PERCEPÇÕES DE MULHERES EMPREENDEDORAS QUANTO AO ACESSO AO CRÉDITO EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NA CIDADE DE APUCARANA

May 30, 2017 | Autor: L. Leal | Categoria: Entrepreneurship, Credit, Empreendedorismo, Women Entrepreneurs
Share Embed


Descrição do Produto

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

PERCEPÇÕES DE MULHERES EMPREENDEDORAS QUANTO AO ACESSO AO CRÉDITO EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NA CIDADE DE APUCARANA. Larissa Estela Berehulka Balan Leal FACNOPAR - FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA [email protected] Joiceli Dos Santos Fabrício FACULDADE QUEDAS DO IGUACU [email protected] Aparecida Fabiana de Freitas FECEA FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAS DE APUCARANA [email protected] Keila Murara FECEA FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAS DE APUCARANA [email protected]

Florianópolis - Março/2012

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

Percepções De Mulheres Empreendedoras Quanto Ao Acesso Ao Crédito Em Instituições Financeiras Na Cidade De Apucarana.

RESUMO Atualmente tem-se observado o aumento no índice da atividade empreendedora em diversos cenários e contextos sociais e pode-se destacar a participação das mulheres. A inclusão das empreendedoras no mercado de trabalho e sua inserção no ensino superior foram fatores que contribuíram paras essas mudanças, principalmente no que se refere à perspectiva de constituição de empresas. Neste estudo são observadas as percepções das mulheres empreendedoras em relação ao acesso ao crédito por meio de instituições financeiras, evidenciando as características que envolvem esse acesso, o qual pode ser necessário em fases de criação ou desenvolvimento dos negócios. O estudo foi realizado por meio de pesquisa qualitativa, junto a Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios na cidade de Apucarana/Pr., com entrevistas de roteiro semi-estruturado e análise de dados com a utilização de técnicas e análise de conteúdo. Para tanto, foi utilizado o software Lexico3 o qual possibilitou a redução do texto em categorias de análise. Três categorias distintas emergiram sendo elas: motivos para empreender, fatores de impacto no negócio e acesso ao crédito. Os resultados apontaram fatores que compõem barreiras de acesso ao capital no ato de empreender das entrevistadas. Palavras-chave: Empreendedoras, Crédito, Empreendedorismo, Capital, Acesso. ABSTRACT Currently it has been noted the increase in the index of entrepreneurial activity in different scenarios and social contexts and it is possible to highlight the participation of women. The inclusion of women in the labor market and the insertion to the higher education were factors that contributed to these changes, especially with regard to the prospects for the formation of companies. In this study are observed to the perceptions of women entrepreneurs in relation to the access to credit by means of financial institutions, highlighting the characteristics that involve this access, which may be necessary in stages of creation or development of business. THE study was conducted by means of qualitative research, with the House of Wives Entrepreneur and Manager of Business in the city of Apucarana/Pr., with interviews of semistructured and analysis of data with the use of techniques and content analysis. For this purpose, we used the software Lexicon3 which allowed for the reduction of the text in categories of analysis. The result shows the occurrence of three distinct categories which were: reasons to undertake, impact factors in the business and access to credit. The results point out factors that make up barriers to access to capital in the act of taking the interviewed. Palavras-chave: Enterprising, Credit, Entrepreneurship, Capital, Access.

1

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

1 INTRODUÇÃO Na atualidade tem-se observado o crescente aumento no índice da atividade empreendedora em diversos cenários e contextos sociais, nos quais pode-se destacar a participação das mulheres na economia, por meio da atividade empreendedora. O empreendedorismo é um estágio maior a ser alcançado no nível profissional ou empresarial, relacionado com a capacidade, visão e competência de perceber oportunidades e criar soluções que gerem crescimento e resultados. Resultados que estão vinculados com a possibilidade do empreendedor em assumir riscos em termos de patrimônios, tempo e comprometimento com a carreira. (HISRICH; PETERS e SHEPHERD, 2009). O empreendedorismo por mulheres está relacionado com a reestruturação da organização do trabalho decorrente de grandes transformações nos processos produtivos e na economia como um todo. O trabalho feminino tem aumentado significativamente, causando alterações no tamanho e na composição do mercado de trabalho e para muitas mulheres, possuir e conduzir uma empresa representa a possibilidade de se incluir ou se manter neste mercado (JONATHAN, 2003). Nesse sentido, Machado (1999) argumenta que as mulheres empreendedoras são descritas como persistentes, ativas, inovadoras, com alto desejo de realização e independência, são adaptáveis as mudanças e acreditam que o seu sucesso seja resultado de suas ações. Apesar do relatório GEM (2009) apontar que as mulheres representam na atualidade 53% dos empreendedores brasileiros, e no ano de 2010 ainda apresentar proporcionalidade dos índices, ainda assim, os empreendimentos femininos em alguns contextos empresariais são percebidos como incertos ou de risco (CARTER ET AL., 2007). Essas percepções no contexto de instituições de crédito acarretam na prática de maiores taxas de empréstimo que, por sua vez, interferem na criação, manutenção e sobrevivência de micro e pequenas empresas dirigidas por mulheres. Consequentemente empreendedoras tendem a ter uma atitude conservadora em relação ao financiamento do negócio, preferindo assim optar pela utilização de rendimentos dos negócios, ou recursos próprios, de sócios ou de familiares. (JONATHAN, 2003). Uma questão que desafia as mulheres e desempenha um importante papel na percepção de sucesso das empreendedoras segundo Marlow, Patton e Wilson (2005) diz respeito ao acesso ao crédito, as barreiras ao acesso de níveis adequados ou fontes de financiamento que têm um impacto sobre a atuação das empresas. Nesse sentido, verifica-se as percepções das mulheres empreendedoras quanto ao acesso ao crédito em instituições financeiras na cidade de Apucarana e o presente estudo foi direcionado em termos de uma questão central: existem diferenças quanto ao acesso ao crédito para mulheres empreendedoras? Para tanto, o objetivo deste artigo é evidenciar as características que envolvem o acesso ao crédito bancário por mulheres empreendedoras, especificamente buscando compreender se há diferenças nos empréstimos realizados por mulheres e ainda verificar as exigências das instituições para conceder empréstimos para mulheres empreendedoras. Quanto a metodologia, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, afim de categorizar as falas das empreendedoras. Desta forma, para melhor compreensão do leitor, apresenta-se um breve com o panorama do empreendedorismo por mulheres, na seqüência um tópico sobre as barreiras para empreender e por fim a análise dos resultados. 2 UM BREVE PANORAMA DE EMPREENDEDORISMO POR MULHERES

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

As mulheres empreendedoras têm desempenhado, atualmente, um papel socioeconômico importante, estão empreendendo mais e conquistando seu espaço no mercado. Dados da pesquisa GEM (2010) e estudos como o de Natividade (2009) reforçam o papel da mulher como um agente econômico no Brasil. Com relação a perfil de empreendedoras e das empresas, Gouvêa, Silveira e Machado (2008), mencionam o estudo de Dhaliwal (2006), que compilou resultados de estudos realizados com empreendedoras inglesas, australianas, canadenses e americanas, constatando que as mulheres tendem a iniciar empresas, principalmente entre 20 até 40 anos de idade, entre os principais desafios enfrentados no ato de empreender, foram mencionados a falta de confiança e pressões financeiras. Quanto aos recursos para início dos negócios, as empreendedoras mencionaram como principal fonte as economias pessoais, seguida de família e, por último, empréstimos junto a bancos ou instituições financeiras. Outro ponto identificado pelo estudo foi a predominância de atuação das empresas no setor prestação de serviços. No Brasil, estudos realizados por Machado (2002) apontaram resultados semelhantes de perfil das empreendedoras brasileiras. Com relação as questões demográficas, Natividade (2009) salienta que a faixa de idade que se encontra maior concentração de empreendedoras no Brasil está entre 25 e 34 anos, coincidindo com o período em que as mulheres no Brasil constituem família. Embora Pellegrino e Reece (1982) apontem que os problemas para iniciar um negócio e os desafios enfrentados por mulheres empreendedoras sejam comuns a qualquer um que esteja começando um empreendimento, no que tange a abertura das empresas por mulheres, um ponto relevante está ligado as razões que levam mulheres a empreender, destacando-se a busca por conciliar trabalho e família e a insatisfação ou frustração com um emprego anterior, pontos estes ressaltados na literatura (MACHADO, 2009). Quanto ao tamanho das empresas geridas por mulheres, as mesmas tendem a ser menores e apresentam dificuldade de crescimento. Machado (2009) revela que negócios conduzidos por mulheres são propícios a serem pequenos devido ao estilo de vida que possuem em relação à integração trabalho, família e comunidade e existem barreiras estruturais, culturais e sociais que consequentemente atrapalham o desenvolvimento da empresa. Quanto ao ato de empreender, fatores como dificuldade de acesso ao crédito, conciliar as atividades profissionais e os cuidados com a família e predominância masculina em determinados setores, são algumas das barreiras identificadas. (CARTER et al., 2007; AHL, 2006; GODWIN et al., 2003). Dessa forma, em 1998, houve a realização de um seminário sobre o empreendedorismo por mulheres, promovido pela OECD, o qual demonstrou a relevância das mulheres à frente das empresas de pequeno porte, considerando que elas representavam metade da população mundial e que as pequenas e médias empresas estabelecem uma fonte de empregos e desenvolvimento econômico. Porém é necessário mencionar a falta de estatística sobre o empreendedorismo por mulheres, pois apesar de alguns países terem adotado políticas de incentivo, as estatísticas não estão estruturadas para identificar os empreendedores de acordo com o gênero e isso se torna um problema comum (MACHADO, 2009). Para tanto, torna-se relevante aprofundar estudos que demonstrem as características do universo empreendedor feminino, bem como os tipos de barreiras encontradas por mulheres quando decidem empreender. Desse modo, apresenta-se na sequência um tópico específico sobre barreiras. 3 BARREIRAS RELACIONADAS AO ATO DE EMPREENDER DA MULHER

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

Na literatura é possível localizar estudos que evidenciam algumas das barreiras relacionadas sobre o ato de empreender da mulher, destacando-se fatores como trabalho e família, educação empresarial, capital inicial e acesso ao crédito. No que tange os fatores relativos a trabalho e família, o estudo de Ahl (2006) aponta que a relação familiar das empreendedoras é apontada como uma dificuldade na atividade de empreender. Porém, a autora relata estudos que colocam a família como a origem da inspiração para as mulheres que desenvolvem habilidades de relacionamento, liderança democrática e marketing de relacionamento. Hamouda et al. (2003) apontam que as mulheres ainda são as maiores responsáveis pelas atividades familiares, o que resulta em dupla jornada, fadiga e, consequentemente, menos tempo para as atividades que favoreçam uma carreira empresarial. Shelton (2006) salienta que o conflito trabalho-família vivido por empreendedoras causa impactos negativos no crescimento de suas empresas, devido à falta de tempo adicional para dedicação aos negócios. Com relação a educação empresarial, bem como as experiências anteriores, podem ser fatores que influenciam o sucesso na condução dos negócios. De acordo com Lerner, Brush e Hisrich (1997), em economias de transição, como a Hungria, a falta de formação de competências empresariais básicas são ainda os maiores obstáculos para as mulheres empresárias. De acordo com Greene et al. (2003), na Escandinávia foram encontradas mulheres menos propensas que os homens para desenvolvimento de um plano de negócios/empresarial. Ming Yhen e Chong (2007) ressaltam que na Malásia a educação empreendedora tem sido incentivada pelo governo como forma de diminuir as barreiras do empreendedorismo por mulheres. Nesse sentido, os resultados dos estudos comentados apontam pouco preparo gerencial de empreendedoras para conduzir seus negócios. Já em relação as questões referentes de acesso ao crédito e capital inicial, em geral, quando empreendedoras decidem iniciar seu novo negócio, elas contam apenas com seus bens e economias pessoais, evidenciando, assim, uma barreira existente no cenário empresarial, que é o acesso a fontes para obtenção de capital inicial (HISRICH; PETERS, 2004). Nesse sentido, Carter et al. (2007) salientam dificuldades que mulheres empreendedoras têm quanto ao acesso ao crédito junto a instituições bancárias, citando como fatores inibidores a lentidão do processo e maiores níveis de exigência para a concessão do crédito devido à discriminação por parte das instituições financeiras. De acordo com as autoras, isso ocorre por haver uma consideração de que as mulheres representam maior probabilidade de risco, apesar delas representarem uma nova fatia de mercado, sobre a qual os bancos possuem interesse. Segundo Lewis (2006), as diferenças quanto ao acesso financeiro são devidas ao preconceito existente contra as mulheres, considerando-as empreendedoras de baixa performance. Porém, estudos comprovam que a baixa performance ocorre devido à discriminação sofrida por essas empreendedoras na obtenção de crédito por meio de empréstimos bancários (AHL, 2006). Dessa forma, trabalhos como o de Shelton (2006) demonstram que a mulher possui pouco conhecimento do negócio, ou seja, baixo conhecimento gerencial e ainda por constituir negócios em segmentos que estariam fragmentados, gerando poucas oportunidades de crescimento ou sobrevivência de seus negócios, sendo estes fatores inibidores do crédito. Entretanto, mesmo com melhores níveis de escolaridade, a mulher brasileira ainda encontra dificuldades para obtenção de recursos financeiros que lhe são destinados por sua atuação profissional (NATIVIDADE, 2009). Apesar de existirem poucos estudos que evidenciam a discriminação de gênero, o estudo desenvolvido por Fay e Williams (1993) demonstrou resultados que apontaram diferenças na concessão de crédito para homens e mulheres. Por meio de um protocolo

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

experimental, foi apresentado a funcionários de uma instituição financeira, a situação de um pedido de empréstimo idêntico ao de candidatos do sexo masculino e feminino. Foi observado que diferenças de gênero foram encontradas quando o nível escolar do solicitante de empréstimo era de ensino médio, mas não quando era de ensino superior. Os autores concluíram com esse estudo que experimentalmente alguns gerentes de fato utilizam diferentes critérios de avaliação para os candidatos do sexo feminino e masculino, e que essas diferenças nos critérios de avaliação podem agir de forma que prejudique ao sexo feminino (CARTER ET AL., 2007) O estudo de Orser e Foster (1994) mencionado por Carter et al. (2007) demonstra que: “o modelo padrão 5Cs dos empréstimos bancários (caráter, capacidade, capital, garantias e condições) foi aplicado de uma maneira “subjetiva” em detrimento das mulheres empresárias”.Também empreendedoras holandesas encontraram algumas barreiras que acreditavam ser de gênero. Elas declararam conseguir um financiamento menor para iniciar o negócio, mas usavam fontes de capital semelhantes (VERHEUL, THURIK, 2001). Porém, apesar de todas as restrições mencionadas, Machado (2009) ressalta a iniciativa por parte de alguns bancos que apóiam as mulheres empreendedoras. A autora menciona estudos que relatam casos como o Banco da Irlanda, que criou um cargo de diretor responsável por elas e que constantemente fazem pesquisas em relação satisfação das mesmas com os serviços prestados referentes a questões de crédito, com a finalidade de melhorar o atendimento. Já nos EUA, um grande número de bancos têm procurado a Associação de Mulheres de Negócios para fazer parcerias, e também bancos da Itália, Portugal, Reino Unido, dos Países baixos e da Alemanha se reuniram com o apoio da União Européia e criaram o Projeto Mulher Empreendedora com a finalidade de garantir linhas de financiamento para abertura e geração das empresas por mulheres. Portanto, ainda que as mulheres empreendedoras encontrem dificuldades, o número de negócios está em constante crescimento. Mas ainda assim, é possível constatar que a realidade para muitas mulheres empreendedoras na sociedade contemporânea envolve restrições com relação à geração de políticas e iniciativas de apoio que reconhecem formas específicas de desvantagem de gênero e ajudam as mulheres a vencer estes desafios que estão presentes no cenário empreendedor (MARLOW; PATTON, 2005). No caso brasileiro, Natividade (2009) comenta sobre a importância de criar ambientes favoráveis que possam auxiliar empreendedores em sua meta para alcançar a continuidade de sua atividade e remeter-se ao sucesso, por meio de condições que favoreçam sua permanência no cenário socioeconômico, como qualificação profissional e em gestão; viabilização de microcrédito; políticas públicas voltadas para o profissional; e legislação condizente ao empreendedor. 4 METODOLOGIA Em relação a abordagem de pesquisa, trata-se de um estudo qualitativo. Para Creswell (2007) a pesquisa qualitativa é fundamentalmente interpretativa, usa métodos múltiplos que são interativos e humanísticos, ou seja, o pesquisador faz uma interpretação dos dados. Quanto ao tipo de estudo, o mesmo caracteriza-se como exploratório, pois de acordo com Siqueira (2005, p. 81) o estudo exploratório é definido como: “a sondagem, levantamento, descobrimento, pesquisa, especulação e perscrutação” A autora afirma que ocorre quando o problema é pouco conhecido ou as hipóteses ainda não foram formuladas. Procura tornar o problema mais explícito, aprimorar as idéias ou a descoberta de intuições.

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

Afim de nortear a execução desta pesquisa, buscou-se responder a seguinte pergunta de pesquisa: quais as barreiras que as mulheres empreendedoras enfrentam diante da concessão de crédito por instituições financeiras ? A pesquisa realizou-se junto a Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios, da cidade de Apucarana, visto que a cidade possui um alto índice de empresas dirigidas por mulheres junto a federação do comércio do estado do Paraná. Para tanto, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas junto a 03 empreendedoras que possuíam faixa etária de até 25 anos, de 25 a 30 anos e acima de 30 anos, a fim de compreender se as barreiras poderiam apresentar diferenciação em função da idade das empreendedoras. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, por meio do software Léxico 3, resultando no estabelecimento de categorias de análise. De acordo com Bauer e Gaskell (2000) “uma análise atenta dos dados falados transcritos, seguindo modelos baseados na analise de conversação, pode levar a compreensões mais claras sobre os dados coletados”. Como critérios éticos da pesquisa, optou-se pelo sigilo dos nomes das entrevistadas.

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos resultaram em três categorias de análise, de forma que as mesmas contribuíram para melhor compreensão do objetivo de pesquisa. Para tanto, as mesmas foram dividas em: motivos para empreender, fatores de impacto no negócio e acesso ao crédito, as quais serão apresentadas a seguir.

5.1 MOTIVOS PARA EMPREENDER

Esta categoria demonstra os motivos que levam as mulheres a empreender, sendo que por tratar-se de faixa etária diferentes entre as entrevistadas, revela que é possível verificar quais as motivações e influências que levaram as mulheres a empreender, pode-se relacionar a influência dos negócios de família, a necessidade de desenvolver seu potencial, o desejo de ter seu próprio negócio e as características pessoais das empreendedoras (MACHADO, 2009; NATIIVDADE, 2009). “Acho que eu gosto... acho que venda tá no sangue da gente... não só a venda mas o empreender... a ter seu próprio negócio, a gostar do trabalho, isso aí eu sempre gostei...” Empreendedora 001 “...é ter que trabalhar , ter meu próprio negócio , investir no próprio negócio , e eu não penso só em uma loja , nos já pensamos na segunda loja , nós estamos pensando em site já , então esse ano quase saiu a segunda a loja... quase mas como tudo é muito assim , a gente pensa , a gente coloca na balança , nada a gente faz na loucura” Empreendedora 002. “Então eu fiquei sabendo através de uma amiga da minha mãe e resolvi abrir... eu estava parada e queria trabalhar em alguma coisa e então achei assim uma oportunidade para poder começar alguma

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

coisa... É de oportunidade a partir do momento que surgiu eu comecei a pesquisar me interessar pelo assunto e depois que eu fiquei sabendo da oportunidade, que até então não tinha interesse nenhum com salão” Empreendedora 003. Verifica-se nessa categoria que a personalização integral da empreendedora que, desde cedo, por motivos próprios ou influências familiares, demonstra traços de personalidade comuns do empreendedor e ao mesmo tempo, entusiasmadas pela dinâmica de suas funções cotidianas, como conhecem o mercado e têm experiência do ramo, iniciam negócio próprio em indústria, comércio ou serviços conforme mencionado por Bernardi (2003). Entre as razões para empreender foram observadas o aumento da auto-estima, o desejo de realização, o desejo de ser independente, de satisfação de trabalho e manter a identidade e senso do que é importante, assemelhando-se aos resultados obtidos na pesquisa de Machado (2009). Nota-se também a menção ao fator oportunidade,de acordo com Dornelas (2001), o empreendedor é aquele que vai além de apenas detectar uma oportunidade, ele cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo os riscos calculados.

5.2 FATORES DE IMPACTO NO NEGÓCIO

Nesta categoria buscou-se agrupar situações que demonstram fatores de impacto favoráveis e desfavoráveis no negócio. Dentre os fatores destacados pelas empreendedoras nota-se de forma predominante a menção do conhecimento, bem como fatores desfavoráveis como a inexperiência, a burocracia e concorrência. Quanto ao conhecimento, nota-se nos relatos das empreendedoras a busca por novos conhecimentos como uma ferramenta estratégica para apoiar a gestão do negócio, conforme constata-se nos trechos a seguir: “O que facilita eu acho, que é a gente ser jovem, é entender eu faço aquilo que eu sei, eu vendo cosméticos, eu vendo produtos de beleza então, eu sei é porque eu estudei então , isso facilita eu estou na minha área , eu jamais iria vender algo que não soubesse então , eu acho que isso facilita muito” Empreendedora 002. “...você vai trabalhando, você vai tendo conhecimento, você vai fazendo curso, vai criando novidades isso eu digo bem da minha área” Empreendedora 001. “...então o conhecimento é fundamental e amor pelo trabalho é prioridade” Empreendedora 001.

Já em relação a falta de experiência, constatou-se o fator com uma barreira para o início e desenvolvimento do negócio, como ilustram os trechos: “... nunca tinha trabalhado em nada. No começo foi difícil, não tinha noção de nada. Apanhei um pouco para aprender, né. Porque querendo ou não você tem que saber muita coisa”. Empreendedora 003.

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

“Dificuldade acho que foi minha inexperiência, no começo foi mais difícil porque eu nunca tinha trabalhado” Empreendedora 003. De acordo com Gouvêa, Silveira e Machado (2008) a falta de experiência é uma das dificuldades encontradas por empreendedoras ao iniciar seus negócios. Já estudos como os de Lerner, Brush e Hisrich (1997) mencionam que a falta de desenvolvimento de competências gerenciais podem impactar no desenvolvimento das empresas. Nesse sentido, percebe-se que a falta de experiência com a atividade empreendedora acaba por impactar na formação dessas competências gerenciais. Outro fator mencionado por uma das empreendedoras refere-se a burocracia fiscal, que pelo segmento de negócio de atuação pode causar falta de competitividade em relação a concorrência de mercado : “No meu caso, no meu negócio, a minha dificuldade porque eu trabalho com produtos importados, 70% da minha loja são produtos importados, então, para eu regularizar tudo isso, tudo certo em Apucarana, fica difícil porque eu tenho o paralelo o “Paraguai”, além da falsificação, também é produto ilegal, então isso tenho uma barreira muito grande de ter o produto legal dentro da minha loja. Então, eu tenho uma concorrência desleal, isso foi algo que desde o começo foi um dos contras nosso mas a gente não sabia que seria um fator tão mais difícil como é hoje...não que a concorrência não é bom , todo o setor tem que ter, mas não desleal , tudo dentro da honestidade é algo que vem de fora que a pessoa traz” Empreendedora 002.

5.3 ACESSO AO CRÉDITO

São evidenciadas nesta categoria as questões relacionadas ao acesso ao crédito, mencionando a captação de recursos no início da atividade e no desenvolvimento do negócio. Os resultados identificados nos relatos das empreendedoras foram compatíveis com os encontrados em estudos como os de Hisrich e Peter (2004) que mencionam o uso de economias pessoais ou a busca de recursos junto a familiares para o início das atividades, conforme se apresenta nos trechos:

“Ah! No início a família ajudou mais... família é um capital a parte...” Empreendedora 001. “... meu marido foi meu maior financeiro , foi ele que me deu dinheiro, ele que me emprestou o dinheiro dele” Empreendedora 002. “Eu não, porque na época eu tinha 18 anos e hoje eu tenho 20, mas eu tinha 18, nunca tinha trabalhado então meu pai que me ajudou, não precisei de ajuda de banco, de empréstimos” Empreendedora 003.

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

A necessidade de obtenção de recursos junto a instituições financeiras também foi mencionada por uma das empreendedoras, conforme o trecho a seguir ilustra: “Ou você já tem algum capital de giro grande para começar ou você tem que ter um apoio financeiro pode ser do banco ou pode de ser de alguma outra forma” Empreendedora 001. “... a gente gosta do que faz mas trabalha para ter lucro e você precisa de um banco... então é assim como eu vou repetir é um mal necessário que você tem que ter sempre a mão porque te socorre” Empreendedora 001.

Marlow (2005) revela que acesso ao financiamento bancário para muitos iniciantes é problemático em termos de acesso e custo, porém, pode-se argumentar que as mulheres têm de vencer obstáculos maiores do que os homens se elas escolheram esse caminho em particular. Assim como no trabalho de Carter et al. (2007) as empreendedoras enfatizaram a discriminação de instituições financeiras com mulheres, inclusive mencionando o excesso de burocracia para a concessão e liberação do crédito. Na seqüência apresentam-se os relatos. “... por que, por incrível que pareça você chega num banco a figura do homem parece que é muito mais confiável do que de mulher” Empreendedora 001. “...documentos, burocracia que eles pediam, assim a gente primeiro tem que ter o orçamento , depois não pode sem nota fiscal, então eu não podia comprar o produto antes que eles liberassem o orçamento, mas como que eu ia ter o recibo sem ter comprado?” Empreendedora 002. “Era algo absurdo, porque eu chegava assim no banco : como vocês querem, não tem como eu fazer isso? Ai tem que colocar carros , tem que colocar bens , e eles não querem aquele determinado bem” Empreendedora 002. Os trabalhos de Fay e Willian (1993) e de Orser e Foster (1994), ambos mencionados por Carter et al. (2007) demonstraram que instituições financeiras podem utilizar critérios subjetivos ao analisar os processos de créditos para mulheres, dificultando assim o acesso de empreendedoras aos recursos. No entanto, foi observado que nos casos que não houve a necessidade de obter empréstimo bancário, não ocorreram dificuldades de relacionamento com o banco, como o relato a seguir ilustra: “Bem legal, nunca tive dificuldade assim, com banco para alguma coisa” Empreendedora 003. “... Ah! Vou te dar um limite, e eu não tinha nem pedido né”. Empreendedora 003.

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

Foi possível constatar, que empreendedoras percebem que mulheres são tratadas em determinadas situações, principalmente em fase inicial, de forma diferente pelos bancos. Porém Carter et al. (2007) alerta que não existem muitas evidências de discriminação sistemática por parte dos mesmos. As três categorias analisadas, motivos para empreender, fatores que impactam o negócio e acesso ao crédito, em conjunto permitem visualizar a percepção das entrevistadas quanto quanto às barreiras para obtenção de crédito. De modo geral, há uma percepção de que existem barreiras maiores às mulheres do que aos homens na mesma situação.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As percepções das mulheres empreendedoras em relação ao acesso ao crédito em instituições financeiras foram analisadas através das entrevistas realizadas com três mulheres associadas à Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios do Sistema Fecomércio de Apucarana. O objetivo foi identificar quais as barreiras que as mulheres empreendedoras enfrentam diante da concessão de crédito em instituições financeiras. Quanto aos motivos que propiciaram o início de sua atividade empreendedora constatou-se em alguns relatos a relevância de desenvolver seu potencial e o desejo de ter seu próprio negócio contando com o apoio familiar. Atualmente, no contexto global nota-se o crescimento das iniciativas empreendedoras por mulheres. Machado (2009) salienta que as mulheres empreendedoras iniciam seu empreendimento a partir da própria motivação e coragem, como estratégias de conquista por razões positivas como a independência e autonomia. No entanto, existem algumas barreiras enfrentadas por elas no momento em que decidem iniciar seu empreendimento e durante o desenvolvimento do mesmo. Os fatores de impactos no negócio tanto no aspecto positivo como negativo foram citados pelas entrevistadas. Como dificuldades, foram mencionadas a inexperiência, a concorrência e a burocracia das instituições financeiras. Essas barreiras enfatizam os pressupostos de Marlow e Patton (2005) que ressaltam a dificuldade ao acesso de níveis adequados ou fontes de financiamento e têm um grande impacto negativo sobre a atuação das empresas. E por fim, em relação a categoria acesso ao crédito, reafirma-se a visão de Machado (2009) de que as mulheres empreendedoras têm como características procurarem primeiramente levantar recursos de suas economias pessoais, em segundo apoio financeiro familiar e em último caso procuram uma instituição financeira. Constatou-se ainda falta de credibilidade perante aos bancos e de acordo com os pressupostos de Marlow e Patton (2005) observou-se que o acesso ao financiamento bancário para muitos iniciantes é precário em termos de acesso e custo, porém, pode-se argumentar que as mulheres têm de vencer barreiras maiores do que os homens se elas escolheram esse caminho em particular. No entanto, nos casos em que não houve a necessidade de obter empréstimo bancário, não foram relatadas dificuldade de relacionamento com o banco. Devido ao reduzido número de mulheres empreendedoras entrevistadas e o fato restringir-se a pesquisa a cidade de Apucarana, os resultados não permitem a sua generalização. Logo, como sugestão para trabalhos futuros é recomendado ampliar o número de mulheres pesquisadas para que se possa ter maior compreensão das barreiras da concessão de crédito enfrentadas por empreendedoras.

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

REFERÊNCIAS AHL, Helene. Why research on women entrepreneurs needs new directions. Entrepreneurship Theory and Practice, v. 30, n. 5, p. 595-621, Sep. 2006. BAUER, M.V; Gaskell, George. Análise de conteúdo clássica: uma revisão. In: BAUER, M.W. e GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Vozes, Petrópolis- RJ. 2000 BERNARDI, Luiz A. Manual de Empreendedorismo e Gestão: fundamentos, estratégias e dinâmicas. Atlas. São Paulo, 2003. CARTER, Sara; SHAW, Eleanor; LAM, Wing; WILSON, Fiona. Gender, Entrepreneurship, and Bank Lending: The Criteria and Processes Used by Bank Loan Officers in Assessing Applications. Entrepreneurship Theory and Practice, v. 31, n. 3, p. 427-444, May 2007 CRESWELL, JOHN W. PROJETO DE PESQUISA: Métodos Qualitativo, Quantitativo e Misto. 2 ª ed. Editora Atmed. São Paulo –SP, 2007. GEM - Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil : 2006. Curitiba: Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), 2007. ______, Empreendedorismo no Brasil: 2007. Curitiba: Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), 2008 ______, Empreendedorismo no Brasil: 2008. Curitiba: Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), 2009. GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR Report on Women and Entrepreneurship – 2007. GEM BRASIL. Livro GEM – Global Entreneurship Monitor – Empreendedorismo no Brasil 2009. Disponível em . Acesso em: 03 maio 2010. GODWIN, Lindsey N; STEVENS, Christopher E; BRENNER, Nurete L. Forced to play by the rules? theorizing how mixed-sex founding teams benefit women entrepreneurs in maledominated contexts. Entrepreneurship Theory and Practice, v. 30, n. 5, p. 623-642, Aug. 2006. GOUVÊA, Anna Beatriz Cautela Tvrzská de; SILVEIRA, Amélia; MACHADO, Hilka Vier. Compreensões do empreendedorismo e do exercício do papel por mulheres empreendedoras. 2008. . HAMOUDA, Angela; HENRY, Colette; JHONSTON, Kate. The role of networking in the creation and Development of women-led businesses: a study of Female eentrepreneurs in Ireland. 26th ISBA National Small firms Conference: SMEs in the Knowledge Economy, 2003. Disponível em: . Acesso em: 31 mar. 2010. HISRICH; Robert D., PETERS; Michael P. Empreendedorismo. 5 ed., Porto Alegre: Bookman, 2004. HISRICH, Robert D; PETERS Michael P; SHEPHERD, Dean A. Empreendedorismo. Bookman. Rio Grande do Sul, 2009. JONATHAN, Eva G. Empreendedorismo Feminino no Setor Tecnológico Brasileiro: dificuldades e tendências. In: EGEPE – ENCONTRO DE EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DE PEQUENAS EMPRESAS. 3., 2003, Brasília. Anais... Brasília, UEM/UEL/UnB, 2003, p. 41-53. MACHADO, H. V. . Tendências do comportamento gerencial da mulher empreendedora. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 23.,1999, Foz do Iguaçu. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 1999. 1 CDROM.

Patrocínio

Realização

Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas - 2012

LERNER, Miri; BRUSH, Candida; HISRICH, Robert. Israeli Women Entrepreneurs: an examination of factors affecting performance. Journal of Business Venturing, v.12, 315-339, 1997. LEWIS, Patricia. The quest for Invisibility: Female Entrepreneurs and the Masculine Norm of Entrepreneurship. Gender, Work and Organization. V. 13, n. 5, p. 453-469, September 2006. MACHADO, Hilka Vier et al. Female and male entrepreneurs managerial behaviour: a brazilian study. International Management, Montreal, v. 7, n. 1, p. 21-31, 2002. MACHADO, Hilka V. Identidades de Mulheres Empreendedoras. Eduem. Maringá 2009. MARLOW, Susan; PATTON, Dean. Artigo ENTREPRENEURSHIP THEORY and PELLEGRINO, E. T., REECE, B. L. Perceived formative and operational problems encountered by female entrepreneurs in retail and service firms. Journal of Small Business Management, 20 (2), 15-25, 1982.PRACTICE- All Credit to Men? Entrepreneurship, Finance, and Gender. 2005. MING-YEN; Teoh Wendy, CHONG; Siong-Choy. Theorising a framework of factors influencing performance of women entrepreneurs in Malaysia. Journal of Asia Entrepreneurship and Sustainability, v. III, Issue 2, p. 1-17, September, 2007. NATIVIDADE; Daise Rosas da. Empreendedorismo feminino no Brasil: Políticas Públicas Sob Análise. Revista de Administração Pública, v.43, n. 1, Jan./fev..2009. SHELTON, Lois M. Female entrepreneurs, work-family conflict, and venture performance: new insights into the work-family interface. Journal of Small Business Management, v. 44, n. 2, p. 285-297, Apr. 2006. SIQUEIRA, Marli A.S. Monografias e Teses: Das Normas Técnicas ao Projeto de Pesquisa. Brasília: Consulex, 2005. VERHEUL, I. THURIK, R. Start-up capital: Does gender matter? Small Business Economics 16 (4), 329-345, 2001.

Patrocínio

Realização

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.