Os teatros régios no tempo de D. José: uma manifestação de poder?

May 27, 2017 | Autor: A. Hall de Beuvink | Categoria: Cenografia, Galli Bibiena, Arquitectura Teatral, Teatro real da Ópera do Tejo
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Descrição do Produto

4. Natureza e artifício do espaço teatral
.O papel das "Glórias"
.Artifício do efeito de "espelho"
.Rei como axis mundi
.Camarote "privado" e camarote "institucional"
.Jogo de ilusão e verdadeira imitação

3. ÓPERA DO TEJO
3. ÓPERA DO TEJO
Sua Magestade He servido mandar participar a V. Ex.ª o Plano de distribuição dos lugares da Opera, assim a Platea, como dos Camarotes; Pelo que tem determinado, que na Platea tenhaõ lugar nos quarenta bancos, que occupaõ o receinto interior dos pedestaes das Columnas, trezentas e cincoenta Pessoas; os Grandes Ecclesiasticos, e Seculares do Reino; os que pela Lei tenhaõ tratamento de Illustríssima, e Senhoria, os quaes tem titutlo do Conselho do Rei; os que tem Foro de Fidalgo de Sua Casa; e os Officiaes Militares de Coronel inclusive para cima; e que nos quatro bancos, que estão fora do recinto sobredito, tenhão lugar seus Porteiros da Camara do Numero com ordem de V. Ex.ª para examinarem as Pessoas, que intentarem entrar na Platea, e não consentir que entre o que não tiver huma das qualidades sobreditas, e mostrar bilhete de V. Ex.ª com o seu nome, e destino para a Platea;.
3. ÓPERA DO TEJO
; Que as Pessoas, que tem a mercê de Camarote certo, ainda tendo qualidade, pela qual lhe compete lugar na Platea, nem por isso o tem nella certo: mas querendo ir á Platea algum dia pedirão Bilhete que se lhe não negará; Para a boa ordem, e socego com que devem ser admittidas, e encaminhadas as Pessoas, que tiverem lugar no Theatro, He Sua Magestade servido que no corredor plano da Platea, além dos dois Porteiros da Camara do Número acima ditos (com os quaes se poderão revesar para verem parte da Opera) esteja hum Porteiro de Camara do Numero na sahida de cada huma das três escadas, que sobem da loje, a qual averiguará, se com efeito a Pessoa que subir, e pertender entrar, he a mesma que declara o Bilhete, e se tem qualidade para lugar da Paltea, ou de Camarotes; e achando-o na realidade assim o deixarão entrar, e pelo contrario dirá aos Soldados da Guarda, que hão de estar acompanhando o dito Porteiro, que o fação descer a escada que subio. O porteiro, e os três referidos que estiverem na sahida da escada nº II, também terá cuidado, que não entre pela porta do corredor, que vem pela escada da Loje da Rainha Nossa Senhora Pessoa alguma que não tenha assistência, ou sirva no Paço. E ordena o Mesmo Senhor, que V. Ex.ª faça executar o referido com exacta observância.
Deos Guarde a V. Ex.ª Paço 26 de Março de 1755 – Diego de Mendonça Corte-Real – Senhor Marquez Mordomo Mor
3. ÓPERA DO TEJO
2. TEATRO DE SALVATERRA DE MAGOS
A sala de espectáculos de Salvaterra pode conter no máximo 500 pessoas, há três ordens de camarotes que têm na primeira três camarotes de cada lado.
O fundo é um anfiteatro com uma galeria que se estende de cada lado aos primeiros camarotes. Este anfiteatro é coberto com uma franja de tapeçaria e é apoiada por árvores em forma de tenda e o lugar do rei é numa cadeira no meio; à sua direita o Infante D. Pedro, seu irmão e genro, à sua esquerda a Rainha, a Princesa do Brasil e as outras três princesas e ao longo da galeria ficam as damas de honor.
O outro lado para a direita da galeria permanece vazio: existem oito 8 camarotes na segunda e terceira ordens que são ocupados por portugueses e estrangeiros a quem são dados bilhetes; os ministros do rei sentam na plateia com os fidalgos, sem distinção de posição. A orquestra tem cerca de 25 a 30 instrumentos.
2. TEATRO DE SALVATERRA DE MAGOS
À noite, vimos uma ópera com 80 músicos italianos, instrumentistas e cantores. Como a rainha não gosta de actrizes, os papéis de mulheres são interpretados por jovens castrados com encantadora voz e tão bem vestidos e treinados para fazer esses papéis que aqueles que não estão prevenidos acabam enganados. (…)
O divertimento Demetrio de Metastásio sob a música do Senhor Perez é de tanta beleza, com tão lindas vozes ligadas tanto às belas palavras como aos acompanhamentos musicais, que será uma das melhores óperas que existe na Europa. Esta ópera Demetrio custou ao rei 200.000 cruzados. O guarda-roupa feito em ouro e prata é muito rico: os bordados foram realizados em Milão. As decorações são pintadas pelos melhores artistas
2. TEATRO DE SALVATERRA DE MAGOS
1. TEATRO DO FORTE
1. TEATRO DO FORTE
O teatro seria magnífico e o melhor desta dimensão na Europa, em que o palco era suportado por colunas de mármore com um sistema hidráulico a ser accionado em caso de incêndio.

Oposto ao palco encontrava-se o camarote real e, por debaixo deste, a entrada para a sala, numa lógica repetida, mais tarde, em todos os teatros régios e habitual nestes teatros à italiana. Este camarote, ou tribuna, ocupava toda a parte frontal da sala e a sua ornamentação era extremamente rica. Lateralmente, outros camarotes seriam ocupados pelas damas da corte e por ministros estrangeiros, enquanto a plateia era reservada aos membros masculinos da corte, que não poderiam contactar com as damas nem durante, nem nos intervalos das apresentações.

A orquestra era composta por 70 músicos, todos vestidos de escarlate e prata, o mesmo tipo de "uniforme" usado pelos músicos da Patriarcal

3. ÓPERA DO TEJO
Do lado Norte da Ópera do Tejo
Nº 1 – Ao poeta principal (nesta altura, Giovanni Bonnechi), aos primeiro e segundo compositores de música (David Perez e Antonio Mazzoni), ao arquitecto do teatro (Giovanni Carlo Sicinio Galli Bibiena), e aos dois primeiros actores da ópera (Caffarello/Gizziello, que se alternavam, e Anton Raaff);
Nº 2 – Aos Beneficiados e clérigos da Casa Real;
Nº 3 – Aos terceiros Secretários da Secretaria de Estado;
Nº 4 – Aos médicos e cirurgiões da Câmara;
Nº 5 – Aos confessores;
Nº 11 – Aos secretários de Estado;
Nº 12 – Aos embaixadores;
Nº 13 – Aos irmãos ilegítimos de D. José, ou Meninos da Palhavã: D. Gaspar, D. António e D. José;
Nº 18 – Ao estribeiro-mor da Rainha;
Nº 19 – Aos camaristas;
Nº 26 – A João Pedro Ludovice (arquitecto e superintendente das obras reais) e Pedro António Vergolino (Fidalgo e Cavaleiro da Ordem de Cristo);
Nº 33 – Aos músicos;
Nº 34 – Aos reposteiros.

3. ÓPERA DO TEJO
Do lado Sul, ficavam os camarotes reservados aos
Nº 6 - Moços do Guarda-Roupa e estribeiros menores;
Nº 7 – Moços da Câmara;
Nº 8 – Criados particulares de SS. MAgestades e Altezas;
Nº 10 – Actores que representam no Teatro;
Nº 14 – Ao Cardeal Patriarca;
Nº 15 – Diogo Mendonça de Corte-Real, Mordomo-Mor do rei;
Nº 16 – Estribeiro-Mor do Rei;
Nº 20 – Estribeiro-Mor da Rainha;
Nº 21 – Ministros estrangeiros de segunda ordem;
Nº 35 – Reposteiros;
Nº 38 – Moços de Prata e Varredores.

Título da apresentação
Libretista
Maestro
Data
Cenógrafo
Guarda-Roupa
Bailado
Maquinista
Actos
Cenas
Bailes
Il Siroe
P. Metastasio
David Perez
12.09.1752
G. C. Bibiena
A.
Pizzi
A. Alberti
A. Pizzi
3
9
 
L'Ippolito
A.Tedeschi
F. Almeida
04.12.1752
G. C. Bibiena
(?)
A.
Pizzi
(?)
A. Alberti
(?)
A. Pizzi (?)
2
 
 
Il Demofoonte
P. Metastasio
David Perez
Outono 1752
G. C. Bibiena
A.
Pizzi
A. Alberti
A. Pizzi
3
8
 
Adriano in Siria
P. Metastasio
David Perez
1752
G. C. Bibiena
A.
Pizzi
A. Alberti
A. Pizzi
 
 
 
Artaserse
P. Metastasio
David Perez
31.03.1753
G. C. Bibiena
 
A. Alberti
 
3
8
 
L'Olimpiade
P. Metastasio
David Perez
31.03.1753
G. C. Bibiena
 
A. Alberti
 
3
6
2
L'Eroe cinese
P. Metastasio
David Perez
06.06.1753
G. C. Bibiena
 
A. Alberti
 
3
4
2
Demofoonte
P. Metastasio
David Perez
1753 (?)
G. C. Bibiena
(?)
 
A. Alberti (?)
 
 
 
 
L'Ipermestra
P. Metastasio
David Perez
31.03.1754
G. C. Bibiena
 
A. Alberti
 
3
6
1
L'Artaserse
P. Metastasio
David Perez
06.06.1754
G. C. Bibiena
 
A. Alberti
 
3
8
 
L'Eroe cinese
P. Metastasio
David Perez
06.06.1754
G. C. Bibiena
 
A. Alberti
 
 
 
 
L'Olimpiade
P. Metastasio
David Perez
06.06.1754
G. C. Bibiena
 
A. Alberti
 
 
 
 

4. TEATRO DE BELÉM
e si restituirono a Belem dove la sera del venerdì in un nuovo teatrino alzatosi ultimamente sotto la direzione del noto Bibbiena

tutta la Real Famiglia (…) continua a pigliare i bagni per i quali però non lascia di seguitare il Re alla caccia, come per due volte ha fatto in questa settimana, e due volte la sera nel teatro di Belem ànno goduto il divertimento delle commedie una volta della truppa Italiana, l'altra della Compagnia Portoghese nelle rispettive lingue

Cartas do núncio Filippo Auccioli em Agosto e Setembro de 1755.
The opera began at seven, and ended at ten, and during the whole performance the most strict silence was observed by the audience; who between the acts rose and stood their faces towards the royal family
5. Etiqueta teatral e composição social

 
Destribuição dos Bilhetes dos Camarotes.
Nº 11 – Tem 27 lugares para todas as pessoas, que não podem entrar na Platea.
Nº 12 – Tem 27 lugares para os Creados dos Fidalgos.
Nº 22 – Tem 10 lugares, a que costumão hir as Pessoas seguintes:
O Escrivão, o Meirinho, e seu Escrevam do Corregedor de Crime, da Corte, e Casa.
O P.e Gaspar, o P.e Francisco do Tojal.
O Cirurgião Joze Carvalho e o Sangrador.
O Secretário da Montaria Mor do Reino
5. Etiqueta teatral e composição social

Pessoas que podem entrar na Platea, segundo as ordens de Sua Magestade.
Fidalgos conhecidos por tais, assim Portuguezes, como Estrang.os. Embaixadores, e enviados estrangeiros. Todos os que tiverem foro de Fidalgo. Eccleziasticos constituídos em Dignidades. Dezembargadores e Concelheiros. Militares pagos de Alferes pera sima, e Cadetes Legitimos. Capitaens mores, e Sargentos mores das Ordenanças, e Aux.res.
Todos os creados de SS. Mg.es, e A.A. inclusive os creados Parledistas.
Todos os Off.es da Secretaria, e todos os Sec.os de Embaixadores.
Todos os Ministros que se acharem em actual Serviço. O Thezoureiro Mor de Erário, o seu Escrivão, e Contadores e neste número entra o Thezoureiro Geral das Tropas.
O Thezoureiro dos Juros, Ordenados, e Tensas com os seus Escrivaens.
Os Escrivaens da Meza grande da Caza da India, Alfandega, Tabacco, e Armazens.
Homens de Negocio conhecidos por taes com Cazas estabelecidas nesta Corte, e Reino.
Estrangeiros da mesma qualidade.
 
5. Etiqueta teatral e composição social

5. Etiqueta teatral e composição social

O espectáculo começa assim que o rei chega, geralmente entre as 6h30 – 7 horas. A ópera dura 4 horas. Observa-se um grande silêncio.

No que respeita a homens estrangeiros ou portugueses, só aqueles que possuem um determinado estatuto é que podem obter o bilhete para entrar para a plateia no lugar dos fidalgos.





5. Etiqueta teatral e composição social

6. Alguns dados para reflexão

.Prioridade na construção dos espaços teatrais
.Teatros de corte vs "teatrinhos"
.Estratificação social dentro do espaço teatral
.Imagem régia simbolicamente reflectida em "espelho"
.Rigidez e cerimónia do teatro de corte vs teatros públicos
.Número de teatros régios – Teatro da Rua do Ouro e teatro no Cabo Espichel



O reflexo de uma sociedade no espaço, o tipo de organização espacial que adopta, representa de uma maneira concreta, no sentido mais rigoroso do termo, as suas características particulares
Norbert Elias, A Sociedade de Corte, 1969.

OBRIGADA
5. TEATRO DA AJUDA
Rezumo da Folha de carpinteiro q trabalharaõ no movimen.tos dos bastidores da Opera nova do Salãm g.de e Folha das Comedias da quinta da Ajuda dos d.os Carpinteiros Armarém [sic] os bastidores o bambolino, tudo em 26 de Outubro da era de 1755
5. TEATRO DA AJUDA
Boxes indeed, in the proper acception of the term, there were none: the King, Queen and Royal Family being seated in a gallery fronting the stage, elevated considerably above the body of the house. One small box was constructed on each side; that on the right hand had been appropriated to the Patriarch, or head of the Portuguese church, whom I have seen present at the performance. The other usually remained vacant, being reserved for any stranger of high rank who might visit Portugal.


TWISS, Richard, 1775, p. 15.

5. TEATRO DA AJUDA
4. Natureza e artifício do espaço teatral
.Natureza vs artifício: perspectiva e música
.Controlo geométrico da Natureza através da perspectiva
. Natureza é representada e dominada sendo o rei o seu equilíbrio e garante no espaço do teatro
.Palco como correspondência da magia, do maravilhoso e do simbólico

3. Construção dos teatros régios

.Teatro do Forte (1752)
.Teatro de Salvaterra de Magos (1753)
.Real Caza da Ópera (Ópera do Tejo, 1755)
.Teatro de Belém (em funcionamento no Verão de 1755)
.Teatro da Ajuda (Casa das Comédias da Quinta de Cima, obras a acabar em Outubro de 1755)
Sabe-se através da correspondência do arquitecto Giovanni Carlo Sicinio Galli Bibiena (1717-1760) com o seu antigo patrono, o conde Malvasia, que assim que chegou a Lisboa, foram-lhe encomendados com urgência os planos para um teatro de raiz

Apenas dois anos após tornar-se rei, D. José começa a fruir em pleno de um dos seus instrumentos de diversão preferidos, a ópera

2. Contratação do arquitecto
Aline Gallasch-Hall de Beuvink
(Universidade Autónoma de Lisboa) 3 de Novembro de 2016
Os teatros régios no tempo de D. José: uma manifestação de poder?

NOVAS PERSPECTIVAS EM HISTÓRIA MODERNA
Direcção científica: José Vicente Serrão
Organização: Dep. História do ISCTE-IUL e Grupo Hist. Moderna e Contemporânea do CIES-IUL
Pontos a abordar
1. Antecedentes
2. Contratação do arquitecto
3. Construção dos teatros régios
4. Natureza e artifício do espaço teatral
5. Etiqueta teatral e composição social
6. Alguns dados para reflexão
1. Antecedentes

.D. João V (1689-1750) e as idas aos teatros públicos
.D. Mariana de Áustria (1683-1754) e a introdução do gosto musical italiano na corte
.Filippo Juvarra (1678-1736) e os desenhos de um teatro de corte português na Biblioteca de Turim (1730-1734)
Melo e Castro La virtù negli amori (1721), cenários de Francisco Bibiena (pai de Sicinio)
.Lutos sucessivos a partir de 1736
.Matos Sequeira e a informação do teatro em Belém em 1737
.Mudança radical a partir de 1742
2. Contratação do arquitecto
Era habitual que o luto se prolongasse por dois anos, o primeiro rigoroso, o segundo aliviado, conforme aconteceu aquando o falecimento de D. Pedro II:

"Mandamos que tôda a pessoa de quoalquer qualidade que seja desta cidade e seu termo traga luto em demonstraçam da morte do muito alto e poderoso Rey Dom Pedro Segundo nosso Senhor que Deos tem em gloria, por tempo de dous annos, no primeiro Riguroso de Capa Comprida, de baeta do avesso, e no segundo aliuiado e a esta imitação os militares; e as peçoas pobres e mizeraueis trarão ao menos hum signal de luto, e as mulheres que por sua pobreza não puderem vestir de luto traram/ em signal delle hum capello lauado e os homens pobres huma grauata preta ou carapussa preta e este luto trarão todos do dia de quinta-feira que se contão vinte noue do corrente mes (1) por-quoanto nesse dia se ha de fazer o pranto pella Morte do dito Senhor. O que tudo se obseruara pena de sem cruzados quoante aos nobres, e de seis mil Reis quoante aos pobres, aplicado tudo pera as despezas do Concelho e acuzador. Portto em Camera vinte e sinco de Dezembro de mil sete centos e seis annos. Luis de Sousa Rebello o fes, Diogo Leitte Pereira escriuão da Camera o fis escreuer./Francisco da Silva Coimbra/António de Tauora de Noronha Leme/ Joseph Borges Monteiro.»
.Giovanni Carlo Sicinio Galli Bibiena (1717-1760), "arquitecto decorador" e não um arquitecto "civil"

.Família de arquitectos, cenógrafos e tratadistas

.Família ligada a algumas das principais casas reais europeias

.Ainda por esclarecer as circunstâncias da contratação: quando, por quem?
2. Contratação do arquitecto



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