Pela verdade, pela justiça pelo bem e pela bondade: o Irmão Manoel Correia Defreitas e a Maçonaria

July 8, 2017 | Autor: Ana Vanali | Categoria: Pensamento Social Brasileiro
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PELA VERDADE, PELA JUSTIÇA, PELO BEM E PELA BONDADE: o Irmão Manoel Correia Defreitas e a Maçonaria Ana Crhistina Vanali1

Resumo: De acordo com o manifesto da Maçonaria Paranaense de 1902, ser maçom é agir em prol de um mundo melhor, sustentado na virtude, tolerância e no amor ao próximo, procurando uma sociedade mais justa e fraterna. Tolerância, igualdade e indulgência são os atributos de um maçom. É um dever de todo maçom trilhar o caminho da justiça, do direito, da dignidade e da verdade. A fé, a esperança e a caridade se aliam perfeitamente aos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade que procuram baseados na justiça e no amor. A maçonaria acompanhou acontecimentos importantes da História do Brasil e do Paraná como a luta pela emancipação política, a abolição da escravatura, o movimento republicano, a proclamação da república, os períodos confusos pós-proclamação, o golpe de Estado, a Revolução da Armada, a Revolução Federalista, o anticlericalismo e o Movimento Simbolista. Acontecimentos comandados por políticos, escritores, homens que na sua maioria eram maçons. Entre estes estava Manoel Correia Defreitas (1851-1932) que se destacou como um republicano histórico e conduziu importantes debates institucionais no Paraná e em outros estados brasileiros. O trabalho busca recuperar sua trajetória social analisando sua atuação política e intelectual, mostrando qual era a sua rede de relações sociais, como deu sua atuação como político que, entre o final do século XIX e início do século XX, teve forte inserção na política paranaense e nacional difundindo ideias republicanas. Palavras-chave: Pensamento Social. Manoel Correia Defreitas. Maçonaria Paranaense. Movimento abolicionista. Propaganda republicana.

De acordo com o manifesto da Maçonaria Paranaense de 19022 SER maçom é agir em prol de um mundo melhor, sustentado na virtude, tolerância e no amor ao próximo, procurando uma sociedade mais justa e fraterna. Tolerância, igualdade e indulgência são os atributos de um maçom. É um dever de todo maçom trilhar o caminho da justiça, do direito, da dignidade e da verdade. A fé, a esperança e a caridade

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Doutoranda do programa de Pós-graduação em Sociologia da UFPR. Bolsista PDSE/CAPES na Universidade Nova de Lisboa. [email protected]. 2

Manifesto da maçonaria paranaense realizado em 07 de setembro de 1902, assinado por Trajano Reis (Loja Acácia), Joaquim Pereira de Macedo (Loja Acácia), João Pedro Schleder (Loja Acácia), Jesuino S.P.Ribas (Loja Luz Invisível), Albano Drumond dos Reis (Loja Luz Invisivel), Generoso Marques dos Santos (Loja Apóstolo da Caridade), Augusto L de Moura (Loja Apóstolo da Caridade), Generoso Borges de Macedo (Loja Electra) e Fernando Schneider (Loja Concórdia).

se aliam perfeitamente aos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade que procuram baseados na justiça e no amor. Na década de 1870, no plano político e social a atuação dos maçons e da Maçonaria foi bastante evidente e produtiva, em torno do abolicionismo, já bastante amadurecido, e do nascente movimento republicano. Muitas lojas se encontravam em plena efervescência abolicionista e republicana baseadas na radicalização de posições assumidas por uma ala jovem da Maçonaria brasileira, representada no governo central, no parlamento, nos quartéis, nas letras e nas ciências. A abolição da escravatura e a campanha republicana se tornaram os temas prediletos da maçonaria. No cenário político, ainda na década de 1870, ocorreu um fato extraordinário para o movimento republicano: a CONVENÇÃO DE ITU, de inspiração maçônica e que tivera seu embrião em 10 de novembro de 1871, quando 78 partidários da república federativa haviam se reunido sob a presidência do maçom João Tibiriça Piratininga, em Itu, na então província de São Paulo, com a finalidade de organizar o partido republicano federal, criando um clube republicano, que pudesse servir de núcleo e centro do partido. Como consequência desse movimento, em 18 de abril de 1873 era realizada a primeira Convenção Republicana no Brasil que ficou conhecida como Convenção de Itu. Depois da publicação do Manifesto de 3 de dezembro de 1870, ativara-se na província de São Paulo a propaganda republicana liderada na capital e no interior por maçons. A cidade de Itu tornou-se a sede da maior propaganda, até que em 18 de abril de 1873, sob a presidência de João Tibiriça Piratininga e com Américo Brasiliense como secretário foi realizada a convenção, ocasião em que se reuniram delegados dos Clubes Republicanos de Campinas, Botucatu, Amparo, Bragança Paulista, Constituição (autal Piracicaba), Capivari, Jaú, Jundiaí, Indaiatuba, Itapetininga, Itu, Itatiba, Mogi-Mirim, Porto Feliz, Sorocaba, Vidal de Monte Mor, Tietê, São Paulo e Rio de Janeiro. Na convenção ficou estabelecida a fundação do Partido Republicano Paulista e a nomeação da comissão diretora, composta de sete membros e encarregada de se comunicar com os correligionários, convocar um congresso de representantes de vários clubes republicanos e zelar pela autonomia dos republicanos de São Paulo, diante do centro estabelecido na Corte. Embora realizada na província de São Paulo, que não era sede da Corte, a Convenção de Itu teve caráter nacional, não só pela repercussão e pela presença de republicanos do Rio de Janeiro, mas, também e principalmente, pela presença de alguns dos mais notáveis nomes do movimento republicano (e maçons) de

São Paulo, como Prudente de Moraes3 e Campos Salles4 que chegaram à presidência da república. Na década de 1880 a campanha republicana era incrementada pela Questão Militar que consistiu em uma série de atritos acontecidos entre 1853 e 1889, entre políticos e militares. Esses atritos iriam criar uma atmosfera propícia para o levante militar de 1889 que resultaria na implantação do regime republicano, sob a liderança de maçons como Benjamin Constant5 e Manuel Deodoro da Fonseca6. A par das atividades militares, com a atuação de muitos maçons, era grande a efervescência nas lojas e nos clubes republicanos de inspiração maçônica, destacando-se, nesse período, muitos maçons civis, que seriam chamados “REPUBLICANOS HISTÓRICOS”, como Quintino Bocayuva, Campos Salles, Prudente de Moraes, Silva Jardim, Rangel Pestana, Francisco Glicério, Américo de Campos, Pedro de Toledo, Américo Brasiliense, Ubaldino do Amaral, Aristides Lobo, Bernardino de Campos e outros. Nas rodas republicanas era expressivo o número de maçons. A maçonaria brasileira, já a partir da segunda metade do século XIX, era formada, em sua maioria, por homens oriundos da classe média, tornando-se cada vez mais raros, os membros da aristocracia e das oligarquias agrícolas.

Benjamin Constant. Quadro de Décio Villares. FONTE: http://clubemilitar.com.br/Revista do Clube Militar. Acesso em 30 de julho de 2014.

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Prudente José de Morais e Barros (1841-1902), advogado, foi presidente do estado de São Paulo, senador, presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1891, terceiro presidente do Brasil (1894-1898), tendo sido o primeiro político civil a assumir este cargo e o primeiro a fazê-lo por força de eleição direta 4 Manuel Ferraz de Campos Salles (1845-1913), advogado, foi o quarto presidente da República, entre 1898 e 1902. 5 Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1836-1891) 6 Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892)

Várias lojas e obreiros eram contra o advento de um terceiro reinado e a favor da implantação da república: “… estamos no momento em que bem dizia o venerando Saldanha Marinho: a Família, a Pátria, a Honra e a própria consciência perigam! … A maçonaria que se levante opondo-se firmemente, no caso fatal da morte do imperante, à sucessão de Isabel. Que evite, por todos os meios honrosos, embora violentos, a coroação da princesa. O povo que se governe e a maçonaria que intervenha para a fundação de um governo livre e moralizado”. (Irmão Aparício Mariense da Silva, Loja “Vigilância e Fé” do Rio Grande do Sul em 21 de fevereiro de 1887 – proposta encaminhada a todas as lojas do Brasil. IN: CASTELLANI (2009:147))

Implantada a república, Marechal Deodoro assumiria o poder como chefe do Governo Provisório, com um ministério totalmente constituído por maçons: - Quintino Bocayuva: Ministro das Relação Exteriores - Aristides Lobo: Ministro do Interior - Benjamin Constant: Ministro da Guerra - Ruy Barbosa: Ministro da Fazenda - Campos Salles: Ministro da Justiça - Eduardo Wanderkolk: Ministro da Marinha - Demétrio Ribeiro: Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Esses homens foram escolhidos pelo fato de representarem a “nata” dos republicanos históricos e, por coincidência todos pertenciam ao Grande Oriente do Brasil, em uma época em que a Maçonaria abrigava a elite intelectual da nação.

FONTE: http://www.freemasons-freemasonry.com. Acesso em 30 de julho de 2014.

“(maçonaria) instituição social que se estende por todos os países e não reconhece as fronteiras que isolam os povos uns dos outros, nem admite preconceitos de qualquer ordem, étnicos, religiosos, políticos, nem os privilégios e prejuízos sociais, que afastam cada homem do seu semelhante, a maçonaria caminha para a realização de um ideal sublime, que se é impossível hoje, será alcançado tão mais depressa quanto maiores forem, por eles, os esforços de nossa dedicação[…] A independência, a abolição e a república fizeram de nós uma nação livre. Essas conquistas liberais, porém, são fruídas, apenas, por uma minoria do povo, porque a grande massa dele as desconhece e delas não podem gozar, sepultado, como tem, o espírito nas trevas da ignorância”. (Nilo Peçanha, Manifesto aos maçons brasileiros de 1917. IN: CASTELLANI (2009:180-181))

A fundação da primeira loja maçônica no Paraná ocorreu em Paranaguá no ano de 1837, chama-se União Paranaguense. A maçonaria acompanhou acontecimentos importantes da História do Paraná como a luta pela emancipação política, a abolição da escravatura, o movimento republicano, a proclamação da república, os períodos confusos pós-proclamação, o golpe de Estado, a Revolução da Armada, a Revolução Federalista, o anticlericalismo, o Movimento Simbolista, etc. Acontecimentos comandados por políticos, escritores, homens que na sua maioria eram maçons (mas nem por isso estavam sempre do mesmo lado). É difícil falar da passagem de Manoel Correia Defreitas pela Maçonaria devido a escassez de informação, pela falta de armazenamento de dados das lojas maçônicas. As buscas foram na maioria das vezes infrutíferas. As atas foram destruídas pelo tempo, restando a tradição oral dos dados, mas esses muita das vezes são falhos. Tínhamos a informação de um determinado fato, mas nos faltou a comprovação pela fonte primária e documental (pelas atas de lojas ou boletins do Grande Oriente do Brasil). No caso do Manoel Correia Defreitas, ele teria iniciado na Loja Perseverança de Paranaguá7 em 30 de janeiro de 18758, com 24 anos de idade. Um profano ao ser

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Foi a mais importante loja maçônica do Paraná no período provincial. Foi fundada em 5 de maio de 1864. Em 1867 inicia o movimento abolicionista comprando alforrias de escravos e promovendo campanhas contra a escravidão. Em 18.11.1863 a Loja Perseverança assinou uma resolução a favor das filhas de escravos, com menos de 4 anos, tornando-se a primeira instituição do Paraná a lutar oficialmente pela libertação dos escravos. Em abril de 1913 lançou uma campanha para as vítimas do Irany construindo 9 casas – a Vila Comandante Gualberto – em Curitiba (Batalha do Irany/Guerra do Contestado que ocorreu em 23.11.1912 que vitimara o Irmão Coronel João Gualberto). Em 1887 todos os irmãos do quadro foram fundadores do Clube Republicano de Paranaguá. Os maçons de Paranaguá tiveram participação em todos os eventos históricos importantes ocorridos no século XIX. O grão-mestre em 1875, ano em que Manoel Correia Defreitas foi iniciado, era Ernesto Frederico Laynes.

iniciado faz um juramento e passa a seguir os princípios maçônicos. A Loja Maçônica é a célula básica, também chamada por seus membros de Loja Simbólica, atuando no nível local e faz parte da Grande Loja. Nessas lojas os maçons recebem toda instrução, são recebidos os pedidos de admissão de novos membros e são conferidos os graus maçônicos. O nome do padrinho que apresentou o futuro maçom, com certeza estava nos arquivos, que tornaram-se cinzas em 19229. Manoel Correia Defreitas só foi apresentado, não chegou a passar para os graus de companheiros ou mestre. Participou também da Loja Modéstia de Morretes10. Quando muda para Curitiba mantém a atividade maçônica na Loja Fraternidade Paranaense, a qual ajudou a fundar em 1897. A relação existente entre essas três lojas era a campanha no trabalho da abolição, desenvolveram intensa propaganda abolicionista. A Loja Perseverança conseguiu reunir em seu quadro um grande número de obreiros, e não havia pessoa oriunda das mais conceituadas famílias tradicionais da sociedade paranaguense que não houvesse tido pelo menos um de seus ancestrais dentro desse templo maçônico. Antes mesmo da lei final da abolição, os trabalhos a favor da república já passavam da fase de reserva para a propaganda popular, tanto que o Clube Republicano de Paranaguá é fundado no ano de 1887 com o objetivo de aliciar os propósitos da ordem, os elementos que agiriam de perto no espírito do povo com a campanha republicana. Manoel Correia Defreitas teria deixado de atuar na maçonaria em 06 de outubro de 190311. Existem duas situações possíveis, ou ele comunicou a Loja e pediu afastamento, ou deixou de frequentar as sessões e foi afastado. O que de fato ocorreu? Não há documentação comprovando qualquer um dos fatos, permanece a interrogação. Mas os maçons se afastavam das lojas por desavenças, aborrecimentos e brigas, ou porque em anos de atividades se tornaram irregulares.

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ZOCCOLI, Hiran Luiz (s.d). A Maçonaria no Paraná - Volume 01 (Lojas Maçônicas e sua história, obreiros de 1837 a 1902). Site Museu Maçônico Paranaense. Acesso em 24 de abril de 2014.

9 Na noite de 20 para 21 de janeiro de 1922 a Loja Perseverança de Paranaguá sofreu um grande incêndio que destruiu seu templo e queimou toda a sua documentação. Só sobrou o primeiro livro de atas que estava fora do templo, mas ele cobre apenas o período de 22 de agosto de 1865 a 01 de julho de 1870. Nesse período Manoel Correia Defreitas ainda não havia ingressado na maçonaria pois teria menos de 21 anos. 10 Fundada em 12 de outubro de 1871.

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ZOCCOLI, Hiran Luiz (s.d). A Maçonaria no Paraná - Volume 01 (Lojas Maçônicas e sua história, e obreiros de 1837 a 1902). Site Museu Maçônico Paranaense. Acesso em 24 de abril de 2014.

Na transição do século XIX para o século XX Curitiba encontrava-se em uma configuração específica com dois grandes blocos de ideias que viviam às vezes discordantes e outras associadas. De um lado, os antigos abolicionistas e republicanos formados dentro do ideário maçônico e positivista, a eles se somavam os de formação militar, os de fé evangélica, os anarquistas e os socialistas, formando um grande grupo com pontos programáticos comuns, sob a genérica denominação de livres-pensadores. Do outro lado, a igreja católica e os intelectuais vinculados a ela, identificados pelo livres-pensadores como sendo o da defesa da monarquia e de práticas obscurantistas. O embate entre clericais e anticlericais inseria-se num contexto somente possível de ser apreendido analisando a conjuntura nacional e internacional. Quando o regime republicano retirou da igreja católica as vantagens de religião oficial, ela percebeu que não era mais possível reverter esse quadro e então buscou restaurar as boas relações com o poder recém-instituído. Curitiba nessa época pretendia-se moderna, não apenas física e materialmente, mas também culturalmente. Tanto o campo político quanto o educacional e o cultural eram disputados pelas duas tendências: clerical e anticlerical. A tendência anticlerical utilizou-se do campo educacional, do campo literário e da imprensa para a divulgação das ideias positivistas, cientificistas, simbolistas, entre outras. Esse cenário de acentuado desenvolvimento urbano, de intenso debates intelectuais, de incremento técnico da imprensa, foi o cenário onde se desenrolou em Curitiba o confronto das ideias entre clericais e anticlericais. Mais do que choque, os curitibanos daquela época vivenciavam o confronto que católicos e livres-pensadores realizavam em função da direção sobre os projetos culturais e formativos do Estado. O anticlericalismo foi um movimento intelectual que debateu as doutrinas religiosas, questionou as instituições envolvendo a juventude, e que dominou a imprensa. De um lado, o grupo do simbolismo literário e, de outro, o clero, que se organizava através da ampliação do sistema de ensino, dos colégios dirigidos por congregações estrangeiras e de seus jornais. Os anticlericais tinham por tática para protestar contra as ações do clero, os meetings, as fundações de lojas maçônicas, realizavam também comícios e representações teatrais, conferências, publicações, instrução de mulheres para afastá-las das seitas fanáticas e a atuação das escolas laicas junto à infância e a juventude. Entre 1870 e 1910 as lojas maçônicas transformaram-se em centros de discussão e de formação de consenso sobre os grandes temas que procuravam construir uma nova

identidade nacional. Dois temas merecem destaque: a abolição da escravidão e a república como forma de governo ideal. Em relação a abolição da escravidão, os maçons atuaram como formadores de opinião pública, por intermédio da imprensa e dos debates no parlamento, apresentando duas posturas básicas: como defensores da emancipação do elemento servil, através de sua libertação gradual mediante indenizações aos proprietários, ou como partidários da abolição, isto é, da libertação imediata e sem indenizações. Como as lojas fundadas na década de 1870 estavam em sua maioria vinculadas ao Grande Oriente dos Beneditinos, do círculo do republicano Saldanha Marinho, e situavam-se em províncias de expressiva mobilização republicana (Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais), o vínculo entre a maçonaria e o ideário republicano foi forte.

Diploma de maçom concedido a Joaquim de Almeida Faria Sobrinho em 16 de agosto de 1878 pela Loja Apóstolos da Caridade de Curitiba.

Quando se estuda a maçonaria e sua influência na vida social, cultural, política e na História do Paraná vemos como a atuação dos maçons foi grande. Algumas lojas assumiram oficialmente a posição contra a escravidão. Já com relação à Proclamação da

República não encontramos a participação de lojas, mas sim o envolvimento de maçons. Está claro que no interior das lojas se propagassem as ideias libertárias, republicanas provindas do liberalismo, mas haviam também maçons monarquistas. A maioria dos republicanos eram maçons.

MOVIMENTO REPUBLICANO E A MAÇONARIA O movimento republicano no Paraná não foi tão estudado, se comparado com os grandes centros do país (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais), por isso é considerado pela historiografia tradicional12 como inexpressivo, mas ele existiu e teve seus idealistas que deixaram seu nome na história local e nacional. A maioria dos republicanos

eram

maçons.

Algumas

lojas

maçônicas

se

converteram

momentaneamente em clubes republicanos. A cidade de Paranaguá foi muito importante com relação ao movimento republicano no Paraná. Os maçons paranaguenses lideraram a propaganda republicana na Província do Paraná. A propaganda republicana era realizada através de palestras doutrinárias e Manoel Correia Defreitas era considerado um eloquente e grande orador, realizando palestras doutrinárias no Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Em 1881, os maçons de Paranaguá lideravam a propaganda republicana. Nesse ano publicaram a “Declaração Republicana Paranaguense”13 assinada por maçons e outros cidadãos. Em 1882 voltaram a publicar uma conclamação ao povo, o “Manifesto aos Paranaguenses”14, firmada por maçons e outras pessoas que aderiram ao movimento. Em 7 de julho de 1883, os maçons da Loja Perseverança, Fernando Simas, Guilherme José Leite e João Eugenio Machado de Lima, fundaram um jornal de nome

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WESTPHALEN, Cecília et all (1969). História do Paraná (4 volumes). Curitiba: Grafipar. Essa declaração solicitava que todas as localidades fundassem núcleos para a realização da propaganda republicana. Foi assinada pelos cidadãos: Fernando Simas, Mauricio Sinke, Guilherme José Leite, Camilo Antonio Filho, Manoel B. Carneiro, Bernardo Soares Gomes e Ricardo Antonio da Costa. 14 A luta tornava-se mais acirrada e surgiam novos seguidores da ideia republicana. Foi quando resolveram soltar as ruas o “Manifesto aos Paranaguenses”, assinado por: Fernando M. Simas, Mauricio Sinke, Guilherme J. Leite, Camilo Antonio Laines Filho, Bernardo Soares Gomes, Pedro Aloys Scherer, Manoel Lucas Evangelista, Manoel José Correia, Caetano José Lima, Cipriano Gonçalves Marques, Luiz José da Silva, Candido de Oliveira Salgado, Custódio R. Viana, Manoel Policarpo de Sales, Luiz Antonio Xavier, H. Hurlemann, Antonio Tavares de Miranda, Joaquim Belém de Oliveira, Manoel Correia Defreitas, Augusto Alípio da Costa e Silva e Manoel da Costa Lisboa. 13

“Livre Paraná” de fundo republicano e abolicionista. O jornal recebia a colaboração de maçons e traduzia artigos de jornais estrangeiros de países republicanos. Spoladore (2007:83) cita uma relação de abolicionistas paranaenses que eram maçons, entre eles aparecem os nomes dos irmãos carnais José e Manoel Correia de Freitas, ambos da Loja Perseverança de Paranaguá. Em 15 de março de 1886 foi fundado em Curitiba o jornal “A República”, primeiro jornal totalmente republicano, por Eduardo Mendes Gonçalves e Joaquim Antonio da Silva. Em 2 de dezembro de 1888, em plena sessão da Assembleia Provincial, o deputado liberal e maçom Vicente Machado da Silva Lima, faz a sua adesão pública ao republicanismo, fundando o Partido Republicano Paranaense, tornando-se a principal figura republicana no Paraná. Neste mesmo ano o maçom Manoel Correia Defreitas realizou conferências doutrinárias nas províncias de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Em 7 de abril de 1889 foi fundado em Paranaguá o jornal “Pátria Livre” pelo maçom Albino Silva, que combateu com firmeza os últimos meses da monarquia. O republicanismo iniciou suas atividades com muito idealismo, mas não era abertamente aceito pela população. Em 1897, surgiu em Curitiba o jornal maçônico O Pelicano, sob o comando do major Belisário Pernambuco, da Loja Fraternidade Paranaense que era totalmente composto de artigos contra o clero. Só foram publicados três números, pois seu redator mudou-se para o Rio de Janeiro. Depois o título do jornal mudou para O Jerusalém, porém não localizamos nenhum exemplar dessa publicação. Em análise a esses três números vemos que os artigos tratavam dos seguintes assuntos: - retomada histórica da luta da maçonaria contra a escravidão - o clero e a maçonaria - a maçonaria no Paraná - o casamento civil (prioridade ao casamento religioso) - a maçonaria no Brasil e no mundo - maçonaria, espiritismo e liberalismo

- a maçonaria e a moral

Jornal maçônico O Pelicano – capa do primeiro número de 1° de outubro de 1897.

A maçonaria gerava uma rede de apoio e de solidariedade, proporcionava uma sociabilidade baseada na racionalidade, configurava-se como um grupo herdeiro da Ilustração, que se protegia nas sombras do segredo para difundir ideais políticos de intensa luminosidade e destinados a toda a humanidade. A estratégia maçônica organizava-se em torno de procedimentos pedagógicos, com a divulgação de suas ideias pela palavra, seja escrita ou falada, por jornais, conferências, debates e escolas para alfabetização do povo. Os ideiais políticos da maçonaria podem ser explicitados pela identificação dos possíveis aliados e adversários, como se percebe no texto abaixo, discurso pronunciado em 1897 por Quintino Bocayuva, líder republicano e grão-mestre do GOB entre 191-1904: “É isto que nós maçons chamamos de ALTA POLÍTICA; tal qual delineada em nossa constituição. […] A nossa política, tão grande como a nossa instituição, é aquela que nos faz amar o CRISTIANISMO, e detestar o JESUITISMO; que nos impele a estudar e ouvir os SOCIALISTAS e rebater os ANARQUISTAS; que nos obriga a aceitar e manter a REPÚBLICA e repelir a MONARQUIA; que nos dá a diferença profunda entre JACOBISMO e PATRIOTISMO; pois este é um sentimento de amor, e é aquele um mau sentimento de ódio, contrário ao nosso lema de FRATENIDADE universal, dos homens e dos povos.” IN: BARATA (1999:116-117)

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BALHANA, Carlos Alberto de Freitas (1981). Ideias em confronto. Curitiba: Grafipar. BARATA, Alexandre Mansur (1999). Luzes e sombras: a ação da maçonaria brasileira (18701910). Campinas: Editora da UNICAMP.

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LOJAS MAÇÔNICAS NO PARANÁ – de 1837 até 1940 Nome da Loja Localidade Potência Data Fundação União Paranaguense Paranaguá GOB 038 21.03.1837 Fraternidade Paranaguense Paranaguá GOB 137 21.03.1837 Fraternidade Coritybana Curitiba GOB 075 01.04.1845 Conciliação Morretânea Morretes GOB 082 15.06.1847 *Perseverança Paranaguá GOB 159 05.05.1864 Estrela de Antonina Antonina DISS. 190 13.04.1869 **Modéstia Morretes GOB 264 22.06.1871 Filantropia Guarapuavana Guarapuava GOB 237 16.12.1872 27 de Dezembro Curitiba GOB 279 14.02.1874 Estrela do Paraná Ponta Grossa GOB 198 12.09.1874 Virtude de Campo Largo Campo Largo GOB 314 12.12.1874 Sancto Antonio da Lapa Lapa GOB 338 18.10.1875 Apóstolo da Caridade Curitiba GOB 344 05.11.1875 Fraternidade Castrense Castro DISS. 366 15.12.1876 Concórdia IV° Curitiba GOB 368 24.01.1877 ***Fraternidade Paranaense Curitiba GOB 555 01.04.1897 Estrela de Imbituva Imbituva GOB 564 14.07.1897 Amor e Caridade II° Ponta Grossa GOB 582 10.10.1897 Piedade Campo Larguense Campo Largo GOB 613 01.08.1898 Conceição Palmeirense Palmeira GOB 633 07.11.1898 Fé e Trabalho Rio Negro GOB 635 09.11.1898 Cardoso Júnior Curitiba GOB 661 01.12.1898 Moria Palmeira GOB 633 01.12.1898 Estrela do Deserto Joaquim Távora DISS. 650 03.04.1899 União III° - Luz e Trabalho União da Vitória GOB 664 16.03.1899 Luz e Caridade II° São Mateus do Sul GOB 662 01.07.1899 Socorro São José dos Pinhais GOB 663 01.07.1899 Caridade Palmarense Palmas GOB 690 01.08.1899 Acácia Paranaense Curitiba GOB 715 02.07.1900 Luz Invisível N° 33 Curitiba GRL. 28.03.1954 Clemência e Perserverança Ipiranga GOB 752 01.06.1901 Filhas da Acácia (Loja de Adoção feminina) Curitiba GOB 767 14.08.1901 Amor à Virtude Esp.Sto.Itararé GOB 770 21.12.1901 1° Congresso Maçônico do Paraná realizado em Curitiba em Abril de 1902 Guilherme Dias Campina Grande do Sul GO.PR ??.??.1902 Hiram Paranaguá GO.PR ??.??.1902 Unione e Fratellanza Curitiba GOB 779 05.04.1902 Giuseppe Garibaldi Curitiba GOB 960 ??.05.1902 Electra Curitiba GO.PR 05.06.1902 José de Carvalho Jaguaraíva GOB 791 02.08.1902 Grande Oriente do Paraná Independente Curitiba GO.PR 04.09.1902 Cyro Velloso Prudentópolis GOB 912 22.09.1912 Barão do Rio Branco São José Pinhais GOB 915 20.04.1913 Aristides Lobo Jacarezinho GOB 921 23.11.1913 2° Congresso Maçônico do Paraná realizado em Paranaguá de 13 a 16 de maio de 1914 Duke of Connaught Curitiba ???? ??.08.1915 Goethe Curitiba ???? ??.??.1917 Arautos do Bem Marumbi GOB 946 03.06.1918 União e Progresso II° Irati GOB 979 16.04.1922 Grande Oriente do Paraná Curitiba GOB ??? 19.10.1927 Nilo Peçanha II° Marechal Mallet GOB 1051 21.06.1928 Jacques de Molay Cambará DISS. 1117 26.04.1929 Saldanha Marinho II° Sto. Antonio da Platina DISS. 1055 09.05.1929 Verdade e Caridade Teixeira Soares GOB 1061 02.12.1929 Emílio Gomes Ribeirão Claro GOB 1092 04.08.1931 Dario Velloso Curitiba GOB 1213 09.04.1939 Fonte: CH’AN, Isa (1978). Achegas para a História da Maçonaria Paranaense.

O OLHO DA RUA, edição 09, pg.46, 14.10.1911

Ao centro, sentada em um trono, vemos uma figura feminina que representa a Maçonaria. A sua direita ela distribui moedas aos pobres simbolizando a caridade. A sua esquerda ela distribui livros às crianças simbolizando a instrução. Ao alto, no centro, a figura do pelicano com seus filhotes. A figura do pelicano simboliza o sacrifício pois esse pássaro alimenta os filhotes com o próprio sangue se for necessário. Estampado vemos as figuras dos organizadores do 2° Congresso Maçônico que foi realizado em Paranaguá entre 13 a 16 de maio de 1914 – Saldanha Marinho, Lauro Sodré, Niepce da Silva e Dario Veloso

LOJA PERSEVERANÇA

Fachada do prédio da Loja Perseverança Nº 0.159 - Paranaguá-PR, na rua XV de Novembro, o qual foi devorado pelas chamas no dia 20 de janeiro de 1922 FONTE: Site Museu Maçônico Paranaense (acesso em 02 de abril de 2014)

LOJA PERSEVERANÇA

Sede atual da Loja Perseverança – Paranaguá FONTE: Site Museu Maçônico Paranaense (acesso em 02 de abril de 2014)

2° Congresso Maçônico do Paraná (13 a 16 de maio de 1914) 50 anos da Loja Perseverança/Paranaguá

". . . o irmão Raul Macagi, pintou e decorou a Loja e toda a oficina e suas dependências para o congresso." FONTE: Site Museu Maçônico Paranaense (acesso em 02 de abril de 2014)

1- Lauro Sodré, Senador e Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil 2- Otacílio Câmara. 3- José Niepce da Silva (organizou e presidiu o 1º Congresso Maçônico no Paraná, realizado em Curitiba, em 1911. Foi Delegado do Grande Oriente do Brasil no Paraná de 1909 a 1912, e de 1917 a 1918). 4- Hugo Gutierrez Simas, 1º Grão Mestre da Grande Loja do Paraná, em 1941. 5- Ernesto Laynes. 6- Luciano Ignácio da Rocha Junior (mais conhecido como Sanito Rocha). 7- José da Costa Faria. 8- Alfredo Silveira. 9- Joaquim J. de Andrade. 10- J. de Amorim. 11- Líbero Badaró Nogueira Braga (organizador do 2º Congresso Maçônico no Paraná. Foi Delegado do Grande Oriente Brasil no Paraná de 1912 a 1915. 12- João Cândido da Silva Muricy (filho do Dr. Muricy, médico que praticamente fundou a Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, irmão carnal de José Cândido da Silva Muricy, fundador das Lojas Fraternidade Paranaense nº 0.555, Loja Dario Vellozo nº 1.213 e que foi Grão Mestre Adjunto do Grande Oriente do Paraná, que existiu de 1928 até 1932, tendo sido ainda Delegado do G.O.B. no Paraná, de 1932 a 1933). 13- José Gonçalves Lobo, V.M. da Loja Perseverança nº 0 .159 de Paranaguá, de 1911 a 1914, e de 1917 a 1920. 14- Francisco Accioly Rodrigues da Costa (advogado). 15- Mario de Almeida Goulart (funcionário público em Paranaguá ). 16- Julio David Pernetta (irmão carnal do Dr. Emiliano David Pernetta). 17- Manoel Joaquim de Abreu (leiloeiro oficial). FONTE: Site Museu Maçônico Paranaense (acesso em 02 de abril de 2014)

LOJA FRATERNIDADE PARANAENSE

LOJA FRATERNIDADE PARANAENSE

Museu Paranaense em 1876, na Praça Zacharias em Curitiba Novo Templo da Loja Fraternidade Paranaense Gravura - Biblioteca Pública do Paraná – Divisão Paranaense Inaugurado em 11 de março de 1919 na Praça Zacarias Primeira sede da Loja Fraternidade Paranaense Foto do início da década de 1930 FONTE: Site do Museu Maçônico Paranaense (acesso em 02 de abril de 2014)

LOJA FRATERNIDADE PARANAENSE

LOJA FRATERNIDADE PARANAENSE

Sala frontal que antecedia o Templo. Vista interna do Templo na Praça Zacharias – Curitiba Foto: novembro de 1948 Foto: novembro de 1948 FONTE: Site do Museu Maçônico Paranaense (acesso em 02 de abril de 2014)

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