PIBID Espanhol UEPG: Estudo e aplicação da Lei 10.639/03 no ensino de espanhol

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PIBID Espanhol UEPG: Estudo e aplicação da Lei 10.639/03 no ensino de espanholi Ligia Paula Couto (UEPG) [email protected] Ione da Silva Jovino (UEPG) [email protected] Renan Fagundes de Souza (UEPG) [email protected]

Resumo: A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) participa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) em várias licenciaturas. Na subárea de Licenciatura em LetrasPortuguês/Espanhol, o projeto denominado ¡Arriba PIBID! desenvolve pesquisas e trabalhos em duas escolas estaduais em Ponta Grossa, Paraná. O grupo de bolsistas conta com duas professoras coordenadoras, doze graduandos e duas professoras supervisoras (professoras da rede pública de ensino). O objetivo deste artigo é discutir como o projeto está trabalhando o ensino da língua espanhola em duas escolas públicas de Ponta Grossa. Primeiramente, nos embasamos na teoria dos gêneros textuais em uma perspectiva multicultural, ressaltando o estudo e aplicação da Lei 10.639/03. Essa Lei passou a vigorar a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afrobrasileiras e africanas. Nos apoiamos também como referencial no Parecer CNE/CP 3/2004 que institui as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico Raciais e o Ensino de História e Culturas Afrobrasileiras e Africanas, a serem executadas pelos estabelecimentos de ensino de diferentes níveis e modalidades. A metodologia de ação do projeto foi formar pedagogicamente seus integrantes e elaborar um livro didático de acordo com a teoria dos gêneros textuais e as africanidades e aplicar, no 2º semestre de 2012, esse livro na duas escolas públicas. Os resultados atingidos até agora incidem na contribuição com as discussões para a área de formação de professores, na aproximação da teoria com a prática no que se refere à teoria dos gêneros textuais e às africanidades e na elaboração de um livro didático para o ensino de espanhol nessa perspectiva. Palavras chave: PIBID, Ensino de espanhol, Africanidades, Gêneros textuais, Lei 10.639/03.

Spanish PIBID UEPG: The study and application of Law 10.639/03 in Spanish teaching Abstract Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) takes part of Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) in different courses. In the course of Spanish/Portuguese, the project ¡Arriba PIBID! has developed research and studies in two public schools in Ponta Grossa, Paraná. The group has two coordinators, twelve graduate students and two supervisors (public school teachers). The objective of this article is to discuss how this project is dealing with the Spanish teaching in two public schools in Ponta Grossa. First of all, we base our studies and actions on the textual genres theory in a multicultural perspective, with the intention to study and apply the Law 10.639/03. This Law obliges Brazilian schools to include the teaching of History and Afrobrazilian and African culture in their curriculum. We also take into consideration the Parecer CNE/CP 3/2004 which institutionalizes the Curriculum Directives to the Ethnical Relation Education and History and

Afrobrazilian and African Culture Teaching, to be executed in different levels and modalities of teaching. The project methodology works on teaching education of its group, on the elaboration of a book to teach Spanish in high school, according to textual genres theory and africanities, to be applied in two public schools in the 2nd semester of 2012. The results refer to the contribution to the discussions in the area of teaching education, to the relation between theory and practice in terms of textual genres theory and africanities and to the elaboration of a Spanish teaching book according to this perspective. Key-words: PIBID, Spanish teaching, Africanities, Textual genres theory, Law 10.639/03.

1 Introdução Este artigo tem como objetivo discutir os estudos investigativos do subprojeto PIBID Letras/Espanhol, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Paraná, principalmente sobre o conceito de africanidades. Esse subprojeto é denominado ¡Arriba PIBID!, está em andamento desde julho de 2011 e trata de questões relacionadas ao ensino/aprendizagem de espanhol. Entre as questões foco do projeto está a inserção da Lei 10.639/03 no ensino da língua espanhola e sua relação com os conceitos de africanidades e multiculturalismo. O projeto é composto pelos seguintes integrantes: duas professoras coordenadoras (professoras da UEPG da área de estágio de espanhol e português), duas professoras supervisoras (professoras de espanhol da rede pública estadual), doze graduandos/as (alunos/as da UEPG do curso de Letras Espanhol/Português) e uma voluntária (ex aluna da UEPG do curso de Letras Espanhol/Português). O PIBID é um programa que tem como órgão de fomento a CAPES da Diretoria da Educação Básica Presencial, sua proposta valoriza futuros docentes durante o seu processo de formação, com o objetivo de aperfeiçoar o processo de formação de professores para a educação básica e, assim, visando melhorar a qualidade da educação pública no país.

2 Os referenciais teóricos do grupo ¡Arriba PIBID! O grupo ¡Arriba PIBID! tem como seu objetivo principal o ensino da língua espanhola embasada na teoria dos gêneros textuais (Bakhtin, 2003; Marcuschi, 2008), em uma perspectiva de abordagem multicultural (Lei 10.639/03; Gonçalves e Silva, 2003; Silva, 2005). A preocupação do grupo com o desenvolver de uma abordagem multicultural é voltada para a teoria dos gêneros textuais e também para a proposta das Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná (DCE-PR). De acordo com as DCE-PR (2008), é fundamental que o aluno perceba e entenda questões referentes à diversidade linguística e cultural da língua

estrangeira (LE) que está estudando e, a partir disso, consiga estabelecer relações com o mundo em que vive. Já no que se refere à teoria dos gêneros textuais, segundo a DCE-PR (2008), tratar o ensino da LE fundamentado nesta teoria significa assumir os discursos sociais que compõem essa língua, ou seja, considerar textos (orais e escritos) que fazem parte de práticas discursivas para ensinar a LE. As Diretrizes Currilares do Estado do Paraná (2008, p. 58) ressaltam que esses textos precisam ser autênticos e o trabalho com eles envolveria “a análise e a crítica das relações entre texto, língua, poder, grupos sociais e práticas sociais”. Sendo assim, concordamos com Hila quando afirma que: No caso da leitura, o que se tem ressaltado é que a escola precisa formar leitores críticos que consigam construir significados para além da superfície do texto, observando as funções sociais da leitura e da escrita nos mais variados contextos, a fim de levá-los a participar plena e criticamente de práticas sociais que envolvem o uso da escrita e da oralidade. A noção, portanto, de prática social, convoca um dos primeiros argumentos em defesa do uso dos gêneros em sala de aula. (HILA, 2009, p. 159).

Nesse artigo, no entanto, nos voltaremos para a discussão de um dos referenciais teóricos do projeto, que é a abordagem multicultural e o conceito de africanidades.

3 A abordagem multicultural e as africanidades no ¡Arriba PIBID! Para o desenvolvimento da temática da abordagem multicultural e as africanidades, o subprojeto tem como os seus principais referenciais teóricos os autores Gonçalves e Silva (2003) e Silva (2005). Começaremos a discussão pela abordagem multicultural e, na sequência, trataremos do conceito de africanidades. Gonçalves e Silva (2003) discorrem sobre o que vem a ser o “multiculturalismo”: O multiculturalismo é o jogo das diferenças, cujas regras são definidas nas lutas sociais por atores que, por uma razão ou outra, experimentam o gosto amargo da discriminação e do preconceito no interior das sociedades em que vivem (...). Isto significa dizer que é muito difícil, se não impossível, compreender as regras desse jogo sem explicitar os contextos sociohistóricos nos quais os sujeitos agem, no sentido de interferir na política de significados em torno da qual dão inteligibilidade a suas próprias experiências, construindo-se enquanto atores. (GONÇALVES e SILVA, 2003, p.111).

Com base na citação elencada anteriormente, o ¡Arriba PIBID! faz a relação do multiculturalismo com a prática da Lei 10.639/03, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Africana nas escolas de todo o Brasil, sendo ela pública ou particular,

porém, junto no ensino da língua espanhola. Nesse sentido, o projeto procura propor um ensino da língua espanhola que considere as culturas de todos os países hispano falantes e também as contribuições das culturas africanas para essas respectivas culturas. Essa defesa da importância da cultura para o ensino de LE se pauta em uma fundamentação que se volta para a abordagem multicultural e que, nesse sentido, objetiva um processo de ensino/aprendizagem em que o aluno, ao aprender e discutir outras culturas, possa se tornar mais crítico e conhecedor do mundo ao redor, ou seja, reconhecer a cultura de outro país poderá auxiliar o aluno a estabelecer relações com a sua própria cultura e distanciar-se de posturas preconceituosas. Em relação às africanidades, tomamos o conceito elaborado por Silva (2005), para quem a expressão refere-se às raízes da cultura brasileira que têm origem africana. Em outras palavras, queremos nos reportar ao modo de ser, de viver, de organizar suas lutas, próprio dos negros brasileiros e, de outro lado, às marcas da cultura africana que, independentemente da origem étnica de cada brasileiro, fazem parte do seu dia a dia. As Africanidades Brasileiras vêm sendo elaboradas há quase cinco séculos, na medida em que os africanos escravizados e seus descendentes, ao participar da construção da nação brasileira, vão deixando nos outros grupos étnicos com que convivem suas influências e, ao mesmo tempo, recebem e incorporam as destes. Portanto, estudar as Africanidades Brasileiras significa tomar conhecimento, observar, analisar um jeito peculiar de ver a vida, o mundo, o trabalho, de conviver e de lutar pela dignidade própria, bem como pela de todos descendentes de africanos, mais ainda de todos que a sociedade marginaliza. Significa também conhecer e compreender os trabalhos e criatividade dos africanos e de seus descendentes no Brasil, e de situar tais produções na construção da nação brasileira (SILVA, 2005, p. 156).

O projeto, por focar o ensino da língua espanhola, tem buscado ampliar o conceito de africanidades para tratar dos povos falantes do espanhol, procurando elementos que tenham raízes africanas em suas culturas e aplicando ao ensino de espanhol como LE. Queremos, com base no exposto por Silva (2005), nos reportar aos modos de ser, de viver, de organizar suas lutas, próprio dos negros latino americanos e, de outro lado, às marcas da cultura africana que, independentemente da origem étnica de cada um, fazem parte do seu dia a dia e podem de alguma maneira se relacionar com as culturas de origem africanas e afrobrasileiras. Vale ressaltar que esse subprojeto PIBID da UEPG tem o intento de aplicar a Lei 10.639/03 na sala de aula na língua espanhola apontando as africanidades dos países falantes de espanhol. A Lei 10.639/03, promulgada em 09 de janeiro de 2003, modifica o artigo 26A

da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afrobrasileira, bem como da “História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil” (BRASIL, 2003). Lembramos que essa lei foi posteriormente reformulada pela Lei 11.645/08, estabelecendo também a obrigatoriedade do ensino da história e cultura indígena brasileira. Para os participantes do projeto, o objetivo de desenvolver a Lei 10.639/03 na prática, em uma perspectiva multicultural com base na teoria dos gêneros textuais, passa a ser um compromisso de todos os integrantes do projeto em discutir e ensinar a língua espanhola levando em consideração o contexto brasileiro de ensino e também a DCE-PR (2008). Tomamos, dessa maneira, como base um dos princípios estabelecidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana, conforme o PARECER CNE/CP 3/2004, qual seja “Consciência política e histórica da diversidade”, que, entre outras coisas, busca conduzir: - à compreensão de que a sociedade é formada por pessoas que pertencem a grupos étnicorraciais distintos, que possuem cultura e história próprias, igualmente valiosas e que em conjunto constroem, na nação brasileira, sua história; - ao conhecimento e à valorização da história dos povos africanos e da cultura afrobrasileira na construção histórica e cultural brasileira; (BRASIL, 2004, p. 18-19).

Neste processo, o papel das universidades é definido na Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004, CNE/CP, que diz em seu Art. 1º, § 1º: “As Instituições de Ensino Superior incluirão nos conteúdos de disciplinas e atividades curriculares dos cursos que ministram, a Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes, nos termos explicitados no Parecer CNE/CP 3/2004” (BRASIL, 2004, p. 11). Assim, de acordo com os pressupostos sobre diversidade previstos nas DCE-PR, com a Lei 10.639/03, com o Parecer CNE/CP 03/2004 e como o papel definido pelas universidades pela Resolução CNE/CP 1/2004, fizemos uma proposta que não só pretende trazer mudanças curriculares, mas sobretudo, seguir na direção da necessidade de reeducação. Trata-se de conhecer, entender, esmiuçar, rever, reconstruir ideias, noções e práticas que, até então,

amparam as desigualdades étnicorraciais que se fazem presentes em todos os níveis de ensino, conforme aponta o Parecer CNE/CP 03/2004. Deste modo, considerar as africanidades no ensino de uma LE ampliará as temáticas discutidas no aprendizado dessa língua e, consequentemente, a escolha de textos que serão utilizados para promover tais discussões. Essa ampliação, além disso, visa colaborar com uma reflexão crítica dos alunos em relação às culturas dos países hispano falantes e às contribuições das culturas africanas para todas essas culturas. Esse movimento reflexivo crítico

objetiva

um

crescimento

intelectual

dos

envolvidos

no

processo

de

ensino/aprendizagem da língua espanhola, principalmente com relação a questões que se referem às culturas estrangeiras.

4 O conceito das africanidades na prática do ensino da língua espanhola Nesse tópico, visamos aclarar como os estudos e as discussões realizadas pelo grupo PIBID Espanhol sobre a temática das africanidades apareceram na prática de ensino da língua espanhola, principalmente nas duas escolas públicas de Ponta Grossa em que o projeto atua. Desde o início do projeto, em julho de 2011, o grupo PIBID vem lendo textos (referencial teórico) e discutindo sobre os objetivos do projeto. Ao final do ano de 2011, os bolsistas tiveram a tarefa de elaborar uma unidade didática (UD) para fazer parte de um livro didático (LD), o qual será utilizado no 2º semestre de 2012 nas duas escolas. As coordenadoras e supervisoras do subprojeto, depois de reuniões e discussões sobre como desenvolverem as UDs, estabeleceram a estrutura das UDs. Vale destacar que foi deixado livre para que cada bolsista escolhesse o tema da sua UD, o qual procuraria trabalhar seguindo a estrutura previamente estabelecida, explorando a teoria dos gêneros textuais já estudada e considerando o conceito de africanidades. Para realizar a UD, nesse sentido, as professoras coordenadoras do subprojeto enfatizaram, em suas orientações, que cada bolsista buscasse e selecionasse fontes genuínas para o trabalho com os gêneros e as africanidades. Na execução da primeira versão das UDs, de acordo com as professoras coordenadoras do projeto, a temática das africanidades não foi abordada por todos os bolsistas. As professoram salientaram que a maior concentração de dúvidas, na grande parte dos bolsistas, foi de como seria trabalhado o aspecto gramatical partindo de um gênero textual foco, de uma forma indutiva e não de texto como pretexto para o ensino da gramática. Após o

término da primeira versão das UDs, os bolsistas declararam que trabalhar com as africanidades foi difícil pela falta de materiais disponíveis e de fácil acesso; sendo assim, a maior dificuldade foi em encontrar textos com fontes confiáveis e que relacionasse com o tema foco da UD. Como explicita Silva (2005), as fontes genuínas são aquelas que permitam vislumbrar pontos de vista dos próprios negros. E, para um bom resultado no trabalho com as africanidades, é necessário ir além do trato diário e demanda interesse esforços para conhecer toda a problemática socioeconômica; étnico-racial que enfrentam, como também “sua história, a partir das vivências que têm sofrido e construído ao longo da participação dos antepassados escravizados e de seus descendentes” (SILVA, 2005, p.169) na vida das sociedades às quais pertencem. Assim, os integrantes do projeto, para compor suas UDs, procuraram textos que não fossem comuns em livros didáticos, com o propósito de elaborar um trabalho genuíno e inédito para futura publicação depois de outras versões e revisões das UDs elaboradas. Depois de todas as orientações dadas pelas professoras coordenadoras, e com o auxílio das professoras supervisoras para a elaboração das UDs, o grupo produziu quatorze UDs, além das doze produzidas pelos bolsistas, as professoras envolvidas no projeto também elaboraram as suas unidades para composição final do LD nas propostas desenvolvidas e defendida pelo subprojeto. As UDs apresentaram temas e gêneros textuais distintos e, consequentemente, contou com diferentes aspectos gramaticais relacionados aos textos (gênero textual foco) das UDs. Por um lado, em relação ao trabalho das africanidades, as professoras coordenadoras haviam orientado que, estivéssemos “curiosos e comprometidamente atentos”, conforme salienta Silva (2005, p. 170). E, na refacção das UDs e finalização da segunda versão, somente um bolsista não conseguiu atingir o objetivo proposto, ou seja, incorporar as africanidades no ensino da língua espanhola. Contudo, após revisão das coordenadoras, o conteúdo foi incluído pelas mesmas. Abaixo, seguem os resultados de nossa produção: TEMA Turismo

AFRICANIDADES Atividade sobre origens da cozinha brasileira e sobre pratos com elementos indígenas e africanos. Atividade de investigação sobre pratos de origem afro na América do Sul que tenham como elemento o feijão preto.

Moda

Fotos da coleção “Royal Black” da marca Osklen somente com modelos negros e negras. Artigo sobre escassa presença negra na semana de moda no Rio de Janeiro e debate sobre cotas no meio da moda. Notícia sobre miss universo negra angolana eleita em concurso realizado no Brasil.

Beleza Mulher

História de Vida

Meio Ambiente

Ritmos musicais

Relações étnico raciais em Cuba visão de Carlos Moore, dados sobre população negra em Cuba (atividade). Atividade sobre festa de Reis, “Carnaval Negro” em Cuba. Proposta de Criação de Cartaz para circular em Cuba. Entrevista (escrita) com Carlos Moore, estudo de questões relativas à vida dele e das relações raciais em Cuba e no Brasil. Quadrinho sobre meio ambiente no qual a personagem é negra. Relação do tema com história do Egito, mitos e deuses relacionados à natureza. Proposta de criação de quadrinho a partir de um do autor Ramón Esono Ebalé artista da Guiné Equatorial, mas que vive no Equador, para ser publicado em revista no Egito. Conteúdo sobre diferentes ritmos e influências africanas. Influência de artistas e ritmos africanos em clipes de artistas mundialmente conhecidos.

Profissões

Recortes de raça e gênero em artigo sobre desemprego em Cuba.

Estereótipos

Conto da tradição oral afroequatoriana.

Esportes

Cartaz sobre capoeira no Equador.

Arte

Poema de autor afrocubano. Artigo e atividades sobre dança afroperuana.

Festas folclóricas

Diversidade linguística – língua palenque Colombia. Festas afrocolombianas.

Juventude

Cartaz sobre encontro de Juventude Negra na Espanha. Atividades sobre ano da afrodescendência e sobre reivindicações da juventude negra.

Hábitos alimentares

Artigo e atividade sobre cozinha afroequatoriana. Tabela 1 – Resultado da produção das UDs após revisão de segunda versão

Para o segundo semestre de 2012, está prevista a publicação das primeiras sete UDs em forma de livro didático. Esse LD será disponibilizado nas duas escolas públicas em que o projeto está inserido e também será disponibilizado gratuitamente em ambiente virtual para que outros professores de espanhol possam acessá-lo. 5 A importância da formação de professores para a Lei 10.639/03 A oportunidade que o ¡Arriba PIBID! oferece aos graduandos por já poderem estar em contato com o futuro campo de trabalho, a sala de aula, e por estudarem o ensino da língua

espanhola a partir de uma perspectiva diferenciada, objetiva cooperar para o crescimento profissional e também para a formação de um graduando mais crítico e responsável em sua relação teórico/prática do magistério. A nosso ver, a Lei 10.639/03 ainda enfrenta certas barreiras para se fazer presente nas escolas brasileiras. Isso no leva a questionar: Qual é o interesse dos profissionais em trabalhar a temática das africanidades nas diferentes disciplinas do currículo? Como está sendo trabalhada e de que maneira as africanidades são elencadas por professores e alunos nas discussões na sala de aula? Qual formação o futuro professor está recebendo, nos cursos de licenciatura, para lidar com essa questão? Com a nossa participação na sala de aula junto com as professoras supervisoras nas duas escolas públicas e as discussões teóricas realizadas semanalmente pelo grupo PIBID, acreditamos que estamos contribuindo para iniciar uma transformação necessária no ensino da língua espanhola, no sentido de considerar todas as culturas dos países que falam espanhol e a presença das culturas africanas nesses países.

6 Conclusões Pode-se concluir, ao término desse artigo, que a elaboração de um projeto pertencente ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, possui a finalidade não somente de transformar a prática de um futuro docente na sala de aula, mas também o professor que está atuando na escola pública, pois o projeto incide na relação do professor formado com o professor em formação, em uma parceria com a universidade. Faz-nos questionar em alguns pontos: por que não se é tratado mais a fundo a questão da prática da Lei 10.639/03 nos bancos da academia? E os graduandos que não participam de projetos de incentivo a docência tem o mesmo compromisso com a sala de aula do que um aluno que está engajado sobre a temática das africanidades? Portanto, o ¡Arriba PIBID! está tentando deixar mais acessível o trabalho com a temática das africanidades para o ensino de línguas e, mais especificamente, o ensino da língua espanhola. Esse objetivo é atingido por meio de um movimento de aproximação da teoria com a prática, em que os participantes estudaram as teorias que fundamentam a proposta, observaram aulas na escola pública e elaboraram UDs, as quais farão parte de um livro didático que será utilizado em duas escolas públicas; ou seja, sem o estudo da teoria e sem a vivência prática, a configuração do LD seria impossível. O movimente seguinte será o

de, além de aplicar as UDs, avaliar o processo de ensino/aprendizagem que ocorreu a partir delas. Mas a avaliação e a discussão dos resultados desse trabalho nas escolas públicas já é outra história...

7 Referências BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2003. BRASIL. Lei 10.639/2003. Estabelece a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura afro-Brasileria e Africana. Brasília, Ministério da Educação, 2003. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Parecer CNE/CP 3/2004. Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura afro-Brasileria e Africana. Brasília, Ministério da Educação, 2004. GONÇALVES, Luis Alberto Oliveira; SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e. Multiculturalismo e educação: do protesto de rua a propostas e políticas. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 109-123, 2003. HILA, Cláudia Valéria Doná. Ressignificando a aula de leitura a partir dos gêneros textuais. In: NASCIMENTO, E. L. (Org.). Gêneros textuais: da didática das línguas aos objetos de ensino. São Carlos: Editora Claraluz, 2009. cap. 5, p. 151-194. PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. 2008. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e. Aprendizagem e Ensino das Africanidades Brasileiras. In: MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília: MEC/BID/UNESCO, 2005.

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O presente trabalho foi realizado com apoio do PIBID, da CAPES.

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