Os fundamentos cognitivo-culturais da mente e do comportamento religioso: uma análise crítica de três recentes teorias evolutivas advindas da Ciência Cognitiva e da Psicologia da Religião.

Esse projeto de pesquisa parte da premissa de que, devido a algumas de suas características teórico-metodológicas – que acabam por resultar em uma análise reducionista e num estreitamento excessivo do “conceito de religião” – as capacidades explanatórias dos três principais modelos atuais para uma abordagem evolutiva das origens e do desenvolvimento da mente e do comportamento religioso são individualmente insatisfatórias e fenomenologicamente limitadas. A partir dessa constatação, pretende-se, em um primeiro momento, reavaliar as alegações centrais defendidas por cada um desses modelos, assim como suas mais relevantes críticas, na esperança de que tal empreitada possa possibilitar uma maior compreensão de seus fundamentos, limitações e metas. Dessa forma, e em um segundo momento, objetiva-se poder sustentar a proposta de que – apesar de sua ineficácia individual – a aplicação conjunta (complementar e cooperativa) dos modelos adaptacionista, cognitivista (hipóteses naturalistas) e culturalista (hipótese não-naturalista), poderia satisfazer uma descrição evolutiva compreensiva do fenômeno religioso – segundo os paradigmas atuais da Psicologia da Religião e da Ciência Cognitiva – ou seja: o estudo da origem das religiões carece de uma perspectiva cognitivo-cultural.