Paixão pela Verdade - a coerência intelectual do evangelicalismo

July 19, 2017 | Autor: Divino Camargo | Categoria: Cristianismo, Alister McGrath, BIBLIA Y TEOLOGIA, Paixão pela Verdade
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RESENHA

PAIXÃO PELA VERDADE – A COERÊNCIA INTELECTUAL DO EVANGELICALISMO

MCGRATH, Alister. Paixão Pela Verdade – A Coerência Intelectual do Evangelicalismo. São Paulo: Shedd Publicações. 2007. 239 pp.

Alister E. McGrath é diretor do Wycliffe Hall, Oxford, Catedrático de Teologia Histórica da Universidade Oxford e Catedrático Pesquisador em Teologia Sistemática, no Regent College, em Vancouver. É pesquisador sênior do Harris Manchester College. Possui doutorados em biofísica molecular e em teologia pela Oxford. Seu interesse principal se concentra na história do pensamento cristão, com ênfase particular na relação entre as ciências naturais e a fé cristã. Autor prolífico, suas recentes publicações incluem Dawkins' God: Genes, Memes and the Meaning of Life [O Deus de Dawkins: Genes, memes e o significado da vida].
Nesta obra, o autor propõe as bases para o enfrentamento dos desafios intelectuais do momento, como o pós-modernismo e pós-liberalismo e pluralismo religioso, já que esta interação havia se perdido nas décadas passadas.
Em face a uma época de produção intelectual evangélica, McGrath se propõe, bem como desafia, neste livro um maior engajamento nos debates eruditos desta época.
As bases para tal interação e proposta se dá em decorrência da singularidade de Jesus e a autoridade das Escrituras as quais apresenta em distinção ao pós-liberalismo, pós-modernismo e o pluralismo religioso os quais avalia com maturidade e confiança neste discurso com as vertentes da teologia contemporânea, mantendo o firme referencial do evangelicalismo histórico.
À guisa de introdução McGrath afirma a sua convicção de ser o evangelicalismo, hoje, a mais compromissada forma de cristianismo no mundo ocidental, para em seguida apresentar o período e as razões pela rejeição ou hostilidade que o mesmo enfrenta: sua herança fundamentalista, pragmatismo, uma teologia distante da vida das pessoas e elitista, culminando com a postura defensiva do evangelicalismo no passado. Diante de tais fatos, ele propõe a construção e o estabelecimento de um diálogo com as teologias modernas, avaliando a consistência e vulnerabilidade pertinentes ao evangelicalismo.
O livro é dividido em duas partes, inicialmente dividida em dois capítulos os quais fazem uma abordagem da importância da pessoa e obra de Jesus Cristo para a vida cristã, por meio da revelação de quem ele é, a única possibilidade de salvação, na condição da imitação como fruto de fé e a importância kerygmática na proclamação ao mundo. No segundo capítulo é avaliado o papel normativo das Escrituras e de aspectos correlacionados entre si e os vertentes rivais à sua autoridade tais quais, a cultura a qual pretende estabelecer normas universais; a experiência da vida cotidiana referente aos indivíduos, dando-lhes resposta que a teologia dirige, interpreta e por fim se propõe a transformar a experiência. Nota-se a proposta de interação entre esta autoridade e o desenvolvimento filosófico do iluminismo racionalista, para em seguida avaliá-la ao lado da tradição acerca da qual não nega o valor. Nas avaliações subsequentes ele levanta teses, argumentos, pontos consensuais e críticas entre a ortodoxia, crítica bíblica e o racionalismo levantando aspectos convergentes entre a ortodoxia e a crítica.
Na segunda parte, a abordagem se faz mais propriamente a respeito da crítica de falta de coerência interna da ótica pós-moderna. Sem que, com isto, o autor deixe de avaliar o outro lado da moeda, os aspectos coerentes de seus rivais intelectuais. Analisa-se liberalismo, modernismo, pós-liberalismo, pós-modernismo e o pluralismo religioso devido à sua suposta relevância, bom como da recentemente influência crescente. Neste libelo em que propõe à mente evangélica uma alternativa aos pensamentos criticados, enquanto traça mais uma vez por meio das definições, propósitos e teses que é preciso estender bases, ganhar apreciação mais profunda dos pontos fortes do evangelicalismo e impedir que estes movimentos se tornem uma real ameaça, tanto na área pragmática quanto teórica.
No capítulo 3, que versa sobre o evangelicalismo e pós-liberalismo ele levanta as características fundamentais e peculiares do pós-liberalismo, para depois defini-lo e traçar a crítica ao movimento à partir do questionamento sobre o que ele pode oferecer? Momento em que faz um apelo a redescoberta do valor distinto do cristianismo por meio de uma pregação relevante baseada numa teologia que tem autoridade reguladora e por fim encerra o capítulo afirmando que o pós-liberalismo e evangelicalismo podem manter diálogo, haja vista que aquele é mais um programa de pesquisa que um definidor de doutrinas.
No capítulo seguinte faz-se a abordagem inicial à partir do iluminismo racionalista para tratar do pós-modernismo sua relação e influência sobre o evangelicalismo e às escolas teológicas daquele período. Na avaliação das áreas correlacionadas ele defende que deve se permitir que a Escritura seja a Escritura; que a espiritualidade seja marcada em 'totus hommo'; uma apologética e evangelismo pautados na confiabilidade de Deus e do Evangelho. Conclui-se o capítulo conclamando a um ajustamento apologético e teológico em tempos de declínio da modernidade.
No quinto e último capítulo, ao avaliar evangelicalismo e pluralismo religioso McGrath estabelece segura e inicialmente que o ponto de partida é que o evangelho cristão é singular e não pode ser identificado com nenhuma outra filosofia de vida. Este pressuposto se deve ao fato que no desenvolvimento do capítulo, a negação da verdade é a proposta fundamental da agenda pluralista. Contudo, ele estabelecerá que o lugar do cristão neste mundo é o de respeito mútuo, embora não concordância, tempo em que faz um desafio ao diálogo.
Abalizado pelo fato de que o evangelicalismo tem e pode oferecer uma "ótica definida", baseadas nas doutrinas cristãs da criação e redenção, bem como do relacionamento fraturado com Deus, afirma que é preciso utilizar-se desta estrutura bem como na buscar humana pelo transcendente para se estabelecer este diálogo com as religiões, apresentando ao mundo o entendimento cristão de Deus e o lugar de Jesus Cristo na salvação e qual é a natureza desta salvação e a diferença entre as noções de salvação das outras religiões; explicitando a proposta da disponibilidade universal desta salvação proclamada pelo cristianismo no decorrer das eras por meio do amor de Deus oferecido em seu filho Jesus Cristo.
McGrath conclui a sua obra, concitando e encorajando os evangélicos na capacitação de futuros líderes e pensadores evangélicos para que saiam da defensiva, mas que se tornem formadores de opinião apaixonados pela verdade e que se predisponham a fazer grandes contribuições na formatação e renovação da mente cristã.


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