Península Ibérica: Antiguidade, Medievo e suas projeções no século XVI

Share Embed


Descrição do Produto

UNIFAL-MG Universidade Federal de Alfenas

I Congresso Nacional – Península Ibérica: Antiguidade, Medievo e suas projeções no século XVI Programação e Caderno de Resumos 22 a 26 de outubro de 2012

Grupo de Pesquisa: Península Ibérica: da Antiguidade Tardia à Reconquista

Comissão Organizadora Prof. Dr. Adailson José Rui (UNIFAL-MG) Prof. Dr. Claudio Umpierre Carlan (UNIFAL-MG) Profª Ms. Kátia Aparecida da Silva Oliveira (UNIFAL-MG) Prof. Dr. Paulo Romualdo Hernandes (UNIFAL-MG) Prof. Ms. Wellington Ferreira Lima (UNIFAL-MG)

Comissão Científica Profª Drª Adriana Vidotte (UFG) Prof. Drª Margarida Maria de Carvalho (UNESP/FRANCA) Prof.Dr. Pedro Paulo Abreu Funari (UNICAMP)

Monitores André Luis Menari Crosley Rodrigues Gomes Débora Cordeiro Ederson José de Vasconcelos Estela de Melo Faria Jordano Viçose Julio César do Carmo de Sá Lalaine Rabelo Ronison Penha de Paula Willian Aparecido da Silva

PROGRAMAÇÃO GERAL 22/10/2012 – Segunda Feira Local: PCA – Auditório Dr. João Leão de Faria 13:00 às 14:50 - Credenciamento 19:00 - Cerimônia de Abertura Profª Drª Neiva Ferreira Pinto (UFJF) Sócia Fundadora da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos - SBEC Prof. Dr. Marcus Cruz (UFMT)- Presidente da Associação Brasileira dos Estudos Medievais - ABREM 19:30 às 20:50 – Conferência Prof. Dr. Marcelo Candido da Silva (LEME/USP) A “revanche” da história política nos estudos medievais contemporâneos 21:00 às 22:30 – Conferência Prof. Dr. Pedro Paulo Abreu Funari (UNICAMP) Aspectos econômicos, sociais e culturais das exportações ibéricas no Império Romano.

23/10/2012 - Terça Feira Local: Prédio “O” 08:00 às 10:00 - Minicursos 10:00 às 12:00 - Minicursos 14:00 às 17:00 - Comunicações Local: PCA – Auditório Dr. João Leão de Faria 19:00 às 20:10 - Conferência

Prof. Dr. Marcus Cruz (VIVARIUM/UFMT) Paulo Orósio e a escrita da História na Península Ibérica

20:20 às 21:20 - Conferência Profª. Drª. Adriana Vidotte (LEME/PIAM/UFG) Religião e política na arte funerária castelhana do século XV: o sepulcro de Juan II de Castela e Isabel de Portugal.

21:30 às 22:30 - Conferência Prof. Dr. André Miatello (LEME/UFMG) Quando o pregador ensina a governar: a literatura política dos frades mendicantes nos reinos ibéricos (séc. XIII). 24/10/2012 – Quarta feira Local: Prédio “O” 08:00 às 10:00 Minicursos 10:00 às 12:00 Minicursos 13:30 às 15:00 Comunicações Local: PCA – Auditório Dr. João Leão de Faria 15:30 às 17:30 - Mesa Redonda Portugal na Idade Média Prof. Dr. Flávio Ferreira Paes Filho (UFMT) A organização politico-jurídico-administrativa do reinado de D. Dinis Profª. Denise da Silva Menezes do Nascimento (GEMPO/UFJF) As cartas de perdão de D. João II

Mediador: Prof. Dr. Adailson José Rui

19:00 às 20:30 - Conferência Dr. Paulo Cesar de Oliveira (UNIFAL-MG). Aristóteles e os Pensadores Árabes: a Filosofia na Península Ibérica

20:50 às 22:30 - Mesa redonda América do século XVI: a continuidade dos ideais medievais ibéricos Dr. Marcos Roberto de Faria (UNIFAL-MG) Assim no céu como na terra: sobre os ideais ibéricos na América Portuguesa do século XVI Dr. Paulo Romualdo Hernandes (UNIFAL-MG) Escola de ler e escrever e Colégios Jesuítas no Brasil do século XVI Mediador: Prof. Ms. Romeu Adriano da Silva 25/10/2012 – Quinta feira Local: Prédio “O” 08:00 às 10:00 - Minicursos 10:00 às 12:00 - Minicursos 13:30 às 15:00 - Comunicações Local: PCA – Auditório Dr. João Leão de Faria 15:30 às 17:30 - Mesa Redonda Formação Histórica das Línguas da Península Ibérica. Dr. Edson Ferreira Martins (UFV)

A diversidade linguística da península ibérica medieval: expansões no domínio lexical Drª Fernanda Cunha Souza (UFG) Dialetação do latim na península ibérica medieval Mediador: Prof. Ms.Wellington Ferreira Lima

19:00 às 20:30 - Conferência Dr. Fábio Duarte Joly (LEIR/UFOP) A dinâmica da manumissão na Roma antiga e no Brasil: apontamentos para uma abordagem comparada.

20:50 às 22:30 - Conferência Dr. Antônio Martinez (UFMG). Quintiliano de Cícero Eloquente

26/10/2012 Sexta Feira Local: Prédio “O” 13:30 às 15:00 - Comunicações Local: PCA – Auditório Dr. João Leão de Faria 15:30 às 17:30 - Mesa Redonda Da Idade Média à Renascença na Espanha: a literatura entre os heróis e a burguesia Profª. Drª. Joyce Rodrigues Ferraz Infante (UFSCAR). “A Construção do Herói” Prof. Dr. Mário Miguel González (USP)

“O Banimento da Burguesia” Mediadora: Profª Ms. Kátia Aparecida da Silva Oliveira (UNIFAL-MG) Local: Prédio R – Sala R 105 19:00 às 20:30 - Conferência de encerramento Profª Drª. Margarida Maria de Carvalho (LEIR/UNESP/Franca). Negociações entre Romanos e Bárbaros em relação ao Recrutamento Militar (século IV d.C.)

21: 00- Atividade cultural Cerimônia de encerramento

MINICURSOS: 08:00 às 10:00 Minicursos História e Arte: Califado de Córdoba Dr. Adailson José Rui (UNIFAL-MG) Ms. Ronaldo Auad Moreira (UNIFAL- MG)

As novelas de Cavalaria na Península Ibérica Profª Ms. Katia Aparecida da Silva Oliveira (UNIFAL-MG)

10:00 às 12:00 Minicursos Quando Jesus se tornou “Deus”. Ressignificação dos cristianismos na Antiguidade Tardia (Séculos IV e V d.c)

Profª Helena Amália Papa (Doutoranda em História – UNESP/Franca – Bolsista FAPESP Prof. Daniel de Figueiredo (mestrando em História UNESP/Franca)

Igreja e Monarquia na Península Ibérica Profª Drª Denise da Silva Menezes do Nascimento (Gempo/UFJF)

Uma aproximação à poesia Lírica espanhola no séc. XVI Prof. Ms. Ítalo Oscar Riccardi Leon DL/ICHL – (UNIFAL-MG) Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UFMG Bolsista PMCD – FAPEMIG

A escrita da História na antiguidade Tardia. Prof. Dr. Marcus da Silva Cruz (VIVARIUM/UFMT)

PROGRAMAÇÃO COMUNICAÇÕES COORDENADAS

23 de outubro Local: Prédio O - 311 Horário: 13:30 às 15:00 Comunicação coordenada 01 Coordenador/a: Prof. Dr. Adailson José Rui

Jordano

Viçose Rivalidades e interesses na busca pelo poder: o

UNIFAL-MG Cláudia de

Trindade Oliveira

UNESP/Assis Ronison Penha de Paula

UNIFAL-

MG Pedro

Henrique

Corrêa Guimarães UFG

roubo das relíquias da Sé de Braga Galiza Cristã: um cenário religioso mergulhado em contradições

A imagem de Carlos Magno na Crônica Pseudo Turpin

Identidade e temporalidade nas confissões de Santo Agostinho

Comunicação coordenada 02 Coordenador: Profª Drª Adriana Vidotte Local: Prédio O - S. 311 Horário: 15:30 às 17:00 Priscila Martins

Uma aproximação ao herói épico medieval na

UNIFAL-MG

Versão cinematográfica El Cid de Antony Mann

Jémerson Quirino A Idade Média nos Livros Escolares: a permanência de de Almeida UEMS

um preconceito

Marcella F. G. M. Linguagens Políticas e Representações do poder no de Miranda USP

discurso das cortes castelhanas (1592 – 1598)

24 de outubro Local: Prédio O Horário: 13:30 às 15:00 Comunicação coordenada 03 Coordenador: Prof. Dr Claudio Umpierre Carlan Ederson

José

de

Vasconcelos (UNIFAL-MG) Mara Lucia Cabral Marcelino

Muniz

atuação dos guerreiros no decorrer da Reconquista

Contribuições da História Medieval Ibérica na formação de professores para o ensino básico

UNIFAL-MG

Mickaela

Uma demonstração de poder por meio da fé: a

Schwab UNIFAL-

MG

Forte de Rathnadrinna: Escavações Arqueológicas revelando uma cashel da Realeza na era Medieval

25 de outubro Local: Prédio O – Horário: 13:30 às 15:00 Comunicação coordenada 04 Coordenador: Prof. Dr. Paulo Romualdo Hernandes Maicon

da

Camargo UFG

Silva

Registros da Alma – Sentir, Escrever e Ler na Epistolografia de D. Francisco Manuel de Melo (1608 -1666)

Muriel de Oliveira Morgante

dos índios no século XVI

UNIFAL-MG Paulo

Categorias medievais na definição da humanidade

Romualdo O teatro de José de Anchieta e a educação dos

Hernandes

meninos portugueses e dos filhos dos índios

Comunicação coordenada 05 Coordenador: Prof. Dr. Marcus da Silva Cruz Helena

Amália

Papa

sobre

o

Concílio

de

Constantinopla de 381 D.C.: A Constitutio XVI, 1,3 (381) do Código Teodosiano e as cartas 1 e 2

UNESP/Franca Daniel

Documentação

de Gregório de Nissa de Estilos Epistolares na Antiguidade Tardia: uma

Figueiredo

análise do catálogo de cartas de Cirilo de

UNESP/Franca

Alexandria (séc. V. d.C.).

Lalaine

Rabêlo O Mundo romano no período valentiniano: o uso

UNIFAL-MG Eliton Almeida da Silva UNESP/Franca

da numismática para o estudo deste período A historiografia sobre a imagem do Imperador Constantino e sua relação com os escritos de Eusébio de Cesarea.

26 de outubro Local: Prédio O Horário: 13:30 às 15:00

Comunicação coordenada 06 Coordenador/a: Profª. Drª Margarida Maria de Carvalho Crosley Rodrigues Gomes

UNIFAL-

MG André Luís Menari Pereira

UNIFAL-

MG Estela

de

Carmo

César

do

de



UNIFAL-MG

mediterrâneo ocidental

Ampúrias: a relação entre o mito e as colônias gregas na Península Ibérica

Melo Como Alexandre, o grande é representado através

Faria UNIFAL-MG Júlio

A influência da cultura grega nos povos do

dos tempos As civilizações

antigas

e

o mediterrâneo:

consequências no final da antiguidade tardia

MINICURSO – RESUMOS

A ESCRITA DA HISTÓRIA NA ANTIGUIDADE TARDIA Prof. Dr. Marcus da Silva Cruz (VIVARIUM/UFMT)

A Antiguidade Tardia é período fortemente marcado pela dialética entre a continuidade e a ruptura, em que profundas e aceleradas transformações no âmbito do mediterrâneo convivem com a permanência de hábitos, costumes e formas de organização social. A escrita da história durante este momento teve que se adaptar a realidade surgida após as dramáticas mudanças ocorridas no mundo romano a partir do III século. O objetivo deste

minicurso é discutir a produção do conhecimento histórico ao longo da Antiguidade Tardia apontando seus aspectos inovadores e a continuidade em relação a historiografia clássica.

IGREJA E MONARQUIA NA PENÍNSULA IBÉRICA Profª Drª Denise da Silva Menezes do Nascimento (GEMPO/UFJF)

A proposta do minicurso é refletirmos sobre as relações entre as autoridades eclesiásticas e o poder régio, enfatizando a interação entre os campos político e religioso na legitimação de um modelo de governante e no ordenamento social. Para tanto nos debruçaremos sobre a importância da aliança entre Igreja e a monarquia visigoda no estabelecimento de uma unidade política e religiosa. Por outro lado, focaremos nossa atenção na segunda metade do século XV a fim de apreendermos a complexa teia de conflitos e alianças entre as duas instituições e os mecanismos utilizados na regulação da conduta dos súditos. “QUANDO JESUS SE TORNOU DEUS”: RESSIGNIFICAÇÃO DOS CRISTIANISMOS NA ANTIGUIDADE TARDIA (SÉCULOS IV E V D.C.) Profª Ms.Helena Amália Papa. Doutoranda em História UNESP/Franca - Bolsista FAPESP. Prof. Daniel de Figueiredo. Mestrando em História - UNESP/Franca.

A afirmação do discurso cristão durante a Antiguidade Tardia, com a pretensão de ortodoxia, tratou-se de um processo lento, conflituoso e marcado por particularidades provinciais e citadinas no Império Romano. A partir desse cenário, os conflitos poderiam estar relacionados às disputas para definir a “verdadeira doutrina” que conduzisse a humanidade à salvação; aos embates por prestígio e poder dentro da própria hierarquia eclesiástica; bem como, ao interesse do poder imperial romano, monitorar a situação doutrinal do ponto de vista da ordem pública e da legitimação imperial. No transcorrer do século IV d.C., podemos localizar tais conflitos entre as diferentes formas de cristianismos que buscavam se credenciar como ideologia que desse sustentação a esse poder imperial. Uma dessas contendas ficou conhecida como Controvérsia Ariana e esteve relacionada à fixação da divindade de Jesus e à definição do dogma trinitário. Entretanto, verifica-se que mesmo após a oficialização da fórmula teológica preconizada pelo Concílio de Nicéia, em 325, como ortodoxa, pelo imperador Teodósio I, em 380, esses conflitos se deslocaram para o interior da própria ortodoxia então estabelecida pela lei imperial. Podemos observar esse deslocamento através das controvérsias que, sobretudo a partir das primeiras décadas do século V d.C., passaram a discutir não a divindade de Cristo – dogma de fé já consagrado nesse momento, mas a relação que se estabeleceu entre as suas naturezas divina e humana como, por exemplo, a Controvérsia Nestoriana. Tais considerações nos levam a propor que não apenas as diferenças teológicas compunham os ingredientes desses conflitos, mas que eles se trataram de querelas originárias da confluência de fatores religiosos, relacionados à definição da natureza da

divindade, de fatores políticos, em vista da importância dessas definições para legitimidade e unidade do poder imperial, e por fatores administrativos, uma vez que a hierarquia eclesiástica buscou espelhar a sua organização na estrutura administrativa do Império Romano. O que pretendemos demonstrar no presente curso é que todos esses fatores devem ser analisados em conjunto no estudo das querelas teológicas que ocorreram na Antiguidade Tardia, sob a pena de incorrermos em uma produção artificial de significados, restringindo-as apenas a uma abordagem teológica da problemática. Nossa proposta pretende ir além daquela apresentada por Richard Rubenstein, cuja obra “Quando Jesus se tornou Deus” inspirou o título deste curso.

UMA APROXIMAÇÃO À POESIA LÍRICA ESPANHOLA NO SÉCULO XVI Prof. Ms. Ítalo Oscar Riccardi León – DL/ICHL - UNIFAL-MG Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UFMG. Bolsista PMCD – FAPEMIG

Com o advento da Renascença, inicia-se por toda a Europa uma ampliação do horizonte humano provocando mudanças significativas nas relações políticas, sociais, culturais e espirituais que vão modificar a maneira do homem de perceber o mundo. Na Espanha, o século XVI será considerado o século da Renascença. No caso da literatura, ela modifica suas formas sob o arranjo de novas orientações com características mais íntimas, subjetivas e fortes traços de inovação e também de acentuada influência

italiana que invade as artes plásticas. Na poesia lírica espanhola há um predomínio de correntes poéticas paralelas que convergem em duas linhas durante a primeira metade do século: uma, de aspecto mais tradicionalista, que perpetua os temas e formas procedentes ainda da tradição medieval, e outra, italianizante, considerada mais inovadora de inspiração petrasquista, representada pela figura do poeta Garcilaso de la Vega. Já durante a segunda metade do século XVI, é possível discriminar duas escolas na poesia lírica espanhola: a Escola Salmantina, representada por Fray Luis de León, e a Escola Sevilhana, representada por Fernando de Herrera. Também ao longo do século houve autores religiosos que se destacaram como poetas e expressaram as principais vivências religiosas da época, originando a Ascética, representada por San Juan de Ávila e Fray Luis de León, e a Mística, representada por San Juan de La Cruz e Santa Teresa de Jesus. A proposta do minicurso tem como finalidade principal incursionar pelo fascinante universo poético da poesia lírica espanhola do XVI e analisar -com audições selecionadas- alguns textos poéticos representativos dos autores mencionados deste período.

AS NOVELAS DE CAVALARIA NA PENÍNSULA IBÉRICA Profª Ms. Kátia Aparecida da Silva Oliveira (UNIFAL-MG) Pretende-se, neste minicurso, apresentar duas importantes novelas de cavalaria produzidas na Península Ibérica – “A Demanda do Santo Graal” e “Amadís de Gaula” – tratando não somente dos aspectos puramente literários que estão envolvidos na leitura de tais obras, mas também

considerando a sua importância e influência em aspectos culturais e sociais do período em que surgiram.

CALIFADO DE CORDOBA: HISTÓRIA E ARTE Prof. Dr. Adailson José Rui (UNIFAL-MG) Prof. Ms Ronaldo Auad Moreira (UNIFAL-MG)

Inserido no processo de expansão islâmica, apresentaremos a ocupação da Península Ibérica pelo Islã e a sequente formação do califado de Córdoba. Neste âmbito, serão abordados os aspectos políticos, sociais e artísticos. Quanto a este último, a ênfase recairá sobre a arte islâmica presente no califado.

CONFERÊNCIAS 1 - A “REVANCHE” DA HISTÓRIA POLÍTICA NOS ESTUDOS MEDIEVAIS CONTEMPORÂNEOS.

Prof. Dr. Marcelo Candido da Silva (LEME/USP)

Em artigo publicado no início dos anos 1970, J. Le Goff questionava se a História Política era ainda a espinha dorsal da História. A resposta dada era globalmente negativa. Segundo Le Goff, para que a História Política recuperasse seu prestígio seria necessário ampliar suas fontes e abrir seu

campo de estudos para outras disciplinas, tais como a antropologia e a arqueologia. O objetivo desta apresentação é discutir as dificuldades colocadas pela ampliação e pela diversificação das fontes para o estudo do fenômeno do Poder na Idade Média, bem como as especificidades da História Política em relação à Antropologia Histórica na delimitação e no tratamento do fenômeno do Poder.

2 - ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS DAS EXPORTAÇÕES IBÉRICAS NO IMPÉRIO ROMANO Prof. Dr. Pedro Paulo A. Funari - Unicamp

O artigo inicia-se com a apresentação da Península Ibérica na Antiguidade. A abordagem adotada parte de uma epistemologia pós-moderna, que enfatiza os aspectos simbólicos e de representação das relações sociais e de uma

perspectiva

arqueológicas no

histórica horizonte

que do

inclui estudo

as

fontes

materiais

do

passado. No

ou

contexto

mediterrâneo antigo, durante a primeira metade do primeiro milênio a.C., a Península estava na periferia, com seus habitantes iberos, celtas e indígenas com contato apenas superficial com cartagineses e gregos, ainda que já bem presentes no imaginário desses povos, como atestam narrativas mitológicas como a de Odisseu e de Gerião. Com a colonização púnica e grega, a Península passa a fazer parte do âmbito Mediterrâneo de forma mais intensa, até a entrada dos romanos, no final do século III a.C., quando essa integração se acelera. Em dois séculos, toda a Península foi incorporada ao âmbito romano. A produção agrícola da península era

complementada pela imensa exploração das minas e a produção de metais e pela indústria pesqueira e de produção de condimentos à base de peixe. Essas informações provém de autores antigos, como Estrabão, mas, de maneira crescente, das pesquisas arqueológicas, que têm produzido evidência na forma de fazendas, olarias e feitorias escavadas, mas também pelo estudo de material cerâmico referente às ânforas que exportavam vinho, condimentos e azeite. Essa produção agrícola industrializada era exportada para todo o Império Romano, seja como tributos, seja vendida a preço de mercado. A partir de Augusto, ao menos, havia uma central de distribuição de produtos alimentícios, annona, que, de alguma forma, coordenava a produção, transporte e distribuição, com forte participação da iniciativa privada tanto na produção, como transporte e distribuição. Os produtos ibéricos, em particular suas iguarias (condimentos, vinhos e azeites), eram consumidos em todo o Mediterrâneo e mesmo fora dele, na Germânia, Gália e Bretanha. Nesses casos mais setentrionais, o consumo de produtos mediterrâneos como esses (condimentos, vinho e azeite) era tanto uma prática econômica, como cultural, pois as populações locais participavam de um movimento de globalização, à moda antiga, que permitia a inserção das elites locais nas práticas mediterrâneas. O consumo de azeite na Bretanha romana ilustra bem esse processo. O consumo de azeite foi introduzido ali com as tropas romanas, que tinham no azeite espanhol um produto da ração militar. Contudo, os próprios soldados eram de etnias não mediterrâneas, como os batavos, e o azeite era antes uma prática cultural ligada ao serviço do império romano, do que um costume ancestral dessas pessoas. O azeite espanhol levado para os soldados acabou

gerando uma rede privada de abastecimento que introduziu e difundiu o produto nos centros urbanos da província, também em um movimento de identificação dessas pessoas com o poder romano, por oposição àquelas do campo, que se mantinham à parte e que consumiam antes a manteiga do que o azeite. Também os vinhos e condimentos ibéricos, bem atestados também pela Arqueologia, mostram que esses produtos ibéricos eram consumidos como parte de uma aliança das elites locais com o poder romano, do qual também dependiam. Esse processo, bem atestado nos primeiros séculos da nossa era, entra em declínio na Antiguidade Tardia, para deixar de existir, de forma abrupta, com o abandono romano de ambas regiões: Bretanha e Espanha, no início do século V d.C. Na modernidade, o consumo de produtos mediterrâneos em terras setentrionais passou despercebido por muito tempo, por diversos motivos, dentre os quais a incompreensão das motivações de celtas e germanos no consumo de produtos exógenos. Nas últimas décadas, contudo, com os avanços da pesquisa arqueológicas e das perspectivas pós-modernas, tem sido possível entender o consumo de produtos ibéricos em tais contextos como parte de práticas culturais e identitárias das elites antigas.

3- PAULO ORÓSIO E A ESCRITA DA HISTÓRIA NA PENÍNSULA IBÉRICA Prof. Dr. Marcus Cruz (VIVARIUM/UFMT)

A Antiguidade Tardia é um período histórico marcado por profundas transformações em toda a extensão da bacia do Mar Mediterrâneo.

Especialmente para esse espaço geográfico denominado de Península Ibérica. É o momento em que a sociedade e o estado romano vivenciam um processo de reestruturação em que a difusão da religião cristã e de sua Igreja e a penetração cada vez mais intensa dos povos germânicos no território imperial são os fenômenos mais intensos e visíveis. A escrita da história não se encontra alheia a essas mudanças, pelo contrário verificar grandes alterações no que concerne ao conhecimento histórico produzido neste momento, podemos, mesmo afirmar que estamos diante de um novo regime de historicidade. Um dos aspectos fundamentais desta nova forma de escrita da história será a elaboração da primeira filosofia da história ocidental, ou seja o providencialismo. Neste trabalho temos como objetivo discutir o providencialismo nas Historias de Paulo Orósio.

4

-

RELIGIÃO

E

POLÍTICA

NA

ARTE

FUNERÁRIA

CASTELHANA DO SÉCULO XV: O SEPULCRO DE JUAN II DE CASTELA E ISABEL DE PORTUGAL Profª Drª Adriana Vidotte (UFG)

No final do século XV, Isabel de Castela encomendou ao escultor Gil de Siloé a construção do sepulcro de seus pais, Juan II de Castela e Isabel de Portugal. A Rainha Católica pretendia evidenciar a superioridade régia diante da nobreza, além de exaltar a linha sucessória da qual descendia, destacando o seu direito ao trono castelhano. Atendendo ao pedido da Rainha, Gil de Siloé elaborou, para os restos mortais de Juan II e Isabel de Portugal, uma das mais importantes obras da época, a famosa sepultura em

forma de estrela, construída em Burgos, na Cartuja de Miraflores. Na presente comunicação apresentaremos uma análise da referida sepultura, enfocando tanto seus elementos artísticos e simbólicos como o contexto político de sua construção.

5 - QUANDO O PREGADOR ENSINA A GOVERNAR: A LITERATURA POLÍTICA DOS FRADES MENDICANTES NOS REINOS IBÉRICOS (SÉC. XIII) André Miatello (UFMG)

Estudos recentes vêm mostrando cada vez mais como as Ordens religiosas mendicantes, surgidas no século XIII, puseram a serviço das nascentes monarquias nacionais a extrema pujança intelectual e ideológica que as caracterizou: fala-se em “academia política” de frades mendicantes, no caso do reino da França (J. Le Goff) e em “elite itinerante” de homens evangélicos (viri evangelici), no caso do reino de Catalunha-Aragão (P. Evangelisti); o mesmo pode ser dito da atuação desses frades nos reinos de Leão e Castela onde tiveram igual atribuição e demonstraram grande impacto social; vê-se também que os frades mendicantes (dominicanos e franciscanos) formularam uma autêntica ciência política (scientia civilis) que visava, de um lado, a correção do governo (o rei e a corte) e, por outro, a projeção de uma sociabilidade ideal que devia atingir a todos os cidadãos (cives), entendidos como súditos (subditi) dos reis cristãos. A passagem da teoria à prática foi facilitada devido ao fato de os frades serem pregadores itinerantes bastante ouvidos, da corte às vilas do interior. Nossa proposta é

fazer um balanço historiográfico dos trabalhos relativos aos projetos políticos e ideológicos redigidos pelos mendicantes para os reinos ibéricos, no século XIII: queremos discutir a apropriação de certos referenciais teóricos, sobretudo sociológicos, para explicar a especificidade da política mendicante e a consequente permeabilidade dos reinos cristãos ibéricos a esta política.

6 - ARISTÓTELES E OS PENSADORES ÁRABES: A FILOSOFIA NA PENÍNSULA IBÉRICA. Prof. Dr. Paulo César de Oliveira (UNIFAL)

A filosofia grega encontra, na Europa, a tradição religiosa monoteísta. Desse encontro, nascem as grandes temáticas que caracterizam o pensamento medieval, sobretudo, a relação fé e razão. As três grandes religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) tiveram diante de si o mesmo dilema: como conciliar ou, até mesmo, superar os desafios apresentados pela filosofia. Nessa perspectiva, algumas iniciativas foram tomadas. O cristianismo, por exemplo, chegou a proibir o acesso a obras de Aristóteles, considerado materialista. O pensamento rígido do Corão e dos tradicionalistas chocou muitas vezes com a cosmovisão platônica e aristotélica, sobretudo nas concepções da criação e da ação divina sobre o mundo.

Os árabes tiveram contacto com a filosofia grega através dos

territórios conquistados onde predominava a cultura helênica e assim conheceram obras gregas no campo da medicina, matemática e filosofia. Através das traduções, feitas pelos judeus da Espanha, dos comentadores

de Aristóteles, os europeus puderam conhecer a maior parte do corpus aristotelicum, que era desconhecido até então. O que mais se conhecia de Aristóteles era somente a lógica, depois, através dos comentadores árabes, juntou-se a metafísica, a física, a ética e a psicologia. Foi através dos filósofos árabes que alguns pensadores, como Alberto Magno e São Tomás de Aquino, começaram a ler Aristóteles e a perceber que não havia contradição entre a filosofia deste e os grandes dogmas da fé cristã. Mesmo constando que não havia oposição entre fé e razão, foi constante a tese de que esta deveria estar submissa aquela codificada na célebre afirmação “Philosophia ancilla Theologiae”.

7 - A DINÂMICA DA MANUMISSÃO NA ROMA ANTIGA E NO BRASIL:

APONTAMENTOS

PARA

UMA

ABORDAGEM

COMPARADA. Prof. Dr. Fábio Duarte Joly (UFOP)

É inegável a centralidade do Sul dos Estados Unidos, como parâmetro de comparação, para se analisar o desenvolvimento do escravismo na Antiguidade greco-romana e mesmo no mundo moderno. Embora a aproximação entre a escravidão romana e a escravidão na América espanhola e portuguesa tenha sido aventada por Frank Tannembaum na década de 1940, tal perspectiva não rendeu frutos para além de paralelos superficiais entre Roma e Brasil no tocante a seus prováveis índices de alforria frente a Atenas clássica, a América anglo-saxônica e o Caribe. O debate encontra-se, portanto, ainda centrado na oposição entre sociedades

abertas e fechadas à incorporação da população servil pela manumissão. Todavia, restringir o método comparativo a essa contraposição não permite apreender a manumissão como um processo dinâmico de integração social e política dos libertos, que se prolonga mesmo após o ato formal da alforria. Não se analisam as consequências da manumissão para o alforriado e seus descendentes, tanto no que tange aos obstáculos à sua absorção, como no que diz respeito às possibilidades de mobilidade social que lhes são franqueadas. Em última instância, a manumissão deixa de ser compreendida como elemento estruturante na reprodução política e econômica de uma sociedade escravista. Tratarei, nesta palestra, em suas linhas gerais, da dinâmica entre o tráfico de escravos, alforrias e a atribuição de cidadania aos ex-escravos. As sociedades escravistas de Roma e do Brasil enquadrar-se-iam em semelhantes dinâmicas, porém situadas em contextos materiais e político-ideológicos distintos. Enquanto a escravidão brasileira inseriu-se num sistema de economia-mundo em que tráfico escravo e ideários antiescravistas coexistiam, a escravidão romana marcou presença num espaço mediterrânico onde tráfico escravo e outras formas de trabalho compulsório desenvolveram-se sem qualquer crítica ao escravismo como instituição.

8 - QUINTILIANO DE CÍCERO ELOQUENTE Prof. Dr. Antonio Martinez Rezende (UFMG)

Quintiliano, em sua Educação Oratória se propõe delinear o perfil do orador ideal, tendo como imagem a figura de Cícero. A essa proposição

duas

questões

muito

complexas

se

colocam:

Como

romper

o

distanciamento temporal de aproximadamente um século? Como conciliar o então vigente sistema político imperial com o velho regime republicano da época de Cícero? Todo o esforço de Quintiliano se concentra, pois, em fornecer os instrumentos que permitam formar um homem político de plena consciência do meio em que atua, um concidadão de bem, um intelectual lúcido e pronto a colocar a serviço da comunidade sua ciência e sua eloquência, enfim, o uir bonus dicendi peritus.

9 - NEGOCIAÇÕES ENTRE ROMANOS E BÁRBAROS EM RELAÇÃO AO RECRUTAMENTO MILITAR – SÉCULO IV D.C. Profª. Drª. Margarida Maria de Carvalho (UNESP, campus de Franca)

Nessa comunicação em forma de conferência, tenho como objetivo principal delinear algumas considerações sobre o recrutamento militar, especificamente, no período do Imperador Juliano , o qual atuou como CÉSAR de Constâncio II de 355 a 360 d.C e como Imperador do Império Romano de 361 a 363 d.C. Para tanto, analisarei trechos da obra RES GESTAE de Ammiano Marcelino e as cartas do Imperador Juliano de seu período como líder do Império Romano e General das tropas militares do conjunto bélico de seu tempo. Serão abordado, também, os acordos feitos entre imperadores e foederati ,nesse caso, o tratado feito entre o Imperador Teodósio e os godos servirá de exemplo de elementos não adaptáveis ao exército romano e que, nem por isso, eram inimigos dos romanos cujo exército já se encontrava barbarizado desde meados do século III d.C.

MESAS REDONDAS

1- PORTUGAL NA IDADE MÉDIA AS CARTAS DE PERDÃO NO REINADO DE D. JOÃO II Denise da Silva Menezes do Nascimento (Gempo/UFJF)

A nossa proposta é refletir sobre as práticas do poder régio no que diz respeito aos crimes contra a pessoa, sua honra e reputação em Portugal durante o reinado de D. João II (1481-1495). Confrontando a legislação e os relatos apresentados nas cartas de perdão é possível detectarmos as regras de conduta que vigoravam naquela sociedade e práticas que nem sempre correspondiam às determinações da Igreja e da legislação régia. Assim, nosso objetivo é evidenciar as estratégias utilizadas pelo rei com o propósito de regular a vida dos súditos laicos e eclesiásticos, evidenciando que estava a cargo de D. João II a salvaguarda da moral cristã e a manutenção da ordem.

A

ORGANIZAÇÃO

POLÍTICO-JURÍDICO-ADMINISTRATIVA

DO REINADO DE D. DINIS Prof. Dr. Flávio F. P. Filho [email protected]

Resumo: Neste artigo analisamos, rapidamente, leis outorgadas pelos monarcas portugueses da dinastia de borgonha. Assim comentamos esse costume até o reinado de D. Dinis (1279-1325). Esses instrumentos

jurídicos visavam, particularmente, prender o homem a terra. A seguir comentamos a divisão político-administrtiva do reino português e, ainda, caracetiramos os Concelhos. O termo concelho vem da palavra Concilium, significando concelho, reunião ou assembléia. O Concelho era a forma como as comunidades locais se organizavam, geralmente, após a concessão, pelo monarca, da Carta de Foral. Palavras chave: Politica administrativa, Concelho, D. Afonso III, D. Dinis, D. Afonso IV

2-AMÉRICA DO SÉCULO XVI: A CONTINUIDADE DOS IDEAIS MEDIEVAIS IBÉRICOS Assim no céu como na terra: sobre os ideais ibéricos na América Portuguesa do século XVI Prof. Dr. Marcos Roberto de Faria (UNIFAL-MG)

De acordo com os princípios dispostos pelos filósofos da chamada Escolástica, a coletividade dos homens na terra era uma simples parábola e espelhava palidamente a “Cidade de Deus”. Em Santo Tomás de Aquino, por exemplo, todo o existente é concebido como uma série de “comunidades” hierarquicamente dispostas e governadas por uma lei proporcional às suas naturezas. Por outro lado, para Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, “nossos colonizadores eram, antes de tudo, homens que sabiam repetir o que estava feito ou o que lhes ensinara a rotina. Bem assentes no solo, não tinham exigências mentais muito grandes e o Céu parecia-lhes uma realidade excessivamente espiritual, remota,

póstuma, para interferir em seus negócios de cada dia” (1995, pp. 52-3). Assim, o que se propõe neste trabalho é analisar como se deu essa “inversão de valores”, provocada pelos nossos colonizadores em terras brasílicas. Ou seja, por aqui o Céu deveria imitar a terra e não o contrário, como queriam os escolásticos. Contudo, os jesuítas representaram um contraponto a esta mentalidade portuguesa e, sobretudo por meio da educação, fizeram com que o Céu interferisse um pouco mais na “Cidade dos Homens”. O trabalho se ocupa, portanto, desses embates que constituíram parte da história do século XVI. Palavras-chave: Escolástica, América Portuguesa, Colonização.

Escolas De Ler E Escrever E Colégios Jesuítas No Brasil Do Século Xvi Prof. Dr. Paulo Romualdo Hernandes (UNIFAL-MG)

Este artigo aborda a origem da escola e do colégio no Brasil do século XVI e a relação dos meninos órfãos vindos do reino, os filhos da terra, os mestiços, com a educação. A partir de análise crítica das cartas jesuíticas, tendo como ferramenta o pensamento de Michel Foucault, procura-se desfazer os nós dessas práticas discursivas para encontrar os fios da trama exercida pelos padres para os meninos, mas, também, para os nativos. A conclusão desse estudo é que os padres, sobretudo liderados por Nóbrega, instituíram escolas e colégios no Brasil tendo em vista a realidade das matas, as obrigações da missão, deixando de lado um pouco as questões legais impostas pela Companhia de Jesus e por vezes pela própria Igreja Católica.

Palavras-chave: Século XVI. Colégios jesuítas. Manuel da Nóbrega. José de Anchieta. Cartas jesuíticas.

3 - FORMAÇÃO HISTÓRICA DAS LÍNGUAS DA PENÍNSULA IBÉRICA Dialetação do latim na península ibérica medieval. Profª Drª Fernanda Cunha Sousa (UFG, campus Jatai) A diversidade linguística da península ibérica medieval: expansões no domínio lexical. Prof. Dr. Edson Ferreira Martins (UFV)

Em finais do séc. V d. C., o Império Romano, que já apresentava sinais de fragmentação no plano político pelo menos desde meados do século III d. C, é destruído pelas invasões bárbaras. Perdida a unidade política imperial romana, o latim, que já havia sofrido influência das línguas existentes nas regiões em que tinha sido implantado, passa a sofrer cada vez mais influência também das línguas dos povos vencedores com as quais vai tendo contato (COUTINHO, 1973; ILARI, 1991). Desse multilinguismo, o resultado é que o latim vulgar – que representa um conjunto de tendências que foram se realizando de formas diferentes no espaço e no tempo – passa a se desenvolver, em grau maior ou menor, de forma independentemente em cada uma das diversas regiões onde permanece como língua de uso corrente. Começam, então, a se formar, ao longo do território latinizado, os romances (ou romanços) - variantes linguísticas do latim vulgar, constituídas entre os séculos V e IX (SILVA, 2008). Alguns desses

romances evoluíram e se transformaram nas línguas neolatinas (ou neorromânicas); outros foram absorvidos por uma das línguas neolatinas. Assim, por volta do século IX, já se verificavam os romances latinos que se transformariam mais tarde nas línguas neolatinas: lusitano, leonês, aragonês, catalão, castelhano, galego, galego-português, provençal, francoprovençal, romeno, rético, italiano (com várias denominações regionais), dalmático e sardo (BOTELHO, 2012). Os romanos encontraram uma Península Ibérica com grande variedade étnica e linguística e uma estrutura geográfica que contribuía para essa fragmentação (NETO, 1970). Em nossa fala, pretendemos discutir os condicionamentos sóciolinguístico-históricos que fizeram com que o latim, levado pelos romanos para o espaço ibérico, tenha sobrevivido, e naturalmente se enriquecido, a partir do contato travado com os diferentes substratos pré-romanos, além de adstratos e superstratos posteriores à romanização. 4 – DA IDADE MÉDIA PARA A RENASCENÇA NA ESPANHA: A LITERATURA ENTRE OS HERÓIS E A BURGUESIA. A construção do herói Profª. Drª Joyce Rodrigues Ferraz Infante (UFSCAR)

Entre os heróis que figuram na literatura em língua castelhana dos séculos XIII ao XVI, encontram-se personagens memoráveis como Mío Cid, Rodrigo Manrique e Amadis de Gaula. Herói da épica castelhana, arquétipo do cavaleiro cristão nas lutas pelo território e pela defesa da religião católica, Mío Cid converteu-se no grande herói da Reconquista e de toda a

Espanha. As guerras contra os infiéis mulçumanos serviram de pano de fundo para a construção de heróis cristãos cada vez mais idealizados como Rodrigo Manrique, o homenageado das Coplas a la muerte de su padre, poema lírico composto pelo filho, Jorge Manrique. A novela de cavalaria introduz, finalmente, um novo modelo de herói, idealizado na figura de Amadis de Gaula, o cavaleiro andante, que vive suas aventuras num universo fabuloso e encantado. Esses personagens – com antecedentes históricos, lendários ou literários – conquistaram um matiz de verdade histórica, não pelo fato de protagonizarem enredos intensos, repletos de aventuras e significados, mas por exprimirem emoções e paixões fartas de humanidade. Mais do que reflexo da história da Espanha, as conquistas de Mío Cid, a imagem de Rodrigo Manrique, forjada pelas memórias de seu filho, e as fabulosas aventuras de Amadis de Gaula – cavaleiro andante que servirá de inspiração para o mais famoso dos heróis da literatura espanhola, Dom Quixote de la Mancha – remetem a uma Espanha imaginada e reelaborada, artística e ideologicamente, primeiro, pelos poetas e escritores, e, ao longo do tempo, por cada um de seus leitores.

O banimento da burguesia Prof. Dr. Mario M. González (USP)

As peculiares circunstâncias históricas da Península Ibérica significam um permanente estado bélico entre os séculos VIII e XVI. As lutas, motivadas por causas religiosas, levaram a que um dos grupos em conflito (os cristãos) acabasse por excluir, graças a seu poder militar, os outros dois

integrantes da sociedade peninsular: os judeus e os muçulmanos. A literatura em língua castelhana irá registrar, dentre outras, uma das consequências dessa exclusão: a negação dos valores que começavam a definir-se como o ideário da futura burguesia, valores que se opunham ao modelo do cavaleiro guerreiro e que eram vistos como identificadores dos grupos rejeitados. A pesar do banimento desse ideário, é possível registrar, nessa literatura, as suas tentativas de sobrevivência e, depois, o registro pleno de sua exclusão, em La Celestina. Por último, no Lazarillo de Tormes, conjugar-se-ão a paródia por atrofia do herói cavaleiresco e a opção pelo desvio social, como alternativa ao banimento da burguesia, numa narrativa que coloca uma das raízes do gênero romance.

COMUNICAÇÕES

AMPÚRIAS: A RELAÇÃO ENTRE O MITO E AS COLÔNIAS GREGAS NA PENÍNSULA IBÉRICA André Luís Menari Pereira (Grad. 5º P. História UNIFAL-MG) Orientador: Pro. Dr. Claudio Umpierre Carlan (UNIFAL-MG)

Resumo: O Homem é um ser religioso por natureza e, devido a isso, algumas famílias e grupos de sociedades da antiguidade souberam aproveitar esse sentimento da população a fim de conseguir certos benefícios. Em escavações arqueológicas recentes na cidade de Ampúrias (na atual Espanha) foram encontrados indícios de uma Pólis grega, uma dessas sociedades em que a religião e o mito tinham grande força. Mas para

entender Ampúrias, a colônia, é preciso primeiro entender a sociedade grega, a Metrópole. Como as famílias tradicionais legitimavam o poder através da mitologia? Como era organizado o cotidiano dessa sociedade de acordo com seu deus protetor? Qual era então o real poder do mito na sociedade grega e em suas colônias? Palavras-Chave: Ampúrias, Colônias Gregas, Poder do Mito

GALIZA CRISTÃ: UM CENÁRIO RELIGIOSO MERGULHADO EM CONTRADIÇÕES Cláudia Trindade de Oliveira (Grad. Hist. NEAM-UNESP/Assis) Orientador: Prof. Dr. Ruy Andrade Filho (UNESP/Assis) [email protected]

Resumo: O presente trabalho propõe algumas reflexões a respeito do ambiente espiritual na Alta Idade Média, ocasião de um cristianismo ainda incipiente. Para tanto, tomamos por base algumas das premissas abordadas por Le Goff em seu ensaio intitulado Cultura clerical e tradições folclóricas na civilização merovíngia, que associamos a um documento eclesiástico proveniente do século VI denominado De Correctione Rusticorum cuja autoria é atribuída a Martinho, então bispo de Braga. Este último, por sua vez, ao apontar-nos os princípios cristãos acaba por revelarnos também alguns pontos de contato e de atrito entre a religião proposta pela Igreja e aquela vivenciada pela população camponesa do período. A partir disso, tentaremos esboçar a paisagem sagrada sobre a qual se debruçou a Igreja, procurando demonstrar que durante os primeiros anos de

sua existência em algumas regiões do Ocidente a realidade nem sempre condizia com seus preceitos. Palavras-chave: religiosidade, cultura clerical e conversão.

A INFLUÊNCIA DA CULTURA GREGA NOS POVOS DO MEDITERRÂNEO OCIDENTAL Crosley Rodrigues Gomes (Grad. 5º P. Hist. UNIFAL-MG) Orientador: Prof. Dr. Claudio Umpierre Carlan (UNIFAL-MG)

Resumo: A expansão grega pelo Mediterrâneo ocidental é uma pesquisa de Iniciação Científica que visa contribuir para os estudos da área. Analisando fontes como o mito de Gerião para tentar entender a visão de mundo dos gregos no extremo ocidente, minha pesquisa terá como principal foco a cidade espanhola de Ampúrias, que na antiguidade teria sido uma colônia grega. Busco entender como se deu choque cultural entre os conquistadores gregos e os povos que habitavam a região na pré-colonização. Compreender a formação da cidade, as estruturas arquitetônicas, as relações de comércio e os cultos religiosos. Palavras-chave:

ESTILOS EPISTOLARES NA ANTIGUIDADE TARDIA: UMA ANÁLISE DO CATÁLOGO DE CARTAS DE CIRILO DE ALEXANDRIA (SÉC. V D.C.). Daniel de Figueiredo (Mestrando em História Antiga pelo PPGH/UNESPFranca)

[email protected] Orientadora: Profª. Drª. Margarida Maria de Carvalho.

Resumo: O conteúdo do catálogo epistolar do bispo Cirilo de Alexandria (378-444) está relacionado, em sua maior parte, ao conflito ocorrido na hierarquia eclesiástica ortodoxa, na primeira metade do século V d.C., conhecido na historiografia por Controvérsia Nestoriana. As questões teológicas em debate centraram-se no relacionamento estabelecido entre as naturezas divina e humana do Cristo encarnado e estiveram polarizadas em torno das propostas dos bispos Cirilo e Nestório de Constantinopla. Tais cartas foram trocadas entre Cirilo e os demais membros da hierarquia eclesiástica ortodoxa, funcionários da administração imperial e o imperador oriental, Teodósio II. A presente comunicação tem por objetivo analisar as cartas cirilianas a partir das características formais e de estilo, além das redes de sociabilidade construídas em torno daqueles debates e, nesse sentido, propor outras implicações, de cunho político-administrativo, subjacentes ao referido debate teológico. Palavras-chave: Antiguidade Tardia. Epistolografia. Conflito políticoreligioso-administrativo.

UMA DEMONSTRAÇÃO DE PODER POR MEIO DA FÉ: A ATUAÇÃO

DOS

GUERREIROS

NO

DECORRER

DA

RECONQUISTA Ederson José de Vasconcelos (Grad. 7º P. Hist. UNIFAL-MG) Orientador: Prof. Dr. Adailson José Rui (UNIFAL-MG)

Resumo: O estudo que apresentamos nessa comunicação faz parte do trabalho de conclusão de curso em História denominado Las Navas de Tolosa, a Jihad Cristã? que realizo na Universidade Federal de Alfenas. Temos como objeto de estudo entender o imaginário dos guerreiros cristãos em alguns momentos da Reconquista, de maneira específica, no decorrer de Las Navas de Tolosa, batalha ocorrida em 1212, na qual os cristãos marcaram a sua supremacia sobre os muçulmanos na Península Ibérica. Nesse estudo apresento, o modo como eram formados e preparados os guerreiros cristãos para o combate destacando o papel desempenhado pela crença que tinham nos valores cristãos como instrumento de fortalecimento e ânimo para o combate. Como fonte utilizo a Primera Crónica General de España, elaborada por Alfonso X o Sábio, a partir de 1269. Palavras chave:

A HISTORIOGRAFIA SOBRE A IMAGEM DO IMPERADOR CONSTANTINO E SUA RELAÇÃO COM OS ESCRITOS DE EUSÉBIO DE CESARÉIA Eliton Almeida da Silva (Mestrando em Educação pela USP/UNIVESP/ GLEIR-UNESP/Franca) [email protected]

Resumo: O presente trabalho aborda as construções da imagem do Imperador Constantino feitas a partir dos escritos de Eusébio de Cesaréia, mais precisamente em suas obras Vida de Constantino e História Eclesiástica. Buscamos demonstrar que a imagem de Constantino tem sido

construída de diversas formas ao longo da história, mais especificamente, entre os autores clássicos, desde o século XVIII d.C. A imagem de Constantino chegou a nossos dias com uma carga significativamente negativa de interpretação. Clássicos como o renomado historiador inglês Edward Gibbon, se mantiveram ligados à interpretação iluminista dos textos de Eusébio. Demonstramos, então que o foco das pesquisas em torno de Constantino tem se limitado ao embate cristianismo versus paganismo o que culmina por minimizar a complexidade e a variedade das questões inerentes à Antiguidade Tardia. Palavras-Chave: Identidade – Eusébio de Cesaréia – Imperador Constantino

COMO ALEXANDRE, O GRANDE É REPRESENTADO ATRAVÉS DOS TEMPOS Estela de Melo Faria (Grad. 7º P. Hist. UNIFAL-MG) Orientador: Prof. Dr. Claudio Umpierre Carlan (UNIFAL-MG)

Resumo: Como um dos maiores generais da antiguidade, Alexandre vem sido representado através de várias gerações. Conforme a época uma descrição de sua personalidade é feita, assim como em alguns casos sua aparência também entra em questão, sua representação na antiguidade e diferente da apresentada no medievo. Alguns bustos encontrados na Grécia representam o que seria a provável imagem de Alexandre, e alguns outros artefatos com sua imagem o mostram diferente, como o mosaico encontrado em Pompéia na Itália, representando a batalha de Isso. Quais

seriam os motivos para essas modificações em suas representações, seria para aproximá-lo a outro personagem histórico, dúvidas que sempre surgem quando se trata da representação de alguns personagens. Uma exposição de fatos sobre seu reinado e como ele foi sendo apresentado a aquelas sociedades é o que tentarei fazer nessa comunicação, mostrando como sua imagem (não apenas nos bustos e moedas, mais também na ideologia) foi difundida por sociedades. Tentarei também mostrar como o Helenismo (síntese cultural proposta por ele) continua se difundindo após sua morte.

Palavras- chave: Alexandre, o Grande, representações, antiguidade.

DOCUMENTAÇÃO SOBRE O CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA DE 381 D.C.: ACONSTITUTIO XVI, 1,3 (381) DO CÓDIGO TEODOSIANO E AS CARTAS 1 E 2 DE GREGÓRIO DE NISSA Helena Amália Papa (Doutoranda em História – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – FCHS – UNESP – Franca – SP. Bolsista FAPESP) [email protected]

Resumo: A investigação sobre temas da Antiguidade Tardia nos coloca, muitas vezes, diante lacunas documentais. A distância espacial e temporal do nosso objeto, as quais estamos submetidos, pode nos levar a anacronismos, comparações superficiais e generalizações acerca de nossa temática. Nosso objetivo, no presente artigo, é propor uma interpretação sobre o Concílio de Constantinopla de 381 d.C., a partir de três pequenos

excertos de testemunhos da mesma época que nos trazem informações que,sem a realização de uma intertextualidade entre eles, não poderíamos alcançar. Trata-se, portanto, de uma exemplificação de como podemos mesclar testemunhos antigos para coletarmos o maior número de dados sobre determinada problemática. Resta ressaltar que, nosso interesse nessa proposta, faz parte de um projeto maior, no qual investigamos as querelas ocorridas entre Gregório de Nissa e Eunômio de Cízico durante a segunda metade do século IV d.C. Palavras-chave: Concílio de Constantinopla de 381 d.C. – Código Teodosiano –Gregório de Nissa.

A IDADE MÉDIA NOS LIVROS ESCOLARES: A PERMANÊNCIA DE UM PRECONCEITO Prof. Jémerson Quirino de Almeida (Mestrando em Educação-UEMS) [email protected]

Resumo: Nesta comunicação buscamos discutir como a Idade Média é representada nos textos escolares. Nesse sentido, constatamos que nos dias atuais, a visão transmitida pelo ensino de História sobre o passado medieval é dúbia; uma de caráter negativo, cunhada pelos renascentistas e iluministas, e a concepção positiva, construída pelos autores do século XIX – os Românticos. Tais rotulações ainda se refletem na maneira dualista como concebemos os tempos medievais e, consequentemente, na forma pela qual reproduzimos a História daquele período. De um lado, os cavaleiros, a princesa, os castelos, todos envoltos em uma fábula e mágica

aventura medieval; por outro, a fome e a miséria, a violência dos bandidos saqueadores, as crueldades praticadas em nome da religião, seja ela cristã ou muçulmana. De uma forma ou de outra, o entendimento acerca dos tempos medievais ainda permanece na obscuridade, corroborando com a preconceituosa ideia de “idade das trevas”. Palavras-chave: Idade Média. Textos escolares. Ensino de História.

RIVALIDADES E INTERESSES NA BUSCA PELO PODER: O ROUBO DAS RELÍQUIAS DA SÉ DE BRAGA Jordano Viçose (Grad.5ºP. Hist. UNIFAL-MG) [email protected] Orientador: Prof. Dr. Adailson José Rui (UNIFAL-MG)

Resumo: Nessa comunicação apresentamos um dos temas abordados na Pesquisa O sagrado como instrumento de poder na Historia Compostelana. Trata-se de um projeto de Iniciação Científica, desenvolvido como bolsista da FAPEMIG na Universidade Federal de Alfenas UNIFAL-MG, sob a orientação do Professor Dr. Adailson José Rui. A Historia Compostelana foi elaborada no século XII cuja temática central é relatar os feitos do bispo e posteriormente arcebispo de Santiago de Compostela Diego Gelmírez (1101-1139). Dentre os relatos presentes nesta obra apresentamos um estudo referente a narrativa que nos informa sobre o roubo de relíquias da Sé de Braga realizado por Gelmírez, no ano 1102. Esse relato nos oferece pistas para adentrarmos no contexto político de rivalidades e interesses nas quais estavam envolvidas as Sés de Braga e Compostela. Por meio do

relato podemos também compreender a importância que as relíquias possuíam naquele momento. Para o que furtou engrandecimento do seu poder e para o lesado o enfraquecimento. O relato do furto das relíquias nos permite vislumbrar a importância concedida pelos cristãos durante a Idade Média européia aos santos e as relíquias. Palavras chave:

AS

CIVILIZAÇÕES

ANTIGAS

E

O

MEDITERRÂNEO:

CONSEQUÊNCIAS NO FINAL DA ANTIGUIDADE TARDIA Júlio César do Carmo de Sá (Grad. 5º P. Hist. UNIFAL-MG) [email protected] Orientador: Prof. Dr. Claudio Umpierre Carlan (UNIFAL-MG)

Resumo: Nosso projeto de iniciação cientifica tem como intuito analisar povos e etnias até a antiguidade tardia, de forma mais ampla, estudar o processo de miscigenação podendo buscar em diversas áreas da civilização, compatibilidades através de um trabalho iconográfico, analisar quais as influencias de um para com o outro, o que acarretou no fim do século IV da Era Crista e acima de tudo, como podemos visualizar toda esta mudança através da Antiguidade Ocidental. Através da analise iconográfica de ânforas, tanto as conservadas como os fragmentos, vem o artigo em questão, que busca visualizar todo o processo de arrecadação e distribuição de bens necessários a aqueles povos e como esta organização ligou desde a Roma até a península ibérica. Palavras chave: miscigenação, ânforas, península ibérica.

O MUNDO ROMANO NO PERÍODO VALENTINIANO: O USO DA NUMISMÁTICA PARA O ESTUDO DESTE PERÍODO Lalaine Rabêlo (Grad.7ºP. Hist. UNIFAL-M.G. / FAPEMIG) Orientador: Prof. Dr. Claudio Umpierre Carlan

Resumo: o artigo em questão inicia-se com uma breve apresentação do período denominado Antiguidade Tardia, ou seja, seus aspectos políticos e culturais. O objetivo deste artigo é fazer uma observação sobre a Antiguidade Tardia, porém nos delimitando a um determinado período, a uma determinada administração imperial, ou seja, o período em que Valentiniano I esteve à frente do Império Romano do Ocidente (364 – 375 d.C.). Para isso, empregaremos as fontes escritas e materiais. No que se refere às fontes materiais, lançaremos mão da Numismática que tem se mostrado muito eficiente no estudo de vários períodos da história. Podemos observar nas amoedações símbolos presentes na Antiguidade e que não deixaram de fazer parte dos nossos costumes e está presente no nosso cotidiano. Palavras-chave: Moeda - Cultura - Antiguidade Tardia

REGISTROS DA ALMA - SENTIR, ESCREVER E LER NA EPISTOLOGRAFIA DE D. FRANCISCO MANUEL DE MELO (1608-1666) Maicon da Silva Camargo (mestrando em Hist. UFG) Orientadora: Profª Drª Armênia Maria de Souza

[email protected]

Resumo: O homem barroco português é atravessado por batalhas existenciais, que busca o sossego final, mas apresenta as infindáveis angústias do homem, colocando-o em uma tensão da alma e uma mistura dos sentidos. Dessa forma, nossa problemática parte do interesse em compreender como esse homem barroco sentia o mundo; tentar compreender esse homem que era inseguro de si e do qual somos herdeiros. Para este fim analisaremos as Cartas Familiares de D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666), uma compilação de mais de quinhentas cartas em que o autor, na maior parte do tempo preso, procura através da escrita se manter em contato com o mundo e em busca da compreensão de si. Palavras-chave: epistolografia, sensibilidades, barroco português.

CONTRIBUIÇÕES DA HISTÓRIA MEDIEVAL IBÉRICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO BÁSICO Mara Lucia Cabral Marcelino (Graduanda do 7º P. de Hist. UNIFAL-MG) Orientador: Prof.Dr. Adailson José Rui (UNIFAL-MG)

Resumo: Essa comunicação faz parte do projeto: Laboratório de História Ibérica Medieval: pesquisa e formação continuada, que esta sendo proposto pelo Grupo de Pesquisa: Península Ibérica: Antiguidade Tardia à Reconquista. Esse projeto surgiu a partir da constatação da ausência ou quase

ausência

de

conteúdos

referências

a

História

Medieval,

especificamente da Ibérica, nos programas de ensino da disciplina de

História das escolas públicas de Alfenas e região. Essa ausência também foi verificada nos livros didáticos utilizados nas escolas.

Essas

constatações nos levaram a desenvolver um trabalho que possa, em uma direção preparar graduandos do curso de História da UNIFAL-MG para também atuarem no ensino da História Medieval Ibérica e em outra poder oferecer aos professores da ede pública a oportunidade, de via cursos, e a elaboração de materiais didáticos adquirirem conhecimento sobre essa área da História, possibilitando com isso que a História Ibérica Medieval chegue ao Ensino básico.

LINGUAGENS POLÍTICAS E REPRESENTAÇÕES DO PODER NO DISCURSO DAS CORTES CASTELHANAS (1592 -1598) Marcella F. G. M. de Miranda (Mestranda em História, USP. Bolsista Fapesp. [email protected] Orientadora: Profª Drª Ana Paula Torres Megiani (USP)

Resumo: Este trabalho tem o objetivo de apresentar as referências teóricas que nortearam os discursos dos procuradores das Cortes castelhanas no reinado de Felipe II e que procuraram legitimar as pretensões dos mesmos frente à Monarquia hispânica. Nesse sentido, pretende-se mapear as linguagens políticas contidas nestes discursos e entender como o pensamento político medieval foi apropriado na Espanha quinhentista. Palavras-chave: Monarquia hispânica - Cortes castelhanas - Linguagens políticas

FORTE DE RATHNADRINNA: ESCAVAÇÕES ARQUEOLÓGICAS REVELANDO UMA CASHEL DA REALEZA NA ERA MEDIEVAL Mickaela Schwab Muniz (Grad. UNIFAL-MG) [email protected] Orientador: Prof. Dr. Cláudio Umpierre Carlan (UNIFAL-MG)

Resumo: Em 2009 foram iniciadas pesquisas arqueológicas realizadas em Cashel, Tipperary, na República da Irlanda por Richard O’Brien, Heather Gimson e James Bonsall, financiadas pelo Conselho Patrimonial da Irlanda (Heritage Council) e pela Academia Real Irlandesa (Royal Irish Academy). Cashel, conhecida como “Cashel dos Reis”, é tida no meio histórico e arqueológico como um importante local de evidências de ocupação da realeza na Era Medieval. No entanto, apesar da grande relevância, a região nunca foi escavada, principalmente por impedimentos encontrados com os donos das fazendas em que se encontram. Portanto, a iniciativa e os resultados desse Projeto Arqueológico são de grande valia e terão grande repercussão no meio acadêmico, trazendo novos horizontes para a reconstrução histórico-arqueológica irlandesa. Palavras-chave: Forte de Rathnadrinna - Patrimônio Arqueológico Irlandês – Cashel Medieval da Realeza

CATEGORIAS MEDIEVAIS NA DEFINIÇÃO DA HUMANIDADE DOS ÍNDIOS NO SÉCULO XVI Muriel de Oliveira Morgante (Grad.5ºP. Hist. UNIFAL-MG) [email protected]

Orientador: Marcos Roberto de Faria (UNIFAL-MG) [email protected]

Resumo: O presente trabalho almeja apresentar uma proposta de visita à América portuguesa do século XVI, a fim de perceber categorias e projeções medievais na maneira como os jesuítas definiam a humanidade dos índios que ali viviam. Utilizam-se como fonte de pesquisa o Diálogo Sobre a Conversão do Gentio de Manuel da Nóbrega e algumas cartas de José de Anchieta, privilegiando também o resgate da filosofia agostiniana e a análise de autores que discutem a atuação dos jesuítas na América Portuguesa do século XVI. É fundamental destacar que o índio descrito nas cartas não tinha voz ativa e é “representado” pelo jesuíta, o qual interpreta o mundo segundo a ótica católica. Assim, os documentos escolhidos para esta pesquisa nos trazem muito mais informações sobre os modos de pensar e agir do padre jesuíta do século XVI do que sobre o nativo. Palavras-chave: Filosofia agostiniana, humanidade dos índios, jesuítas.

O TEATRO DE JOSÉ DE ANCHIETA E A EDUCAÇÃO DOS MENINOS PORTUGUESES E DOS FILHOS DOS ÍNDIOS Prof. Dr.Paulo Romualdo Hernandes (Prof.Dr./UNIFAL-MG) [email protected]

Resumo: Esse estudo trata de educação e arte, aborda, também, sobre os meninos órfãos, mestiços e índios e o teatro de Anchieta, tendo como pano de fundo o diálogo de Pero Dias e do Recebimento para o padre Marçal

Beliarte. O primeiro, um auto na fórmula dos diálogos de perguntas e respostas preparadas para a catequese. Diálogo que teria como espectadores, provavelmente, os meninos do colégio. Colégio jesuíta do novo mundo, em meio à floresta. O outro um auto com características mais indígenas.

IDENTIDADE E TEMPORALIDADE NAS CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO. Pedro Henrique Corrêa Guimarães (Mestrando em Hist. UFG/bolsista CAPES). Orientadora: Profª Drª Adriana Vidotte (UFG) [email protected] Resumo: As ‘Confissões’ de Santo Agostinho é um dos textos mais conhecidos da antiguidade. Sua estrutura peculiar atraiu atenção dos comentadores desde o período medieval. Dentro dos vários aspectos da sua obra, o problema do tempo ganha destaque. Mas como pode ser compreendida a sua abordagem desse problema? Como a questão da temporalidade se insere na biografia agostiniana? Essas questões serão trabalhadas neste texto a partir da perspectiva da identidade pessoal, fruto da teoria do filosofo francês Paul Ricoeur. Palavras-chave: Confissões, Santo Agostinho, Ricoeur,

UMA APROXIMAÇÃO AO HERÓI ÉPICO MEDIEVAL NA VERSÃO CINEMATOGRÁFICA EL CID DE ANTHONY MANN

Priscila Martins (Grad. Letras/Lic. Espanhol- UNIFAL-MG) [email protected] Orientador:Prof. Ms. Ítalo Oscar Riccardi León (Professor assistente Depto de Letras, UNIFAL-MG. PMCD/FAPEMIG) – í[email protected] Co-orientador: Prof.Dr. Adailson José Rui (Depto CH. UNIFAL-MG)[email protected]

Resumo: A versão cinematográfica El Cid (1961), dirigida por Anthony Mann, faz alusão direta ao herói épico medieval protagonista do cantar de gesta Poema de Mio Cid, o cavaleiro Rodrigo Diaz de Vivar, mais conhecido como El Cid Campeador. Por intermédio de uma trama e amálgama de história medieval e literatura épica espanhola, nessa produção cinematográfica, é retomada e acentuada a imagem popular do guerreiro castelhano, assim como suas façanhas pautadas nos preceitos do ideário retratado no cantar de gesta. Com base nas releituras que o cinema pode fazer de momentos históricos, realidades sociais e os estudos embasados em Pujals e Romea (2001), Palma (2004), Spina (2007) e Stam (2008) o presente trabalho objetiva analisar e pesquisar de forma exploratória a obra fílmica El Cid como um meio narrativo das características e valores do herói épico medieval. Palavras- Chave: cinema, herói épico medieval.

A IMAGEM DE CARLOS MAGNO NA CRÔNICA PSEUDO TURPIN Ronison Penha de Paula (grad. 5º P. Hist.UNIFAL – MG)

Orientador: Prof.Dr. Adailson José Rui (UNIFAL-MG)

Resumo: A imagem de Carlos Magno na crônica do Pseudo Turpin, obra elaborada em domínios carolíngios na primeira metade do século XII, é um trabalho em fase inicial de iniciação científica, ligado ao grupo de pesquisa da UNIFAL-MG, Península Ibérica: da Antiguidade Tardia à Reconquista. Nessa comunicação temos como prioridade apresentar o projeto com suas motivações e expectativas, inserindo-o no ciclo de debates da área. Em linhas gerais, a proposta tem como objetivo analisar o relato referente à intervenção de Carlos Magno na Península Ibérica no final do século VIII, conforme apresentado pela fonte referida, resguardadas suas críticas e contexto da elaboração. Trabalhamos também com a historiografia contemporânea sobre a temática Carlos Magno no intuito de apresentar uma leitura mais abrangente do tema. Palavras chave: Carlos Magno, Península Ibérica, Francos

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.