Pedagogia da Autonomia Pratica Docente Primeira Reflexao

May 30, 2017 | Autor: Felippe Cezar | Categoria: Pedagogy
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Pedagogia da Autonomia (p. 23­46). Prática Docente ­ Primeira Reflexão    FREIRE, Paulo. ​Pedagogia da Autonomia ­ Saberes necessários à prática educativa. ​São  Paulo: Paz e Terra, 2015    “Paulo  Freire,  um  dos  maiores  intelectuais  do  século  XX,  elaborou  uma  teoria  ou,  como  ele  mesmo  preferia  dizer;  ‘uma  certa  compreensão  ético­crítico­política  da  educação’,  que  tem  como  uma  de  suas  bases  o  diálogo  que  possibilita  a  conscientização com o objetivo de formar  cidadãos  da  práxis  progressista,  transformadores  da  ordem   social,  econômica  e  política   injusta.”    Embora  o  texto  seja  norteado  por  uma visão crítica e progressista da educação, o autor  destaca  que  os  alguns  dos  saberes  abordados  no  texto  se  prestam  também  à  uma  visão  conservadora  de  educação,  por  se  tratarem  de  saberes  demandados  pela  prática  educativa  independente  da  sua  cor  política e ideológica, e que deve partir do leitor o esforço da distinção.  Esses  saberes  fundamentais  seriam  ainda  conteúdos   obrigatórios  à  organização  programática  da  formação  docente.  Em  sua  característica  oralidade,  marca  de  sua  escrita,  Paulo  Freire  usa  exemplos concretos e pragmáticos para ilustrar seu pensamento:    “O  ato   de   cozinhar,  por  exemplo,  supõe  alguns saberes concernentes ao  uso do  fogão,  como  acendê­lo,  como  equilibrar  para  mais,  para  menos,  a chama,  como lidar com certos riscos,  mesmo  remotos,  de  incêndio,  como  harmonizar  os   diferentes  temperos  numa  síntese  gostosa  e  atraente.  A  prática  de  cozinhar  vai  preparando  o  novato,  ratificando  alguns  daqueles  saberes,  retificando  outros,  e   vai  possibilitando  que   ele  vire  cozinheiro.   A  prática   de   velejar  coloca  a   necessidade  de saberes  fundantes  como  o  do domínio do barco,  das partes  que o compõem e da  função  de  cada  uma  delas,  como  o  conhecimento  dos   ventos,  de  sua  força,   de   sua  direção,   os  ventos  e  as  velas,  a  posição das velas, o papel do motor e da combinação entre motor e velas. Na  prática de velejar se confirmam, se modificam ou se ampliam esses saberes” Pag. 24   

A  partir  dessa  analogia, o autor elenca  um desses saberes fundamentais ao afirmar que  o  formando,  desde  o  princípio  da  sua   experiência   formadora  e  como  sujeito  da  produção  do  saber,  se  convença  que  ensinar  não  é  transferir  conhecimento, mas criar possibilidades para a  produção  ou  construção  do  mesmo.   A  visão   de  que  o  formador  (ou  docente)  é  sujeito  e  o  educando  objeto  por  ele  formado,  marca uma relação de dependência onde o objeto recebe os  conhecimentos  (ou  conteúdos)  acumulados  pelo  sujeito,  que  sabe  e  os  transfere.  Eventualmente,  essa  forma  de  compreender  o  processo   formador  transformará  o  objeto  em  falso  sujeito  formador  dos  futuros  objetos.  A   relação  dialética  entre  docência  e  dicência,  elementos esses interdependentes, não reduz quaisquer dos sujeitos à objetos.                  

         

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