Os itens históricos em Corpus Christi na Catedral Basílica de Curitiba

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Os itens históricos em Corpus Christi na Catedral Basílica de Curitiba Gabriel Antonio Forgati* Entre os dias 5 e 8 de maio de 1960, ou seja, há 55 anos, realizou-se o VII Congresso Eucarístico Nacional neste Município de Curitiba. Na época, o Arcebispo Metropolitano era Dom Manuel da Silveira D’Elboux (1904-1970), de saudosa memória, que governou nossa Arquidiocese por fecundos vinte anos (1950 a 1970). O lema desse Congresso foi “Eucaristia, luz e vida do mundo”. Desse evento que se originou o hino “Viva Cristo na Hóstia sagrada”, que todos os anos animadamente entoamos diante este templo da Catedral Basílica, quando da Solene Procissão do Corpo de Cristo, rumo ao Palácio Iguaçu. Naquela “festa eucarística”, em 1960, o clero e os fiéis católicos percorreram o mesmo caminho que percorremos hoje, quando ainda a Avenida Cândido de Abreu não era larga como o é hoje, e quando o Palácio 29 de março e uma série de edifícios públicos ainda não haviam sido levantados no que hoje é o Centro Cívico.

(Selo Postal comemorativo pelo VII Congresso Eucarístico Nacional de 1960, Curitiba, Paraná, com destaque para o Emblema Oficial. Fonte: Arquivo Dom Alberto José Gonçalves)

Na ocasião, o pastor desta terra da Senhora da Luz dos Pinhais, zeloso e exemplar, mandou confeccionar – com recursos advindos de doações do generoso

Aluno da Graduação em História – Memória & Imagem – pela Universidade Federal do Paraná (Turma de 2018). Atualmente é Arquivista da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais – Curitiba/PR (Arquivo Dom Alberto José Gonçalves). *

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povo paranaense – alguns itens utilizados pelo culto litúrgico, dos quais dispomos, pelo menos em parte, de alguns deles. O mais belo e ilustre de todos, sem dúvida, é o Ostensório. Na verdade, este objeto foi mandado fazer em 1953 para o I Congresso Eucarístico Provincial – que na época envolveu todo o Paraná – que foi realizado pelo centenário da Emancipação Política do Paraná. Feito em prata, com alguns detalhes em ouro, é de beleza impar; robusto, foi confeccionado na Prataria Alves Pinto, em São Paulo; Possui 110cm de altura e 40cm de largura no resplendor. A base, com temas florais, traz também o emblema do Congresso de 1953 e o brasão arquiepiscopal de Dom D’Elboux. Na haste, um alto relevo da Rainha Paranaense, Nossa Senhora do Rocio de Paranaguá. A custódia, munida de cristal, é ricamente ornamentada, digna ao fim que se destina: “custodiar” o Cristo que se faz carne para nossa adoração. Ainda no jogo deste ostensório, no mesmo estilo e também em prata, foi feito um turíbulo (objeto onde se queima o incenso na brasa) e uma naveta (para repor o incenso). Infelizmente, aquele foi furtado da igreja Catedral Basílica, restando-nos apenas a naveta, igualmente robusta e bela. A beleza da liturgia também se mostra nos paramentos confeccionados para então: ao menos cinco jogos sobraram, contando pluviais (capa usada nas procissões litúrgicas solenes), casulas góticas e romanas, estolas, dalmáticas, manípulos e véus umerais. Esses paramentos, guardados com dignidade e zelo, todos os anos são utilizados por nossos prelados e assim dignificados em sua memória. Um pluvial roxo, por exemplo, é utilizado pelo Arcebispo Metropolitano na acolhida da Procissão do Senhor Morto e de Nossa Senhora das Dores na Sextafeira Santa. No mesmo dia, um véu umeral de tecido adamascado claro é usado pelo diácono para portar a Relíquia da Santa Cruz, com a qual o Metropolita abençoa os fiéis na ocasião. Na Solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo – Corpus Christi – novamente muitos paramentos são usados: a casula do celebrante, as dalmáticas dos diáconos assistentes, e os pluviais que os bispos usam na Procissão Eucarística, e ainda o véu umeral com o qual o Arcebispo Metropolitano dá a benção com o Santíssimo Sacramento ao final da procissão, defronte o Palácio Iguaçu.

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No ano de 2014, quando ainda Dom Moacyr José Vitti, de saudosa memória, era Arcebispo Metropolitano, os paramentos também foram usados; e também o foram por seus auxiliares, Dom Rafael Biernaski e Dom José Mário Angonese. Repetiu-se, então, a ocasião tal qual no Congresso de 1960: Dom Manuel, Arcebispo, conduzindo o Santíssimo Sacramento pela Avenida Cândido de Abreu, acompanhado por seus auxiliares, Dom Jerônimo Mazzarotto e Dom Inácio Krause. A memória desta igreja, Catedral Basílica de Curitiba, é sempre viva, sempre presente, e sempre trazida à tona. Os itens sacros, utilizados por nossos antepassados na fé, são testemunhas da continuidade da Igreja e da Sucessão Apostólica. E, além da importância histórica, guardam a sacralidade e a sublime glória daquilo que é destinado ao culto do Altíssimo.

(Dom Moacyr José Vitti, in memoriam, V Arcebispo Metropolitano de Curitiba, conduz o Ostensório do I Congresso Eucarístico Provincial de 1953 na Solenidade de Corpus Christi 2014. Fonte: Associação Evangelizar É Preciso)

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