Pensar em Desenvolvimento: De onde partimos? Onde estamos? E onde pretendemos chegar?

June 7, 2017 | Autor: Ramires Mlucasse | Categoria: Desenvolvimento
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Por Ramires Alfredo Mlucasse





Falar do Desenvolvimento Sócio-Económico em Moçambique



Introdução


Têm se dito muita das vezes que uma das causas de atraso do
desenvolvimento sócio-económico, ou ainda, o fraco impacto de execução de
várias actividades de forma a garantir o desenvolvimento, é a fraca
organização institucional, tanto público como privado, e um fraco poder
financeiro para a execução dos programas de desenvolvimento ou por uma má
execução dos planos eficientes, eficazes e coerentes que já existem hoje em
Moçambique de modo a que se atinjam os objectivos a que se desejam
alcançar.

Quero concordar e acordar as razões acima transcritas e muitas das outras
que citam algumas das limitações ao desenvolvimento. Pois, os desvios da
planificação organizada e coerente de programas de desenvolvimento
económico, a falta do conhecimento sólido do programa em causa, e para que
fim o programa é, é claro que constituí uma das mais graves tarefas no
plano de desenvolvimento sócio-económico, pois corre-se o risco de tropeçar
em virtude de não atingir o grupo alvo correcto e projectado como no
exemplo do grupo alvo do PARPA e cair no maior inimigo da economia, o
Desperdício alimentando grupo de pessoas que já dispõem de condições
económicas suficientes para o seu auto-sustento, alias de gozo.

As estratégias de desenvolvimento sócio-económico, não são modelos de
solução para a saída do subdesenvolvimento ao desenvolvimento sócio-
económico, são sim, meios de Médio/Longo prazos pelos quais podem-se
minimizar aspectos marcantes de subdesenvolvimento, se não mesmo, bem
executados de acordo com os objectivos, metas e fins a alcançar sair do
subdesenvolvimento económico, isto é, através de planos e execução os
programas traçados sem desvios de programação, dai o chamado "plano de
contingências ou projecções" de forma a fazer face a eventuais imprevistos
no decorrer da execução dos planos e programas traçados de desenvolvimento
sócio-económico, sejam eles de repreensão, orçamentação, gestão provisional
entre outras formas de prevenir-se de contingências de forma a não fugir às
desculpas.

Definição de Desenvolvimento e sua Percepção


O Desenvolvimento é um processo de aperfeiçoamento em relação a um conjunto
de valores ou então como uma atitude comparativa com respeito a tais
valores, valores estes referidos a condições desejáveis pela sociedade
(David Colman, Frederick Nixson, Desenvolvimento Económico – Uma
Perspectiva moderna pg. 20) é importante referir que as condições
desejáveis cá referidas são condições de Bem Estar pelo qual todos nós
desejamos, ou universalmente aceites à realização do potencial da
personalidade humana.


O desenvolvimento é ainda modernização, e modernização significa
transformação de seres humanos numa perspectiva de atitudes fundamentais em
relação à vida e ao trabalho e nas instituições sociais, culturais e
políticas (David Colman, Frederick Nixson, Desenvolvimento Económico – Uma
Perspectiva moderna pg. 21).


Há várias definições em relação ao desenvolvimento, mas todas paralelamente
convergem num único goal, o Bem Estar Comum. Mas toca a mim, o motivo deste
pequeno trecho sugestivo, pela definição referente a mudanças de atitudes
fundamentais em relação à vida e ao trabalho e nas instituições sócias,
culturais e políticas o que levou-me a pensar um bocado em relação as
causas do subdesenvolvimento e sugestões ao desenvolvimento e pôr essas
poucas ideias na "mesa" como cidadão que pretende esse bem estar comum
desejado pela sociedade.

São várias as razões/motivos para o subdesenvolvimento pelos quais muitos
autores economistas e não só, se referem e que como consequências originam
a pobreza das quais:

Guerras
Colonialismo
Má gestão dos recursos existentes
Ignorância
Nepotismo
Etc.

Pelas causas do subdesenvolvimento acima citadas, dentro de cada uma, podem
desenvolver-se temas pelos quais podem causar o subdesenvolvimento e pode-
se notar que há várias razões para o subdesenvolvimento, mas importa
referir que cada país é cada um, ou cada país/empresa/família/pessoa tem a
sua própria história que determinam o subdesenvolvimento ou desenvolvimento
da qual a pobreza ou não respectivamente. Em práticas de gestão, sejam
públicas como privadas não se podem importar e implementar sem ajustes,
formulas de gestão de países/empresas/famílias/pessoas X para Y com
realidades completamente diferentes na sua essência, mas sim, há
experiências pragmáticas a que se podem reter, de forma a criar bases
sólidas para o desenvolvimento, refiro-me a muitas imitações sem ajustes
fundados a vários casos como por exemplo de alguns impostos importados do
ocidente sem terem muito em conta a realidade moçambicana entre outras
questões de meras imitações ocidentais e que tornamo-nos ainda mais pobres.

Será possível falar de Desenvolvimento Económico num país/empresa/família,
etc. onde não há mudanças de atitudes fundamentais à vida numa perspectiva
positiva?

É importante sim, falar de desenvolvimento sócio-económico num
país/empresa/família ou em qualquer organização, como antes referi através
de implementação, execução e controlo de programas de desenvolvimento, mas
sempre tendo em conta o bem estar comum, que para tal significa executar
programas de desenvolvimento em função dos objectivos traçados e metas a
alcançar, em qualquer que seja o sector para depois integrar o
desenvolvimento sectorial numa componente conjunta a nível regional e
nacional.

São várias as propostas de desenvolvimento de forma a sair da pobreza
absoluta no mundo, como exemplo mais próximo é dos Oito objectivos do
milénio traçados pela ONU para a acabar com a pobreza absoluta no mundo até
ao ano 2015: erradicação da extrema pobreza e a fome, atingir o ensino
básico universal, promoção da igualdade do género, redução da mortalidade
infantil, melhoramento do sistema de saúde, combate ao HIV/SIDA e outras
endemias, garantia da sustentabilidade ambiental e estabelecimento de uma
parceria mundial para o desenvolvimento, são entre várias algumas formas de
sair-se do subdesenvolvimento do qual emerge a pobreza absoluta.

Para se alcançar tais objectivos da erradicação da pobreza emergente do
subdesenvolvimento a nível local, nacional ou global como o PARPA, NEPAD
entre outros programas, parcerias… seja de qual for a nação, é importante a
tal mudança de atitude, pois podem traçar-se programas de desenvolvimento
económico executáveis, eficientes e eficazes e com fundos para a execução
de tais programas, mas se ainda persistirem atitudes de ignorância,
arrogância, exploração, mentiras, nepotismo,… é difícil, se não mesmo,
impossível alcançar o tal chamado Desenvolvimento Sócio-Económico , factor
importante para a erradicação da pobreza absoluta.

Mas esta não é a razão que me leva a escrever este pequeno trecho de
ideias, colhidas através de certos manuais e literaturas para contribuir
para a minha pátria bela. Escrevo sim, para demostrar que só será possível
atingir o desenvolvimento sócio-económico mudando de atitudes numa
perspectiva solidária e humanamente justa, pois mesmo que o mundo cancele
por completo a dívida de Moçambique, mas se não possuí alicerces sólidos
para a edificação do edifício em si só que é o país, através de consensos
nacionais na implementação de programas de desenvolvimento sócio-económico,
nunca iremos sair do circulo vicioso de pobreza.

E para tal é necessário que sejamos capazes de identificar metas
específicas susceptíveis a execução, executar tais planos mas com uma
vontade partilhada e capacidade condicionada através de educação básica,
instrumentos e recursos nacionais do qual temos mais valia e possuir um
consenso sobre os objectivos traçados a nível local, regional e nacional, é
importante uma capacidade de integração empresarial num ambiente são e
imaculado, aliás democrático. Essa prática é possível através duma visão
partilhada e consensual dos moçambicanos em geral sem distinção e
discriminação alguma no que se refere a contribuição nos planos e programas
de desenvolvimento, pois só assim, podemos adquirir mais valia de todo o
factor de desenvolvimento e força motriz da mesma, a mão de obra para não
dizer qualificada mas sim, eficaz e eficiente de acordo com a educação
básica sectorial, como antes me referi duma forma partilhada por todos e
consensual no concernente a ideias e opiniões expressas pelos moçambicanos.


Com isso, torna-se necessário ao envés de introduzir ou encerrar,
instituições/organizações, funções, combinação de sectores de
desenvolvimento, envolvidas no desenvolvimento, é necessário a combinação
de ideias e entrar em consensos com atitudes de desenvolvimento económico
geral, através da integração de todo o povo aos serviços, planos e
programas nacionais de desenvolvimento do qual quem se beneficiará é o
próprio povo em geral onde todos fazemos parte integrante, no que concerne
a alimentação, saúde, educação todos juntos unidos ao um mesmo objectivo
geral do Moçambique, apesar duma forma paralela mas convergente a um alvo,
erradicação da pobreza absoluta.

Finalizando, é importante que com os planos, programas, parcerias entre
outros traçados pelo governo não sejam meros rascunhos. Se o mundo diz que
orgulha-se de Moçambique pelos planos por este traçados é porque de facto
algo certo está nisso, agora resta saber se é para o lado dos patrões ou
para o nosso lado. Mas o importante é trabalhar com atitudes de
desenvolvimento, através de decisões começando em pequena escala e degrau
por degrau subindo, claro atendendo o grupo alvo dos planos esboçados. Só
com a mudança de atitudes de todos nós, políticos, académicos, operários,
empresários, entre outros nessa perspectiva de desenvolvimento é crucial
para a erradicação da pobreza.
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