Planejamento integrado no tratamento da agenesia dentária

June 14, 2017 | Autor: G. Barros Coelho | Categoria: Introdução ao estudo de Direito
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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS

MARIANA FERREIRA FERNANDES

AGENESIA DE INCISIVO LATERAL SUPERIOR: FECHAMENTO OU REABERTURA DO ESPAÇO?

FLORIANÓPOLIS - 2011

MARIANA FERREIRA FERNANDES

AGENESIA DE INCISIVO LATERAL SUPERIOR: FECHAMENTO OU REABERTURA DE ESPAÇO?

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Ortodontia da ICS - FUNORTE Núcleo Florianópolis, como requisito para a obtenção de título de Especialista.

Orientadora: Fernanda da Silva Guerreiro

FLORIANÓPOLIS - 2011

Mariana Ferreira Fernandes

Agenesia de incisivo lateral superior:fechamento ou reabertura do espaço? Monografia apresentada ao programa de pós-graduação do Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/ SOEBRAS Núcleo Florianópolis, como parte dos requisitos à obtenção do título de Especialista em Ortodontia.

Orientador: Profa Fernanda Guerreiro

DATA DA APROVAÇÃO: 14/04/2011 MEMBROS DA BANCA:

PROF. ALVARO FURTADO (MESTRE) INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FUNORTE

PROF. HENRIQUE DAMIANI (MESTRE) INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FUNORTE

PROFA. FERNANDA GUERREIRO(MESTRE)

Fernandes, Mariana Ferreira Agenesia de incisivo lateral superior: fechamento ou reabertura de espaço? Orientador Profa.Fernanda Guerreira – Florianópolis – ICS– FUNORTE/SOEBRAS–Monografia (Especilização em Ortodontia) – Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/ SO0EBRAS – Florianópolis, 2011. 38 1.Tratamento Ortodôntico 2. fechamento de espaços 3. Reabertura de espaço

PENSAMENTO

“A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar é aproximar-se de Deus.” Pitágoras

DEDICATÓRIA

Agradeço a Deus primeiramente por tudo que me tem dado, principalmente força e saúde; a meu querido marido, que tem me apoiado em cada decisão; a minha amada filha, a quem por muitos fins de semana deixei de dar atenção; e muito especialmente aos professores, que não me deixaram desistir e me apoiaram nessa longa jornada.

RESUMO

O tratamento da agenesia de incisivo lateral é sempre um desafio na clínica diária. A demanda por um gerenciamento ortodôntico bem sucedido associado ou não ao recurso protético é alta, principalmente devido ao resultado na estética facial. O presente artigo tem o objetivo de discorrer acerca do diagnóstico e prevalência da agenesia de incisivo lateral superior e os tipos de tratamento propostos para pacientes classe I, II ou III. Para os pacientes diagnosticados com tal maloclusão, existem duas principais opções: abertura ou fechamento do espaço, sendo que o objetivo principal de ambos os tratamentos é a busca por estética dental e facial, função e saúde do sistema estomatognático. No entanto, existem muitas controvérsias quando a opção é conciliar os objetivos. É possível obter como resultado estética, função e estabilidade? Para isso, faz-se necessária uma relação multidisciplinar, tais como ortodontia, dentística restauradora, implantodontia e prótese, e um diagnóstico preciso de cada caso. Palavras-chave: agenesia de incisivo lateral superior, abertura de espaço, fechamento de espaço.

ABSTRACT

The treatment of lateral incisor agenesis is always a challenge in everyday practice. The demand for a successful orthodontic management with or without prosthetic use is high, mainly due to the result in facial esthetics. This article aims to discuss about the diagnosis and prevalence of upper lateral incisor agenesis and the treatment options offered to patients class I, II or III. For patients diagnosed with malocclusion as there are two main options: open or closed space, and the most important in both treatments is to search for dental and facial aesthetics, function and health of the stomatognathic system. However, many controversies when the option is reach the goals. Can you get a result as aesthetics, function and stability? For this, it is necessary for a multidisciplinary, such as orthodontics, restorative dentistry, implantology and prosthetics, for an accurate diagnosis of each case.

Key words: upper lateral incisor agenesis, close space, keep space.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................9 2 PROPOSIÇÃO ..............................................................................................10 3 RETROSPECTIVA DE LITERATURA ...........................................................11 4 DISCUSSÃO ..................................................................................................29 5 CONCLUSÃO.................................................................................................34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................35

1. INTRODUÇÃO É comum deparar-se com pacientes que possuem agenesia de incisivo lateral superior. A etiologia da ausência dentária é multifatorial, incluindo a predisposição

genética,

infecção

ou

inflamação

local,

normalmente

relacionadas à hereditariedade e à evolução, que por dados acometem mais as mulheres na razão de 3:2 (MOREIRA; ARAÚJO, 2000). Suspeita-se clinicamente de agenesia quando a cronologia da esfoliação dentária está alterada. Um exame radiográfico pode confirmar o exame clínico, e junto com o paciente e/ou seus responsáveis planejar o tratamento. Esta agenesia pode ser bilateral ou unilateral. Quando unilateral, normalmente o homólogo tem alguma anomalia de forma ou tamanho, hipodontia ou microdontia, exemplo um dente conoide, que na maioria das vezes não compensa manter, devido à espessura de sua raiz. A extração é a melhor opção para fechamento do espaço e melhor simetria de tamanho do arco e alinhamento da linha média. (MACEDO et al. 2008) As opções terapêuticas são duas: manter o espaço para reabilitações, como implante prótese, ou fechar o espaço. Dependendo da idade do paciente indicam-se as condições. Em criança, é necessário aguardar a fase de crescimento craniofacial para realização de implantes, assim uma placa de contenção removível ou uma prótese colada de resina podem ser uma opção viável. Já para o fechamento de espaço, o tempo de tratamento ortodôntico é maior, oferece mais segurança e é a mais aceita entre os pacientes, caracterizando o canino em incisivo lateral com desgastes, facetas e movimentos ortodônticos, como torque e extrusões. Após o término do tratamento de fechamento de espaço, é indicado fazer uma contenção fixa de primeiro pré-molar a primeiro pré-molar e depois com o tempo soltá-la, deixando somente preso até os caninos. (LOCATELLI, 2000) Atualmente, com o avanço dos mini-implantes e dos implantes, também se tem indicado a abertura de espaço, até por seu não comprometimento com a oclusão funcional do canino, tendo em vista necessidades multidisciplinares para se chegar à satisfação do paciente. Nos resultados dos presentes estudos, os dentes incisivos laterais superiores são os mais acometidos pela

agenesia (32,98%), em seguida vêm o primeiro e segundo pré-molares (29,78%). (MOREIRA; ARAÚJO, 2000)

2. PROPOSIÇÃO A presente pesquisa tem como objetivo mostrar as vantagens e desvantagens do tratamento ortodôntico por fechamento ou abertura de espaço para pacientes com agenesia de incisivo lateral superior.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Segundo Vieira et al. (1998), o odontopediatra é o profissional responsável pelo monitoramento do desenvolvimento ortofuncional da criança, desde o nascimento até a idade adulta. Dessa forma, cabe a ele o diagnóstico da maior parte das anomalias dentárias dessa faixa etária. Após o diagnóstico correto, deve-se esperar até a dentição permanente para que se inicie o tratamento definitivo. A odontopediatria atua como coadjuvante imprescindível nesse processo multidisciplinar. Sabri (1999) ressalta que a ausência de incisivo lateral superior, como qualquer maloclusão existente, deve ser gerida dentro de um plano conjunto de tratamento. Fatores como tamanho, posição, forma e cor dos dentes, efeito da oclusão global e estética facial e dentária devem ser considerados ao decidir criar o eventual espaço ortodôntico ou fechá-lo. Vantagens e desvantagens das duas modalidades de tratamento e as várias opções para substituição com prótese em abrir o espaço ortodôntico devem ser discutidas com o paciente. No passado, quando se optava pelo fechamento ortodôntico do espaço, substituir a falta dos incisivos laterais usando os caninos era o procedimento mais comum. Quando a opção era abertura de espaço para futura prótese, a solução era a convencional ponte. O advento das alternativas conservadoras de próteses e a tendência a não extração em ortodontia fizeram a abertura do espaço ortodôntico juntamente com a substituição do lateral ausente. Já no estudo de Moreira e Araújo (2000) em 618 pacientes que tratados na clínica do curso de especialidade em ortodontia do COP/PUCMG, 46 correspondente a 96,78% do total, apresentam agenesia de um ou mais dentes e as agenesias ocorreram com maior frequência no sexo feminino em uma proporção de 3:2. A maioria das ocorrências foi em incisivo lateral superior (32,98%) e os segundos pré-molares inferiores (29,78%). Os incisivos laterais superiores e os segundos pré-molares foram os dentes mais acometidos, e a

maioria dos pacientes com agenesias eram portadores de classe I esquelética.e classe II dentária. Para Locatelli (2000), nos casos de agenesia dos incisivos laterais, a proposta é uma melhor estética, uma melhor duração a longo prazo, um maior conforto para o paciente, menor custo e um tratamento mais conservador. Algumas vantagens que se pode visualizar com a prótese adesiva próxima ao “espaço vazio” é que os dentes vizinhos não são modificados, mas com isso esta prótese adesiva perde facilmente a união dos pilares se não forem realizadas retenções no esmalte dentário. Já na prótese parcial removível provisória com dentes comerciais, a estética é sem dúvida muito melhor, o conforto para o paciente é indubitavelmente superior, além disso tem toda uma estrutura, uma adequada forma de “splinter”, a contenção móvel pode ser usada somente durante a noite, desta forma o jovem de 12 a 13 anos poderá considerar o tratamento ortodôntico finalizado e poderá aguardar o momento certo para o implante dentário e a restauração protética, sabendo que poderá sorrir a qualquer momento. Robertsson e Mohlin (2000) fizeram um estudo com o objetivo de comparar o resultado estético (de acordo com a opinião do paciente), a função oclusal e a saúde periodontal nos casos tratados com fechamento de espaço e com abertura de espaço. Nessa amostra, 50 pacientes com agenesia de incisivo lateral superior permanente foram selecionados conforme os seguintes critérios: ausência congênita de incisivo lateral superior direito e/ou esquerdo; ausência de apenas um dente em cada quadrante; pacientes nascidos antes de 1971; pacientes não tratados com implante para substituir o incisivo lateral ausente. Cento e três pacientes preencheram esse critério, 73% apresentavam agenesia bilateral. Cinquenta pacientes foram selecionados aleatoriamente; 30 foram tratados com fechamento de espaço e 20 com abertura de espaço e prótese; 36 (72%) eram mulheres e 14 (28%) homens, com média de idade de 25,8 anos e tempo médio, após fim do tratamento, de 7,1 anos. Trinta e nove pacientes apresentavam ausência de incisivo lateral superior direito e esquerdo e 11 apresentavam apenas um incisivo lateral ausente. Concluíram que o fechamento ortodôntico de espaços em pacientes com incisivos laterais ausentes congenitamente produz resultados que parecem ser razoavelmente estáveis e mais bem aceitos pelos pacientes do que as substituições protéticas,

apesar de implantes unitários não terem sido incluídos neste estudo. Não houve diferença na prevalência de disfunção, mas houve tendência ao acúmulo de placa bacteriana e desenvolvimento de gengivite em indivíduos com substituição protética. Pinho e Calheiros-Lobo (2001), em estudo sobre a remodelação estética dos caninos na ausência dos incisivos laterais superiores, relataram que o canino é muito diferente do incisivo lateral superior no que diz respeito à cor, à forma, à largura, ao comprimento e ao contorno. O canino requer, nos casos de mesialização ortodôntica, a redução mesial e distal do seu contorno, assim como da ponta da cúspide e da face palatina, e remodelação das convexidades nas áreas de contato, de modo a criar superfícies interproximais verticais, mais de acordo com a morfologia dos pontos de contato dos incisivos laterais e de modo a não provocar interferências oclusais. Em termos estéticos, um dos maiores problemas é o fato dos caninos serem sempre de tonalidade mais escura, ou até mesmo de outra matiz que os incisivos, devendo por isso ser clareados, de modo que a coroa fique compatível com os dentes adjacentes e antagonistas da arcada. Os avanços recentes nos tratamentos restauradores, em consequência da verdadeira revolução tanto dos materiais como das técnicas, têm favorecido a dentística restauradora. Oliveira et al (2001) realizou um estudo com 284 alunos do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté – UNITAU com idade entre 16 e 25 anos de idade (20.2 ± 1.9). O grupo foi composto por 71 indivíduos do sexo masculino (20.3 ± 1.9) e 213 indivíduos do sexo feminino (20.2 ± 1.9). Do grupo total estudado, 65 indivíduos mostraram ausência dentária, dos quais 40 descreveram a ausência por exodontia do elemento dentário indicado na terapia ortodôntica, 10 relataram perda do elemento dentário por cárie dental, 11 foram identificados como portadores de hipodontia, 1 apresentou dente incluso e houve 3 ausências por fatores não identificados. A hipodontia foi constatada em 3,87% da população total: 4,22% nas mulheres, 2,81% nos homens. Dos 11 indivíduos com hipodontia, foi verificada a ausência de 23 dentes. Destes, 47,8% eram pré-molares; 26,1%, incisivos laterais; e 26,1%, molares. O dente incisivo lateral superior esquerdo (ILSE), seguido pelo pré-molar inferior esquerdo (PMIE) e pré-molar superior direito (PMSD) foram os mais ausentes. Não houve diferença estatisticamente

significativa entre os grupos feminino e masculino (p
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