la obra de nuestro autor. Queríamos ahora insistir en cuestiones dei contenido de estos resúmenes que parecen concordar de una forma bastante homogénea con los que son habituales en los tratados o diálogos plutarqueos, que de una forma u otra, también se ocupan de! alma. Desde un punto de vista general estos fragmentos tratan sobre la memoria y el recuerdo (I-lvlÍl-lll y àvál.lVllCJLS') y sobre e! conocimiento y la ignorancia

(E-1TLCJTlíl-lll/YVWCJLS' y ayvow), pero sólo se ocupa e! autor de ello en función de un asunto mayor como es e! de la inmortalidad de! alma. Esto se hace más evidente a partir de los números 23 en ade!ante donde en e! primero de ellos se evoca e! Fedón citando a Cebes. En efecto, en este primer apartado e! autor dice que Cebes provoca orro intento no a partir de la misma conclusión, cuando pensando lo contrario recuerda a Sócrates cómo podda demostrarse que e! alma existe antes que e! cuerpo, pues él - i. e. Sócrates -

ha dicho que e! alma es un

algo inmortal si existía previamente, separada de! cuerpo. Con este corto extracto se condensa e! pasaje 72c-73c de! Fedón, en e! cu ai Cebes tiene la función de resumir la opinión repetidamente expresada antes por Sócrates de que e! aprender

(l-láGllCJLS'), no es otra cosa que precisamente e! recuerdo (àváI-lVllCJLS') y que de ese modo es forzoso que las cosas que ahora recordamos hayan sido aprendidas en un tiempo anterior. Así, esto seda imposible a menos que l1Uestra alma hubiera existido en alguna parte antes de llegar a estar en figura humana. De esta suerte, parece que conforme a eSQ e! alma parece ser un algo inmortal, frase que ha repetido e! autor de este resumen casi exactamente, con la sola diferencia de ser aquí una narración indirecta. Entonces, como conclusión en e! 24 se afirma que, frente a quienes piensan que e! alma nace y perece con e! cuerpo, estos dos razonamientos -- preexistencia y recuerdo-, ya expuestos, destruyen uno y otro argumento. El 25, en cambio, trata de la interrogación mayéutica a la que denomina invitación aI conocimiento escondido, -

literalmente aI

conocimiento en estado fetal - , (1TPÓI(ÀllCJLS' ... TDS' KUOOVI-lÉV11S' E-1TLCJTlÍI-111S') y que también por fuerza muestra la preexistencia de! alma, aunque en este caso cita como autoridad de la demostración a Sócrates en e! Menón. El siguiente, 26, se ocupa de las Ideas, prosiguiendo así con

Ull

extracto esc ue to los

I

~ 35

_ _-!-_ROSA~\RIAAGUlL~R

razonamientos que sigue haciendo Sócrates después de los párrafos mencionados del Fedón, esto es, que la existencia de las Ideas se demuestra con el razonamiento de la igualdad y la multiplicidad de una parte y de otra con el de que la igualdad en materia denota contaminación por su propia privación, mi entras que son puras las que son ellas en sí mismas, así también las perfectas son anteriores a las imperfectas. Parecidamente ocurre con los apartados siguientes, donde se discute la diferencia entre 'Lua yainá respecto a la unidad del intelecto y la pluralidad del alma en 27, o cómo el alma es por esencia imagen de la divinidad en 28, y en 29 la imposibilidad para la mayoda de las almas de conocer lo inteligible mediante las cosas sensibles. El31 insiste en la anterioridad de lo cognoscible en relación con lo sensible, por lo cual, aunque sintamos al tiempo de nacer, conocemos sin embargo antes de nacer, concluyendo el autor de los excerpta que esto lo dice 11 como hipótesis, frase que no figura en la traducción latina de Wyttenbach pero sí en la de Dübner. Más interés presenta e! apartado 32, donde se vuelve a desarrollar el tema de! recuerdo mediante otro incidente en él, e! de! primer nacimiento. Durante éste, dice, se produce el cambio más violento ya que e! nacimiento hiere a la memoria y con ello perturbándola se produce el olvido, de suerte que no podríamos conocer si no existiera e! alma antes que el cuerpo, o bien sólo existiera de una forma próxima como en los iniciados recientemente en la filosofía, VEOTEÀlÍS,

con un término, el de

claramente sugerente de! Fedro (250c-e) - , o incluso a partir de

vidas antes existentes. Los dos últimos puntos, 33 y 34, son referencias al Fedón y ai Menón, respectivamente. El 33 alude a la desconfianza de Simmias ante e! segundo razonamiento, al indicar cómo no demuestra ése la existencia ulterior de! alma en el Hades, ya que tampoco aquél existía antes de! nacimiento, lo que Sócrates obviada reduciendo ambos razonamientos a una sola demostración completa. EI 34 se refiere a la condición del esclavo del Menón, en cuanto a su razón carente de educación contra naturaleza, sin embargo en lo irracional conforme a su propia naturaleza )' en

Sll

cuerpo conforme a su edad, aunque

aquí no se hace cita expresa sino que son estas precisiones formales las que nos

II

Esre
Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.