OTIMIZAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE BUTIÁ (Butia odorata): 1 INFLUÊNCIA DO ÁCIDO GIBERÉLICO, IMERSÃO EM ÁGUA E EXTRAÇÃO DE 2 PIRÊNIOS

July 3, 2017 | Autor: Jones Eloy | Categoria: Arecaceae, Sementes, Fitotecnia
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OTIMIZAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE BUTIÁ (Butia odorata):

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INFLUÊNCIA DO ÁCIDO GIBERÉLICO, IMERSÃO EM ÁGUA E EXTRAÇÃO DE

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PIRÊNIOS

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JONES ELOY¹; GÜNTER TIMM BESKOW²; DIEGO WEBER²; OTAVIANO MACIEL CARVALHO²; SIMONE PADILHA GALARÇA³; JOSÉ CARLOS FACHINELLO 4

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INTRODUÇÃO

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As palmeiras, integrantes da família Arecaceae, são plantas monocotiledôneas e encontram-se

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dispersas por diversas regiões do mundo. A localização de cada espécie derivada desta família ficou

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condicionada às condições adversas edafoclimáticas existentes em cada local. Para tanto, na

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América do Sul, encontram-se muitos gêneros derivados das Arecáceas, em especial Butia, Coccos

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e Syagrus (LORENZI et al, 2004).

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Um dos gêneros mais importantes de Arecáceas existentes no Brasil é o Butia, uma vez que,

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deste, derivam várias espécies de importância econômica para cada região onde situam-se. Como

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nos casos de Butia odorata, Butia lallemantii, Butia catarinensis e Butia yatay no Rio Grande do

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Sul, as quais podem ser exploradas tanto na produção de frutos como no caráter ornamental

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(LORENZI et al, 2010).

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Quanto à propagação destas espécies, encontra-se vários problemas na germinação das

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amêndoas, uma vez que esta etapa pode perdurar por período superior a 2 anos, dependendo das

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condições apresentadas pelo ambiente. Em geral, com auxílio de algumas técnicas, como o emprego

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de fitorreguladores, consorciados com temperaturas altas de até 40 °C, além da adição de técnicas

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mecânicas, como a extração da película protetora dos poros germinativos, podem-se conseguir bons

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resultados nas taxas de germinação em curtos períodos de até 20 dias (CARPENTER et al, 1994).

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Com o desenvolvimento deste trabalho objetivou-se otimizar a germinação de sementes de

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butiá (Butia odorata) com o uso de Ácido Giberélico (GA3), imersão em água, extração dos

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pirênios e opérculos.

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MATERIAIS E MÉTODOS

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O presente trabalho foi desenvolvido nas dependências da Faculdade de Agronomia Eliseu

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Maciel – Universidade Federal de Pelotas (FAEM – UFPel), situada no município de Capão do

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Leão, RS. ¹Tecn. em Fruti., estudante de pós-graduação, Universidade Federal de Pelotas-RS, e-mail: [email protected] 2 Engº Agr., estudante de pós-graduação, Universidade Federal de Pelotas-RS, e-mail: [email protected], [email protected], [email protected] ³Eng. Agr. Dra. Bolsista PDJ, FAEM – UFPEL, Caixa Postal 354 · CEP 96001-970, Pelotas – RS, e-mail: [email protected] 4 Eng. Agr. Dr. Professor Dpto. Fitotecnia, FAEM – UFPEL, Cx. P. 354, CEP 96001-970, Pelotas – RS, e-mail: [email protected], [email protected]

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Para tanto, utilizou-se 100 pirênios e amêndoas de butiá (Butia odorata) em cada tratamento,

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totalizando 600 unidades. Cada tratamento foi subdividido em quatro repetições, sendo que cada

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uma delas dispôs de 25 unidades.

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Utilizou-se como tratamentos pirênios intactos (testemunha (T1), amêndoas sem pirênios

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(T2), pirênios sem opérculo (T3), amêndoas sem pirênios com adição de 2 g.L-1 de GA3 (T4),

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pirênios sem opérculo imersos em água por cinco dias (T5), pirênios intactos imersos em água por

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cinco dias (T6).

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Os pirênios e amêndoas que receberam aplicação de GA3 permaneceram imersos nesta solução por um período de 24 horas, previamente à montagem do experimento. Para o caso dos pirênios e amêndoas que receberam adição de tratamento de imersão em água por cinco dias, utilizou-se água destilada, a qual foi substituída com intervalo de 24 horas.

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Após o processo de imersão e preparo das amêndoas e pirênios, as quatro repetições do

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tratamento foram dispostas em caixas Gerbox com papel “Germitest”. Cada Gerbox recebeu 25

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unidades de cada tratamento e em seguida colocados em BOD com temperatura de 38 °C e sem

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adição de fotoperíodo, permanecendo em total ausência de luminosidade. As sementes foram

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avaliadas por período de 70 dias contados a partir da data inicial de instalação do experimento.

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Para o cálculo do índice de velocidade de germinação, utilizou-se a seguinte equação:

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I = (N1.G1) + (N2.G2) + (Nn.Gn) G1 + G2 + ... Gn)

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Onde:

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- N1 (Número de dias para a primeira contagem);

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- G1 (Número de plântulas germinadas na primeira contagem);

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- N2 (Número de dias para a segunda contagem);

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- G2 (Número de plântulas germinadas na segunda contagem);

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- Nn (Número de dias para a última contagem);

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- Gn (Número de plântulas germinadas na última contagem).

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O delineamento experimental foi completamente casualizado com quatro repetições em

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esquema unifatorial (tratamentos com seis níveis). Foi realizada a análise de variância e quando

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significativa foi procedido o teste de comparação de médias pelo teste de Tukey com probabilidade

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de erro de 5%.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Para o caso da variável porcentagem de germinação, esta apresentou diferenças significativas

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entre os tratamentos. Nesta variável, o tratamento dois (amêndoas livres) obteve resultado

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significativo, atingindo a porcentagem de germinação de 71% (Figura 1). Esse resultado é

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importante na propagação de espécies que apresentam baixos índices de germinativos,

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evidenciando-se a necessidade de tratamentos pré-germinativos às sementes. Estes dados estão de

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acordo com as evidências de Fior et al. (2011), o qual afirma que em plantas da família Arecaceae

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tem-se favorecimento da germinação com adição de tratamentos como a extração das amêndoas da

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cavidade interna do pirênio.

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Os demais tratamentos (T1, T3, T4, T5 e T6) não diferiram estatisticamente entre si. Para

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estes, pode ser verificado o baixo índice de germinação, mesmo quando em adição de Ácido

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Giberélico e imersão em água por período de cinco dias (Figura 1). Tais fatos tendem à indicação de

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que para ocorrer a superação de dormência das sementes de butiazeiro, deve-se enfatizar a retirada

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de barreiras mecânicas, deixando-se as amêndoas livres.

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Quanto ao tratamento T4, onde as amêndoas receberam adição de ácido giberélico, estas,

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apresentaram menor índice de germinação quando em comparação com o tratamento T2 onde não o

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receberam, reforçando-se a ideia de que a adição de GA3 é onerante e desnecessária para a

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otimização da germinação de amêndoas de Butia odorata.

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Figura 1 – Porcentagem de germinação de sementes de butiá (Butia odorata) sob seis condições de

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tratamento. Pelotas/RS, 2012.

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No caso da variável índice de velocidade de germinação (IVG), este não apresentou

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diferenças significativas entre os tratamentos, havendo apenas uma diferenciação numérica entre os

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mesmos. Tal diferenciação numérica mostrou a maior média para o tratamento quatro (amêndoas

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livres e com adição de GA3, o qual apresentou índice de 56,55 (em dias)), indicando que a

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combinação de tratamentos pode ser uma ferramenta útil para ser explorada em novos

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experimentos, onde o GA3 deve ser considerado (Tabela 1).

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Em contraponto, ainda se tratando em índice de velocidade de germinação (dias), obteve-se a

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menor média no tratamento cinco (pirênios sem opérculo + cinco dias em água), fazendo-se menção

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a uma possível maior velocidade na germinação das sementes quando na ausência de GA3, uma vez

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que esta variável não diferiu estatisticamente dos demais tratamentos.

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Tabela 1 – Médias de porcentagem de germinação e índice de velocidade de germinação (IVG) em sementes de butiá (Butia odorata) sob seis condições de tratamento. Pelotas/RS, 2012. Tratamentos

Germinação (%)

IVG (dias)

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Pirênios inteiros (T1) 21,33 b 41,42 a Amêndoas livres (T2) 71 a 35,01 a Pirênios sem opérculo (T3) 31 b 31,69 a Amêndoas livres + GA3 (T4) 28 b 56,55 a Pirênios sem opérculo + 5 dias em água (T5) 24 b 29,80 a Pirênios inteiros + 5 dias em água (T6) 30 b 44,32 a Média Geral 34,22 39,80 C.V. (%) 30,89 15,92 OBS: Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna não diferem estatisticamente entre

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si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P ≤ 0,05).

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CONCLUSÃO

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Através da análise dos resultados obtidos, pode-se concluir que a extração das amêndoas dos

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pirênios (T2) influenciou significativamente o percentual de germinação. Nenhum tratamento

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influenciou significativamente o índice de velocidade de germinação.

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REFERÊNCIAS

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CARPENTER, W. J.; OSTMARK, E. R.; RUPPERT, K. C. Promoting the rapid germination of

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needle palm seed. Florida State Horticultural Society. Gainessville – FL, v. 106, p. 336 – 338, 1994.

112

Disponível

113

search/search/display.do?f=1996/US/US96301.xml;US9568992. Acesso em 10 de julho de 2012.

114

FIOR, C. S.; RODRIGUES, L. R.; LEONHARDT, C.; SCHWARZ, S. F. Superação de dormência

115

em sementes de Butia capitata. Revista Ciência Rural, Santa Maria – RS, v. 41, n. 7, p. 1150-1153,

116

2011. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cr/v41n7/a4311cr4275.pdf. Acesso em 27 de julho.

117

2012.

118

LORENZI, H.; SOUZA, H. M. de; COSTA, J. T. de M.; CERQUEIRA, L. S. C. de; FERREIRA, E.

119

Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Instituto Plantarum. Nova Odessa – SP: Editora e

120

Gráfica Ipsis, 2004, p. 124.

121

LORENZI, H; NOBLICK, L.; FRANCIS, K.; FERREIRA, E. Flora brasileira Lorenzi: Arecaceae

122

(palmeiras). Instituto Plantarum. Nova Odessa – SP: Editora e Gráfica Ipsis, 2010, p. 165.

em

http://agris.fao.org/agris-

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