Paisagens do medo e fragmentação do espaço urbano

Referências bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt. Vigilância e medo na cidade. Petrópolis: Ed. Zahar, 2009.
CALDEIRA, Teresa P. R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: EDUSP, 2011.
CARMONA, Matthew. Contemporary public space: critique and classification, part one: critique. In: Journal of Urban Design, v. 15, n. 1. fev. 2010, p. 123-148.
GOMES, Paulo C. C. A condição urbana: ensaios de geopolítica da cidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
INNERARITY, Daniel. O novo espaço público. Lisboa: Textos Editores, 2010.
TUAN, Yi-Fu. Paisagens do medo. São Paulo: Editora da UNESP, 2005.
urbanidade
Para que a urbanidade se realize tem de haver integração social, sem a qual a tolerância estará sempre a um passo de se transformar em preconceito e segregação.
(INNERARITY, 2010, p. 119).

Medo na cidade
Idealmente, pessoas de diferentes procedências habitam em harmonia e usam seus diferentes dons para criar um mundo comum. Todas as vezes que isso acontece, a cidade é, durante esse tempo, uma soberba realização humana. Porém, a heterogeneidade é também uma condição que incentiva o conflito. Durante a história a cidade tem sido oprimida pela violência e pela ameaça constante do caos.
(TUAN, 2005, p. 251).
medo
Muitos dos medos atuais já existiam em épocas remotas.
(TUAN, 2005, p. 344).
medo
O que é o medo? É um sentimento complexo, no qual se distinguem claramente dois componentes: sinal de alarme e ansiedade.
(TUAN, 2005, p. 10).
CIDADE
A cidade representa a maior aspiração da humanidade em relação a uma ordem perfeita e harmônica, tanto em sua estrutura arquitetônica como nos laços sociais.
(TUAN, 2005, p. 231).
CIDADE
A medida que o homem aumenta o seu poder sobre a natureza, diminui o medo que sente dela.
(TUAN, 2005, p. 16).
Lawrence Mayer Malanski
Parque da Ciência Newton Freire Maia
Laboratório Território, Cultura e Representações - UFPR

PAISAGENS DO MEDO E
FRAGMENTAÇÃO DO
ESPAÇO URBANO
Medo na cidade
Construída para corrigir a aparente confusão e o caos da natureza, a cidade em si mesma se transforma em um meio ambiente físico desorientador.
(TUAN, 2005, p. 233).
Segregação e fragmentação espacial
A segregação – tanto social quanto espacial – é uma característica importante das cidades. As regras que organizam o espaço urbano são basicamente padrões de diferenciação social e de separação. Essas regras variam culturalmente e historicamente, revelam os princípios que estruturam a vida pública e indicam como grupos sociais se inter-relacionam no espaço da cidade.
(CALDEIRA, 2005, p. 211).
(IN) segurança
A aguda e crônica experiência da insegurança é um efeito colateral da convicção de que, com as capacidades adequadas e os esforços necessários, é possível obter uma segurança completa.
(BAUMAN, 2009, p. 15).
Espaços inventados: solução?
Algumas das críticas mais frequentes ao novo espaço público estão associadas à perda da autenticidade e o crescimento dos "não lugares".
(CARMONA, 2010, p. 139).

Fatores de sucesso dos espaços inventados: apelo à cultura visual, controle do espaço e gerenciamento privado.
(CARMONA, 2010).

Medo na cidade
As fronteiras estão em todos os lugares porque as ameaças estão em toda parte.
(TUAN, 2005, p. 13).
Espaço público
A sociedade é tanto constituída como representada pelas construções e pelos espaços que cria.
(INNERARITY, 2010, p. 108).

O espaço é sempre objeto de conflitos, pois estabelecer um território de domínio de um grupo significa a afirmação de sua diferença em oposição aos demais.
(GOMES, 2006, p. 167).
guetos voluntários e enclaves fortificados
Os nossos guetos voluntários são resultado da vontade de defender a própria segurança procurando somente a companhia dos semelhantes e afastando os estrangeiros.
(BAUMAN, 2009, p. 85).

Enclaves fortificados – características: propriedade privada, fisicamente demarcados e isolados, controlados por guardas e sistemas de segurança e tendem a ser socialmente homogêneos.
(CALDEIRA, 2011).
Arquitetura do medo
A arquitetura do medo e da intimidação espalha-se pelos espaços públicos das cidades, transformando-os sem cessar - embora furtivamente - em áreas extremamente vigiadas dia e noite.
(BAUMAN, 2009, p. 63).
Arquitetura do medo
Os estratagemas arquitetônicos-urbanísticos [...] são os equivalentes tecnicamente atualizados dos fossos pré-modernos, das torres e das seteiras nas muralhas das cidades antigas. Mas, em lugar de defender a cidade e todos os seus habitantes de um inimigo externo, servem para dividir e manter separados seus habitantes: para defender uns dos outros, ou seja, daqueles a quem se atribuiu o status de adversário.
(BAUMAN, 2009, p. 42).
Os meios de comunicação são a moldura estável de uma insegurança geral: mantém o terror em respeito numa dose aceitável.
(INNERARITY, 2010, p. 95).

Não se impõe que todos pensem o mesmo, mas sim que devem pensar acerca do mesmo.
(INNERARITY, 2010, p. 102).

* Tiragem diária: 230 mil exemplares
(IN) segurança

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