Planificação e seus constituintes

May 28, 2017 | Autor: Carolina Alves | Categoria: Planificacion Estrategica
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Instituto Politécnico de Castelo Branco Escola Superior de Artes Aplicadas Mestrado em Ensino de Música – Instrumento e Música de Conjunto 1º Ano

Tarefa 1 – Pesquisa em torno dos conceitos de planificação, objetivo, competência, conteúdo, conceito, estratégias, metodologias e avaliação e reflexão crítica relativa às pesquisas e leituras efetuadas. Carolina Alves – 20120111 Nádia Roseiro - 20121795

Trabalho realizado para a Unidade Curricular de Didáctica da Música Sob Orientação da Professora Doutora Luísa Correia Outubro de 2016

Índice 1.

Introdução ...................................................................................................................................................... 1

2.

Planificação .................................................................................................................................................... 2

3.

Elementos Constituintes da Planificação .......................................................................................... 2 3.1. Objetivo........................................................................................................................................................ 2 3.2. Conteúdo e Conceito............................................................................................................................... 3 3.3. Competência .............................................................................................................................................. 3 3.4. Estratégias e Metodologias .................................................................................................................. 4 3.5. Avaliação ..................................................................................................................................................... 5

4.

Conclusão........................................................................................................................................................ 6

Bibliografia .............................................................................................................................................................. 7

1. Introdução O presente trabalho insere-se no âmbito da Unidade Curricular de Didática da Música e encontra-se dividido em três capítulos. Os dois primeiros contêm a definição dos conceitos de: planificação, objetivo, competência, conteúdo, conceito, estratégias, metodologias e avaliação, sendo realizada uma articulação entre os conceitos pesquisados. O terceiro e último capítulo compreende uma reflexão crítica relativa às pesquisas e leituras efetuadas tendo em conta a pertinência do significado destes conceitos numa aplicação prática de planificação.

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2. Planificação A planificação (ou o planeamento) refere-se à ação e ao efeito de planificar ou planear, isto é, organizar-se ou organizar algo de acordo com um plano (Anónimo, 2011). Implica definir um ou vários objetivos, juntamente com as ações requeridas para que esses objetivos possam ser alcançados (Ibid., 2011). De acordo com Santos (2015), exercer a profissão de docente implica uma grande organização e, nesse sentido, O mesmo autor (Ibid., 2015) sugere que a planificação contribui para melhorar a gestão de tempo e da aprendizagem. Na definição de Zabalza (1994) “em termos gerais, a planificação trata-se de converter uma ideia ou um propósito num curso de acção” (p. 2).O mesmo autor considera a planificação “uma competência imperativa que deve ser desenvolvida por todos os professores, independentemente do nível de ensino que estiver a atuar” (Alvarenga, 2011, cit. Santos, 2015). No mesmo prisma, Carvalho (2009, cit. Santos, 2015) declara que “no caso do trabalho docente, a planificação inclui-se num dos aspetos mais importantes do ensino, porque determina em grande parte o conteúdo e a forma do que é ensinado nas escolas”. Desta forma, no caso prático da didática da música, planificar consiste em planear uma série de etapas que visam levar os alunos a atingir os objetivos definidos. Será sobre os elementos constituintes da planificação que se irá orientar agora a análise.

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Elementos Constituintes da Planificação

3.1. Objetivo Segundo Grigull (2008), objetivo é o que se espera que a turma aprenda em determinadas condições de ensino. O autor denota que é a partir do objetivo que são definidos e orientados os conteúdos que devem ser trabalhados e os processos didáticos que são necessários para que o objetivo seja atingido (ibid., 2008). Para Roldão (2003), os objetivos, quando atingidos, refletem o que o aluno sabe, em termos de conhecimentos, atitudes e procedimentos resultantes da aprendizagem dos conteúdos. A mesma autora defende que se devem definir os objetivos da aprendizagem de forma a ajustá-los às competências visadas e não como um simples desdobramento dos conteúdos programáticos, sem a devida finalização. 2

Ainda de acordo com Roldão (2003), orientam-se os objetivos de aprendizagem de modo a conferir-lhes utilidade, ou seja a evidenciar que competências (gerais e/ou específicas, transversais e/ou disciplinares) se pretende construir a partir desses objetivos.

“É preciso definir primeiro os objetivos de ensino e aprendizagem para depois selecionar e organizar os conteúdos.” (Grigull, 2008, p. 1)

3.2. Conteúdo e Conceito Para Grigull (2008) conteúdo é um conjunto de valores, conhecimentos, habilidades e atitudes que o professor deve ensinar para garantir o desenvolvimento e a socialização do aluno. Segundo este autor, o conteúdo pode ser classificado como conceitual (que envolve a abordagem de conceitos, fatos e princípios), procedimental (saber fazer) e atitudinal (saber ser) (ibid., 2008). Na mesma linha de pensamento, de acordo com Grigull (2008) conceito é a definição de um determinado termo. Um exemplo: se o objetivo é o aluno identificar o que é um acorde perfeito maior no contexto dos demais acordes, o professor deve eleger como conteúdo acordes, apresentar o conceito de acorde perfeito maior e explicar o aspeto que o diferencia dos restantes acordes. De acordo com Roldão (2003) orientam-se os conteúdos para se expressarem as competências. À luz desta afirmação, elaborámos o seguinte exemplo: se os conteúdos incluírem regras de postura, o aluno é competente, conhecendo e sabendo utilizar as respetivas regras de postura.

3.3. Competência Segundo Roldão (2003), competência é a capacidade de mobilizar adequadamente diversos conhecimentos prévios e selecionar e integrar esses conhecimentos perante uma determinada questão ou problema. Acrescenta que é o objetivo último de vários objetivos que para ela contribuem e é um processo construído, que, em princípio, não se perde. A mesma autora (Ibid., 2003) defende que alguém competente é aquele que é capaz de 3

mobilizar e pôr em ação um sistema em que intervêm diversos recursos tais como operações de raciocínio, conhecimentos, ativações de memória, juízos e avaliações, capacidades relacionais e esquemas comportamentais. Roldão (2003) afirma que a aproximação, por competências, ao ato de ensinar é feita abordando os saberes como recursos a mobilizar, diversificando os meios de ensino, adotando uma planificação flexível das atividades letivas, promovendo a articulação entre saberes ministrados no âmbito das diferentes disciplinas e fomentando a avaliação formativa. A mesma autora (ibid., 2003) afirma que os objetivos traduzem o que o aluno sabe sobre determinados conteúdos ao passo que as competências, sendo da ordem da mobilização dos saberes, definem o que o aluno será capaz de fazer com os saberes que possui e que por sua vez se encontram delimitados pelos objetivos. Ou seja, segundo Roldão (2003) os objetivos referem-se a conhecimentos, atitudes e procedimentos adquiridos através da aprendizagem dos conteúdos curriculares, e as competências pressupõem o agir em situação, mobilizando, nessa ação, de forma equilibrada e integrada, conhecimentos, capacidades, procedimentos e atitudes. Na mesma ótica, Roldão (2003), afirma que os ditos conhecimentos, capacidades, procedimentos e atitudes, incorporando-se um nos outros, conduzem à capacidade de fazer, pensar ou apreciar alguma coisa. Deste modo, a competência adquire-se com o conhecimento, mas implica a capacidade de mobilização inteligente para compreender e apreciar. Por exemplo, situar Liszt no plano do conhecimento musical significa mais do que saber a biografia do compositor e o nome das suas obras, bem como a técnica de as reproduzir exige a incorporação de ganhos (competências) na capacidade de entender esse saber, de fruir dele e de partilhá-lo socioculturalmente com outros indivíduos.

3.4. Estratégias e Metodologias Anónimo (2013) considera que a atividade docente é caracterizada pelo desafio permanente em estabelecer relações interpessoais com os educandos, procurando que as metodologias e as estratégias utilizadas cumpram os objetivos propostos. Neste sentido, este autor sugere que o modo como o docente planeia as suas atividades na sala de aula é determinante para que haja um maior ou menor interesse por parte dos participantes, facilitando, ou não, o decorrer da aula. 4

Para Petrucci e Batiston (2006, cit. Anónimo, 2013), a palavra estratégia encontra-se estreitamente vinculada ao ensino. Sugerem que ensinar requer que o docente fomente o interesse e a autonomia do aluno para que este se dedique e procure atingir o principal objetivo educacional de uma forma espontânea. Desta forma, o professor deverá promover a curiosidade, a segurança e a criatividade dos alunos. Segundo Anónimo (2013), as estratégias de ensino são os meios utilizados pelos docentes na articulação do processo de ensino, de acordo com cada atividade e os resultados esperados. Anastasiou e Alves (2004, cit. Anónimo, 2013) acrescentam que as estratégias visam à consecução de objetivos e, consequentemente, estes deverão ser explícitos. Um exemplo: se o objetivo é que o aluno de piano aprenda uma certa passagem, o professor deve indicar vários processos tais como: solfejar as notas, aprender o ritmo e praticar mãos separadas para que, posteriormente, o estudante consiga alcançar o objetivo de tocar a passagem.

3.5. Avaliação O conceito de avaliação é representado como a atribuição de valor para com determinado ato desenvolvido por determinado indivíduo (Santos, 2011). Para Luckesi (2000, cit. Frias e Takahashi, 2002) a avaliação é "um juízo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão". Segundo afirma Stefanello (2010), é através da avaliação que se torna possível analisar os resultados obtidos pelos alunos. Na opinião de Libâneo (1994, cit. Frias e Takahashi, 2002), a avaliação é tida como “um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes” (p. 157). O mesmo autor (ibid. 1994, cit. Frias e Takahashi, 2002) acrescenta que a avaliação da aprendizagem como processo deve procurar a inclusão dos educandos. Neste sentido, o professor, ao avaliar o aluno, deve levantar dados, analisá-los e sintetizá-los de forma objetiva, possibilitando, desta forma, o diagnóstico dos fatores que interferem no resultado da aprendizagem.

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4. Conclusão Na perspetiva de Barroso (2013), todos os projetos devem ser devidamente planificados e delineados, assumindo-se assim a planificação como o ponto de partida para a otimização, maximização e melhoria da qualidade do processo educativo. Para a elaboração de uma boa planificação é necessário prever, organizar, criar e reconstruir. A planificação acaba por ser um documento pró-ativo que permite ao docente pensar e organizar a sua ação. Funciona como um guia de orientação, no qual estão alinhados os objetivos, os conteúdos e conceitos, as competências, as estratégias e metodologias, e por fim a avaliação que o professor organiza para determinada prática. Centrando-se na mesma ótica de Barroso (2013), a planificação é um importante auxiliar da prática pedagógica, contribuindo para o sucesso do processo de ensinoaprendizagem. Posto isto, o docente faz uma previsão de cada aula definindo um conjunto de objetivos, conteúdos, experiências de aprendizagem, bem como a avaliação.

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Bibliografia Anónimo, (2011). Conceito de Planificação. [em linha]. Conceito.de. Web site. Acedido Setembro, 28, 2016, em http://conceito.de/planificacao Anónimo, (2013). Estratégias e Métodos de Ensino. [em linha]. Portal Educação. Web site. Acedido Setembro, 28, 2016, em http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia /artigos/34940/estrategias-e-metodos-de-ensino. Barroso, D. S. (2013). A importância da planificação do processo ensino-aprendizagem nas aulas de História e Geografia. (Dissertação de Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário). Faculdade de Letras, Universidade do Porto. Acedido em http://hdl.handle.net/10216/71580 Frias M.A. Takahashi R. T. (2002) Avaliação do processo ensino-aprendizagem: seu significado para o aluno de ensino médio de enfermagem. Rev Esc Enferm USP; 36 (2): 156-63. Grigull, M. (2008). O que são Objetivo, Conteúdo e Conceito? Nova Escola. Edição 218, Acedido em Setembro, 28, 2016, em http://acervo.novaescola.org.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/saoobjetivo-conteudo-conceito-428234.shtml Roldão, M. C. (2003). Gestão do currículo e avaliação de competências. Lisboa: Editorial Presença. Santos, H. E. (2011). Diagnóstico e Avaliação em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico. Trabalho apresentado no âmbito do Mestrado em Educação Musical do Instituto Piaget. Acedido em http://heonsantos.webnode.pt/daeemeb/ Santos, T. M. O. (2015). Otimização do estudo na aprendizagem violinística (Relatório de Estágio Profissional de Mestrado em Ensino de Música). Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior de Artes Aplicadas. Retirado em http://hdl.handle.net/10400.11/2955 Stefanello, M. (2010). Avaliação na Escola [em linha]. Tudo sobre a Educação. Acedido Setembro, 28, 2016, em http://maristelastefanello.blogspot.pt/2010/11/avaliacao.html Zabalza, M. (1994). Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola, Porto: Ed. ASA.

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