Paisagem e suas Contradições: método de ensino na identificação de conflitos e atores

September 3, 2017 | Autor: Tomás Moreira | Categoria: Science Education, Research Methodology, Social Conflicts and Urban Change, Conflitos Urbanos
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BfNfÃïTl. Denio {:h MORËìRA, ïomãs A.{3}; RlBilRO, Joana Â.U.M.T. {4}

{1} Pr*f*ssor Doutrr da PUC-Cãmplnas-PosUrb-FAU PUc{arGpi*as, Br:sil, jcnathas.silva@put-campìnas"edu.br {Z} Pr*fessor Dostor da PUC-CãÍ*pií}â3 - PosU.b - FÂli PUC-Car:*pi:ras. Brasit, dcniobenfatt;€Èpr-c-eampi*as.edu.br * PosUrb - IAU pUC-C3rnp;r}ac, Brê5i1, tamârmoreira@p*c-campi*:s.edu'br {3} Pralessor Dautoí dã pUC-Cãmpinas da PUC-Câm$nas, Brasii, joana.arquitetuíâ@gmaìl.ccm Mestíândã do Pcs#rb {4}

RESUMO

gl presente artigo apresenta ìJrna experiê*cia didátisa desenvolvida na PUC-Canrpínas. O obietívo da disciplina é prsrnÕver a percepção dos alunos quã*:o a exist€ncia de coatradíções de interesses dos agentes que ãtuam na transíormação da paisagem urbana. A paisagern é elts'ldida ccmç processc e pradutol como reflexo da interação enìre as dinâmícas sociaís corn o sçp*r-te físÍco. Sçbre urn recorte urbano díversificado, formado por bairros formais e ccupações de baixa renda, pr*põe-se desenvolrrer um exercício de Íeitura e pr*posição d* estruturação territoria|.  *jogo" que cçnsídera a dinâmíca ambiental, assim como símulação dc processo de urbaniraçãa é feíta pcr meio de um a necessidade de moradia, as metâs de crescimenÌo dos mercados imobïliáríos, os contrâtos juntc às concessionárias cle serviçcs públíccs, elc. Como resultads observa-se a maicr Êacrlidade da alunc na con:pr€Ënsã* dos conceitos e instrumentos de gestãt e urbaníEticos utÍlizados.  paisagem parsa a s3r tümpreendida csno resultante de pactos e cçnfíitçs dos agentes envolvídas. PALAIíRAS.CHAVE: P*isagem, Método de ensinp, €estão ds s*lo.

ã. *rurffi**wÇ&# O presente artigo dialoga ccÍn urna experiência didática que busca construir, junto aos alunos da graduação, o conc*its de paisagem. Trabalha-se com * conceito de paisag*m ccnro sendo, simultaneamente, processc e produto {MACËDO, X994}. Problematiza-se cs papéis e interesses dos agentts na produção da paisagem. Toma-se cama prï*cípio que a paisagem é produto resultante de um pro.esso de interaçãa entre ações, promcvidas pcr atsres sociais, s*bre o territóri* {TANGAfil, 2SL3;SAF.ITCS, 1988}. Os procedÍmentos aqui explicitados objetivam canstruir a co*hecirnento,

junto a alunos de graduação ds 5s

g 5e períado, sobre cs diversas papéis dos agentes e o resultads de suas ações scbre a paisagern urbana.

N* 11s ENEPEA apresentãmos a experiência dÍdática da mesma disciplina, entretants, os procedimentos daquela apresentação, intitulada "estruturação territcrial'i passaram psr revisões metodclógÍcas e de premissas que apresentamas no presente artigo.

Ànteriormente propunha-se que o aluno desenv*lvesse uma estruturaçãa técnica plane.iada e articulada car:t os propríetários, ccnforme diretriues estabelecidas ern lnstrament* urbaníEtico próprio. Esta experiênci* baseara-se nús "Planes Parcíales" desenvalvidss na Cçlômbía, onde a estruturação dos novos territórías urbancs pãssaya ã contâr cüíïÌ este instrumento pãrã promçver negociações entre os agentes públícos e privados {COPELLO, 2G06}.

 partir de 1S12, os procedirnentas incluídos na apresentação do l1e ENfPfÂ, desenvolvidos na dísciplina, acabaram por refcrçar ou âo txenos pcr não prornover o questionamento quanto à argumentação técnica não ser uma "verdãde" inequívcca e absoluta. Âo introduzir canceitss e instrumentos de planificação nãa se problematizãva os interesses cc*flitantes e contraditórios dos agentes que produziam o espaço urbano em estudç" Sem o entendin:ento do processo, o alunc se distanciara das ra:ões quÈ levaram a criaçãc de instrumentss de gesÌãc, regularízação ou de recuperaçãc da rnais valia, assirn coma ignorava ou ão menos deixava de vivenciar a ccnstrução da paisagern comç resultado de disputas e de ccnflitos. Ãpós a aplicação dos procedirn€ntçs detalhados nÊ present€ artigç, cs termcs "confïitos"

contraditórias", utilizadü! por diversos autores {ARANTüS, 2000; HARVEï 1980

e

e

"inter€sses

1982; LÀ6O, 2üS0;

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LEFEBVRI. 2Oü1"; OLlVllRÂ,, 19821, toÍnaram significada para os aluncs" Os procedimentas pedagógicos aqui aprese*tados aproxÈmam os aluncs de co*ceitos teór;cos de difícil assimilação, por r:ei* da vívência e

simuïação dc prccesso de prcduçãc da espaço urbans. C*ncebeu-se prccedimentüs por meio de uma dinâmica com duração de cinca aulas, de oito haras-aula cada,

totalizando 40 hcras-aula. Carn a dinâmica, cría-sÊ *rn ambiente ns q*al * pçssíve| pct*ncíalizar * conlpr*ensão do aluno a respeit* de algurnas csntrad;ções e ccnflÍtos resultantes das díf*rentes interesses dos agentes envolvidos no prücesso de prcdução do espaçc urbano. Tadas as manifestações dos agÊnt*s, agúrã transformadas em aluncs-agentes, são necessariamente ernb*ladas coms propsstas defensáveis tecnicamente. Portanto, a pren:issa adctada até 2011 rnudou. Jii não se constrói ãpenãs uma visão técnica d* aluno, mas também uma visã* palítica. A dinâmica possibilita desenvolver um ccnjunt* canfliÌuaso de visões tócnicas, na quais as ãrgïImentações variam conforme c int*resse do age*te" A vísã* têc*ica se íncstra necessária, entrÊtanto não á sufícíente. Chega-sÊ a uffiã "Prop*sta de estruturaçãe territorial" resultante de pactos e ccnflitos, em detriment* de uma visãç idealizada de plan*. Nã* *rais * pla** e a cídade ídeal, mas a eidade real.

Aa longa daE 40 hcras-aula leve*tan:-se q*estões diversaç referentes acs processos de: ocupação irregular; ccupação das áreas corn interesse do mercado, regularízação urb:nística e fundiária, valcrização do sclo urbana; recuperaçãc da mais valia do solc; prcteção e .cnservaçã* das áreas de interesse ambiental; densidades e tipm edilícias, etc. Cs diferentes papéis que c arquiteÌ* urbanista âssurne frenÌe âÕ ãgente pâra qr.:ern trabalha também são percebidos e discutidss.

?. N*ÉTODO E FROCHDIMËilITQS A3çTADOs ïoma-se c*mo rÊcçrte territçrial *rn treeho da Adrninistraçãa Region*l*5 da município de Carnpinas/S* que se lacaliza entre duas rodovías irnportantes pãra a mobÍlidade metropolitãnã.

ilig*rx ã. Lr..**ìi:êÇ$* ei* sr*r"urï* ï*rnrt*r"lnË d* *sti,rr{*

nG rìxrisìi*rpi* du: {*r'r'rpin*si{Sil"

FoÍÌte: Ptãíì* üirëtor de Campinãs, 2ü06; €ooglê, 2*13.

O recorte possulárea urbana e rurâI, um grande empreer':dimentc imobiliária destínadp a aïta renda {Swi:s Park), a maior favela da Região Metropolitana de Campi*as {Favela Parque Cziel}, bairros de rendas médias, galpões indr.lstriaís e um grande estoque de terras urbanas ou pressionadas pelo n:ercado pâra se tornarem urba*as. Â diversidade da área se mostrúu impcrta*te pâra provscãr as ações des diferentes atores envalvidos n* processç de estruturação do territóriç. C isolamentc da ãrea, por suã falta de coíìectividade ccm os bairras v!:inhos e csm a érea centÍa! do município promoveu calorosas discussões quant* Às

estratégi€as de irnplernentaçãs de $ma melhsr acessibitidade e mchitidade pârïr o rec$rte.

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Fc*te: sobrevôo realizãdô pêlos ãutarês, 20L3.

A disciplina fai realizada em três etâpãs; a] leitura territsrial; b) estruturação territcrial; e c) projeto de parcelarnentc do solo. Por meio dessas etãpas, a disciplina introduz as estratégias e instrumentos de planejarnento e regulaçãc urbanística d* cidade ccntemporânea brasileira, enfatirands-se a leítura dos aspectos fís*ca*territoriais ds espaço intra-urbano, seus conflitos e potencialidades. Fropõe-se a elaboração de propastas de intervençãa na realidade socícespacial estudada, considerando as formas de valarizaçãc fundiária e imabiliária das áreas urbanâs, o papel da gestão pública e da participaçãa popular nesses processes. Cada grupo de alunos, ccnforme n:encionado, assume o p*pe[ de um agente urbano. Para o desenvolvimento das duas primeíras etapãs, foco do presente artigo,

fsi realízada uma dinâmica com ss alunos, tendo 3or objetivo provocar a compreensão da díversidade de agentes env*lvidas nc processo de pradução do espaço urbano. Com aproximadamente 8S alunos, a classe fsi dividida em 14 equipes, com um máxims de seis alunos por equipe. A disciplina contâ com três docentes, resultando umâ relação de 26 alunos por doc*nte. Cada equipe representa um agente: poder público municipal, mersadc imobíliárío, movimento pcr moradia, indústrias, concessionárias, ONGs etc. Cada eguipe recebe dois objetiv*s: um declarado aos demais grupss e ouïro objetivo real, às vezes velado, o qual a equipe deve buscar eslâbelecer uma estratégia para conseguÍr

atingi-lo. Nãs se recornendava declarar o objetivo real a ne*hum out.o agente {demais equipes}; o mesmo se revela conforme a atuaçãc dÕs agentes no territória.

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A dinâmica conta com cinco rsdadas {cinco aulas}; cada rodada busca responder questões específicas. As equips recebem uma meta a ser crrmprída ac longo do dia. As prapostas de planejaments ou intervenções devem ser apresentadas pelos alunos na fonria de desenhos na escala 1:10.t)00. As propostas desterritorializadas ou nãs desenhadas são desconsideradas na dinâmica, obrigando assim que o aluno domine o territória para agir com arg*mentaçãa técnica adequada. Âs propcstas {desenhos sobre o território! utilizam sim*ltaneamente a dimensão descritiva e umã estratégia ccgnitiva, fazendo parte do prscêsso de produção de conhecimenta. ïodos buscam responder as questões colocadas parâ â radada {8 horas-aula!.

Ar glebas de terra ainda não parceladas, existentes no rec*rte terrítorial, fsram delimitadas e simuladas corno de propriedade de alguns alunos inseridos em diferentes equipes. As glebas rtão são de propriedade das equipesf rnas apenas do aluno-proprietário. Com a simulação, as terras podem pertencer a um funcionário da Prefeiturâ, ã agentes do setor imobiliária ou ainda a ativistas do mçvimento pela proteção ambíental, etc. Tal distribuição permite evidenciar que os agentes intervêm no território, ao mesmo tempo, a partÍr de interesses coletivos que podem ser conffaditórios aos interesss indivÍduais.

scolhido torna-se proprietário de uma gleba e pode calocá-la à venda no mercado na medida em que houver interesse e procurã. Ao receber a gleba o aluno é informado do valor de mercado de sua propriedade, entretântc o aluno-proprietário é livre para negociá-la pelo valor que conseguir. É informado ao aluno que ele dwe procurar, assim como no mercado fundiáric, ve*der sua gleba pelo maior valor Cada aluno

possÍvel.

No intuito de se evidenciar os cr$tos da dinâmica urbana cunha-se uma mceda própria, denominada de "PURs-A". Cada equípe inicia com umê quantiã monetária diferente, recursú que será utilizado para: a) pagamento de impostos territoriais; b) compra de terrenos; c) implementãçãa de novos parcelamentos de

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solo; d) pãgâments de c*ntrator estabetecídçs {por Êxemp}$, entrÊ prefeitura e csncessicnária, entre corïÌprâd8r e v€ndedor de terras], ete. FiËurâ 3.

#ced; criada

nã discipltnê para

si:**lar

as dinâmicas financeiras envolvidas no prccess* de

pr*dução do espaçc uibaao.

tÕíì13: êlãborãdo pelos ai.ttcres, 2013.

A prímeira rsdâda do jogo tern como pauta a seguint€ qu€stëç: or:de rstç{* * oÍ:d€ podrri{t € quero frl As equipes deven: realizar uma leitr.irã física-terriÌorÍal do Íecsrte espãcial de trabalho e efetuar urn plano iníciãl de intervençãc" Na prátíca, sê conhece melhor o suporte físico e as condacionãntes socíoambientais da ãrea. A ìeitura dc terriïó:'ic, desenhadas eín uma base 1:10.ü*8, á feita p$r tÕdcs agentes quÊ acaba:ï p*r influÍr no diâgnóstíc* realizado, por meiÕ de argurnentçs técnícçs c**venientes com os difercntes *bjetivos. Figüra 4. FrefêituÍa diaìcga*dc c*r'r-: cc*cessìanária {esquerda} e mãpâs desenhados segundo o interesse de cada agente {dìreita}.

WfêffiS*$piçs;'".xçc-rl*:i"Àìi,aúi,o.

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il*xïE: ***fo*rad* F*Í*5

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&s **q*$p*s ** pr*Ë*ãtmrn, fl*rèil*ss$*r*;xrË* d* {rmffisË-}#*"ï* * Fflr}*urn**nË,* *** n:ilrrã*i'#{* r***h#rx ;*s d*rt:*n*$xs **s t$*s:txfs *E*;p*s. ffi* *ãti*:m h*n*-*rtã* ** di* *s *qri$p*s f$x*m rì*s p*r"*{**s *$ Sümgr:e}xt****'l*rrí't*ri,*is

{#&lãrxd*s

* ãrÌã*Ë*-s* * d*h*t*" Figura 3.

ll$nìênto de debaïs sabr* as dìferentes leìturãs tê.ntÕÍiais realì:adas p*las equipes

F*xl*: *í*í:*r'x.* *

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{âgÊ}ntes}.

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 segunda rodada do jogo busca resp*nder: rsrns infíuir no pl*rza prapost*? A partir dc debate dos pl*nos íniciais prapostos pelas *quipes, cada equipe reflete sobre a dinâmi*a das diíerent$ ãgentes e propÕe ações

ccrrcretâs, desenhadas ainda r':a base 1::"0.*S0. Na últimas duas hüras-aulas, as píop*stas Eã* d*batisjas da

seguinte forma: a! a Frefeitl:ra e â C*ncessi*nári* de ïransp*rtes apresentarn a versã* sficial da planc diretor parâ s íec*rt€ *n: *stud*; b} a ONG ambíental e de transport* üpresentâm suas propüstãs alternetivas; c) apÕs debate das *ções pr*pÕstês, sãc votadas questões cçmo mudança d* perímetno urbanc, c**s*lidaçãs de vias *struturais e definiçã* rjas áreas passivas de ocupação; dï as v*ïações ccneluídas são marcadas ern urrìa base i1:10.*ü#i qu* r*píes*nta â il*vã realidade que deve ser inccrporada par todas as *quip*s. For exempli:, cãi* c perír**trc *rhan* se *ltere o[.i se \í*le na construçã* de urna via estruturanten est*s sã* r*arcadçs r:* base e incorpcradcs *as b*ses das eq*Ípes como um fato j;i c*nsnlidado na ;ír*a de

estud*.

d* l*calíaação, na cid*de, de c*da ag*nte; b) perceber o poder de sua influência na estruturação do territdrir:; c] estahelecer diferente,* f*rmas de interagir.*rn *s dernais grupos, ponderando carn quais agentes deve s* aliar au enfrentar na bu:e* p*r alcar:çar seus objetivos reaís"

 dinârnica instiga as equipe: a: a) ideniificar as l*gícas

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A terceira r*dada do jogo tem .*mG question*rnents: romc attersr ss tendênçías percebídasl A partir da reflexão da rsdada ânterlcr, as equípes elabor*nr e negociam as ações que írãc estrutr,Irar o território {vias expíessãs, arteriaís e coletcra:; sísterxas de espnços livres etc.i de forrna a favorecer s*us íntEresses.

possívelpactucr? Nesta rsdada, as equipes dever* efetuar planos u*:a leitura crítíca dos dese*vclvid*s c escclh*r as pr*psstas de intervenção maís adequadas à Êstr*tuÍâção do reco$e, bxsc*ndo estabelecer unra base eartográfíca de trabalho f,ol"ïrtlm e um ternitd:rio comum p*ra se intervír na terceira *tap* d* discíplina.

A quarta rodada da .iogo busca respander: o çue d

Figura 7. lndúsrria neg*riã :ona industr;âl ccí!ì ã prÕieitLira

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í;g$ra 8. Professor crie$te ÍÌã 3ígüín€ntêçãc Èécfi;cã a ser co*sïruída pela equipe {esq*erdai. Prâpostas dê tadas as equipes são câlôcada5 nã pãredÊ

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Ëcnte: elabçrado pêlos ãuÌores, 2013.

A quinta r*dada dc jogc l*ria, per fim, a estr*turação fÍnal dç íecorte territorial, com tados os elementos que foram possív€is pãctuar" Na últlma h*ra-aula, r*ali:arn-sÊ duas v*lações: eleíção municipal e ãss;natilra de nsvo ccntratü de concessão de transporte.  dínâmica de variação do valor ds sclç é percebida e discutida tambénr nesta ú[tima rodada. Ao long* das rodadas são registradas, pela equipe da prccuradoria do município. as vendas e coffiprâs de terra. No fÍnal da quint* rodada é possível analisar como se cclnìp$rtou a varíaçËo do valcr do ssls * debater os pontos que influenciaram nesta variaçãc" Cabe d*stacar que ê procuradoria do município tenr importante papel na defesa da legalidade e do direita

de propriedade, tendo realizado algumas reintegrações de passes de áreas ccupad*s irregularmente pel* rnovimentc de mcradia, até este perceber que só ccnseguíria se fixar ern terras ambientalmente frágeis e sem ir:teresse pãra o mercado. Â dinâmica da joga exige que os dccentes fiquem ate*tca e saibam apr*veitar as situações existentes para levantar questões. Por exemplc' em utvi dos sernestres ocorre* de um aluno-propríetária de terras rurais transfcrmar sua gleba ern unï grande loteamenlç irregular, abtendo assirn um lucno maior.om â venda da têr.â, se cornparada à venda n* mercado formal. Carno não houve solicítação de reintegração de posse da

gleba, o msvirnento poí moradia saiu vítorÍoso. Frente a âssa situação, f*i passível levantar * questiona*ento da necessidade de leg*lizar o loteame*t* irregular por ccnla do númera de pessoas presentes na área. Oportunidades como a desta situação têm que ser percebidas e condu:idas pel* docente de farma a alimentar a debate.

Processo de Avaliação

* pr*cesso de aprendízâgern. lndepe*dente da f*rmalídade cer:'; que É tratada, a avaliação *stá sernpre presânte no processo de aquísição dc canhecimente. Sab esse âspects, a avaliação tem un: caráter positiv*, csnstituinda-se Ê,ï um msr*e*Èo onde é passível de ser feita a síntese de tcdo o prscess* de trabalho. Nesse sentida a avalíaçãc passa a ser umê e:apa d6 prÕcess*, contrapondç-sÊ â um simples julgament* unilateral. A aprendi:agÊm Ê a avaliação incluem: A avaliação é ury; das pontçs esse*ciais pãrâ

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 prÊsença e a participaçãÕ dc aluno nos trabalhos de grupo;

A presençã e a participaçã* nss seminários de debate sebre as leituras e propostas de estruturação cÍa paisagem do recorte de estudo;

territarial e de desenho

. A pârticipação nos msmentos de avaliaçã* e ar:to-avaliação coletiva. Na primeira, segunda e última rcdada são feitas avaliações e auïç-avaliações, que são apresentadas era quadros para todos os grupos, p*ssibílitando ac alunc verificar as equipes que avançârârn €rn deterrninada âspecto e aguelas que estavêm corn dificuldade enr outrüs. Os quadros avaliativos funciarra:'n c*nìo um termôÍnêtro do entendimento das equipes ao longo da dinâmica"

{liiirliïÌitìÌ.".ï':í).tïïili;*:ì..- -.,;

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Fõnte: Êlahorado FeÍ's aütores, ZOl3.

Para complementar a avâliação dc aprendizado dos alunos, ao Íinaldas cinco rodadas foi realizada uma prova que continhã algumas guestões principais a serem analisadas: Quais grupos pagarsm mab para viver na cidade? Car*a se camportau e mercad* ée terras? Camo a Gcverna Federal e E*aduaí ínfluiu nç estrutureção do territórí*? Qual fai a lógica de f*calízação das índustriss? Qual a lógice de acupaçãa do mavime*te social por mar*üa? Cam que .rgerfss c rnorimeírfo sociaí por nrcrsdlc dlaÍcAou corn sucfsso ? A *ansporte ìnduziu o lógica de estrutaraçõo terriforial? Os cusfos de infraestruturs acornpsnhçralr' o estrufarcçõol

Para responder estas q*estões, os aluncs ccntavãm eom a suã percepção do processo e ccm os debates ocorridas nc fÍnal de cada rodada. Os debates celocavam-se cÍ]mc momentos expositivos de aula cnde era

possível ressaltar não apenas as problernáticas levantadas csm a dinâmica do jogo, mas também as abordagens teóricas e csnceituais trazidas a partir da leitura dos autores destacados na intrcdução do presênte artigo.

coNsrDERAçÕEs FrNArS Docentes e alunos se expõem. A percepção da necessidade de rnudança dos processcs de estruturação dc terrÍtorio pâssa a guestionar o model* de urbanizaçãs. Mas s questicnamento não é mais exercido de maneira ingênua. lnstrumentos urhanísticos e de gestão passam a ser percebidas ao longa da dinâmica. Seus limites e pctencialidades são intuídos pelos alunos, gue passam a compreender a paródia do "castelo de cartas" propÊsto por Carlas lrlelson {SANTOS, 1988}. Â Paisagem é compreendÍda na idenÍíficação de seus agentes e na percepção das contradíções Ínerentes ao modelo de prcduçãa de cidade, onde o particular se sobrepõe ac interesse público. A Paisagem não é mais percebida de fsrma passiva. Deha de ser apenas resuhante de desenhos deseiados e pâssa a ser compreendida came resultante de disputas e pactcs sociais.

fspera-se que as questões relevantes sejam percebidas pela totalidade dos alunos. Durante o processo de construção da conhecim€nto, as avaliações e auto*avaliações compartilhadas têm um papel importante por possibilitar o apontamento das características, potencialidades e Êntraves das paisagens resultantes ds processo de produção do espaço.

Certamente o relato é inrufìciente para revelar todas as nuânces que o procedimenta pedagógico expostc pode proporcicnar. O presente artigo é um ccnvite ao experimentc. Fazer com que dscentes e aluncs saiam da zsna ccnfsrtável das certezas para carninhar para o palco das ccntradíções E das visões múltiplas. Enfrentar a incerteza da técnica e a política senn poder.

IEFERËNCNS B|BUOGRÁFrcAS ARANïçS, OtÍïia; MARICÀTO, Ermínia; VAlhlER, f-arlos.

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