Pedagogia para a Paz e Democracia - Colecção Agitanç@s

June 5, 2017 | Autor: Teresa Cunha | Categoria: Social Movement, Pedagogy, Democracy, Peace
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Descrição do Produto

Número: 19 Título: Pedagogia para a Paz e Democracia Autor@: Poro’rokas Data: Junho 2005 Palavras Chaves: Democracia, Paz, Movimentos Sociais, Pedagogia Referência(s): Ex. www.ajpaz.org.pt/AGITANCOS Rede Informal Transcontinental “Poro’rokas para a Paz”

Acção Jovem para a Paz (AJP) Rua São João - 3130-080 Granja do Ulmeiro – Portugal [email protected] - www.ajpaz.org.pt (T) 239642815 - (F) 239642816 - (TMV) 96 2477031

Poro’rokas da Democracia e da Paz Fórum Social Mundial Porto Alegre 27/01/2005 Tenda G.601

Temática: Pensamento próprio, reapropriação e socialização dos saberes, conhecimentos e tecnologias.

Oficina “Pedagogias para a Paz e para a Democracia”

A paz é a maximização da justiça social e individual. A paz é uma cultura de nãoviolência e a construção de um ambiente de harmonia e saudável capaz de alimentar a vida de todas as criaturas. A paz é evitar qualquer dano desnecessário.

PROPOSTA DE OFICINA AO FSM 2005 ____________________ 3 APRESENTAÇÃO DA OFICINA ___________________________ 4 ROTEIRO DA OFICINA __________________________________ 4 RELATO DO GRUPO DE TRABALHO______________________ 6 * “MULHERES SEM TERRA” (1) ____________________ 6 * “MULHERES SEM TERRA” (2) ____________________ 8 * “AFASO E EDUCADOR@S” ______________________ 9 AVALIAÇÂO _________________________________________ 11 * ELEMENTO TERRA - GLADES FÉLIX ______________ 11 PARTICIPANTES _____________________________________ 12

N.B. – Este é um relato ainda provisório, porque faltam algumas partes do relato desta Oficina.

PROPOSTA DE OFICINA AO FSM 2005 O objectivo desta oficina é promover um espaço comum para a construção partilhada de módulos de educação para a paz e de educação para a democracia. O encontrar de elementos específicos e de componentes específicas através de cada um@ d@s participantes, baseado no seu trabalho e contexto local, permitirá evidenciar a riqueza da diversidade e a possibilidade do seu uso além fronteiras entre países e continentes, na promoção e aprofundamento de experiências e práticas concretas da cultura da paz e de participação democrática. Os módulos ou protótipos de oficinas de formação serão construídos em conjunto, bem como um guia completo para futur@s utilizador@s. Ambos serão impressos e amplamente disseminados. A partilha de materiais de qualidade na educação para a paz e para a democracia em língua portuguesa será concebida no sentido de apropriação local e de adaptação às diferentes realidade dos países onde o português é falado. Esta é uma necessidade vista como urgente pelos membros da rede informal das poro’rokas da democracia e da paz. Outro ponto igualmente fundamental é a necessidade de participar em debates extensivos sobre as diferentes abordagens pedagógicas na educação formal e na educação não-formal e o que cada um pode esperar do outro, OBJECTIVOS

T Desenvolvimento de materiais pedagógicos e módulos de (1) educação para a paz e (2) educação para a democracia com mulheres e jovens de diferentes países onde o português é falado

T Promover um debate alargado sobre educação formal e não-formal e respectivas abordagens e princípios, de forma a aumentar o potencial de cada um e as suas articulações

T Registar e disseminar os contributos e as preocupações da das mulheres nos movimentos sociais no que toca à democracia e à paz

T Articular em rede mulheres tendo aqui uma possibilidade de capacitação e consolidação da sua capacidade de intervenção PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

T T T T

Participativo e inclusivo Aprendizagem Cooperativa Diálogo e Intercâmbio Não-Formal

A oficina terá uma duração de 9 horas no total e começará com curtos exercícios usados na educação não-formal: dinâmicas tradicionais de cooperação/não-violência A oficina contará com comunicações e apresentações livres sobre os mais diversos tópicos apresentados por pares de países diferentes. Estas apresentações incluem propostas para os módulos no que toca ao assunto específico que é da sua responsabilidade. Um momento de debate se seguirá em pequenos grupos, cujos resultados serão postos em comum no final para daí fazer surgir uma proposta final a ser trabalhada pelas pessoas que originariamente propõem esta oficina e que posteriormente divulgarão e disseminarão.

PRODUTOS

T Módulo e guia para oficinas de formação em educação para a paz T Módulo e guia para oficinas de formação em educação para a democracia TEMAS

T Cultura da Paz, não-violência, transformação de conflitos T Direitos Humanos – por exemplo, direito à participação, ao desenvolvimento, à paz, a um ambiente saudável, entre outros

T Diversidade Cultural T Abordagens Pedagógicas T Valores e Princípios

APRESENTAÇÃO DA OFICINA Construir colectiva e cooperativamente módulos/sessões de intervenção/formação para a paz através de metodologias participativas e não-formais.

ROTEIRO DA OFICINA Duração total: 5h00 (excluindo 1 hora para almoço)

Metodologia 1º Momento: exercício ‘energia’ (5’) Diz o meu nome

Objectivos - Criar uma atmosfera de confiança e de descontracção; - Promover uma interacção personalizada entre as/os participantes pessoas;

2º Momento: exercício sobre uma destas antíteses da paz (20’) a) As desigualdades mundiais: jogo das cadeiras b) A insustentabilidade a que condenamos o planeta: a teia da vida c) Os equívocos da comunicação: a seguir a mim, falarás tu d) Direitos humanos e da terra versus desenvolvimento: o jogo do confronto e do consenso

- Criar uma atmosfera experiencial acerca de uma destas problemáticas - Aprender e conhecer fazendo

Metodologia 3º Momento: - Apresentação das realidades nas quais e com as quais queremos trabalhar: a) As crianças da AFASO, o seu bairro, a sua vida, pelo Pedro (10’)

Objectivos - Fornecer o contexto para a intervenção - Identificar problemas e necessidades da comunidade

b) As experiências e os problemas das educadoras que actuam em bairros sociais, grupos vulneráveis, pessoas em rota de exclusão, pela Maria Elly (10’) c) As mulheres e as relações de poder dentro do MST, pela Sónia (10’) 4º Momento: Divisão em grupos segundo os interesses de cada participante (se possível equilibradamente em número) (5’) 5º Momento: tarefas de cada grupo - Escolher um/uma porta-voz

- Desenhar participadamente uma intervenção educativa:

- Escolher uma pessoa que faça o registo / memória da oficina

- não-formal

- Decidir sobre a estrutura de um portfólio que pode incluir textos teóricos sobre a problemática, fotografias, BD, videoclips, literatura cinzenta,...

- cooperativa

- Construir a estrutura do módulo/sessão, podendo usar o seguinte roteiro conceptual:

- Criativa

- aprender fazendo - interactiva - que valorize e utilize todos os recursos e conhecimentos endógenos do grupo

¾ Porquê ¾ Para quê ¾ Com quem ¾ Como ¾ Quanto tempo ¾ Onde ¾ Como avaliar o processo e os resultados (3 horas auto-geridas) 6º Momento: pausa para almoço (1 hora)

- Óbvios!!!

7º Momento: Plenário

- Partilhar os processos e os resultados do trabalho colectivo

- Apresentação do trabalho de cada grupo (10’x3) - Discussão sobre os resultados/propostas - Avaliação feita pela Terra (Sustento), Ar (Vida), Água (Ética), Fogo (Disseminação) (30’)

- Ampliar os conhecimentos do grupo - Discutir criticamente a experiência

Materiais Necessários: -

Papel

-

Pincel Atómico (Marcadores)

-

Tesouras

-

Novelo de Lã/Barbante

-

Fita-cola / Fita Crepe

-

Cadeiras

-

Cobertor / Manta

-

COMPASS

Animadoras: -

Celina

-

Teresa

-

Pedro

-

Maria Elly

-

Sônia

RELATO DO GRUPO DE TRABALHO * “MULHERES SEM TERRA” (1) Objetivos estabelecidos: - Analisar relação das mulheres com o trabalho nas comunidades onde vivem; - Tratar do que, como, porque e onde ocorrem situações concretas; - Questionar sobre como elaborar experiência educativa não-formal no sentido da paz; - Elaborar portfólio. Apresentação d@s Participantes Sônia: - Atua em região do semi-árido de Sergipe/ Brasil; - Há grandes conflitos, monocultura irrigada com presença de grandes interesses econômicos; - Em 2004 houve 45 prisões de mulheres e homens em torno de conflitos sociais. - As mulheres tem papel importante na luta social, embora não liderem movimentos, atuam no campo da educação e são militantes. - Mulheres possuem papel secundário nas relações de poder, mesmo no interior dos grupos militantes por causas sociais e esse problema não é colocado em xeque pelas próprias mulheres

- O desafio é trabalhar e3ssa problemática. Celina - AJP/ Portugal - Trabalha com mulheres, adultas e jovens por meio da educação não-formal. - Elabora propostas de oficinas, de acordo com os demandantes, visando difundir a cultura da paz. Felisbela e Hélio - Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos/ UNAFISCO/ Brasil - Estudo de textos bíblicos para reflexão de base eco-feminista - A metodologia questiona o texto no seu aspecto machista e procura descobrir onde estão as mulheres nesses textos. Cristina / UDELAR / Uruguay - Trabalha com as mulheres nas universidades - São excluídas das decisões políticas - Quando assumem postos devem assumir posturas masculinas (impositivas, pouco democráticas, pouco sensível) - Defende utopia de que as mulheres devem assumir sua identidade sensível e solidária. Resultados da Discussão Objetivo comum: - Busca, construção de consciência e empoderamento das mulheres - Enfrentar o desafio de falar da condição de mulher e ser reconhecida no meio social e comunitário - Obter apoio efetivo e incondicional dos homens/companheiros Formas de trabalho: - Estudos de textos - Construção de histórias de vida de mulheres e homens pelos personagens dos grupos sociais - Análise de materiais como imagens de mulheres, imprensa, livros didáticos... - Estudo de literatura para compreensão do imaginários social dos sujeitos comunitários Onde - Atuar em locais de origem das mulheres: locais de lazer, residências, cozinhas, pátios Quando - A duração deve ser adequada a cada realidade trabalhada Processo - Propor seqüência de encontros - Trabalhar a partir da análise de modelos da imprensa, das famílias, das tradições (é fundamental interpretar qual é o modelo de referência para as mulheres em questão, para o grupo social de referência)

- Reconstruir modelos através da reflexão, da partilha de situações concretas - Expressar as subjetividades na fase da exposição do grupo, em período do enamoramento - Analisar brincadeiras de crianças, contação9 de histórias, estética feminina, lutas feministas - Os objetivos devem ser adequados de acordo com o contexto, ou seja ao invés de partir do cotidiano para construir abstração que não existiria, no caso de ambientes universitários, por exemplo, o desafio deve ser afastar-se de discursos abstratos e falar do cotidiano Avaliação - Processo de médio e longo prazos - Óticas de diferentes sujeitos envolvidos direta e indiretamente - Percepção de instituições, de grupos, de sujeitos - Comparação entre o antes e o depois dos momentos, das oficinas de trabalho.

* “MULHERES SEM TERRA” (2) El grupo realiza la presentación de sus integrantes y luego se comienza a analizar el Contexto en el que se inscribe la vida cotidiana de las mujeres del MST en Brasil. Algunos participantes analizan también otros contextos: mujeres que trabajan en la Universidad, en organizaciones sociales, en países diversos. Contexto de la vida de las mujeres del MST

Son mujeres que están insertas en el movimiento, que participan de sus luchas de forma muy dinámica. Sin embargo se ven restringidas a dos actividades principales: la producción y la economía doméstica. Son excluidas de las actividades de liderazgo político, a pesar de que son partícipes activas del movimiento Quienes conocen de cerca el movimiento aseguran que las mujeres sufren diversos tipos de violencia doméstica. Pero de ello nadie habla. Trabajo educativo a desarrollar El trabajo educativa que se debería desarrollar en el seno del MST dirigido a las mujeres de los asentamientos, deberían tener un objetivo principal: la toma de conciencia acerca del rol de la mujer en el movimiento. Se trata de lograr un mayor empoderamiento de las mujeres que participan del MST. El grupo analiza en este punto que existen modos femeninos de liderazgo. No se concibe la construcción de un liderazgo de este tipo a partir de la “masculinización del rol”. La estrategia metodológica más adecuada sería la generación de historias de vida de dichas mujeres, con el objetivo de tomar conciencia de sus condiciones de vida y volverse parte activa del proceso mismo de investigación.

Por último, y a partir de las narrativas de integrantes del grupo de discusión de la Oficina, se concluye que esta problemática, referida a las mujeres del MST, se expresa de muy variadas maneras en otras instituciones y organizaciones. Todas las mujeres del grupo se expresaron en este sentido poniendo ejemplos de la forma como se manifestaba esta discriminación.

* “AFASO E EDUCADOR@S” Situação discutida: Formação de educadoras/es que trabalham com crianças e adolescentes e suas famílias na Vila Fátima, em Porto Alegre. Memória do grupo: O grupo iniciou as discussões a partir da situação colocada pela Srª Maria Elli sobre o atendimento a crianças e jovens, na Vila Fátima, em Porto Alegre. Se observa que a grande maioria dos participantes do projeto, reproduzem toda a situação de violência vivida na comunidade, percebendo-se a necessidade dos educadores que desenvolvem este trabalho em ter uma formação consistente que lhes possibilitem compreender a demanda desta comunidade e atendê-la adequadamente. A Srª Cecília Broillo explicou a dinâmica do trabalho a ser desenvolvido pelo pequeno grupo, sugerindo que a partir da situação colocada e dos conhecimentos e experiências de cada participante, deveríamos discutir e pensar em algumas sugestões para a formação dos educadores. Pedro, um dos voluntários que realiza o trabalho na Vila Fátima através da AFASO (...), relatou que, uma vez por semana, aos sábados, das 9h às 11h, vai a uma escola da comunidade e recebe crianças e adolescentes, na faixa etária de cinco a doze anos, que na sua maioria nunca tiveram acesso ao uso dos computadores, desenvolvendo um trabalho com os mesmos, utilizando o laboratório da escola que possui dez computadores. Os participantes levam a comunidade à informação sobre o trabalho desenvolvido, o que acaba aumentando a procura pelo projeto, tanto que até algumas mães já procuraram o projeto. Pedro coloca que o uso dos computadores facilita o trabalho com estas crianças e jovens, pois desperta grande interesse, possibilitando o desenvolvimento de diversos trabalhos, inclusive com o uso de textos. Há uma boa participação e os participantes faltam somente devido a alguma necessidade. A AFASO realiza o acompanhamento das crianças que participam do projeto e as suas famílias. Algumas crianças da própria escola também procuram o projeto e aí são encaminhadas para AFASO, a fim de ter um acompanhamento mais abrangente. A AFASO é uma ONG internacional, constituída a aproximadamente oito anos, na qual os padrinhos, que são famílias italianas, contribuem financeiramente, com o propósito de apoiar as famílias participantes do projeto, para que atendam melhor aos filhos no tempo em que não estão na escola. A professora Denise Leite coloca que a ONG trabalha uma cultura de paz com estas crianças. Não é possível se dar uma aula sem trabalhar a idéia de que a vida não é só violência. Maria Elly salientou a importância da construção da cidadania e não só a existência de uma espaço onde as crianças sejam largadas.

O Sr. Frigo colocou que desenvolve um trabalho semelhante e questiona se a vulnerabilidade social é que origina a dificuldade de relacionamento das crianças observada no projeto e questiona também se todos os envolvidos são voluntários. É colocado que as educadoras são contratadas e existem alguns voluntários da ONG trabalhando no projeto e que não existe uma pesquisa científica relacionando a atitude dos alunos como decorrentes da vulnerabilidade social, porém há indicativos disto devido ao levantamento das características da comunidade. Denise Leite sugere que é necessário sistematizar o trabalho que é desenvolvido, partindo da definição de qual o problema que nos move, qual o problema visto por esta comunidade, para então pensar que pedagogia é essa, a pedagogia para a paz. Maria Cecília salienta a questão da falta de conhecimento sobre a realidade concreta e coloca que é necessário se pensar sobre o desenvolvimento da pesquisa da própria comunidade, conhecendo a realidade e levando informações para que as pessoas conheçam as leis. Citou também um exemplo de um trabalho desenvolvido em Pelotas e destacou a importância de se desenvolver trabalhos “com” a comunidade, sendo esta também autora do trabalho. Malu, de São Paulo, salientou que no dia trinta de janeiro estará apresentando no Fórum um trabalho sobre a cultura da paz e convidou a todos a participar. Sugeriu o Site www....., que traz documentos da ONU e UNESCO sobre cultura de paz. Trabalha com metodologia da cultura de paz (conhecer, pensar juntos, definir o problema, a causa, as ações e a agenda de ações). Salienta a importância de se definir um método para se desenvolver este trabalho. Bachy, do Paraguai, que participa do Serviço de Paz e Justiça do seu país, fala sobre o desafio de uma melhor pedagogia. Trabalha com jovens a partir do tema “Desarmemos o pressuposto militar.” Coloca que as escolas não tem resolvido as questões complexas que se colocam em seu país, não servindo para a realidade, já que os mestres não têm uma visão social. Pesquisa também o militarismo e a educação, apontando que a escola, muitas vezes, reproduz o mesmo esquema do exército. Sugere o resgate da importância da aprendizagem na família e na comunidade e do trabalho com a arte, para que o corpo passe a ser visto, não separando corpo e mente. Após as discussões, Cecília Broillo encaminhou a palavra à Monica Pagel Eidelwein e Clarice Monteiro Escott, que trouxeram um relato sobre o uso do portfólio para a formação dos educadores, como uma forma possível de se trabalhar com os educadores da Vila Fátima, contribuindo com a sua formação. Clarice iniciou sua fala, questionando ao grupo sobre o que sabiam sobre o tema e se alguém do grupo já havia desenvolvido algum trabalho com portfólios. O Srº Alair coloca a idéia de ser um álbum de registros. Clarice salienta que é um instrumento de avaliação reflexivo e que leva a uma reflexão sobre o processo de cada um. Monica traz alguns portfólios construídos por acadêmicos e utilizados para a reflexão sobre o processo de aprendizagem em uma disciplina de um curso de pós-graduação, salientando que houve uma avaliação muito positiva sobre o uso deste instrumento para reflexão sobre o processo de cada participante. Relata também a sua experiência de construir um portfólio e o quanto este trabalho possibilitou-a conhecer as suas dificuldades e a sua própria aprendizagem e a redirecionamento da sua prática profissional e quanto este trabalho poderia contribuir com os educadores da Vila Fátima. Maria Elly sugere, como ponto fundamental, a definição de conceitos fundamentais sobre a cultura de paz. Ter claro estes conceitos pode trazer novos encaminhamentos ao trabalho que já vem sendo desenvolvido.

Malu destaca novamente a importância de se pensar em um método para se trabalhar a cultura da paz. O grupo sugere que seja criada uma rede de comunicação, pois muitas pessoas, em diversos lugares estão trabalhando a cultura da paz. Denise fala sobre a importância deste instrumento como uma forma de se levar a reflexões, possibilitando uma síntese pessoal e o repensar da prática de cada um, respeitando assim a singularidade do processo de cada um e também sugere a construção de um projeto coletivo a partir da construção de um portfólio do grupo, possibilitando um maior engajamento dos educadores da Vila Fátima. Sandra dá continuidade aos trabalhos sugerindo que o grupo se subdivida em três subgrupos e se registre em cartazes as principais idéias discutidas, sistematizando-as. Após a elaboração dos cartazes, os mesmos foram socializados com o grande grupo.

AVALIAÇÃO * ELEMENTO TERRA - Glades Félix Depois da procura de um sentido (ar) e da ética, a limpeza e o respeito (água), simbolicamente represento a terra, um dos mais fortes elementos da natureza.

Vi nesta sala terra, muita terra nas pessoas que aos poucos foram se incluindo procurado entendimento em torno do tema proposto. Vi montes de terra, ou seja, trinta e cinco porções. Como podemos ligar isso com a realidade? Terra é aquele elemento capaz de gerar vida, romper a parte dura para estabelecer uma ruptura e para que possa germinar é necessária oxigenação, que só poderá ocorrer pela fusão da água e do ar. Essa ligação com a realidade foi propiciada desde o início de nossa oficina, através do impulso de nossa animadora, pois segundo a terra sabemos que as coisas só funcionam se houver organização. As técnicas utilizadas como: lembrar o nome concordo/não concordo, exercício das mãos entrelaçadas etc... estabeleceu e consolidou a amizade o respeito, o conhecimento, a informação. A preocupação em acertar, fez com que a terra não constrangesse os participantes e os novos que chegavam a todo o instante para incluírem-se no grupo. Disso denotou-se muita aceitação, prazer. Houve terra em consenso, houve terra em conflito, mas com liberdade para semear a aprendizagem. AFASO = Vi nesta mini oficina uma grande extensão de terra, pela inserção dos da maioria de montinhos de terra participantes. Não houve formigueiro, pesticidas, tóxicos que inibisse o debate, que fluiu naturalmente, transformando-se numa boa e fecunda terra, arada, pois vi integração de idéias, conversas laterais que deram aeração. Vi essa terra aceitar terra nova (inclusão) MST = uma mini oficina de terra arada, que recebeu insumos/experiências que fez crescer o debate que levou a uma proposta de formação de um território para todos, terra prometida, terra fértil, livre, habitada e sempre fecunda.

Mulheres profissionais do Sexo = nesta mini oficina, vimos uma terra por ser cultivada, talvez pela proposta ter sido acatada durante as propostas do evento, a extensão de terra participante foi menor. Entretanto o ar e água deram muito fôlego a estas porções de terra, pois disso emergiu uma terra de debate eriças experiências como é rica a terra que nos dá frutos. É uma terra que clama por dignidade, é rebelde, estabelece uma terra íntima, inerte. Terra sedenta por um abraço, isso pode ser feito pela integração entre os que discutiam a problemática. Vi a amizade nascer pela solidariedade na produção do conhecimento. Os problemas são os mesmos no planeta terra, que reclama por um internacionalismo solidário para a paz que move o FSM, seja de ar e água que possam adubar esta terra para de fato, ser fértil. Vi na expressão fácil, corporal, lingüística, cinematográfica etc... o desejo de todos em receber terra nova e continuar fertilizando sua porção. Vi respeito, comunicação, atitudes, tolerância pelo sentido da realidade. Foi uma terra que em vários instantes estava prestes a explodir e até que se abriu pois era uma terra dura que bebia água e respirava um novo oxigênio. As idéias novas solidarizaram as pessoas. Portanto, refletir através de um simbolismo a respeito do que sabemos e do que não sabemos e da terra que queremos seguir rumo a um novo horizonte que perseguimos, façamos nossa caminhada enquanto caminhamos e nesta etapa vamos rompendo o torrão ou a terra arrasada e nos conectemos com outra terra possível; uma terra de paz Por fim, o grão plantado neste chão (oficina) produziu nova terra (mudança de mentalidade) e dá novos frutos sustentando novos conhecimentos.

PARTICIPANTES Cecília Broillo – Porto Alegre, Brasil Cecília Leite – Porto Alegre, Brasil Celina dos Santos – Coimbra, Portugal Clarice Escott – Porto Alegre, Brasil Cristina Conterá – Montevideo, Uruguai Denise Leite – Porto Alegre, Brasil Glades Félix – Porto Alegre, Brasil Jussara – Porto Alegre, Brasil Maria Elly Genro – Porto Alegre, Brasil Marieta Reis – Porto Alegre, Brasil Mónica – Sérgipe, Brasil Naput – Sérgipe, Brasil Pedro Henrique T. de Almeida. – Porto Alegre, Brasil Renata – Porto Alegre, Brasil Sandra – Sérgipe, Brasil Simone Marques – Porto Alegre, Brasil Sônia Meire – Sergipe, Brasil Teresa Cunha – Coimbra, Portugal

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