OS REGISTROS RUPESTRES NO RIO NEGRO, AMAZÔNIA OCIDENTAL: ESTADO ATUAL DOS CONHECIMENTOS, PROBLEMAS E HIPÓTESES

July 29, 2017 | Autor: Raoni Valle | Categoria: Rock Art
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OS REGISTROS RUPESTRES NO RIO NEGRO, AMAZÔNIA OCIDENTAL: ESTADO ATUAL DOS CONHECIMENTOS, PROBLEMAS E HIPÓTESES Raoni Bernardo Maranhão Valle (1) [email protected] (Núcleo de Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais [Npchs] do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia [Inpa]); (Projeto Amazônia Central – Mae – Usp). 1. Resumo Introdução: Apresentamos aqui uma síntese das informações gerais sobre a arte rupestre na Amazônia Ocidental brasileira à luz dos conhecimentos até o presente disponíveis. Focamos, sobretudo, a região do rio Negro, área praticamente inexplorada, do ponto de vista arqueológico, aonde vem sendo desenvolvido atualmente um esforço de pesquisa preliminar sobre o tema, concentrando-se inicialmente no seu baixo curso. Objetivo: O objetivo geral é o mapeamento arqueológico extensivo dos sítios rupestres da bacia, sítios a beira de rios, ainda não inventariados e muitos ainda desconhecidos. Secundariamente buscamos formas de, a partir de um conhecimento preliminar das características gráficas e ambientais desses sítios, estabelecermos hipóteses de trabalho quanto às autorias culturais e sua dispersão geográfica. Metodologia: Primeiramente estamos localizando através de prospecções fluviais nas estações secas, geo-referenciando e documentando fotograficamente sítios com gravuras rupestres (petroglifos), para em seguida analisá-los no sentido de segregar autorias culturais hipotéticas situando-as num quadro de dispersão geográfica e posteriormente tentar relacionálas no contexto da pesquisa arqueológica amazônica mais abrangente. Resultados: Foi implementado um conjunto de prospecções para aplicação desses procedimentos numa área amostral no baixo rio Negro, a 240 km em linha reta a NW de Manaus. Entre a foz do rio Jaú (Parque Nacional do rio Jaú) e a foz do rio Unini (Reserva Extrativista do Unini), afluentes do Negro, onde foi possível a coleta de uma iconografia orientada pelas necessidades metodológicas da pesquisa. Conseguiu-se, assim, além de um banco de dados imagético específico, a formulação de duas hipóteses preliminares que seguirão para futuros testes ao longo das prospecções na bacia. Conclusão: Basicamente, trata-se de sítios rupestres sem condições de escavação, portanto, não sendo possível a obtenção de cronologias absolutamente datadas nem indiretas para esse material, nem tampouco correlação com os vestígios arqueológicos de outros sítios escavados, datados e melhor conhecidos na área (as Terras Pretas). Esses sítios rupestres poderão unicamente, a partir do conhecimento disponível no momento, ser objeto de uma análise gráfico-estilística preliminar e de um diagnóstico de conservação. O estabelecimento de relações contextuais com o registro arqueológico mais amplo da região, por enquanto, não é possível. O que se mostra como um empecilho para o conhecimento dessa parte da Pré-História amazônica e um desafio para a pesquisa multidisciplinar da arqueologia. 2. Breve histórico e síntese da bibliografia Tradicionalmente a fonte privilegiada da arqueologia amazônica tem sido o registro cerâmico. Deve-se isto a fatores como: as condições inerentes de conservação na região, a abundância de ocorrência enquanto cultura material vestigial, bem como, as linhas de pesquisa historicamente desenvolvidas na região, sistematicamente desde os anos 50 (Meggers & Evans, 1957; Hilbert, 1958) que privilegiavam a análise da cerâmica como marcador cultural das sociedades amazônicas. Edithe Pereira (2003), pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, e pioneira no estudo arqueológico da arte rupestre amazônica, afirma que “essa opção de pesquisa gerou um desequilíbrio no nível de informação entre cerâmica e as figuras rupestres da região, o que implicou um conhecimento fragmentado da pré-história amazônica”. Na literatura não arqueológica do século XIX e começos do XX, voltada para Amazônia ocidental, encontraremos relatos de viajantes, naturalistas e antropólogos, como Alfred Russel Wallace (1979 [1889]), Ermano Stradelli (1900), Theodor Kock-Grünberg (1907, 2005[1909]) e

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Bernardo Ramos (1930) assinalando ocorrência de gravuras rupestres ao longo da bacia do rio Negro, principalmente no seu alto curso nos rios Uaupés e Içana, e no médio Amazonas no rio Urubú. Alguns desses autores chegaram a elaborar as primeiras tentativas de análise do acervo rupestre, porém, seguindo metodologias próprias, estavam destituídos de um quadro teórico-metodológico arqueológico, nessa categoria Ramos (1930) é quem melhor se encaixa, pois logrou nos anos 20 traduzir as gravuras rupestres do médio Amazonas, do fenício para o português. Nos anos 60 e 70 do século XX antropólogos e etnobotânicos (Schultes & Hofmann, 1982; Reichell-Dolmatoff, 1976, 1978) prospectam intensamente a área do alto rio Negro. Levantam dados e evidências acerca dos repertórios mágico-religiosos das populações indígenas locais, como Tukano, Tariano e Dêsana. Trabalham com a utilização de plantas alucinógenas (banisteriopsis sp.) em rituais de xamanismo com atividade gráfica associada. Apontam a possibilidade de relação entre a ingestão dessas substancias psicoativas, as práticas gráficas rituais desses povos e as gravuras rupestres (petroglifos). Somente a partir dos anos 80 poucos estudos começam a aparecer na literatura arqueológica específica para a região ocidental da Amazônia. Três estudos pontuais focados em registro rupestre foram executados na Amazônia ocidental brasileira: um em Rondônia, no alto rio Madeira, prospectado por Eurico Miller (1992), Outro em Balbina – AM (Miranda, 1994), e um terceiro em Boa Vista – RR (Ribeiro et al. 1985, 1986, 1987). Os trabalhos de Eurico Miller (1992) em Rondônia, especificamente nas bacias dos rios Abunã e Alto Madeira, levaram este autor a identificar 3 estilos de gravuras rupestres definidos como estilo A, B e C. Segundo ele o estilo A se caracterizava pela técnica da picotagem, figuras geométricas, zoomorfos complexos e máscaras estilizadas. O estilo B também definia como picoteado, mas o motivo principal são antropomorfos frontais. Tanto A quanto C ocorrem em ambas as bacias percorridas. O estilo C só foi identificado num único sítio e apresenta-se pela técnica de incisões em “v” com muito geometrismo e mascaras antropomorfas triangulares. Segundo Edithe Pereira (2003), o autor não encontrou elementos que relacionassem as gravuras com as ocupações cerâmicas e pré-cerâmicas da região. Configurava-se numa variável arqueológica isolada e sem contexto, como ocorre com a maior parte das gravuras rupestres no Brasil. Marcos Miranda (1994) produz uma dissertação de mestrado concentrada, majoritariamente, em gravuras, na área de impacto direto do lago da UHE – Balbina, onde foram localizados 22 sítios rupestres. Já Pedro Mentz Ribeiro na década de 80 (1985, 1986, 1987) executou um grande levantamento de pinturas rupestres e gravuras de sítios ameaçados por depredação no entorno da capital de Roraima e em algumas bacias próximas. Ambos os estudos definiram estilos de fenômenos gráficos diferentes para suas respectivas áreas, assinalando já aí indícios de diversidade cultural nas manifestações gráficas. Em relação à cronologia Ribeiro (1986) chega a escavar o sítio Pedra Pintada em Roraima, um abrigo com pinturas, onde foi obtida uma datação absoluta de 4.000 anos antes do presente (A. P.), mas, sem relação clara com os grafismos (Pereira, 2003). Michael Heckenberger (1997) da Universidade da Flórida, EUA, prospecta a bacia do rio jaú, tributário do baixo Negro nos anos 90, e assinala a ocorrência de diversos sítios cerâmicos e de pelo menos 3 conjuntos de gravuras rupestres entre o sítio histórico da cidade de Ayrão Velho e a barra do rio Jaú, sem, no entanto, fazer nenhuma observação específica acerca dos grafismos. Por último, Valle (2006a) retorna à área do rio Jaú se estendendo até a bacia do rio Unini para dar início efetivo à localização georreferenciada e documentação fotográfica sistemática das gravuras no baixo Negro. Para a Amazônia Oriental a situação é bem diferente, Edithe Pereira (1990, 1996 e 2003), obteve os maiores resultados na sistematização arqueológica de diversos conjuntos gráficos rupestres. Sua investida concentrou atenção dentro das fronteiras do Pará, embora também tenha abarcado bacias hidrográficas nos estados de Tocantins e Maranhão. Observa-se que este tipo de trabalho, um inventário sistemático de grandes proporções, é a base de dados ideal para se proceder ao trabalho analítico onde diferentes estilos de registros são classificados e geograficamente situados. Trabalhos esses que ainda se encontram em fase embrionária na Amazônia ocidental.

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3. Fundamentação teórico-metodológica A base teórico-metodológica aqui utilizada na documentação e análise de gravuras rupestres, a partir do registro fotográfico, foi inicialmente aplicada no Nordeste do Brasil (Pessis, 2002; Valle 2003). Tinha o objetivo de responder ao problema de identificação de variabilidade cultural no registro gráfico gravado, levantar hipóteses sobre as autorias culturais dos registros, partindo do pressuposto de inter-relação entre apresentação gráfica (2) e apresentação social (Pessis, 1989), ou seja, da inter-relação hipotética entre etnia e grafismo já constatada no registro rupestre pintado na região. O pressuposto teórico fundamental dessa abordagem é que os grafismos pré-históricos seriam sistemas de comunicação gráfica das comunidades pré-históricas e, portanto, poderiam ser estudados através de uma abordagem lingüística semiológica baseada no estudo do significante e do significado simbólico (Saussure, 1969). Admite-se que o significado do grafismo rupestre é restrito à comunidade autora, portanto, a dimensão material e morfológica do significante ganha maior importância analítica. Num estudo no sertão do Seridó Potiguar e Paraibano (Valle, 2003), abarcando sítios relacionados a cursos d’água, sem condições de escavação, numa área de geo-diversidade foi colocada a seguinte questão: Estas gravuras seriam produto de um povo com a mesma apresentação gráfica (portanto, social), ou de uma diversidade cultural gravadora, desta maneira, portando diversas identidades gráficas intra-regionalmente diferenciadas? A investigação desse problema pressupunha respondermos algumas questões prévias de ordem mais analítica concernentes a uma amostra quantitativamente pequena: os perfis gráficos dos sítios são semelhantes ou diferentes? Apresentam padrões gráficos entre eles? Quais? O cerne dessa estratégia é a identificação e a quantificação analítica da permanência ou variação nos caracterizadores técnicos, morfológicos, cenográficos e geoambientais (Geomorfologia e petrografia do suporte) em dados conjuntos rupestres. Este procedimento tem se mostrado ferramenta útil na definição de perfis gráficos de gravuras (Valle, 2003) comparáveis, hipoteticamente, a perfis sociais da Pré-história, na perspectiva de se começar a segregar identidades gráficas (3) (Pessis, 1992 e 1993) regionalmente diferenciadas. Os diversos corpi gráficos dispersos numa região. Seria possível assim, levantar um quadro de dados que viesse a dar subsídios para formulação de hipóteses sobre parcela do povoamento pré-histórico da área, na tentativa de elucidar diferenças e semelhanças entre os grupos sociais que gravaram naquelas rochas. Isto é, prover hipóteses sobre as autorias culturais subjacentes ao fenômeno das gravuras rupestres encontradas na região. A ferramenta básica adotada para identificação e sistematização destas relações designativas da identidade gráfica é denominada perfil gráfico (Pessis, 1992, 1993 e 2002; Valle 2003). Trata-se de uma estruturação sistêmica de atributos flexíveis (categorias de entrada), hierarquizados segundo menor grau de ambigüidade, orientados, em linhas gerais, no sentido de segregar as características próprias do acervo gráfico de uma determinada área, marcadoras de sua(s) identidade(s), os isomorfismos parciais (4) (Piaget, 1973) dentro do corpus. No caso de gravuras rupestres esses marcadores são basicamente: 1) de ordem técnica (relativos aos procedimentos técnicos de execução do registro rupestre); 2) de ordem cenográfica (referentes ao agenciamento e isolamento das unidades no espaço gráfico, suas dimensões e disposições espaciais e geomorfológicas) e; 3) de ordem morfológica (relativas às formas das unidades gráficas). Tentou-se adaptar, nestas três categorias, as dimensões: material, temática e de apresentação gráfica (Pessis, 1989) do fenômeno gráfico derivadas do estudo do grafismo reconhecível pintado. Parte-se do princípio de que as inter-relações entre os caracterizadores acima apontados, técnica, cenografia e geo-ambiente, são frutos de escolhas culturais, não aleatórias, empiricamente contrastadas, alteradas e/ou mantidas por gerações, adequando-se aos

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recursos ambientais disponíveis ao longo da história cultural de um grupo humano e das mudanças ecossistêmicas. Diante do exposto, como ferramenta metodológica na ordenação dos dados para uma dada amostra de sítios rupestres, o perfil gráfico partiria destas duas dimensões do fenômeno gráfico, tendo como categorias de entrada na análise, tanto a realização técnica, quanto a segregação de unidades gráficas, através de recorrências nas disposições dos agenciamentos e isolamentos espaciais. Assim, seria possível, hipoteticamente, a identificação de um elenco de comportamentos técnicos e cenográficos que espelhassem as escolhas culturais próprias do(s) grupo(s) gravador(es), ou seja, o esboço de sua(s) identidade(s) gráfica(s) . A partir desta base, anexaram-se dados oriundos de duas disciplinas geológicas, que funcionariam como variáveis ambientais consideradas junto ao fenômeno gráfico. A geomorfologia dos sítios e as características petrográficas do suporte rochoso, tais como, dureza, constituição e estruturação dos minerais (também consideradas nas escolhas técnicas), para possibilitar o estabelecimento de um quadro de inter-relações culturais e ambientais recorrentes dentro de dada amostra de sítios. Este conjunto de componentes funcionaria como base para o estabelecimento de interrelações, objetivando a segregação das características mais recorrentes dentro da amostra de sítios. Sendo estas então, apresentadas como componentes de um perfil gráfico hipotético do corpus. Dentro do aspecto cenográfico da análise aqui adotada, 3 parâmetros são preliminarmente considerados, dois relacionados às disposições espaciais e um relacionado à freqüência de ocorrência. São eles respectivamente: o isolamento, a noção de centro e periferia, e a recorrência. A condição de isolamento é perceptível quando, numa mancha gráfica (ou painel), uma unidade posiciona-se separada das outras a distâncias superiores à proporção média dos espaços guardados entre as outras unidades. Também é possível que uma única unidade ocupe determinado nicho no espaço gráfico, tornando a identificação do isolamento mais fácil, mediante um posicionamento exclusivo, visivelmente à parte do conjunto. A noção de centro e periferia partiu da constatação empírica de que algumas unidades gráficas podem ocorrer nas zonas periféricas das manchas com determinada recorrência. Se entende por zona periférica da mancha, setores menos densos em seus preenchimentos gráficos, situados entre, a zona de maior concentração de agenciamentos (centro) e o perímetro externo da mancha. O parâmetro da recorrência está circunscrito às repetições intra e extra-sítio, de agenciamentos e isolamentos associados a morfologias de unidades também recorrentes. Dois níveis de precisão podem ser aplicados na identificação de morfologias recorrentes, um por analogia onde formas semelhantes são segregadas, e outro por homologia onde exatamente as mesmas formas nas mesmas orientações e disposições no espaço gráfico são segregadas e contabilizadas. A recorrência funciona como elemento indicativo dos padrões cenográficos. Para a análise técnica são considerados três parâmetros básicos: a cadeia técnica operacional, a matéria prima do suporte e o instrumental técnico utilizado para gravar. A cadeia técnica operacional compreende a seqüência de gestos e ações característicos dos procedimentos técnicos de realização do gravado. A bibliografia (Pinheiro, 2000; Pessis, 2002) cita quatro modalidades básicas de gestos técnicos, que já foram constatadas em sítios nordestinos: 1 - picotagem; 2 – lascamento; 3 – raspagem; e 4 – polimento. Ressalta-se que, além destas modalidades, também são observadas combinações entre técnicas diversas, sendo as mais freqüentes nas amostras já analisadas picotagem/raspagem e picotagem/polimento. Na matéria prima do suporte rochoso manifestam-se as disponibilidades e escolhas de caráter geológico (petrográfico), constituindo uma variável que atua tanto como condicionante ambiental quanto como escolha técnica. O tipo preciso de suporte, sua morfologia estrutural e dureza dos minerais constitutivos são as informações relevantes no condicionamento de cadeias operativas. O instrumental técnico utilizado diz respeito aos recursos materiais empregados para a realização das gravuras, sendo determinado pela escolha técnica adotada e pelo tipo de suporte rochoso. Parte-se do princípio de que os tipos técnicos identificados a partir de inter-relações recorrentes entre cadeias operacionais,

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matérias-primas de suporte e instrumental técnico, também são frutos de escolhas culturais não aleatórias. 3.1 – Do registro fotográfico: A fonte de dados primordial desta análise é o registro fotográfico. Todo trabalho analítico é baseado na observação direta e no exame de imagens fotográficas. Neste sentido, campanhas para a captação desta “iconografia”, devem ser empreendidas seguindo alguns objetivos de registro e análise próprios das necessidades da pesquisa. De maneira geral, o registro fotográfico aqui tratado obedece a um protocolo que contempla, basicamente, três níveis de dados: dados ambientais, relativos ao entorno geomorfológico do sítio; dados do sítio, sua estrutura física e sua situação no ambiente; dados do registro rupestre, relativos às características das gravuras rupestres. Assim, a estrutura básica das seqüências de planos fotográficos partiu de uma divisão baseada no enquadramento e nas distâncias focais. Considerou-se, em condições ideais, um esquema tripartido em etapas com objetivos diferenciados: Etapa 1 – Contextualização geomorfológica, o sítio e o entorno ambiental, planos abertos. Tiradas em torno de 8 metros do objeto focal, com aberturas panorâmicas. A interface sítio/ meio ambiente é o alvo que deve ser preferencialmente captado com lente grande angular (18 mm a 28 mm). Etapa 2 – Planos intermediários de aproximação. As estruturas antrópicas e naturais do sítio são registradas, tais como manchas de gravuras e marcas paleo – hidrológicas. Os planos são tomados em distâncias focais variantes entre 8 metros e 2 metros. Esta etapa serve de subsídio importante para a seguinte. Usar preferencialmente lente 50 mm. Etapa 3 – Os planos de segregação das unidades de análise e os planos microfotográficos de maior aproximação, obtidos entre 2 metros e 20 centímetros dos objetos focais, que foram selecionados por apresentarem um melhor estado de conservação e, em alguns casos, maior contraste entre a superfície externa da rocha e superfície interna do sulco. As informações objetivadas com esses planos de grande aproximação são, sobretudo, a respeito da técnica de confecção dos grafismos, das características petrográficas das rochas suporte e dos processos intempéricos atuantes. Podem ser usadas lentes 50 mm e Macro 90 mm/ 100 mm. Adotam-se duas disposições básicas nos planos de aproximação ceno-técnicos: 1. Fotografar em planos perpendiculares ao eixo central dos grafismos, sempre que possível, para se evitar distorções de ângulo. 2. Usar rebatedor, fontes alternativas de luz, ou fotografar em horários solares adequados para evitar a projeção de sombras no interior dos sulcos gravados, que venham a mascarar detalhes técnicos, como vestígios de pigmento ou estrias transversais indicativas de polimento. Para o foto-registro propriamente, temos usado câmeras digitais com sensores acima de 8 MP, reflex com lentes intercambiáveis: 50mm 1.4 F; Macro 105 ou 60 mm 2.8 F; Telezoom 18-200 mm, 3.5 F e Grande Angular 20 mm a 24 mm de 2.8 F. Arquivos em formato RAW, preferencialmente. Sempre no tripé, com rebatedores e fontes de luz artificial a disposição. Planos sempre referenciados por escala gráfica. 4. Sítios rupestres localizados no baixo rio Negro, entre as Unidades de Conservação do rio Jaú e do rio Unini. I) Pedral do Velho Airão - Gravuras rupestres distribuídas, a princípio, em 8 concentrações que se estendem por 430 metros na linha de praia sentido E/W do ponto S 01° 55' 09.9" W 061° 24' 14.8" no extremo E até S 01° 55' 09.8" W 061° 24' 27.0" no extremo W. Sujeito à submersão em sua maior parte. II) Pedral Jaú 1 – Gravuras rupestres situadas há 500 metros direção W da base do Ibama na mesma margem – direita (sul) - distribuídas em duas concentrações separadas por 200 metros sentido W/E, uma em S 01° 54' 15.8" W 061° 26' 07.2" no extremo E e outra a S 01° 54’14.7” e W 061° 26’ 17.2” no extremo W. Parcialmente sujeito à submersão. III) Pedral Jaú 2 – Gravuras rupestres dispostas numa única concentração (painel) situadas nas coordenadas S 01° 54’ 43.2” W 061° 27' 31.9" . Sujeito à Submersão.

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IV) Pedral Jaú 3 - Gravuras rupestres dispostas numa única concentração (painel) situadas nas coordenadas S 01° 53' 41.4" W 061° 32' 07.6". Sujeito à submersão. V) Pedral rio Negro 1 - Gravuras rupestres nas margens do Negro distam 2400 metros na direção NW da boca do Jaú. Apresentam – se distribuídas em 3 concentrações ao longo de 50 metros sentido E/W, estando uma em S 01° 53' 01.2" W 061° 26' 35.5" no extremo E, outra 35 metros a W desta, em S 01° 53' 01.1" W 061° 26' 36.6" e uma terceira há 10 metros W desta última em S 01° 53' 01.1" W 061° 26' 36.9" marcando o extremo W do conjunto. Sujeito à submersão. VI) Sítio Unini 2 – Gravuras rupestres sobre pedral granítico (Rosáceo, proterozóico, complexo Jauaperi), dispostas em três concentrações sendo duas delas distantes 7 metros a N uma da outra e referenciadas, portanto, no mesmo ponto S 01° 40’ 12.8 ” W 061° 47' 32.2 ", marcam o extremo E do conjunto. Distando 90 metros direção W, encontra-se outra concentração nas coordenadas S 01° 40' 13.0" W 061° 47' 34.6" marcando o extremo W do conjunto. Parcialmente sujeito à submersão.

5. Conclusões preliminares: A área que engloba de Velho Airão até o rio Unini apresentaria, em princípio, pelo menos 2 perfis gráficos distintos em técnica, temática, apresentação gráfica e em escolha geológica, ou seja, em termos de registros gráficos pré-históricos temos indícios hipotéticos de pelo menos dois grupos humanos com distintas apresentações sociais que gravaram nas rochas seus sistemas de comunicação gráfica. 5.1. Gravuras do Unini – Parece-nos ocorrer um perfil gráfico próprio da área do rio Unini, gravado no granito rosáceo, do proterozóico (complexo Jauaperi), através de polimento com predominância de zoomorfos apresentados com traços de identificação que permitem reconhecimento morfológico, sobretudo morfologia cefálica, que leva à distinção de “gêneros” de animais diferentes, sempre em aparente movimento. Em determinado setor, no que se convencionou como área de concentração 1, há a ocorrência de uma fileira bastante intemperizada de antropomorfos estáticos, onde se contam cerca de 9 indivíduos, que aparentemente se situaria abaixo dos zoomorfos. Essa relação de superposição torna-se mais evidente ao observar o que seria a calda de um grafismo serpentiforme no canto W do painel 1 e a extremidade do conjunto de antropomorfos. O que ainda precisa ser mais bem definido, porém está claro que não integram o mesmo momento gráfico. A formação granítica onde se encontram estende-se por 5 quilômetros em ambas as margens do rio e os poucos grafismos que puderam ser localizados estão tão intemperizados que só aparecem sombras sutis de sua presença, sugerindo uma grande antiguidade, considerando o desgaste lento desse tipo de rocha dura, ígnea. No entanto, não temos traços indicativos de como poderiam ter sido em seus aspectos originais, se apresentavam maior profundidade ou texturas outras, apesar disso a ocorrência de abrasão (polimento) é evidente por contraste entre as áreas trabalhadas e não trabalhadas dos corpos rochosos. Este conjunto necessita ser mais bem conhecido, pois quantitativamente trata-se de uma amostra bastante reduzida em termos gráficos e espaciais, bem inferior se comparado ao material do Jaú e Velho Airão. 5.2. Gravuras do Jaú e Velho Airão – Na área do Jaú e adjacências as gravuras mudam notadamente, tanto quantitativamente, considerando a abundância de unidades gráficas, e qualitativamente, pois, apresentam uma conjunção de grafismos puros (abstratos) com antropomorfos estilizados dispostos estaticamente com membros abertos e com designação de atributos sexuais. Chama atenção “cenas de partos” onde antropomorfos de reduzidas proporções se situam entre as pernas e o setor correspondente à genitália de antropomorfos maiores, sendo este

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motivo um grafismo emblemático do conjunto de gravuras do Pedral do Velho Airão dada a sua recorrência. Uma outra questão que se observa nesse conjunto é o fato de alguns blocos apresentarem concentrações de antropomorfos dispostos de cabeça para baixo, possivelmente indicando que os blocos podem ter sofrido deslocamento após a confecção dos grafismos, ou que se trataria de uma escolha gráfica. Qualquer uma das duas possibilidades tem que ser averiguadas com maior profundidade. Os motivos antropomórficos predominam como tema central neste conjunto, executados no arenito Prosperança friável e bastante intemperizado, com diversas apresentações gráficas até sua decomposição em formas geométricas estilizadas, que remetem aos grafismos puros. A técnica é a percussão indireta, com implemento provavelmente lítico de gume impactante em torno de 1 cm. Possivelmente, sem abrasão, no entanto o estado de conservação não permitiria avaliar com precisão as características técnicas originais. Como se mostram hoje sugere abrasão, contudo, percebe-se clara ação intempérica nas superfícies conferindo uma aparência textural homogênea semelhante à aplicação de técnicas abrasivas passando uma falsa impressão. No contraste com a superfície rochosa externa ao gravado percebe-se essa homogeneização textural resultante do processo intempérico atuante. 5.3 - Gravuras do rio Negro (a NW do Jaú) – Um terceiro conjunto de gravuras (Pedral Negro 1) quantitativamente inferior ao Jaú, destoaria dos descritos acima por apresentar uma massiva presença de grafismos puros, executados por percussão sobre o arenito Prosperança de matriz alaranjada. Se tecnicamente e na geologia este conjunto se aproxima das gravuras do Jaú, se diferenciam em temática e na apresentação gráfica. Neste conjunto rupestre composto por 4 áreas de concentração gráfica, estando uma delas já submersa no momento do contato, não foi possível, a rigor, a identificação positiva de antropomorfos sem ambigüidade morfológica. No entanto, determinadas morfologias podem ser correlacionadas aos grafismos puros do Pedral de Velho Airão, ou antropomorfos deveras esquemáticos, o que se somados às compatibilidades técnicas e geológicas, poderiam indicar aí relações culturais mais estreitas. Tal constatação pode contribuir para a formulação de hipóteses acerca de um processo de mudança histórica num mesmo grupo que vai se distanciando num dado espaço de tempo e mudando suas escolhas gráficas e sócio-culturais, mas, ocupando territórios muito próximos se consideramos os 6.300 metros que separam os sítios em linha reta. Também poderiam ser grafismos contemporâneos, mas, funcionalmente diferentes, isto é, integrariam processos rituais diferenciados em forma e função, mas ligados a um mesmo grupo cultural. Seja de um jeito ou de outro nos parece, num primeiro olhar, que temos uma fronteira gráfica entre os rios Jaú e Unini que pode representar uma fronteira cultural entre os autores desses dois conjuntos de sítios rupestres situados no Pedral Negro 1/ Pedral Velho Airão e as manifestações gráficas do rio Unini. Uma possível fronteira gráfica e cultural na pré-história do baixo rio Negro. 6. Problemas, hipóteses e possibilidades: Grosso modo, só foi permitido um conhecimento muito incipiente e preliminar deste conjunto de sítios (o que é válido para toda a bacia do Negro), bem como um levantamento iconográfico restrito às condições de tempo, logística e às imposições meteorológicas e ambientais. Faz-se seguramente necessário um retorno à área para retomada do levantamento fotográfico dos sítios e ampliação das prospecções. Contudo, duas hipóteses formuladas com antecedência, baseando-se na malha hidrográfica e no mapeamento geológico da região, puderam ser testadas incipientemente em campo. Porém, não tendo se esgotado o estado probatório delas, ainda aguardam por confrontações empíricas mais robustas.

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Hipótese 1 - A primeira diria respeito à situação da rede hidrográfica ter funcionado como corredor cultural o que implicaria que os pontos de contato entre bacias provenientes de direções distintas poderiam ter sido pontos de contato entre culturas também distintas. No caso específico nos referimos ao contato entre a bacia do rio Negro e a bacia do rio Branco que se encontram 56 quilômetros a NW da foz do Unini, sendo este o primeiro tributário de influência descendo o Negro na margem direita. O que teria tornado toda a área favorável à confluência de referências culturais do norte (Roraima/Venezuela/Guianas) pelo Branco e do extremo NW da Amazônia Ocidental (alto rio Negro/Colômbia) pelo Negro. Hipótese 2 - A outra hipótese tem por base as escolhas geológicas de fundo cultural, ou seja, a escolha dos suportes rochosos serem funcionais enquanto elementos distintivos de tradições gráficas gravadoras. Os povos autores das gravuras conheceriam suficientemente bem as rochas para saber trabalhá-las com eficácia dentro de seus sistemas ideológicos, técnicos e taxonômicos, para alcançar seus objetivos e significações quaisquer que fossem. Estariam, pois, habilitados a selecionar criteriosamente a geologia de seus locais sagrados com tal sistemática e refino que poderíamos encontrar gravuras culturalmente diferenciadas em rochas diferentes, e, portanto, áreas de contato geológico, de geo-diversidade, seriam propícias à ocorrência de diversidade no registro rupestre gravado. Em princípio essas hipóteses não foram refutadas com base nas primeiras confrontações haja vista que a área se mostrou diversificada em termos de registros gráficos. No entanto, consideramos que ainda é prematuro julgá-las confirmadas pelos fatos, em virtude de que pouco se conhece a respeito deles. Seguem, contudo validadas para futuros testes. Um grande problema tanto de contextualização arqueológica quanto de conservação dessas gravuras é a sazonal submersão e sujeição à hidrodinâmica do rio Negro e seus dois afluentes aqui mencionados. Não há sítios passíveis de escavação com gravuras na área, portanto não há como prover cronologias nem absolutas nem relativas e nem contextualizá-los com o material cerâmico das Terras Pretas de Airão Velho, por exemplo. Parte-se de um a priori que necessitaria de averiguações mais profundas para região amazônica como um todo, mas que se baseia em datações radiocarbônicas para sítios rupestres amazônicos e de outros lugares, situando-os numa escala de tempo anterior às populações ceramistas representadas pelas grandes tradições e fases conhecidas e prioritariamente estudadas pela arqueologia amazônica. Esses dados acessórios contextuais têm que ser procurados em outras fontes para além do registro arqueológico. Nesse sentido observamos que os indicadores da situação geomorfológica desses sítios podem situá-los dentro de um contexto paleo-ambiental quando os ritmos e intensidades do regime de secas e cheias do rio Negro eram diferentes dos constatados hoje em dia. A visibilidade dos sítios na atualidade restringe-se aos meses de outubro a dezembro, passam, pois, a maior parte do ano, submersos. Podemos, pois, admitir a concreta possibilidade de existirem grafismos rupestres abaixo das linhas atuais de seca e, portanto, serem interessantes indicadores cronológicos para situar as gravuras rupestres hoje descontextualizadas num espectro de tempo na pré-história regional, anterior à estabilização das características ambientais hoje predominantes. Fato este que poderia ser quantificado, medido objetivamente. Para tanto, faz-se necessário testar o emprego de ferramentas auxiliares. A reconstituição da modelagem paleo-ambiental e sua história evolutiva para a área do rio Negro desde a transição do pleistoceno para holoceno, há 12.000 anos atrás, poderia apontar momentos de oscilações no nível das águas do Negro, onde superfícies hoje submersas poderiam estar expostas para atividade gráfica. Complementar a isso poderia ser testada uma outra abordagem que envolvesse técnicas de prospecção submarina por sensoriamento remoto com monitoramento em vídeo, na busca por manchas gráficas em patamares topográficos hoje permanentemente submersos, que podem estar situados abaixo ou nas proximidades dos painéis contidos nos sítios hoje conhecidos. São problemas metodológicos que precisam ser pensados para se trabalhar a arqueologia dos sítios rupestres na bacia do Negro, intensiva e extensivamente, no sentido de responder, entre outras, duas perguntas fundamentais para arqueologia em geral e especificamente para esses sítios sem contexto: quem os fez? E quando os fez? Isto é, cultura e cronologia.

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7. Imagens de satélite da área

Imagem 1 – Vista geral do baixo rio Negro (fonte: Google Earth).

Imagem 2 – Área prospectada, rio Jaú embaixo e rio Unini em cima, sítios rupestres assinalados em vermelho. (Fonte: Google)

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Imagem 3 – Baixo curso do rio Jaú desembocando no rio Negro, sítios rupestres em Vermelho. (Fonte: Google)

8. Fotografias

Foto 1 – Sítio Unini 2 (S 01° 40' 12.8" W 061° 47' 32.2").

Foto 2 – Sítio Pedral rio Negro 1 (S 01° 53' 01.1" W 061° 26' 36.6”)

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Foto 3 – Área de concentração 4.1 no Pedral Ayrão Velho (S 01° 55'09.8" W 061° 24' 23.1")

9. Notas 1 - Mestre em Pré-história pela UFPE (2003). 2 - O conceito de apresentação gráfica, segundo Pessis (1989), “baseia-se no fato de que uma representação do mundo sensível seja pré-histórica seja moderna, é uma manifestação do sistema de apresentação social ao qual o autor pertence. Aceitando-se que cada grupo cultural e que cada segmento da sociedade tem procedimentos próprios para se apresentar a observação de outrem,... pode-se pensar que tais procedimentos estarão presentes nas representações gráficas de um grupo cultural.... A análise da obra gráfica do homem préhistórico, procurando identificar os padrões de apresentação das pinturas rupestres, constitui um modo para aceder à sua cultura”. 3 - As identidades gráficas são “constituídas por um conjunto de características que permitem atribuir um conjunto de grafismos a uma determinada autoria social. Essas características constituem padrões de representação gráfica que correspondem a certas características culturais”. (Pessis, 1993). 4 - De maneira geral, correspondências termo a termo entre dois conjuntos. Segundo o autor citado trata-se de uma expressão proveniente da Lógica Formal que se expressaria de maneira total e não parcial, significando “correspondência biunívoca entre elementos de uma estrutura A e os da estrutura A’ e entre as relações que os unem em A e as que os unem em A’, inclusive seus sentidos de orientação.” A existência formal, pois, de isomorfismos parciais estaria condicionada a dois fatores: a “possibilidade de indicar os processos de transformação capazes de conduzir de uma das estruturas comparadas à outra; e a possibilidade de fazer corresponder essas transformações a um processo real e observável, de natureza histórica ou genética (epigenética, etc.)” (Piaget, 1973). 10. Bibliografia HECKENBERGER, M. (1997) Relatório do Levantamento Arqueológico no Parque Nacional do Jaú, Fundação Vitória Amazônica, Manaus, AM. HILBERT, P. P. (1958). Preliminary Results of archaeological investigations in the Vicinity Of Mouth of Rio Negro, Amazonas, Separata del II Tomo del XXXIII Congresso Internacional de Americanistas Celebrado em San José de Costa Rica. KOCK-GRÜNBERG, T. (2005 [1907]) Dois Anos Entre os Indígenas: Viagens ao Noroeste do Brasil. Manaus, EDUA- FSDB.

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MEGGERS, B., EVANS, C. (1957) Archaeological Investigations at the Mouth of the Amazonas. Bull.Bur. Am. Ethnol. (Washinton), V. 167. MIRANDA, M.V.C. (1996), As Gravações e pinturas rupestres na área do reservatório da UHE -Balbina– AM. Rio de Janeiro, 1994. 187 p. (Dissertação - Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. NEVES, E.G. (1998), Paths in the Dark Waters. Tese doctoral, University of Indiana, EUA. PEREIRA, E. S. (1990) – As gravuras e pinturas rupestres no Pará, Maranhão e Tocantins, estado atual dos conhecimentos e perspectivas. Dissertação do Mestrado em História, UFPE. Ed. Universitária,Recife. ------------------ (1996) Las Pinturas e Grabados Rupestres del Noroeste de pará – Amazônia – Brasil. Valência, 1996. 2v. Tese (doutorado) – Departamento de Arqueologia e Pré – História, Universidade de Valência, Espanha. ------------------ (2003) Arte Rupestre na Amazônia – Pará – Belém: Museu Emílio Goeldi; São Paulo:UNESP. PESSIS, A-M, (1989). Apresentação gráfica e apresentação social na tradição Nordeste de pinturas rupestres do Brasil. CLIO, série arqueológica n.5, Ed. Universitária, UFPE, Recife. ------------------ (1992). Identidade e classificação dos registros rupestres pré-históricos do Nordeste do Brasil. CLIO série arqueológica n.8. Ed. Universitária, UFPE, Recife. ------------------- (1993). Registros rupestres, perfil gráfico e grupo social. CLIO série arqueológica n.9,Ed, Universitária, UFPE, Recife. -------------------.(2002). Do estudo das gravuras rupestres pré-históricas no Nordeste do Brasil. CLIO arqueológica, n.15, vol. 1. p. 29 – 44. PESSIS, A-M; GUIDON, N..(1992). Registros rupestres e caracterização das etnias préhistóricas.In Grafismo Indígena (Lux Vidal [org.]), São Paulo, Studio Nobel, FAPESP, EDUSP, p. 19-33. PIAGET, J. (1973). Biologia e Conhecimento. Ed. Vozes, Petrópolis, RJ. RAMOS, B. (1930) Inscripções Lapidares e tradições da América Pré-histórica, especialmente do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1930. v.1 515 p. REICHEL-DOLMATOFF, G. (1976) O contexto cultural de um alucinógeno aborígene – Banisteriopsis caapi – in Coelho,V.P. os alucinógenos e o mundo simbólico entre os índios da América do Sul. São Paulo. Edusp, 1976. P. 59-103. ________________________ (1978) Beyond the milky way – Hallucinatory imagery of the Tucano Indians. Los Angeles, Cal., UCLA. RIBEIRO, P.A.M. et al..,(1985) Projeto arqueológico de salvamento na região de Roraima, Brasil –segunda etapa de campo – Nota prévia. Rev. Cepa. (Santa Cruz do Sul), V. 13, N. 16, p. 5 – 48 (1986). SAUSURRE, F. (1969) Curso de Lingüística Geral. Cultrix & U.S.P., São Paulo. SCHULTES, R.E.; HOFMANN, A. (1993). Plantas de los dioses: Origen del uso de los alucinógenos. Fondo de cultura econômica, México. STRADELLI, E. (1900) Iscrizioni indigene della regione dell’Uaupés. Boll. Soc. Geogr..Ital. V.1, n.37, P.457-83. VALLE, R.B.M, (2003) Gravuras rupestres do Sertão Potiguar e Paraibano: um estudo técnico e cenográfico. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em História, Área de Concentração em Pre-história, UFPE, Recife. ________________(2006a) Relatório Preliminar sobre as Gravuras Rupestres do Parque Nacional do Jaú e reserva extrativista do rio Unini, baixo rio Negro, Amazonas. Fundação Vitória Amazônica e Ibama, Manaus, AM. WALLACE. A.R. (1979[1853]) Viagens pelos rios Amazonas e Negro. Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo. WILLIAMS, D. (1985). Petroglyphs in the prehistory of northern amazonia and antilles. Advances in World archaeology. New Cork: Academia Press, P. 335-87.

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