Os relatos sobre ética profissional e jornalismo de qualidade em Rota 66

July 22, 2017 | Autor: C. Cardoso de Que... | Categoria: Jornalismo, Ética, ética Jornalística, Caco Barcellos, Jornalismo De Qualidade
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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo 9º. Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo 1º Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo (Rio de Janeiro, ECO- Universidade Federal do Rio de Janeiro), novembro de 2011

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Os relatos sobre ética profissional e jornalismo de qualidade em Rota 66 Caio Cardoso de Queiroz 1 Iluska Maria da Silva Coutinho 2

Resumo: Publicado em 1993, Rota 66 ganhou o prêmio Jabuti de Literatura de melhor Reportagem no ano e conta a história de pessoas mortas em conflitos com a Polícia Militar do estado de São Paulo desde sua criação, na década de 70, até o começo dos anos 90. A investigação se ateve especificamente nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar – a ROTA –, um esquadrão de elite da PM. Pontuando alguns momentos de vivência pessoalmente conflituosa com a Polícia, Caco Barcellos constrói uma narrativa em torno da investigação dessas vítimas para discutir os limites da PM. Este artigo propõe-se a analisar, a partir de pesquisa bibliográfica, como a obra apresenta informações sobre as coberturas jornalísticas desses casos policiais, tendo como referência a enunciação subjacente de um discurso que acerca da ética profissional e sobre o que poderia ser denominado produção jornalística de qualidade. Palavras-chave: Jornalismo, Ética, Qualidade, Caco Barcellos, Rota 66.

1. Introdução Durante a prática da investigação jornalística alguns temas de grande importância para a rotina do jornalista, como a ética da sua atividade e a qualidade do jornalismo ofertado podem passar pelos profissionais sem a merecida atenção. Essas discussões devem partir de algum ponto para que estimulem tanto os profissionais quanto o público para a

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Graduando de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela FACOM – UFJF. Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET Facom). [email protected] 2 Jornalista, doutora em Comunicação (Umesp), com estágio doutoral na Columbia University. Professorado departamento de Jornalismo e do PPGCOM da UFJF. [email protected]

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execução e recepção crítica de jornalismo e este é um papel de jornalistas tidos como referência tanto por seus pares quanto pelos que tem acesso ao seu trabalho. Caco Barcellos traz em seu trabalho a marca da luta em defesa dos Direitos Humanos, o reconhecimento por conta disso e da constante reflexão que faz sobre o papel dos jornalistas na rotina das pessoas. Rota 66 é um marco na história de publicações do jornalista, pois foi o resultado de um trabalho de investigação que durou cerca de oito anos entre os arquivos do jornal Notícias Populares, fichas de autópsias no Instituto Médico legal da capital paulista e depoimentos de famílias de vítimas ou envolvidos nos casos. Esta obra recebeu o prêmio Jabuti de melhor Livro categoria Reportagem em 1993, ano de seu lançamento. Rota 66 é a história de um grupo de policiais que se transformou num esquadrão da morte que perseguia e executava qualquer pessoa considerada suspeita e que saía impune da grande maioria dos julgamentos. Esses acontecimentos são pontuados por críticas do jornalista à polícia e à cobertura, por vezes preconceituosa, que a imprensa faz dos casos de violência policial em áreas de risco. Partindo de consultas bibliográficas de teorias do jornalismo, buscamos a conceituação de ética jornalística e do que seria o jornalismo de qualidade, buscamos no livro ‘Rota 66 – A história da Polícia que mata’ encontrar pontos nos quais Caco Barcellos direciona sua narrativa para uma discussão de seu papel como imprensa e dos limites e restrições impostos à apuração dos dados relevantes à reportagem. O relato do processo de documentação, as reações das pessoas envolvidas nos casos ali relatados e mesmo as relações que tiveram de ser estabelecidas na busca constante pela notícia mais bem apurada e melhor construída conferem à reportagem uma narrativa atraente e que pontua críticas à atuação da mídia em casos como os que ele investiga e tem ações que levam a questionamentos sobre os possíveis limites a ele colocados.

2. Dilemas éticos e jornalismo de qualidade. Partindo da definição de ética como visto em Mayara Rodrigues Gomes (2004) como um campo filosófico que se dedica “à análise dos próprios valores e condutas

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humanas, indagando sobre seu sentido, sua origem, seus fundamentos e finalidades”, podemos dizer que a ética jornalística se dá como um conjunto de procedimentos e normas que regem a boa prática jornalística. Dentro do espaço do jornalismo e das teorizações acerca da produção de notícias, algumas se destacam como Traquina apud BECKER (2006) revela que nos estudos de agenda – setting, os critérios de noticiabilidade constituídos por valoresnotícias, bem como a identificação da diversidade de tipificações de acontecimentos envolvidos na cobertura jornalística, obtiveram grande projeção nas investigações dos últimos 30 anos. E demonstra como os estudos de newsmaking têm contribuído para a consolidação do jornalismo como campo específico de conhecimento. Essa hipótese de agenda-setting produz um efeito direto sobre quem consome estas notícias “através da seleção e da hierarquia dos temas do dia, refletidas no “ espelho”, ou seja, na lista das notícias escolhidas e na ordem em que vão ao ar em cada edição, com indicação do tempo dedicado a cada uma delas.” BECKER (2006, p.6) A definição de notícia, porém, é algo complexo pois “também envolve o ethos jornalístico e a cultura profissional. Partimos do pressuposto, de acordo com Vizeu, de que a notícia é simultaneamente um registro da realidade social e um produto dela.” BECKER (2006, p.6-7). Ao fazer referência à práxis dos jornalistas, nos encontramos num ponto que se refere à ética como conduta que se se espera do profissional de jornalismo, portanto as ações dos jornalistas passam por alguns pontos-chave a serem vencidos na rotina profissional e estão previstos no Código de Ética dos jornalistas brasileiros. O Código foi implantado em 1987 depois de aprovado no Congresso Nacional dos Jornalistas. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) o documento "fixa as normas a que deverá subordinar-se a atuação do profissional, nas suas relações com a comunidade, com as fontes de informação, e entre jornalistas". Alguns aspectos evidenciados no Código de Ética, no Capítulo II, que trata da conduta profissional do jornalista, tem claro diálogo com as situações vividas por Barcellos e descritas em sua obra. Esse é o caso do Artigo 6º, que estabelece que “É dever do jornalista: I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;”. Esta

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defesa dos princípios de Direitos Humanos fica muito clara na narrativa do livro Rota 66. Em alguns momentos Barcellos aborda o início e sua carreira como repórter em coberturas de casos policiais e diz que foi “testemunha de cenas de injustiça, abuso de poder, covardia. Minha reação me trouxe problemas de todos os lados. Um deles foi com o próprio fotógrafo, um profissional experiente em cobertura policial.”(p. 51) Dilemas como estes, que trazem à tona uma carga de indignação e envolvimento pessoal do jornalista não são raros e muitas vezes deixam de ser feitos por uma prática de pouca discussão de limites. No mesmo trecho, Caco Barcellos destaca que: “o fotógrafo deixou de registrar a cena seguinte: mulheres e crianças chorando enquanto os soldados saíam do quintal do barraco puxando três homens pelos cabelos. Os suspeitos são levados aos compartimentos da viatura. O fotógrafo só resolve fotografá-los quando eles já estão por trás da porta gradeada.”(p. 51).

Este momento mostra a fragilidade do Código de Ética quando não trazido ao dia a dia e à discussão por parte dos profissionais envolvidos na notícia. No mesmo Artigo 6º, o inciso XI diz que é dever dos jornalistas “defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias;”. Ou seja, há momentos da prática jornalística em que a necessidade de discussão das diferentes formas do fazer diário jornalístico se torna maior ainda. Além de estar ligado à prática jornalística diária, o código de ética contempla alguns pontos que revelam uma preocupação em torno do “jornalismo de qualidade”, pois ética e qualidade jornalística estão muito ligados. As constantes discussões sobre a qualidade jornalística fazem com que os estudiosos como Nelson Traquina se dediquem a “sublinhar a complexidade do jornalismo e as dificuldades e desafios para o exercício da profissão. Seus limites.” (2007). As “regras pragmáticas para a objetividade” citadas por Phillip Meyer (1987) como uma objetividade de método jornalístico – através de preceitos que garantam uma objetividade científica ao jornalista ao coletar dados para a notícia; e a apresentação do que Eugenio Bucci chama de “intersubjetividade crítica dos agentes”, quando diferentes vozes atuam na construção da notícia são de alguma maneira lembrados como práticas recomendáveis para o bom exercício profissional de jornalismo.

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As recomendações para a captação de notícias, além da garantia de resguardo da fonte são pontos de profundo interesse da prática jornalística e podem auxiliar na produção de jornalismo de melhor qualidade.

3. Rota 66 – A história da Polícia que mata Publicado em 1993, ‘Rota 66 - A história da polícia que mata’ é um livroreportagem que busca fazer um retrato da situação das pessoas mortas por policiais militares paulistas desde a criação da Polícia Militar, na década de 70, até o começo da década de 90. As investigações ocorrem mais especificamente em torno das ações das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar – a Rota. Esses mortos eram trabalhadores, desempregados, com família ou sem família, pessoas normais que terminam sua vida da mesma forma, com um tiro na cabeça após um tiroteio com os policiais, segundo o Boletim de Ocorrências. Na primeira parte do livro, Caco Barcellos descreve o caso da Rota 66, que matou três jovens de classe alta em São Paulo, na década de 80. A imprensa deu destaque ao caso na época e os policiais que mataram esses garotos, pensaram que eram ladrões que haviam roubado o fusca que guiavam. Barcellos intercala a história do caso Rota 66 com a sua história, mostrando que viveu na juventude algumas situações parecidas, fugindo de polícia sem motivo. A segunda parte é dividida em sete capítulos em quase todos há o mesmo fim. A polícia que persegue o “bandido”, mata e depois o leva ao hospital para “prestar ajuda”, com o propósito de evitar a investigação na cena do crime. Com o decorrer do livro, há o um ranking com os nomes dos policiais que mais mataram nestas situações. Na terceira parte, através da narrativa seguida de mais casos semelhantes, no decorrer da apuração, o jornalista registra que os policiais matam qualquer um. Casos de inocentes ou criminosos comuns executados. Um exemplo, é o assassinato de um símbolo de uma geração de garotos pobres de São Paulo: Pixote. O menino que se tornou astro de um filme no qual interpretava um papel no qual representava milhares de crianças pobres do Brasil.

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Caco Barcellos descreve o processo de criação de seu próprio Banco de Dados. Todas as mortes causadas pelos policiais nos supostos tiroteios eram catalogadas a partir de dados retirados de jornais populares e das fichas dos mortos no Instituto Médico Legal. No desfecho, o repórter e seu companheiro filmam cenas de tortura policial, os denunciam e estes são presos, quando o jornalista termina de descrever a ocorrência, registra a repercussão internacional que o caso obteve e as suas consequências positivas.

4. Primeira parte – Rota 66 Com o decorrer do texto de Rota 66, Caco Barcellos aborda questionamentos sobre seu papel como jornalista, da imprensa em geral, da qualidade do trabalho feito pelos seus pares e, muitas vezes, para quem este trabalho é endereçado. Críticas quanto à ética e ao jornalismo de qualidade se entrelaçam, acontecendo, às vezes, simultaneamente. O jornalista coloca uma situação de amplo confronto nas cidades, onde a classe social influi sobre o tipo de ação que a política de Segurança Pública. É o tipo de ação que os jornalistas devem denunciar, mas segundo os registros do autor “constato que na cobertura de assuntos policiais a imprensa também dá tratamento diferenciado às pessoas pelo critério de sua condição social.”(p. 34). A primeira história, da Rota 66, ganhou destaque incomum, principalmente quando colocada em contraste com outras histórias de violência policial. Barcellos afirma que a profissão pode levá-lo a situações de risco, em áreas violentas, mas “nada se compara ao medo que sinto quando vou fazer a cobertura do velório de uma pessoa morta pela Polícia Militar.” (p. 48). Descrevendo estas situações, o jornalista coloca em questão a reação das pessoas que ficam revoltadas e acabam colocando a culpa dos acontecimentos nos jornalistas. “Reconheço que eles em parte tem razão. Sou o primeiro jornalista a chegar na favela, já com quinze horas de atraso. Mesmo sem nenhum levantamento no local, a notícia já foi divulgada, de uma forma parcial.” (p.48).

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Barcellos, então, coloca-se como um profissional incomodado com a realidade da imprensa naquele momento e mostra outras partes da investigação em que diz ter buscado não apenas ouvir a versão oficial dos fatos, mas um pluralismo maior de pessoas e histórias. Em uma dessas histórias, está a prisão de um rapaz que fora preso, mas, segundo a mãe, era inocente. O jornalista apresenta uma situação complicada, que é a sua identificação: “Combinamos que eu não me identificaria como repórter, tentaria passar por parente ou amigo da família.”(p. 50). Este tipo de atitude durante a investigação é motivo de controvérsia, pois a situação da apuração é complicada, segundo o jornalista, mas se esta era a única forma de se chegar até o rapaz, não fica claro. O plano de entrar as escondidas na carceragem é impedido por um policial que conhece Caco Barcellos e veta sua entrada. Este era um momento propício pra esta discussão ética que não ocorre. O autor registra casos semelhantes e ele, como repórter investigativo tinha contato com boa parte deles já no pátio do necrotério. A apuração começou pela montagem de um Banco de Dados no qual constassem quantos são e quais os perfis das vítimas dos policiais militares. O primeiro espaço de apuração, segundo o jornalista, seria justamente este pátio do necrotério, onde teria contato com os familiares de boa parte das vítimas e poderia traçar um perfil destas. Ao fazer este Banco de Dados, Barcellos descreve a “outra fonte [...] é o arquivo do jornal com grande quantidade de fatos policiais, o Notícias Populares, o NP.”(p.88). Segundo ele, as publicações policiais do NP eram feitas a partir dos dados presentes nos Boletins de Ocorrência, aos quais ele não tinha acesso, então “ler as notícias de tiroteio envolvendo policiais, consigo reproduzir a versão oficial, com fidelidade, de todos os casos de morte divulgados.” (p. 88) Estes são os últimos momentos da primeira parte do livro, terminam as apresentações e ambientações quanto ao tema e ao objeto explorado no decorrer da(s) história(s). Ao deixar claras as formas de investigação, alguns importantes espaços de discussão são criados. A primeira parte é finalizada com o julgamento dos policiais envolvidos no caso do assassinato de jovens ricos pelos policiais da Rota 66. Além de

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uma manchete de jornal sobre o caso, que dizia “Laudo comprova: estudantes não dispararam armas durante a perseguição da Rota 66” (P. 109), a narrativa se encerra com o Inquérito Policial Militar os inocentando no caso, e a revolta dos familiares dos garotos. Nenhum policial envolvido no caso havia sido ouvido até então.

5. Segunda parte – Os Matadores Esta parte da reportagem se inicia com um fato aparentemente semelhante ao caso Rota 66. Outra pessoa morta pela ação de policiais, dessa vez o morto é pobre. Caco Barcellos aproveita para pontuar mais uma crítica à apuração da imprensa a este tipo de caso. Essa diferença é abordada com “O fuzilamento de Bossato despertou pouco interesse da imprensa. Enquanto no caso Rota 66 os principais jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo publicaram mais de duzentas reportagens num período de trinta dias, a história de Bossato foi divulgada apenas no pequeno jornal local, o Diário de Mogi, 3 mil exemplares de circulação.”(p. 128)

As investigações no pátio do Instituto Médico Legal possibilitaram o registro de características importantes para a identificação e catalogação dos crimes. “Jovem, pobre negro ou pardo. Nossas observações no Instituto Médico Legal nos ajudaram a conhecer um pouco do perfil das vítimas e também a descobrir pistas sobre as circunstâncias da morte delas.”(p. 142). Mais do que o perfil dos alvos dos policiais da Rota, outros pontos da investigação foram percebidos, como a suspeita de “que alguns dos quinze PMs envolvidos diretamente no caso Rota 66 costumavam deixar vítimas com uma marca inconfundível: um tiro na cabeça.” (p.142). Há características evidenciadas pelo jornalista como preocupação na sua apuração, uma delas é a necessidade de ampliação de fontes a construir a sua narrativa. “A descoberta da grande quantidade de crimes dos policiais envolvidos no caso Rota 66 me levou a ampliar o Banco de Dados criado em 1975.” (p. 151). Esta preocupação é mostrada também quando o jornalista cita a forma pela qual chegou às informações e mostra o caminho percorrido, registrando que o “balanço das duas fontes do Banco de Dados aponta caminhos opostos à investigação. Na medida em que se aprofunda o levantamento nos arquivos do jornal, cresce a imagem de aparente eficiência dos PMs na guerra contra os civis.” (p.154). Posteriormente descreve “Os resultados assombrosos

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que o banco de dados apresentava agora não eram suficientes por si sós: meu próximo passo seria tentar esclarecer as circunstâncias em que os civis eram mortos pela Polícia Militar.” (p.154). É esta busca por fontes e necessidade de ouvi-las que Caco Barcellos apoia sua narrativa, “a fonte NP possibilitou identificar os matadores, mas pouco nos ajudou a conhecer as vítimas, devido ao grande número de desconhecidos. Era necessário procurar outra fonte.” (p. 155). Constantemente, o jornalista critica a apuração do Notícias Populares quanto aos crimes cometidos por policiais. O Boletim de Ocorrência e posteriormente o Inquérito da PM são as únicas fontes de dados, segundo o jornalista, sempre de forma parcial. Barcellos apresenta um caso de execução com um desdobramento diferente. O confronto entre o que o jornalista descreve como informação parcialmente apurada e as consequências dessa veiculação pôde ser visto quando Caco Barcellos registra o pedido da viúva por uma retratação do radialista, mas não conseguiu. A situação piora: “Por consequência da falsa informação do radialista, Elza perderia o emprego dias depois da morte do marido. - O patrão disse que não trabalhava com viúva de bandido e me demitiu no ato.” (p. 191). Durante esta parte do livro, o jornalista expõe as ações dos principais matadores da PM de São Paulo e documenta ter conseguido autorização para entrevistar um policial envolvido nos casos relatados, o sargento Roberto Lopes Martínez. Apesar da recusa por parte do sargento em dar a entrevista, ele deixa uma carta ao jornalista, expondo algumas de suas razões na recusa de conceder a entrevista, dados que deveriam preocupar os jornalistas. O Sargento diz que “Como nem sempre as notícias são colhidas ‘in loco’, no momento dos fatos, geralmente suas sutilezas fogem à exata percepção de quem as divulga, ensejando a que em algumas ocasiões sejam veiculadas de maneira destorcida e, por vezes, até com certa parcialidade, provocando aplausos de uns e a ira de outros.”(p.223)

Tais dados se confrontam diretamente com os preceitos de ética jornalística e praticamente mostram a forma pela qual o sargento enxerga o trabalho dos jornalistas envolvidos com ele na cobertura de casos policiais. A discussão levantada neste ponto

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mais uma vez mistura conflitos éticos do um jornalista que, segundo o policial, divulga fatos sem os ter conhecido em profundidade, os publica de maneira distorcida, ferindo os princípios do bom jornalismo, sem que o método seja minimamente objetivo, tal como visto nas colocações de Phillip Meyer (1987). A observação do jornalista após a reprodução da carta do sargento, demonstra a opinião dele, fazendo com que o leitor não perceba de maneira tão clara a crítica do policial. Ele destaca que, “Preso em 1986, depois de ter matado 45 pessoas, Martínez abandonou, por força das circunstâncias, as ruas da cidade. Seus métodos brutais de trabalho, no entanto, já tinham criado escola.”(p.224). A segunda parte do livro termina com uma história vista por Caco Barcellos, ele conta que resolveu acompanhar o trabalho de um tenente que ficou famoso pela “eficiência” de seu trabalho, e a “chance surgiu numa noite em que, sem dúvida, houve resistência à prisão e tiroteio entre os policiais e o suspeito. Pode ser coincidência. No único ato em que eu estava perto, o inimigo dos PMs não era um criminoso.”(p, 241) ele narra também que “Não fui o único civil a assistir ao operário vencer o duelo com o tenente matador de bandidos”.(p241).

6. Terceira parte – Os inocentes É justamente com a história do inocente que resistiu à prisão e enfrentou a PM que Caco Barcellos inicia a terceira parte de seu livro. Este foi um caso que deu repercussão na imprensa, novamente registrado pelo jornalista como um discurso preconceituoso e mal apurado. Ele descreve as manchetes apresentando “Oseas, que tinha ficha limpa na polícia, como bandido perigoso, e Amélia, como comparsa da quadrilha e prostituta, que teria tido os quatro filhos com pais diferentes. O matador ganhou os elogios como se fosse o herói da madrugada.” (p. 272). Outra vez a crítica da mídia se vê pautada pelo jornalista pela falta de apuração e da abordagem preconceituosa dos jornalistas. Assim, a discussão colocada nos leva a um panorama no qual tanto os parâmetros éticos quanto o jornalismo de qualidade são colocados em cheque na imprensa relatada.

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Partindo, depois, para um caso de grande expressividade na obra, Caco Barcellos chega até a história de Pixote. O menino que descoberto na rua vendendo balas, entre tantos outros iguais se tornou ator do filme no qual interpretava um papel de milhares de crianças do Brasil. O filme levou seu nome “Pixote, a lei do mais fraco” e foi dirigido pelo diretor Hector Babenco, tendo sido muito elogiado pelos críticos e apontado como um dos melhores filmes do ano. Pixote chegou a ficar famoso, mas não se manteve na carreira de ator. Atuou em novelas, mas acabou voltando à situação de pobreza anterior ao filme. Ao saber da informação, Caco Barcellos aborda sua ida ao local do crime: “[...]Em poucos minutos estamos cercados por mais de vinte pessoas, ouvindo relatos detalhados dos momentos que antecederam o crime. Mas somente quatro mulheres concordaram em gravar entrevista.” (p. 298) Aqui fica evidenciada a necessidade de utilização de um perfil para contar a história a ser passada no telejornal do dia seguinte, o jornalista busca um número de fontes. Mas ele descreve a dificuldade de convencer as mulheres a contar onde Pixote se escondeu. “Elas tem forte motivo para guardar o segredo, só revelado pelas crianças que cercam Daniel Annenberg[o cinegrafista]. O esconderijo é a própria casa delas, número 6 da rua 22 de Agosto, frequentada por Pixote desde a sua infância.” (p.298) A relação entre o jornalista e a fonte é um ponto delicado e as divergências são amplas. O Código de ética estabelece que o jornalista não pode “colocar em risco a integridade das fontes e dos profissionais com quem trabalha” e também devem “respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão”, mas dentre as obrigações do profissional de jornalismo “combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza”. Há então o dilema mais uma vez colocado: A fonte enfrenta problemas se falar, porém este depoimento é de extrema importância para a denúncia. “Para Helena não se sentir pressionada, digo que não tenho pressa. Mas falo também que estou decidido a aguardar o momento de ela sentir coragem de entrar em casa” (p. 302). Caco Barcellos optou por esperar o tempo da fonte dar seu depoimento.

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O jornalista busca, junto com o cinegrafista, reconstruir a morte de Pixote através da versão oficial da Polícia, o que causa reações na entrevistada, quando “A indignação parece ter reanimado Helena. Ela finalmente nos convida a entrar em casa para mostrar mais contradições do relato dos PMs.” (p. 303).. “Gravávamos a entrevista em pé, mas Helena começou a passar mal. Desligamos a câmera, ela senta sobre a cama. Peço ajuda a Laudicéia, que senta do lado dela. Espero que Helena volte a ter condições de nos falar sobre o apelo de Pixote.” há um conflito entre o interesse do jornalista e as condições da fonte de falar. A ponderação mais uma vez fica no campo do peso da importância das denúncias que a fonte pode propiciar. Denúncia gravada, o jornalista aborda as ocasiões em que já havia estado com Pixote. Certa vez, “Acusado de roubo, Pixote confirmou em um depoimento assinado de próprio punho. Mas, ao sair da cadeia, denunciou que havia sido forçado a confessar, sob tortura. Nossa discussão começou porque ele queria cobrar pela entrevista.”(p. 308) conduta que contrária à ética jornalística. Ele ainda descreve que “No dia seguinte a reportagem foi ao ar apenas com uma rápida referência à sua denúncia.”(p.309). Durante a cobertura do enterro de Pixote, surge a crítica mais aberta e pesada à imprensa brasileira na cobertura de casos como estes. O jornalista se inclui como parte dos atingidos pela crítica, quando diz que “Durante toda a cerimônia do enterro, as hostilidades continuam. [...] tenho certeza de que as ofensas não são dirigidas exatamente contra mim. Representam uma revolta contra a postura parcial da imprensa favorável à versão oficial de tiroteio.” (p.310). O jornalista aborda ainda: “É vergonhoso. Temos a obrigação de perseguir a verdade e o que mais estamos ouvindo gritarem é ‘mentira’.” (p.310). Sobre a cobertura da imprensa brasileira, ele finaliza seu texto ao descrever que “Somente no dia seguinte ao enterro, quando o caso já era tratado como escândalo pela imprensa internacional, é que a imprensa brasileira passou a noticiar com isenção. Ou seja, passou a contar todos os lados da historia. Aí a verdade não demorou a aparecer.” (p. 311) Neste ponto se concentra a crítica mais aberta os profissionais de sua área e mostrou como ele colocou em questão o objetivo de seu trabalho e a forma como seus

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pares estavam a fazê-lo. Caco Barcellos faz essa crítica à mídia e parte para o caso de um homem que mesmo tendo sofrido com torturas de policiais durante um longo tempo junto de alguns amigos, resistiu à morte e ficou internado num Hospital. Ele estabeleceu que, para não chamar atenção do investigador responsável pela custódia do homem, se misturou aos amigos e parentes, fiéis de uma igreja evangélica. “Passei a acompanhar a sua recuperação nas semanas seguintes, com visitas diárias ao hospital, sem me identificar como repórter. Evitava perguntas da família sobre meus objetivos, sempre levando nas mãos um pequeno livro de capa preta: a Bíblia Sagrada.”(p. 338). Outra vez a discussão sobre a utilização de uma identidade falsa ficou num segundo plano, escondida sob uma justificativa implícita de embargo ao ser trabalho, caso o investigador soubesse. Após algum tempo de espera, o jornalista consegue entrevistar o homem e publicar sua história na Revista IstoÉ, onde trabalhava. Posteriormente, trabalhando na TV Globo, Barcellos registra o episódio final do livro. Jovens pobres foram presos, segundo o representante da PM em entrevista, somente para averiguação. Porém, logo após esta entrevista “percebemos que os rapazes continuavam sendo agredidos por um grupo de PMs, junto à entrada da carceragem da delegacia.”(p. 350). Caco Barcellos descreve o momento em que o cinegrafista gravou imagens da tortura que os jovens sofriam, escondido. “Horas mais tarde, as imagens das agressões aos dois menores foram transmitidas para todo o país pelo Jornal Nacional. E divulgadas ao mundo, meses após, por meio de um relatório da Anistia Internacional.”(p.350). Logo a seguir, na mesma página, o jornalista acaba descrevendo que as consequências desta gravação foram positivas, pois “Naquele dia, acreditamos ter evitado registrar os nomes de mais duas vítimas em nosso Banco de Dados.” (p. 350).

7. Considerações Finais Durante a investigação que deu origem à reportagem de Rota 66, algumas situações foram registradas por Caco Barcellos para conseguir apurar as denúncias que estavam por ser feitas. A crítica inicial seria feita à Polícia Militar, porém ela se estende

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da denúncia social de violência policial e se localiza também nas abordagens do jornalista sobre seu trabalho e de seus companheiros de profissão. Com uma narrativa tocada por opiniões pessoais, Barcellos abordou em Rota 66 a discussão sobre a maneira através da qual os jornalistas trabalham. A divulgação parcial de notícias, que somente ouve uma fonte (a oficial) é constantemente colocada em questão durante o livro. Em alguns momentos, o jornalista dá razão aos populares revoltados com a cobertura jornalística e diz se sentir envergonhado por ter suas intenções profissionais tão distorcidas. Dilemas éticos são apresentados em muitos instantes, merecendo destaque a crítica que Caco Barcellos faz à falta de apuração adequada e equânime por parte dos jornalistas. Ele aborda os casos de pessoas prejudicadas ou injustiçadas por coberturas jornalísticas “irresponsáveis e antiéticas”. Alguns outros pontos, porém, acabaram sendo relegados ao segundo plano das discussões dele, como a utilização de identidade falsa para a apuração de dados. Durante duas vezes no decorrer da reportagem ele estabelece esta utilização como uma prática e usa de um discurso que coloca a situação da investigação como complexa, dispensando maiores esclarecimentos sobre o uso deste recurso. A discussão sobre a qualidade do jornalismo produzido pela imprensa de maneira geral é fortemente ligado a esta análise que é também ética, de construção narrativa coletiva, visto nas teorias do Newsmaking sobre a construção da realidade através das notícias. Fica clara a opinião do jornalista durante a reportagem e o espaço concedido aos que muitas vezes ficam sem voz durante as apurações jornalística é um direito retomado por eles, mas esta distribuição não fica igual, pois os policiais envolvidos não têm este mesmo direito e quando o têm, se recusam a entrevista. Essas histórias pessoais foram bem procuradas durante a reportagem e ajudaram a construir o que foi um livro de denúncia, com uma carga emocional não somente do jornalista, mas também das pessoas que o construíram.

Referências

SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo 9º. Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo 1º Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo (Rio de Janeiro, ECO- Universidade Federal do Rio de Janeiro), novembro de 2011

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