Os Magalhães de Figueiró dos Vinhos: Contributo documental para o estudo genealógico da família Magalhães

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Cadernos de Estudos Leirienses – 5 * Setembro 2015

Os Magalhães de Figueiró dos Vinhos: Contributo documental para o estudo genealógico da família Magalhães Miguel Portela*

Nas últimas décadas foram publicados alguns estudos sobre os Magalhães de Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande. Todavia, pouco se avançou em questões genealógicas, históricas e sociais sobre esta família da região do norte do distrito de Leiria. A presença dessa família neste território remonta ao século XV, estando relacionada com a capela do Espírito Santo da Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos desde essa época. Apresentamos os principais traços da vivência da família Magalhães na vila de Figueiró dos Vinhos ao longo dos séculos XVI e XVII, considerando os diferentes elementos genealógicos e tendo por base documentação primária inédita, de modo a reconstituir o percurso familiar de alguns descendentes de Simão de Magalhães. 1. Introdução Desde o século XVI que Figueiró dos Vinhos era uma vila com manifesta relevância no contexto económico, social e artístico no panorama da região norte do distrito de Leiria. As riquezas trazidas por muitos que haviam partido para Oriente em busca de fortuna foram engrandecendo e notabilizando esta vila e seu termo. Jorge Cardoso, na sua obra Agiologio Lusitano, publicada no ano de 1652, refere que “A nobre Villa de Figueiró he de fresquissimo terreno, não só abundante de tantos, & tam generosos vinhos de que tomou o nome, mas * Investigador.

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d’outros fruttos. He do Bispado de Coimbra, da qual dista 7 legoas para o Sul.” (CARDOSO, 1652: 308). O elogio às suas belezas naturais é ainda hoje um ato de justiça e a dinâmica industriosa das suas gentes representa uma permanência cuja memória e fundamento mergulham nos séculos modernos, tempos de ouro da história deste território. No século XVII, esta nobre vila regurgitava um grande número de frades, freiras, músicos, pintores, homens de Letras, entre outros, que enriqueciam os muitos edifícios com a sua arte e seu saber e motivavam o seu reconhecimento junto da corte. Famílias como os Almeidas, os Craveiros, os Curados, os Temudos, os Magalhães, entre outras, ocupavam os cargos mais importantes na vida administrativa deste concelho (PORTELA, 2013: 7-21). 2. Os Magalhães: Lopo Rodrigues de Magalhães e sua descendência A presença da família Magalhães na região norte do distrito de Leiria, principalmente nas vilas de Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, remonta ao século XV. Foi com a união de Lopo Rodrigues de Magalhães e Margarida Nunes que começou uma vasta descendência que alcançou nos séculos XVI e XVII o seu apogeu neste território. Desse enlace nasceram, entre outros filhos, Branca de Magalhães, possuidora e administradora da capela do Espírito Santo da Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos. Esta capela havia sido instituída por um prior da vila de Arega, sabendo-se que no reinado de D. Afonso V era administrada pelos Senhores de Figueiró e Pedrógão (SERRÃO, 1971: 85-102). Desconhecemos o modo como esta capela entrou na administração da família Magalhães. Todavia, os Senhores de Figueiró devem-na ter outorgado nessa época ao seu parente Lopo Rodrigues de Magalhães, desconhecendo-se de momento quaisquer fontes primárias que atestem essa afirmação. Essa capela permaneceu sempre nas sucessivas gerações da linha direta de Branca de Magalhães, tendo sido pertença de seu filho Diogo Cotrim, casado com Catarina Leitão. Estes tê-la-ão passado a seu filho, Simão de Magalhães, pai de Joana Vieira de Magalhães, consorte de Manuel Torrado da Vide, o Novo. 138

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Figura 1: Altar do Espírito Santo na Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos. Autor da foto: Studio Sérgio - Figueiró dos Vinhos.

Sabemos, também, que Simão de Magalhães residiu nesta vila de Figueiró dos Vinhos, tendo casado a 16 de abril de 1578 na igreja matriz de Pedrógão Grande com Helena Leitoa, por dispensa do Papa e do provisor do bispado, por esta ser sua parente (vd. Apêndice documental, documento 3). 139

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Helena Leitoa era filha de Filipe Calvo e de Joana Leitoa, moradores na vila de Pedrógão Grande, tendo sido batizada na igreja matriz dessa vila a 10 de maio de 1549 pelo Cura Dinis Lopes (vd. Apêndice documental, documento 1). De Simão de Magalhães e de Helena Leitoa documentamos alguns descendentes que viveram nas vilas de Figueiró e Pedrógão, nomeadamente: 1. Uma filha, da qual não sabemos o nome e que faleceu no princípio de agosto de 1580, tendo seu pai doado 200 reais de esmola à Misericórdia de Figueiró dos Vinhos (vd. Apêndice documental, documento 4). 2. Miguel, que faleceu a 27 de abril de 1583, tendo o seu pai doado 200 reais à Misericórdia de Figueiró dos Vinhos pelo acompanhamento à sepultura (vd. Apêndice documental, documento 5). 3. Miguel de Magalhães, nascido em Figueiró dos Vinhos, a quem, a 16 de março de 1655, foi passado um alvará dos foros de escudeiro-fidalgo e cavaleiro-fidalgo, com 900 réis de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia, foi à Índia, onde foi armado cavaleiro (INVENTÁRIO, 1911: 268). Faleceu sem deixar descendência. 4. Francisco de Magalhães Cotrim terá nascido entre os anos de 1590 e 1592 (Arquivo da Universidade de Coimbra (AUC): Processo de Ordenação Sacerdotal de António de Morais, DIII-S1ªE-E5-T1-N.º2, Caixa 200, fl. 7.; AUC: Processo de Ordenação Sacerdotal de António de Almeida, DIII-S1ªE-E2T1-N.º 3, Caixa 43, fl. 7v.). Faleceu a 27 de janeiro de 1658. Apesar da sua condição sacerdotal, o Padre Francisco de Magalhães Cotrim teve descendência de Felipa Jorge, ambos moradores nas Cabeças de Baixo (c. Figueiró dos Vinhos) (vd. Apêndice documental, documentos 9, 12 e 15). 5. Maria de Magalhães, que foi casada com Diogo Vieira de Aguiar, ambos moradores em Figueiró dos Vinhos, e que ainda viviam em novembro de 1617 (Arquivo Distrital de Leiria (ADL): Livro Notarial de Figueiró dos Vinhos, Dep. V-54-C-7, fl. 113v.-115v.). Deste casamento nasceu Joana Vieira de Magalhães, de quem falaremos adiante. 6. Catarina de Magalhães foi casada com o Licenciado Alexandre Lobo de Magalhães. Este morou na vila de Figueiró dos Vinhos e o seu nascimento terá ocorrido por volta do ano de 1591 (AUC: Processo de Ordenação Sacerdotal de António de Morais, DIII-S1ªE-E5-T1-N.º2, Caixa 200, fl. 7v.). Catarina de Magalhães faleceu a 1 de abril de 1667, tendo o seu esposo falecido a 19 de março de 1673 (vd. Apêndice documental, documentos 17 e 19). 7. Francisca de Magalhães, que ainda vivia em junho de 1655, faleceu solteira (ADL: Livro Notarial de Figueiró dos Vinhos, Dep. V-54-C-7, fl. 113v.140

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Esquema 1: Árvore genealógica de Simão de Magalhães.

Esquema 2: Árvore genealógica de Joana de Magalhães.

115v.; ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 3, fl. 24). 8. Serafina de Magalhães, que vivia solteira em 1614 (vd. Apêndice documental, documento 9). 141

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9. Joana de Castilho, que era solteira em 1614 (vd. Apêndice documental, documento 9). Do casamento de Maria de Magalhães e de Diogo Vieira nasceu Joana Vieira de Magalhães, de quem nos ocuparemos de seguida (ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 3, fl. 9). Casou a primeira vez a 13 de novembro de 1658 na igreja matriz de Figueiró dos Vinhos com Pedro Lopes de Sousa, homem nobre, morador nessa vila, sendo nessa data a sua esposa chamada de Joana Vieira de Magalhães (vd. Apêndice documental, documento 13). Pedro Lopes de Sousa terá nascido entre os anos de 1591 e 1603 nesta vila de Figueiró dos Vinhos (AUC, Processo de Ordenação Sacerdotal de António de Almeida, DIII-S1ªE-E2-T1-N.º3, Caixa 43, fl. 6v.-7; AUC: Processo de Ordenação Sacerdotal de Ângelo de Andrade Leitão, DIII-S1ªE-E1-T4-N.º8, Caixa 36, fl. 5). Pedro Lopes de Sousa faleceu a 21 de fevereiro de 1666 (vd. Apêndice documental, documento 16) (vd. Esquema 1). Joana Vieira de Magalhães, viúva, casou pela segunda vez a 11 de abril de 1667 na igreja matriz de Figueiró dos Vinhos com Manuel Torrado da Vide, o Novo, um habitante dessa vila. Manuel Torrado da Vide faleceu a 9 de setembro de 1687, tendo sido sepultado na igreja matriz de Figueiró dos Vinhos sem ter feito testamento (vd. Apêndice documental, documentos 18 e 22) (vd. Esquema 2). 3. Joana Vieira da Magalhães administradora da capela do Espírito Santo Numa escritura datada de 3 de fevereiro de 1674 lavrada na vila de Figueiró dos Vinhos, Joana Vieira de Magalhães, sem descendência dos seus dois esposos, justificava a sua ascendência, sendo nessa data legítima possuidora e administradora da Capela do Espírito Santo da igreja paroquial dessa vila (vd. Figura 2). Por não ter ascendentes nem descendentes legítimos, atestava pertencer a dita capela ao Doutor Inácio de Magalhães, de Pedrógão Grande, filho varão de Francisco de Magalhães, neto de Manuel de Magalhães, descendente em linha direita de Lopo Rodrigues de Magalhães (vd. Apêndice documental, documentos 6, 7, 8, 10, 11 e 12). Lembremos uma vez mais que do Padre Francisco de Magalhães Cotrim, tio da dita Joana Vieira de Magalhães, havia descendentes ilegítimos, que, por essa razão, não tinham quaisquer direitos relativamente à dita capela. 142

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De acordo com este documento, Inácio de Magalhães tomaria posse imediata da capela, e Joana Vieira de Magalhães beneficiaria dos seus usufrutos enquanto vivesse. Todavia, numa composição lavrada a 6 de janeiro de 1675 entre a confraria do Espírito Santo e Manuel Torrado da Vide e sua esposa Joana de Magalhães, estes nomeavam-se como «adeministradores da capella em que esta instituida a dita confraria na Igreja de Sam João Bautista desta villa». Nesta escritura, atesta-se ainda que os «adeministradores prezentes e futuros se chamassem a posse de que 2: Imagem da Santíssima Trindade do século XV. Altar eram da administrasam Figura do Espírito Santo na Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos. da dita capella». Os ornaAutor da foto: Miguel Portela. tos da capela do Espírito Santo estavam assegurados como sendo pertença da confraria, atestando-se que «elles ditos adeministradores e os que ao diante lhe sosederem de darem licença pera que se comprasse os ornamentos e o mais que lhe paressese pera o ornato e autoridade da dita confraria e venerassam do culto devino que em tempo nemhum» (vd. Apêndice documental, documento 20). Joana de Magalhães viria a falecer a 10 de novembro de 1693, tendo sido sepultada na igreja de São João Batista de Figueiró dos Vinhos sem ter feito testamento (vd. Apêndice documental, documento 24). Inácio de Magalhães havia casado em Travanca de Lagos (c. Oliveira 143

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do Hospital), a 18 de outubro de 1660 com Maria de Abranches, filha de Amaro de Abranches, da Casa de Travanca de Lagos (vd. Apêndice documental, documento 14). Segundo o epitáfio da sua sepultura, que podemos observar atualmente nas ruínas da capela de Nossa Senhora da Conceição do Morgadio dos Magalhães, em Pedrógão Grande -, Inácio de Magalhães faleceu a 22 de junho de 1689. Todavia, atestamos que Inácio de Magalhães faleceu a 27 de junho de 1689 na sua residência, na Rua Direita, na Mouraria, em Lisboa, tendo sido sepultado na Igreja do Socorro, sendo depois trasladado para Pedrógão Grande a 20 de maio de 1696 (vd. Apêndice documental, documento 23). 4. Conclusão Socorremo-nos, nesta investigação, da informação contida nos registos paroquiais e notariais de algumas localidades, sobretudo Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Arega, Travanca de Lagos, entre outras. Estes registos são uma fonte particularmente fértil no período entre os meados do século XVI e finais do século XVII, ou seja, o tempo de ouro da família Magalhães na vila de Figueiró dos Vinhos. No fundo, esta contribuição genealógica é apenas um primeiro contributo documental que permite desmistificar algumas considerações que têm sido repetidamente publicadas e que não assentam em base documental credível para a sustentação da verdade sobre esta família. O estudo genealógico dessa família neste território do norte estremenho permanece ainda obscuro em alguns ramos familiares, deixando espaço para a sua continuidade e aprofundamento de novas investigações. Concluímos afirmando, com base na documentação apresentada, que foi desta forma que se extinguiu a família Magalhães, em linha direta, na vila de Figueiró dos Vinhos, vindo apenas a acolher no século XIX descendentes do ramo dos Magalhães de Pedrógão Grande.

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APÊNDICE DOCUMENTAL Documento 1 1549, maio, 10, Pedrógão Grande - Registo de batismo de Helena Leitoa. Arquivo Distrital de Leiria (ADL): Livro Misto [batismos e casamentos] de Pedrógão Grande, Dep. IV-38-C-95, assento n.º 1, fl. 2. [fl. 2] Aos dez dias do mes de maio de j¯bcRix [1549] anos. Eu Dinis Lopez Cura bautizey a Ilena filha de Filipe Calvo e Joana Leitoa sua molher foram / padrinhos/ Baltazar de Magualhaees e Joana Lopez e Brit) z Amrriquez filha d’Arique Fernandes todos nesta villa moradores por verdade ho assinei. (assinado) Dinis Lopez. Documento 2 1551, fevereiro, 16, Pedrógão Grande - Registo de batismo de Manuel de Magalhães. ADL: Livro Misto [batismos e casamentos] de Pedrógão Grande, Dep. IV-38C-95, assento n.º 3, fl. 16v. [fl. 16v.] E a xby [16] de fevereiro de j¯bcly [1551] eu sobredito cura bautizey a Manuell filho de Balltazar de Magalhaes e de Isabell Leytoa sua molher foram / padrinhos / Afomso Frolym [Florim] e Guiomar Leborão sobrinha de Jorge Leborão e Joana Lopez todos nesta villa moradores // (Assinado) Dinis Lopez. Documento 3 1578, abril, 16, Pedrógão Grande - Registo de casamento de Simão de Magalhães e de Helena Leitoa. ADL: Livro Misto [batismos e casamentos] de Pedrógão Grande, Dep. IV-38C-95, assento n.º 2, fl. 149. [fl. 149] Aos 16 dias d’abrill [1578] recebi eu João Carvalho Cura desta Igreja a Simão de Magalhãis com Ilena Leitoa por virtude duã dispensação de Sua Santidade e Lisença do Senhor provisor. Testemunhas: Miguell de Magualhãis, e Mateus da Vide e Rui Couçeiro e Marcos Luís e Gaspar da Vide Padres de Misa e Baltasar de Magualhãis e Gaspar de Magalhãis e Manoell de Magualhãis e Miguell Nogueira e outras muitas pessoas e por verdade fiz e assinei aqui. (assinado) João Carvalho.

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Documento 4 1580, agosto, Figueiró dos Vinhos - Registo de óbito de uma filha de Simão de Magalhães. Misericórdia de Figueiró dos Vinhos (MFV): Livro de Receitas e Despesas da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos, 1580-1581, item 1, fl. 17v. [fl. 17v.] Faleceo huã filha de Simão de Magalhães em principio dagosto deu d’esmola duzentos reais. Documento 5 1583, abril, 27, Figueiró dos Vinhos - Registo de óbito de Miguel filho de Simão de Magalhães. MFV: Livro de Receitas e Despesas da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos, 1583-1585, fl. 15v. [fl. 15v.] A 27 dabril [1583] faleçeo Miguel filho de Simão de Magualhãis de a misericordia ho acompanhar deu duzentos reais. Documento 6 1586, outubro, 10, Pedrógão Grande - Registo de óbito de Baltazar de Magalhães. ADL: Livro Óbitos de Pedrógão Grande, Dep. IV-38-D-82, assento n.º 3, fl. 110v. [fl. 110v.] A dez de oitubro de 86 de oitenta e seis se faleceo Balthesar de Magalhaes. E se lhe fez o officio do prezente e mes. Documento 7 1592, outubro, 20, Pedrógão Grande - Registo de batismo de Francisco de Magalhães. ADL: Livro de batismos de Pedrógão Grande, Dep. IV-38-C-96, fl. 23v. [fl. 23v.] A vinte de outubro do anno de noventa e dous baptizou o Licenciado Diogo Leitão a Francisco filho de Manuel de Magalhães e de Maria de Siabra forão padrinhos Antonio Corigo e Maria Nogueira e por verdade assinei (Assinado) Jeronimo Roiz. 146

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Documento 8 1611, maio, 20, Pedrógão Grande - Registo de óbito de Manuel de Magalhães. ADL: Livro Óbitos de Pedrógão Grande, Dep. IV-38-D-82, assento n.º 4, fl. 137v. [fl. 137v.] Aos vinte de maio de mil seiscentos e onze annos faleçeo Manoel de Magalhais desta villa com os Sanctos Sacramentos da Sancta Madre Igreja segundo me constou por dito do Padre Antonio Vaz coadjutor e fez testamento. Documento 9 1614, agosto, 1, Figueiró dos Vinhos - Património de Francisco de Magalhães de Figueiró dos Vinhos. Arquivo da Universidade de Coimbra (AUC): Processo de Ordenação Sacerdotal de Francisco de Magalhães, DIII-S1.ªE-E8-T3-N.º8, Caixa 492, fl.1-5. [fl. 1] Saybam quantos este publico estromento de dote de patrimonio forma e valledouro deste dia pera todo sempre virem como no anno do nasimento de Noso Senhor Jesus Christo de mil seiscentos e catorze annos em os primeiro dia do mes d’agosto do dito anno nesta villa de Figeiro dos Vinhos terra e ijudisão de Pero d’allcacova de Vasconsellos Senhor da caza de Figeiro na Rua do Sol desta villa nas cazas que foram de Simão de Magalhais defunto morador que foi nesta villa onde estavam prezentes Joanna de Castilho he Caterina de Magalhais de Castilho e Francisca de Magalhais e Serafina de Magalhais todas irmas filhas do dito Simam de Magalhais moças donzelas maiores emamsipadas segundo dissera ser e Pero Craveiro juiz ordenario nesta villa este anno prezente e loguo per ellas Joanna de Magalhais e Caterina de Magalhais e Francisca de Magalhais e Serafina de Magalhães foi dito perante o dito juiz a mim taballiam peramte as testemunhas todos adiamte nomeados que ellas de suas proprias e livres vontades sem força nem constramjimento nem roguos de pessoa alguma dava he dotavam a seu irmam Framçisco de Magalhais // [fl. 1v.] pera se ordenar a cleriguo e pera tomar ordes seu patrimonio pellos bens e adeamte nomeados pera o qual patrimonio e doasão pediam a elle juiz lhe dece sua outorga e autoridade no que foce nesesario e loguo diseram ellas dotadoras que ellas pera o sobre dito por serem maiores e nam serem erdeiras forçadas asendentes nem desedenses davam he dotavam ao dito Francisco de Magalhais seu irmão os bens de raiz segintes ¶ semto he quatro alqueires de pam de foro hexemsam pera sempre em cada hum anno qual se pagam nos moinhos da Telhada llemite desta villa que ao prezente posuem Anto147

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nio Simam he Baltazar Nunes e gramgeam os dittos hemgenhos e engenhos e posuem as propredades deles lhe pagam o dito foro com ho dereito das propriedades a elle hobrigadas emgenhos he maes fazemda conteuda e nomeadas nos prazos feitos ao dito Antonio Simam e Baltezar Nunes ¶ a terra he vergado he Loureira e mais arvores que estam amtre a llevada dos ditos moinhos e a ribeira o qual pam he tres quartos de triguo he hum quarto de semteio exemsam he mais // [fl. 2] propriedade era dellas dita derão livre e deshembargado sem hobrigasam nem huã ou em huã pesoa que seja e per tall lho davam he dotavam ao dito seu irmam d’oje pera sempre e de todo o sobredito lhe fazião pura he verdadeira doacam ao dito seu irmam pera seu patrimonio he si hordenar a cleriguo asim e como ho herdarão por merses e fallecimento do dito Simam de Magalhais seu pay e de sua may Ilena Leitoa mais de dellas dotadoras e dotado o qual foro de pam nos ditos moinhos e propredades deles e outra propriedade que hera sua livre dellas dita derão he obrigavam por suas pesoas e todos os mais seus bens de moveis e raiz avydos he por aver a sempre lhe fazerem bem ho dito foro e propriedade e hem espesial por espesial hipoteca obrigavam suas terças com declaração quer a espesial hipoteca das terças nam derroga o dereito da geral obrigasão de seus bens nem pello contrario a geral hobrigasão de seus bens a espesial o hipoteca de suas terças a sempre lhe fazerem bem ho dito foro e propriedade depos he bom titullo hem juizo he fora delle e asi darem por outras he defemsoras querendo lhe alguem // [fl. 2v.] salvo por duvida ou hembarguo algum a sua custa dellas dotadoras do qual foro dereito das propriedades delle e propriedade izemta ellas dotadoras tiravam de si todo o dereito ausão pose senhorio dominio que nelle tinham todo de si tiravam he ho pediam e trespassavam com amxersido he trespaçado cada amxercido e trespacado nelle dotado seu irmão por cujo hefeito diseram que renusiavão todos os privilegios he liberdades concedidos as molheres e hem espesial os chamados senatus comsultos he lei veleiam todos os mais querem sua ajuda he favor forem e todos he cada hum delles aqui derrogam he quebram pera se não poderem ajudar delles hem todo comprir he goardar este dote de patrimonio e promesa de doasam que pera ho dito hefeito se faziam pera clareza he firmeza deste dote e patrimonio pediam e requererão ao dito Pero Craveiro juiz ordinario que elle por parte do dito seu irmão se louvase hum homem bom de boa comsistensia que bem saiba os ditos emgenhos e propriedades delles e o foro que se lhe // [fl. 3] pagua a outra propriedade elle deu lisensa pera se louvarem he outro da mesma maneira que avaliem as pesas deste dito o que valem de compra e o que podem valler de remda em cada hum ano e visto por elle juiz se louvou por parte do dotado Francisco de Magalhais em Antonio Rodrigues e mandou as ditas dotadoras que se louvasem outro e loguo por ellas foi dito que se louvarão dos bens desta em Gaspar Lopes ambos moradores nesta villa nos quaes o dito juiz he dotadoras comsentiram per serem pesoas de boas comsihensias dos bons desta villa e que 148

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bem sabem os ditos hemgenhos he fazemda que anda junta ha elles e a outra propriedade e pera louvarem e comsentirem nelles ho dito juiz as mandou ver peramte sim he sendo chegados o juiz lhe deu juramento sobre os Santos Evangelhos a cada hum por si elle mandou que vicem os ditos hemgenhos he propriedades e soubecem se nelle estava o foro seguro e avalliasem o dito foro e avaliasem he declarasem a vallia delle he da outra propriedade e se hera das ditas dotadoras e o que se acharia per tudo de renda em cada hum anno e o que renderiam loguo por elles louvados foi pos // [fl. 3v.] foi posto suas mãos dereitas cada hum por si e o prometeram fazer e diserão que elles para este hefeito juramento ver as ditas propredades atras nomeadas depois dese terem nelles louvado e que estavam bem serteficado no que hera e tudo saibam muito bem e saibam que he cada dotadoras e dotados pello herdarem do dito seu pay e may nas partilhas que se fez de seus bens por seus fallesymentos e que se hera livre he deshembargado sem hobrigasam nenhuã a nenhuã pesoa que seja e que hem suas centensas entendiam que ho dito foro estava nos ditos moinhos e propriedades junto a elles dos prazos dos mesmos moinhos seguro e que os moinhos e propriedades dos prazos valliam bem duzentos mil reis e os ditos cento he quatro alqueires de pam o quarto de senteio e mais de triguo de foro nos ditos moinhos he fazemda delles de compra sento he quaremta mil reis que pode valler de renda hum anno por outro quimze mil reis e que tanto se hachara pello dito foro de sempre he renda he da vamtagem e que a propriedade d’augria levada he ha Ribeira vale de compra vimte mil reis e de remda mil reis o que tudo vale de compra duzemtos e vinte mil reis e de renda desaseis mil reis e // [fl. 4] e todo vallia o sobredito hem que estava posto e da vamtagem e pello juramento que tinhão recebido e declaravam que elles sabiam e ellas dotadoras podiam fazer este dote de suas terças e nellas caber e allem do dito dote que lhe ficava a ellas e foros que mais possuem e de que sam serão com que bem se posão sustentar cumer homradamente comforme suas callidades dellas dotadoras e outrosim pello dito juiz lhe foi mandado declaraçam pello mesmo juramento que lhe tinha dado que deçlarasem se sabiam que o dito Francisco Magalhais foçe tutor ou curador d’algum orfam ou trouseçe seus bens de renda ou outras algumas rendas delRey ou senhores ou foçe fiador ou abonador della ou tinha cometido algum crime de que nam estivece livre e por elles tomador e curadores foi dito quem nenhuãs das ditas cousas o dito Francisco de Magalhais tinha e loguo elle juiz deu juramento dos Santos Evangelhos as ditas Joana de Castilho e Catarina de Magalhais e Francisca de Magalhais e Serrafina de Magalhais a todas he ha cada huã he per si elle mandou he hemcarregou sobrecarreguo do dito juramento disese verdade ellas dotadoras e dotado avia algum fraude ou lezam ou premesa he ellas puzeram suas mãos dereitas cada hua por si e pello juramento que receberiam diserão que // [fl. 4v.] de suas livres vontades tinham feito he faziam este dote de patrimonio ao dito seu irmão sem fraude nem lesam nem promesa 149

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nenhuã em nenhuã forma que seja sem condiçam nem cautella nem mais pallavras que as haqui escritas nem por escrito nem de pallavra ao qual dote o dito juiz deu sua outorgua autoridade consentimento quanto em dereito duma he podia e hera nesesario pera firmesa he seguransa delle o qual dese as dotadoras outorgarão na forma deste estromento que ouviram ler com testemunhas prezentes com que todas huã per si asinaram o qual dote eu taballiam aseitei e estepuley em nome do dotado auzemte quanto em dereyto devo he poso e em pesoa publica estepolante he aseitante testemunhas que a todo forão prezemtes Silvestre Nunes e Marcos Curado Costamtino Rodrigues todos moradores nesta villa he heu Gaspar da Vide taballiam que ho escrevy o qual estromento de dote e patrimonio e o dito Gaspar da Vide taballião do pubrico judicial he notas nesta dita villa de Figeiro dos Vinhos he seu termo pello Senhor della Pero d’Allcaçova de Vasconcellos Senhor da Caza de Figeiro notey em meu livro de notas e do proprio que nelle fica hem meu poder outorgado he hasinado pellas dotadoras he juiz e tumador e cuidradores e testemunhas ella dey bem he fielmente // [fl. 5] a que me respeito e por verdade asiney haquy de me sinal pubrico que tal he. (sinal publico) Estromento de posse Saybam quantos este pubrico estromento de posse dado por vertude da carta atras em mãodado Pero Craveiro juiz ordinario nesta villa o prezente anno virem serse foi e o he deu fé eu Gaspar da Vide taballiam do pubrico judicial he notas nesta villa de Figeiro dos Vinhos he seu termo pello Senhor della Pero d’Allcacova de Vasconcellos Senhor da Caza de Figeiro que hem os dous dias do mes d’agosto da era de mil he seiscentos e catorze annos nos moinhos da Telhada termo desta villa onde heu taballião fuy a requerimento de Dioguo Vieira d’Aguiar procurador bastante de Francisco de Magalhais dotado ho estromento atras e por mandado de Pero Craveiro juiz ordinario pera hefeito // [fl. 5v.] de lhe dar posse do dote atras e loguo perante as testemunhas ao diante nomeadas e a vista d’Antonio Simão morador nos ditos moinhos tomey das cazas e moinhos vinhas e terras e arvores do prazo do dito Antonio Simam pedras e terra barro páo telha ramos d’arvores e o pasey da minha mam a do dito Dioguo Veheira e lhe dey a pose do foro que o dito Antonio Simão paga pera o dito Francisco de Magalhais em o dereyto das ditas propriedades e ao dito Antonio Simão notefiquey a dita pose he que elle deste dia hem diante acodiçe com os simcoenta he dous alqueires de pam de foro que os ditos moinhos he propriedade junto a elles hera obrigado a pagar ao dito Francisco de Magalhais e o dito Dioguo Vieira aseytou o asima dito e por elle se houve hem nome do dito Francisco de Magalhais por hemposado he hemitido he hemvistido na pose do dito foro e dereito nas propriedades a elle hobrigadas e loguo com o mesmo Dioguo Vieira e testemunhas foi aos moinhos por baixo dos asima que vive Baltezar Nunes dos quais dey pose ao dito Dioguo Vieira sos sincoenta he dous 150

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alqueires de pam de foro que o dito Baltezar Nunes deles pagua por pedra pao telha barro e terra e ramos das arveres do dito prazo a vista do dito Baltezar Nunes ao qual notefiquey em sua pesoa que elle acodise com o dito foro dos moinhos ao dito Francisco de Magalhais e o conhese por Senhor delle porque todo dito foro e dereito // [fl. 6] das propiedades a elle hobrigado he lhe dava pose he ho dito Dioguo Vieira asentou o asima dito he per elle em nome do dito Francisco de Magalhais que emposou he ouve por hemposado e metido he hemvistido na poçe do dito foro que paga o dito Baltesar Nunes he dereyto dos ditos ditos moinhos he propriedades a elle hobrigados e loguo sobry asima que da terra da augria llevada he Rybeira tomey terra he ramos d’arveres e per elle dey a pose ao dito Dioguo Vieira e ouve por hemposado della e dese elle asentou ho asima dito he por elle se ouve hem nome do dito Francisco de Magalhais por hemposado emetido he hemvestido na pose da dita propridade todo hem huã compra parte pasificamente sem duvida nem contradisão de pesoa alguma todo peramte testemunhas que a todo asistirão e forão prezemtes Silvestre Nunes morador nesta villa e Joam Nunes filho do dito Amtonio Simam morador nos mesmos moinhos e por ser verdade he pello dito Diogo Viheira me ser pedido seu estromento de pose lhe pasey o prezente hem o proprio dia em que lhe foi dada atras contenuado e asiney com o dito procurador he testemunhas de meu sinal pubrico que tal he. Pagou nada (sinal publico) (a) De João Nunez (a) Silvestre + Nunes testemunha (a) Dioguo Vieira de Aguiar Documento 10 1628, agosto, 8, Pedrógão Grande - Registo de batismo de Inácio de Magalhães. ADL: Livro de Batismos de Pedrógão Grande, Dep. IV-38-C-96, assento n.º 3, fl. 67. [fl. 67] Aos vinte do mes de Agosto de 628 baptisei a Ignacio filho de Francisco de Magalhais e de sua mulher D. Anna. Padrinho o Conego Denis Nugueira e Maria de Siabra mulher de Diogo Mexia e asiney ut supra. (Assinado) Gaspar Vahya.

29v.

Documento 11 1639, novembro, 19, Pedrógão Grande - Registo de óbito de Maria de Seabra. ADL: Livro de Óbitos de Pedrógão Grande, Dep. IV-38-D-82, assento n.º 5, fl.

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[fl. 29v.] Em os 19 dias do mes de novembro de 639 falleceo Maria de Ciabra viuva desta villa está enterrada na Igreja junto ao caixão de Santo Antonio, e por verdade fiz e assiney era dia mes ut supra. (Assinado) Bento Enriques. Documento 12 1658, janeiro, 27, Figueiró dos Vinhos - Registo de óbito de Francisco de Magalhães Cotrim. ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 31, fl. 88. [fl. 88] O Padre Francisco de Magalhais faleceo em 27 de janeiro de 658. Documento 13 1658, novembro, 13, Figueiró dos Vinhos - Registo de casamento de Pedro Lopes de Sousa e de Joana Vieira de Magalhães. ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 4, fl. 81. [fl. 81] Pedro Lopes de Sousa e Joanna Vieira de Magalhais recebeo o Padre Manoel Pires em face da Igreja de minha licença em os 13 de novembro de 658. Testemunhas Gaspar dos Reis. O Licemciado Alexandre Lobo. Licenciado Lourenço de Castilho. Manoel Almeida Craveiro. Bazilio da Rosa. Documento 14 1660, outubro, 18, Travanca de Lagos (c. Oliveira do Hospital) - Registo de casamento de Inácio de Magalhães e de Maria de Abranches. AUC: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Travanca de Lagos, III2.ªD (OHP19-001-0001_m0149), assento n.º 4, fl. 37v. [fl. 37v.] Aos dezoito dias do mes de outubro da dita hera [1660] com licença do Provisor se receberão em casa o Doutor Inacio de Magalhãens com dona Maria d’Abranches filha de Amaro d’Abranches e de Maria Alvares em presença do Prior de Covas e mim e de parte do povo de que fiz este termo hoje dia ut supra (Assinado) Osorio Gonçalves.

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Documento 15 1665, agosto, 31, Arega - Registo de casamento de Francisco de Magalhães e Luísa Amada. ADL: Livro de Casamentos de Arega, Dep. IV-33-D-1, assento n.º 2, fl. 62v./ 74v.; 63/75. [fl. 62v./74v.] Em o ultimo do mez de agosto de seiscentos e sessenta // [fl. 63/75] e sessenta e sinco em esta igreja; perante mim e das pessoas abaixo nomeadas se receberão por palauvras de prezente Francisco de Magalhãis filho de Francisco de Magalhães segundo dizem, e de huã molher moradores nas Cabeças de Baixo freguesia de S. João de Figueiró dos Vinhos a quem chamão Phellippa Jorge com Luiza Amada filha de Antonio Amado e de Maria Phellippa de Andrade moradores em a Castanheira, ao qual matrimónio precederão as denunçiasões na forma do Sagrado Consilio e Constituições deste Bispado, e não sahio algum, pera deixasse de celebrar matriminio em face de Igreja, assistirão como testemunhas Antonio Amado, e Manoel Teixeira da Castanheira, todos desta freguesia de que fiz este termo que assinei dia, ut supra. (assinado) O Padre Pantaleão de Barros Pimenta. Documento 16 1666, fevereiro, 21, Figueiró dos Vinhos - Registo de óbito de Pedro Lopes de Sousa. ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 35, fl. 91v. [fl. 91v.] Pedro Lopes de Sousa desta villa faleceo em 21 de fevereiro de 666. Documento 17 1667, abril, 1, Figueiró dos Vinhos - Registo de óbito de Catarina de Magalhães. ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 26, fl. 92. [fl. 92] Catarina de Magalhais molher do licenciado Alexandre lobo desta villa faleceo em o primeiro de abril de 667. Documento 18 1667, abril, 11, Figueiró dos Vinhos - Registo de casamento de Manuel Torra153

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do da Vide e de Joana Vieira de Magalhães. ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 11, fl. 84. [fl. 84] Manoel Torrado da Vide e Joanna de Magalhais viuva desta villa. Recebi em face da Igreja em os 11 de Abril de 667. Testemunhas Bazilio da Roza. O Licenciado Ignacio da Roza. Belchior Themudo. Agostinho da Roza. O Licenciado Manoel de Saá da Vide. E Gaspar dos Reis thezoureiro desta Igreja. (assinado) O Prior Pereira. Documento 19 1673, março, 19, Figueiró dos Vinhos - Registo de óbito de Alexandre Lobo de Magalhães. ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 9, fl. 243/152. [fl. 243/152] O Licenciado Alexandre Lobo de Magalhais desta villa faleceo em os 19 de marco de 673 fez doacão a sua molher. Documento 20 1674, fevereiro, 3, Figueiró dos Vinhos - Doação que fez Joana Vieira de Magalhães, de Figueiró dos Vinhos ao Doutor Inácio de Magalhães de Pedrógão Grande. ADL: Livro Notarial de Figueiró dos Vinhos, Dep. V-54-C-13.fl. 79v.-81. [fl. 79v.] Doação que fez Joanna de Magalhaes ao doutor Ignacio de Magalhaes. Em nome de Deos Amem. Saibão quantos este publiquo estromento de doaçam de capella entre vivos valedouro firme e valiozo deste dia pera todo o sempre virem em como no anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil e seissentos e setemta e quatro annos aos tres dias do mes de fevereiro do dito anno nesta villa de Figueiro dos Vinhos jurisdiçam do Principe Dom Pedro Nosso Senhor que Deos Guarde etc.ª nas casas moradas de Manoel Torrado da Vide o Novo aonde eu tabaliam fui e ahy estava presente Joanna de Magalhaes molher do dito Manoel Torrado da Vide pessoa conhesida de mim tabaliam que dou feé ser a propria e por ella foi dito perante mim tabaliam e das testemunhas ao diante nomeadas e no fim desta escretura asinadas que ella hera possuidora e administradora da cappella do Spirito Sancto sita na igreja matris da ditta villa a qual cons154

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tava das propriedades contheudas na instituição da dita cappella a qual hera da linha dos Magalhaes e fora instituida por Lopo Rodrigues de Magalhaes seo quarto avô na qual viera a soçeder sempre per linha direita de filhos, nettos e bisnettos de Branqua de Magalhaens filha do dito Lopo Rodrigues de Magalhaes que foi a primeira posuidora da dita cappella e per que ella se via molher ja de maior idade e não tinha filhos nem outros erdeiros desendentes ou ascendentes e por sua morte pertencia a dita cappella ao Doutor Ignaçio de // [fl. 80] Magalhaes por ser o filho mais velho de Francisco de Magalhaes e netto de Manoel de Magalhaes moradores que forão na villa do Pedrógão Grande e ser o barão mais velho que por linha direita descende do dito Lopo Rodrigues de Magalhaes e por desejar fazer bem ao dito doutor Ignaçio de Magalhaes atendendo ao sangue e parentesco que entre ambos havia e dezejando que por sua morte nam ouvese duvidas na sucessam da dita cappella antes que sempre se concervasse na linha direita ella dita Joanna de Magalhaes de sua propria e livre vontade sem constrangimento de pesoa alguma pella milhor forma de direito fazia pura emrevogável doaçam entre vivos de hoje pera todo o sempre ao dito doutor Ignasio de Magalhaes da dita cappella e de todos os bens e propriedades della per qualquer via lhe pertençerem, e queria e hera contente que elle loguo tomasse a posse della com tal condição e declaração que emquanto ella dita doadora for viva reserva e reservava pera si os usos e fruitos da dita cappella pera cumprir com as obriguações e emcarguos della e por sua morte elle dito doado o doutor Ignaçio de Magalhaens lograra livremente a dita cappella por lhe pertençer por direito, e husara della como cousa sua, e cumprira as obrigações e emcarguos da dita cappella e queria e hera contente que elle se metesse loguo de posse da dita cappella da qual lhe fazia esta doassam inrrevogavel e se constituhia por sua simples colona emqlina pella clauzula constituti ficando em tudo elle donatario com a posse e dominio actual corporal civel e natural da dita cappella e ella doadora com os uzos fruitos em quanto vivese pera que depois dos dias de sua vida elle donatario ou seus erdeiros que legitimamente lhe foce dar e a logrem e desfruitem como dito he dizendo mais ella doadora que se pera a validade desta doação faltase por direito alguma clauzula, ou clauzulas as havia aqui por expresas e declaradas como se neste estromento dellas se fizese expresa e declarada mensam porque a sua tenção e vontade hera fazer esta doação pera que sempre ficase valiosa e inrrevogavel e asim o disse e outorgou e mandou fazer este instromento nesta notta que eu tabaliam como pessoa publiqua estepulante e aseitante o estepulei e aseitei em nome do dito doutor Ignasio de Magalhãens donatário não presente e de todas as mais pessoas ausentes a que devia hora de tocar quanto em direito devo e posso e // [fl. 80v.] em feé e testemunho de verdade tomei este instromento nesta nota que a dita Joanna de Magalhaens asinou sendo a tudo presente as testemunhas Manoel Torrado da Vide, o Velho e Alvaro Curado moradores nesta villa e Antonio Rodrigues Pimenta da dita villa e hora nella asistente 155

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e Antonio Lopes do lugar da Ervedeira termo desta villa que a todos asinarão com a doadora depois desta ouvirem ler Mathias de Almeida tabaliam do publico judicial e notas nesta villa que sirvo por provimento do Corregedor desta Comarqua de Thomar nos offiçios de que he proprietario. Manoel de Almeida Craveiro o escrevi. (a) Joanna de Magalhaes (a) Manoel Torrado da Vide (a) Alvaro Curado (a) Antonio Rodrigues Pimenta (a) Antonio Lopes Documento 21 1675, janeiro, 6, Figueiró dos Vinhos - Composição entre Manuel Torrado da Vide e sua esposa Joana de Magalhães com a confraria do Espírito Santo da vila de Figueiró dos Vinhos. Colecção Miguel Portela: Livro de Receitas e Despesas de 1651-1711 da Confraria do Espírito Santo de Figueiró dos Vinhos, fl. 67-68. [fl. 67] Acento de compozicam que fizeram Manoel Torrado da Vide e sua molher Joana de Magalhains adeministradores da capella do Esprito Santo cita na Igreja matris desta villa onde esta instituida confraria de que de prezente he juis o Lecenciado Manoel Gomes da Costa. Aos seis dias do mes de janeiro deste prezente anno de mil e seissentos setenta e sinco annos nesta villa de Figueiro dos Vinhos e em cazas moradas de Manoel Torrado da Vide O Novo aonde eu escrivam fui com o Lecenciado Manoel Gomes da Costa medico assistente nesta villa e nella o prezente anno juis da confraria do Esprito Santo cendo ahi prezente o dito Manoel Torrado da Vide O Novo com sua molher Joana de Magualhais adeministradores da capella em que esta instituida a dita confraria na Igreja de Sam João Bautista desta villa e ahi a vista de mim escrivam e das testemunhas ao diante nomeadas e no fim deste termo asinadas foi dito pellos ditos adeministradores que elles de sua propria e livres vontades sem constrangimento de pesoa alguma e movidos do zello e devassam com que os oficiais e confrades asistiam na dita confraria a qual em rezam de elles serem adeministradores da capella os oficiais que tem cervido te o prezente nam compravam // [fl. 67v.] nam compravam ornamentos e coizas mais nesearias a dita confraria por researem de que os adeministradores prezentes e futuros se chamassem a posse de que eram da administrasam da dita capella em rezam de que; e pera que o zello dos oficiais que de prezente cervem como os que ao diante cervirem queriam e eram contentes elles ditos adeministradores e os que ao diante lhe sosederem de darem licença pera que se comprasse os ornamentos 156

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e o mais que lhe paressese pera o ornato e autoridade da dita confraria e venerassam do culto devino que em tempo nemhum poderiam asim elles adeministradores como os que ao diante forem a chamarçe a posse ou repetir da confraria serem os tais ornamentos da ademistrassam da capella por que desde logo de oje pera todo o sempre comfesavam serem da dita confraria todos os ornamentos que os oficiais que de prezente cervem fizesem como tambem que adiante lhe susederem e por tudo serem contentes mandaram a comprir e guardar como nelle ce contem sob a obrigassam de suas pesoas e todos seos beins. E pella sobredita Joana de Magalhais asinou a seo rogo Matias de Almeida escrivam da camara nesta villa e foram mais testemunhas Manoel de Alfaro ou Fernandes e Antonio Curado barbeiro todos moradores nesta // [fl. 68] Nesta villa que asinaram como adeministrador e juis da confraria e comigo Luis Themudo de Lemos escrivam da dita confraria o escrevi. (a) A roguo da sobredita Matias de Almeida (a) Manoel Torrado da Vide (a) O Licenciado Manoel Gomes da Costa (a) Antonio Carvalho (a) De Manoel+Fernandes (a) Luis Themudo de Lemos Documento 22 1687, setembro, 9, Figueiró dos Vinhos - Registo de óbito de Manuel Torrado da Vide. ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 6, fl. 268/178. [fl. 268/178] Manoel Torrado da Vide desta villa morreo aos 9 do dito mes [setembro]. Jaz na Igreja. Não tem testamento. Documento 23 1689, junho, 27, Socorro (Lisboa) - Registo de óbito de Inácio de Magalhães. Arquivo Distrital de Lisboa: Livro de Óbitos de Lisboa (Paróquia de Socorro), Lv. 02-Caixa 23 (PT/ADLSB/PRQ/PLSB53/003/O2), assento n.º 3, fl. 69v. [fl. 69v.] (lateralmente e do lado esquerdo está escrito: Em 20 de maio de 1696 foi a trasladação do Dezembargador Ignacio de Magalhaes. Em 20 de maio se trasladarão os ossos para Pedrogão Grande com licença de Sua Iustrissima por Provisão (assinatura) Simão Francisco.) 157

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Em vinte, e sette de junho de mil, e seiscentos e oitenta, e nove faleseo com todos os Sacramentos o Dezembargador Ignacio de Magalhãens morador na Rua Direita da Mouraria, marido de Donna Maria de Abranches, fez testamento, e condicilio no testamento ficou por testamenteira a ditta sua molher D. Maria, e em virtude do condicilio, e ampliação do ditto testamento ficarão por testamenteiros o Dezembargador do Paço Bras Ribeiro da Fonseca, e o Dezembargador da Casa da Suplicação Miguel Nunes de Mesquita, e enterrouse por deposito nesta Igreja do Socorro. (assinatura) O Vigario Manoel Fonseca Sylva. Documento 24 1693, novembro, 10, Figueiró dos Vinhos - Registo de óbito de Joana de Magalhães. ADL: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Figueiró dos Vinhos, Dep. IV-33-E-40, assento n.º 2, fl. 280. [fl. 280] Em dez de Novembro de 1693 faleceu Joana de Magalhais desta villa com todos os Sacramentos, jaz na igreja das portas travessas para sima, não fez testamento de que fiz este termo era ut supra. (assinado) O Prior encomendado Carvalho.

FONTES E BIBLIOGRAFIA Fontes impressas – Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Inventário dos Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real, 1641-1681. Ed. do Archivo Nacional da Torre do Tombo. Lisboa: Imprensa Nacional, 1911. – CARDOSO, Jorge – Agiologio Lusitano dos sanctos, e varoens illustres em virtude do Reino de Portugal, e suas conquistas: consagrado aos gloriosos S. Vicente, e S. Antonio, insignes patronos desta inclyta cidade Lisboa e a seu ilustre Cabido Vacante. Lisboa: Officina Craesbeekianna, 1652. Tom. I. Fontes manuscritas Arquivo Distrital de Leiria – Pedrógão Grande: Livro de Batismos, Dep. IV-38-C-96; Livro de Óbitos, Dep. IV-38-D-82; Livro Misto [batismos e casamentos], Dep. IV-38-C-95. – Arega: Livro de Casamentos, Dep. IV-33-D-1. – Figueiró dos Vinhos: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos], Dep. IV-33-E-40; Livro Notarial, Dep. V-54-C-7; Dep. V-54-C-13. Arquivo Distrital de Lisboa – Livro de Óbitos de Lisboa (Paróquia de Socorro), Lv. 02-Caixa 23.

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Arquivo Universidade de Coimbra – AUC: Livro Misto [batismos, casamentos e óbitos] de Travanca de Lagos. Portugal, Arquivo Universidade de Coimbra, III-2.ªD. – Processos Ordenações Sacerdotais – Processo de Ângelo de Andrade Leitão, DIII-S1ªE-E1-T4-N.º8; Processo de António de Almeida, DIII-S1ªE-E2-T1-N.º3; Processo de António de Morais, DIII-S1ªE-E5-T1-N.º2; Processo de Francisco de Magalhães, DIII-S1.ªE-E8-T3-N.º8. Misericórdia de Figueiró dos Vinhos – Livro de Receitas e Despesas da Misericórdia de Figueiró dos Vinhos, 1580-1581 e 1583-1585. Colecção Miguel Portela – Livro de Receitas e Despesas de 1651-1711 da Confraria do Espírito Santo de Figueiró dos Vinhos.

BIBLIOGRAFIA – PORTELA, Miguel – “Figueiró dos Vinhos na Época Moderna: breves quadros”. In O Mosteiro de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos. Apontamentos para o seu estudo. Figueiró dos Vinhos: Edição do autor. – SERRÃO, Joaquim Veríssimo – Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal, 1574. Introd. Joaquim Veríssimo Serrão. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian; Centro Cultural Português, 1971.

Figura 3: Postal do interior da Igreja Matriz de Figueiró dos Vinhos.

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