Plataforma persuasiva para reabilitação Home-Care

June 16, 2017 | Autor: Fernando Tolêdo | Categoria: Robotics, Technology, Persuasive Technology, Reabilitation, Exergames
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˜ HOME-CARE PLATAFORMA PERSUASIVA PARA REABILITAC ¸ AO ˆdo∗, Gisele Moraes Simas∗, Jonas Casarin∗, Fernanda Mota∗, Fernando Pereira de Tole Silvia Silva da Costa Botelho∗ ∗

Federal University of Rio Grande, Rio Grande, Brazil

Emails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] Abstract— The cardiac rehabilitation plays a key role in improving the quality of life of patients with cardiorespiratory problems and rehabilitation of people who have had some kind of injury that has caused loss of mobility. Because of the rehabilitation process occurs gradually and slowly, patients often are unmotivated, bored and even careless to treatments, even offering resistance to rehabilitation clinic. Therefore, the health professionals are seeking other methods of rehabilitation in order to arouse greater interest in treatment. In this context, rehabilitation employing Robotics and exergames have emerged as innovative technology that allows the realization of physiotherapy exercise motivating and interactive way to the patient, causing keep an eye out physical therapy, and allows the treatment to be performed in your residence (home-based). As a result, this paper proposes a multidisciplinary study of investigative character in order to present and to correlate the concepts involved, so that they can be used for the development of customized technology solutions, involving robotic systems and exergames focusing on persuasion to cardiometabolic rehabilitation. Keywords—

Rehabilitation, cardio-metabolism, Rehabilitation Robotics, exergames Persuasion

Resumo— A reabilita¸c˜ ao cardiovascular tem um papel fundamental para a melhoria de qualidade de vida de pacientes com problemas cardiorrespirat´ orios e na reabilita¸ca ˜o de pessoas que tiveram algum tipo de les˜ ao que tenha causado perdas de mobilidade. Em virtude do processo de reabilita¸c˜ ao ocorrer de forma gradual e lenta, os pacientes muitas vezes encontram-se desmotivados, entediados e at´ e mesmo desatentos aos tratamentos, chegando a oferecer resistˆ encia a ` reabilita¸ca ˜o em cl´ınica. Diante disso, os profissionais em sa´ ude vˆ em buscando outros m´ etodos de reabilita¸ca ˜o de forma a despertar um maior interesse no tratamento. Neste contexto, a reabilita¸ca ˜o empregando Rob´ otica e Exergames tˆ em surgido como tecnologia inovadora que possibilita a realiza¸c˜ ao de exerc´ıcios fisioterapˆ euticos de forma motivadora e interativa ao paciente, fazendo com que estes mantenham-se atentos ` as sess˜ oes de fisioterapia, al´ em de permitir que o tratamento seja realizado em sua residˆ encia (home-based). Portanto, o presente trabalho prop˜ oe um estudo multidisciplinar de car´ ater investigativo afim de apresentar e a correlacionar os conceitos envolvidos, de forma que estes possam ser utilizados para o desenvolvimento de solu¸c˜ oes tecnol´ ogicas customizadas, envolvendo sistemas rob´ oticos e exergames com foco em persuas˜ ao para a reabilita¸c˜ ao cardiometab´ olica. Palavras-chave—

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Reabilita¸c˜ ao, Cardio-metabolismo, Rob´ otica de Reabilita¸ca ˜o, Exergames, Persuas˜ ao

Introdu¸ c˜ ao

Em 2008, cerca de 17,8 milh˜ oes de pessoas morreram por causa de doen¸cas cardiovasculares, representando 30% das mortes globais. Destas mortes, estima-se que 7,3 milh˜ oes foram por causa de doen¸ca arterial coronariana e 6,2 milh˜ oes por acidente vascular cerebral (AVC). (Mathers and Loncar, 2006) e (Avezum, 2012) fazem uma proje¸c˜ao de que at´e 2030 o n´ umero de pessoas que morrer˜ ao por doen¸ca cardiovascular (DVC) ser´a 23,3 milh˜ oes. Os pa´ıses em desenvolvimento s˜ ao respons´aveis por 80% das mortes por DVC no mundo, isso decorre do fato de que nestes pa´ıses os indiv´ıduos est˜ ao mais expostos a v´ arios fatores de risco, como por exemplo, o tabagismo e o ´alcool (Mendis et al., 2011). No Brasil, a doen¸ca arterial coronariana ´e a segunda maior causa de ´obito (cerca de 30%) perdendo apenas para a doen¸ca vascular cerebral. De acordo com dados do Datasus (Avezum, 2012), no per´ıodo de 1995 a 2005, correram 362.998 interna¸c˜ oes em hospitais do Sis´ tema Unico de Sa´ ude (SUS) por infarto agudo do mioc´ ardio (IAM), (Avezum, 2012). Segundo (Mackay et al., 2004), dois ter¸cos das

pessoas que sobrevivem ao AVC apresentam problemas de mobilidade que incluem: fraqueza muscular, problemas motores e paralisia. Estima-se que parte dos indiv´ıduos (30% a 66%) n˜ao consigam recuperar os movimentos dos membros superiores ap´os seis meses do AVC (Bueno et al., 2008). Presume-se que poucas pessoas que tiveram AVC (5% a 20%) obtiveram a recupera¸c˜ao funcional completa da mobilidade dos membros superiores (Kwakkel et al., 2004). No Brasil, a incorpora¸c˜ao de novas tecnologias no SUS surge como uma oportunidade para a Sociedade Brasileira de Cardiologia fomentar o desenvolvimento de novos m´etodos e pr´aticas que auxiliem na sa´ ude cardio-metab´olica das comunidades atrav´es da incorpora¸c˜ao de novas modalidades diagn´osticas e terapˆeuticas (Jerˆonimo and Lima, 2006). Tecnologias vˆem sendo utilizadas por profissionais da sa´ ude como ferramentas de diagn´ostico, avalia¸c˜ao e meios de tratamento (Kaptein et al., 2010). Por exemplo, pode-se citar o uso de exergames (jogos eletrˆonicos que captam e virtualizam os movimentos reais dos usu´arios) como ferramenta l´ udica de aux´ılio `a pr´atica fisiotera-

pˆeutica, o desenvolvimento de sistemas rob´oticos teleoperados para cirurgias de risco, a dissemina¸c˜ ao do uso de pr´ oteses e ´ orteses automatizadas, bem como a presen¸ca crescente de redes de sensores pervasivos (pouco invasivos) para monitoramento domiciliar do paciente, que dentre outros, come¸cam a ser utilizados em larga escala principalmente em pa´ıses desenvolvidos, onde o montante de recursos permite vultuosos investimentos em tecnologias biom´edicas. Neste trabalho ´e realizada uma pesquisa na literatura que correlaciona os conceitos envolvidos. Trata-se de um trabalho de cunho investigativo e explorat´ orio. Acredita-se que o uso de tecnologias pervasivas de monitoramento, aliado ao desenvolvimento de exergames e sistemas rob´oticos l´ udicos podem contribuir com melhores pr´aticas para reter a aten¸c˜ ao do paciente durante as suas atividades di´ arias e sess˜ oes fisioterapicas, al´em de prover aos profissionais da sa´ ude novas ferramentas e m´etodos que os auxiliem na sua atividade profissional. Este trabalho esta estruturado da seguinte forma: Na se¸c˜ ao dois s˜ ao descritos conceitos relacionados a cardiometabolismo e reabilita¸c˜ao; na se¸c˜ ao trˆes s˜ ao apresentados conceitos de persuas˜ao e t´ecnologias de monitoramento; na se¸c˜ ao quatro s˜ ao apresentados conceitos relacionados a exergames e interfaces h´ apticas; na se¸c˜ ao cinco s˜ ao apresentados conceitos de rob´ otica de reabilita¸c˜ao; na se¸c˜ ao seis s˜ ao apresentados as discuss˜ oes referentes ao estudo e por u ´ltimo na se¸c˜ ao sete s˜ ao apresentadas as conclus˜ oes do trabalho. 2

Cardiometabolismo e Reabilita¸ c˜ ao

O risco cardiovascular pode ser compreendido como o produto da intera¸c˜ ao de diversos fatores de risco presentes em cada indiv´ıduo, tais como consumo de a´lcool, sedentarismo, m´ a alimenta¸c˜ao, tabagismo, entre outros. Profissionais da sa´ ude recomendam para a necessidade do controle simultˆ aneo de todos esses fatores de modo a prevenir esse risco (Duarte, 2008). O risco cardiometab´ olico ´e um conceito transversal que une cardiologistas e endocrinologistas no estudo e compreens˜ ao das rela¸c˜ oes entre as doen¸cas cardiovasculares e a diabetes. O estudo epidemiol´ ogico da doen¸ca cardiovascular ateroscler´otica tem auxiliando na identifica¸c˜ ao de fatores que podem causar aumento da glicemia, da insulina (intolerˆ ancia ` a glicose), da press˜ ao arterial e do aumento do ´ındice de massa corporal e consequentemente o risco cardiometab´ olico (Duarte, 2008). Segundo (Thomas et al., 2007) na d´ecada de 60, os programas de reabilita¸c˜ ao card´ıaca introduzidos no Brasil tiveram a pr´ atica de exerc´ıcio f´ısico como componente principal. Estes foram considerados como um processo de restaura¸c˜ ao das fun¸c˜ oes f´ısicas e psicossociais em indiv´ıduos com do-

en¸ca cardiovascular. Os programas de reabilita¸c˜ao consistem em uma abordagem individualizada dos pacientes, realizada por uma equipe multiprofissional, que compreende a pr´atica de exerc´ıcios f´ısicos, a orienta¸c˜ao de profissionais da ´area de nutri¸c˜ao e psicologia e incentivo a mudan¸cas dos h´abitos. In´ umeros trabalhos cient´ıficos tˆem comprovado a efic´acia da reabilita¸c˜ao card´ıaca na melhora da capacidade funcional, na eficiˆencia do sistema cardiorrespirat´orio e no perfil bioqu´ımico dos pacientes p´os-infarto do mioc´ardio (Berry and Cunha, 2010),(Merians et al., 2002). Ganhos significativos em destreza, for¸ca e mobilidade podem ser obtidos com a reabilita¸c˜ao em aproximadamente seis meses ap´os o AVC (Merians et al., 2002). A reaprendizagem motorada ´e feita por meio de terapias que retenham a aten¸c˜ao dos pacientes durante a realiza¸c˜ao de exerc´ıcios repetitivos em longos per´ıodos de tempo e em sess˜oes frequentes (Krebs et al., 2009) (Merians et al., 2002). Devido `a alta carga hor´aria e a frequˆencia requerida dos encontros semanais utilizados na fisioterapia para recupera¸c˜ao de movimentos ap´os o AVC, os profissionais vem buscando outros m´etodos de reabilita¸c˜ ao para pacientes que consigam envolvˆe-los e oferecer um maior interesse no tratamento (Santana and Medrado, 2013). Dada a importˆancia para a sa´ ude cardiometabolica, pol´ıticas p´ ublicas vˆem sendo fomentadas de forma a capacitar profissionais capazes de atender segundo as suas demandas e melhorar a infraestrutura de atendimento a sociedade, bem como m´etodos vem sendo buscados. Diante disso, o trabalho apresenta como uma poss´ıvel solu¸c˜ ao a aplica¸c˜ao de tecnologias persuasivas como ferramentas de apoio ao processo de reabilita¸c˜ao. 3

Persuas˜ ao e as Tecnologias de Monitoramento

Com o crescente desenvolvimento de tecnologias de sensores e eletrˆonica embarcada torna-se poss´ıvel o uso de redes de sensores para diferentes fins de monitoramento. Sensores de tamanho reduzido e com grande autonomia come¸cam a ser utilizados de forma pervasiva (transparente) em redes de monitoramento, por exemplo em monitoramento do estado de sa´ ude do paciente. Sistemas inteligentes de diagn´otico e supervis˜ao s˜ao embarcados nestes elementos compondo ’Smart Grids’ capazes de monitorar pacientes em sua atividades. Por outro lado, estudos em psicologia vem desenvolvendo modelos de rea¸c˜ao do usu´ario a esta pervasividade tecnol´ogica. No trabalho em quest˜ao, prop˜oe-se o uso dos conceitos envolvidos na Teoria da Motiva¸c˜ao de forma a modelar Smart Grids com a finalidade de persuadir o usu´ario a transformar em atitudes suas inten¸c˜oes e desejos. Esta teoria sugere que uma boa pr´atica a fa-

zer quando uma pessoa est´ a motivada ´e planejar e se comprometer com as atividades futuras (Fogg, 2002). Discute-se o comportamento racional e autom´ atico e que este u ´ltimo pode ser influenciado por gatilhos, pequenos lembretes que uma vez disparados podem transformar uma inten¸c˜ ao em uma atitude do indiv´ıduo. Segundo Fogg (Fogg, 2009), mesmo com a pouca motiva¸c˜ ao, as pessoas ainda podem realizar atividades pr´e-planejadas, se receberem no momento certo, um gatilho adequado para esta a¸c˜ ao. Conforme estes autores, o segredo para a mudan¸ca de comportamento ´e enviar estes bons gatilhos em momentos oportunos para o usu´ ario. Uma vez que a tecnologia persuasiva tem como foco a altera¸c˜ ao de comportamento, faz-se necess´ ario o estudo de um modelo de an´ alise de comportamento, o Fogg Behavior Model (FBM) Figura 1. Segundo este modelo, para uma pessoa atingir um comportamento alvo, a mesma deve estar motivada, ter habilidade de exercer o comportamento e algum gatilho deve ter sido desencadeado. O comportamento alvo somente ser´a alcan¸cado na presen¸ca dos trˆes fatores (motiva¸c˜ao, habilidade e gatilhos) no mesmo instante de tempo (Fogg, 2009).A seguir s˜ ao detalhados os conceitos empregados no modelo: • Motiva¸ca˜o: Facilitador para mudan¸ca de comportamento, que pode ser dividido em trˆes grupos: i) prazer ou dor; ii) esperan¸ca e medo; iii) aceita¸c˜ ao ou rejei¸c˜ ao social. O primeiro pode ser visto como um motivador que tem sua a¸c˜ ao disparada instantaneamente, pois as pessoas respondem ao que est´ a acontecendo naquela instante de tempo. As pessoas n˜ ao pensam antes de realizar esse comportamento. O segundo pode ser visto como um motivador que visa incentivar a antecipa¸c˜ao de um comportamento. Pessoas realizam um comportamento, a fim de antecipar algo bom ou evitar que algo ruim . Como pode ser visto no comportamento cotidiano das pessoas, isso pode ser motivador mais poderoso do que prazer/dor (Fogg, 2009). E o u ´ltimo pode ser visto como um motivador que controla grande parte do comportamento social, porque a maioria das pessoas s˜ ao motivadas a fazer determinadas tarefas para serem aceitas socialmente. • Habilidade: Grau de competˆencia que um indiv´ıduo tem para realizar um comportamento. (Fogg, 2009) descreve seis elementos da simplicidade que s˜ ao utilizados a fim de persuadir uma pessoa a aumentar sua habilidade. Estes elementos podem ser descritos como: i) tempo; ii) dinheiro; iii)esfor¸co f´ısico; iv) ciclos de c´erebro; v) desvio social; vi) fora da rotina. O primeiro se refere ao fato de que se um comportamento alvo re-

quer mais tempo e infelizmente o tempo se esgotou, ent˜ao o comportamento n˜ao ´e simples de atingir o seu alvo. O segundo se ao refere ao fato de que se um comportamento alvo requer dinheiro e o or¸camento ´e limitado, ent˜ao o comportamento n˜ao ´e simples de atingir o seu alvo. O terceiro se refere ao fato de que se um comportamento alvo requer esfor¸co f´ısico, ent˜ao o comportamento pode n˜ao ser simples de atingir o seu alvo. O quarto se refere ao fato de que se um comportamento alvo requer que a pessoa pense muito, ent˜ao o comportamento n˜ao ´e simples de atingir o seu alvo. O quinto se refere a forma de comportamento que quebra as regras sociais do mundo que vivemos. E o u ´timo se refere ao fato de que pessoas tendem se comportar de maneira a conviver em uma rotina durante sua vida, por´em se uma pessoa enfrentam uma comportamento que esta fora da sua rotina, elas n˜ao podem realizar facilmente esse comportamento. Em busca da simplicidade, as pessoas muitas vezes mantem sua rotina, e evitam mudar isso. • Gatilhos: recurso respons´avel por comunicar ao indiv´ıduo para realizar um comportamento em determinado momento. Esses gatilhos podem ser dividos em trˆes grupos: i) fa´ısca; ii) facilitador; iii) sinal. O primeiro ´e o gatilho adequado a pessoas que tˆem pouca motiva¸c˜ao e alta habilidade para realizar um comportamento alvo. O gatilho deve ser feita no formato de um elemento motivacional. O segundo gatilho ´e adequado a pessoas que tˆem alta motiva¸c˜ao, mas falta habilidade. A meta de um facilitador ´e desencadear o comportamento enquanto tenta tornar o comportamento mais natural, realizando dessa forma um comportamento alvo. E o u ´ltimo gatilho gatilho que tem melhor desempenho quando as pessoas tˆem tanto a motiva¸c˜ao e a capacidade de realizar o comportamento alvo. O sinal n˜ao pretende motivar as pessoas ou simplificar a tarefa, a qual s´o serve como um lembrete. Prop˜oe-se que seja explorado a interse¸c˜ao entre as tecnologias pervasivas por meio de Smart Grids e a Teoria da Motiva¸c˜ao de forma a persuadir o paciente a transformar inten¸c˜oes e motiva¸c˜oes na efetiva pr´atica de exerc´ıcios e atividades de reabilita¸c˜ao. Apresenta-se o conceito de Smart Triggers que podem ser vistos como gatilhos que s˜ao disparados conforme o monitoramento pervasivo das atividades domiciliares dos pacientes. O efeito persuasivo dos gatilhos, podem conduzir a mudan¸ca e incorpora¸c˜ao da inten¸c˜ao/atitude no sistema nervoso autˆonomo do usu´ario como bons h´abitos. Neste contexto, o trabalho busca abordar a

melhorias e novas possibilidades de protoc´olos de reabilita¸c˜ao de fun¸c˜oes corporais, nos tratamentos fisioterapˆeuticos, entre eles o uso do Nintendo Wii, tem se destacado (Decker et al., 2009). Diante disto julga-se que os exergames s˜ ao uma poderosa ferramenta que pode ser adaptada e utilizada no apoio a reabilita¸c˜ao e se pensar mais a fundo podem ser expandidos atrav´es da constru¸c˜ao de hardwares ou sistemas rob´oticos, de forma a possibilitar uma maior intera¸c˜ao com o usu´ario. Figura 1: O modelo de comportamento do Fogg tem trˆes fatores: Motiva¸c˜ ao, Habilidade e Gatilhos. Figura extra´ıda de (Fogg, 2009)

utiliza¸c˜ ao do conceito de tecnologias persuasivas no desenvolvimento dos m´ odulos e interfaces de intera¸c˜ ao com o paciente, o que inclui, interfaces de monitoramento e acompanhamento do desempenho do paciente, bem como tamb´em pode ser utilizada no desenvolvimento de exergames. 4

Exergames e Interfaces H´ apticas

Os Exergames s˜ ao jogos eletrˆ onicos com sensores de movimento que possibilitam o desenvolvimento de habilidades sensor-motoras, bem como o exerc´ıcio f´ısico, por meio de emula¸c˜ ao perceptiva que simulam o cotidiano (Mendon¸ca and Mustaro, 2011), (Santana and Medrado, 2013). Os exergames integram os jogos ` as tarefas motorascotidiano (Sousa, 2011). Dentre os equipamentos que permitem o uso de exergames, citam-se: Sony PlayStation Move, Nintendo Wii e Microsoft Xbox 360 Kinect (Duarte, 2008).Recentemente exergames vem sendo utilizados para reabilita¸c˜ ao contribuindo em uma promissora ´ area de desenvolvimento de novas t´ecnicas de reabilita¸c˜ ao (Sousa, 2011). Novas interfaces homem-computador vem propiciando a visualiza¸c˜ ao, movimenta¸c˜ ao e intera¸c˜ ao do usu´ ario, em tempo real, em ambientes tridimensionais gerados por computador. As interfaces h´ apticas expandem para al´em da vis˜ao os sentidos envolvidos na percep¸c˜ ao da intera¸c˜ao, enriquecendo a experiˆencia do usu´ ario (Kirner and Siscoutto, 2007). A intera¸c˜ ao do usu´ ario com o ambiente virtual ´e um dos aspectos mais importantes da efetividade das atuais ferramentas computacionais. Cen´ arios envolvendo o usu´ ario e sua intera¸c˜ ao com um ambiente virtual tridimensional realista, em tempo-real, onde as cenas s˜ ao alteradas em resposta aos seus comandos, tornam os aplicativos mais envolventes, gerando mais engajamento e eficiˆencia (Ruddle, 2005). Interfaces h´ apticas associados ` a recursos de realidade virtual, realidade aumentada e ambientes mistos vem propiciando

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Rob´ otica de Reabilita¸ c˜ ao

A rob´otica de reabilita¸c˜ao refere-se a sistemas rob´oticos/mecˆanicos utilizados para ajudar a recuperar alguma capacidade f´ısica perdida por degenera¸c˜ao, envelhecimento e ou acidente. S˜ao sistemas que pretendem substituir ou complementar as tarefas realizadas por um fisioterapeuta (Pires, 2005). A neurorreabilita¸c˜ao auxiliada por robˆo ´e um campo de pesquisa promissor em crescimento, que envolve muitas implica¸c˜oes do ponto de vista cl´ınico, da engenharia e social (ASSIS, 2012). A Rob´otica de Reabilita¸c˜ao vem sendo utilizada no aux´ılio as atividades de fisioterapia, tendo em vista as seguintes vantagens apresentadas (Corrˆea, 2011): • Realiza¸c˜ao de novos tipos de exerc´ıcios conduzidos de forma intencional pelo sistema robotizado; • Aquisi¸c˜ao de dados associados as informa¸c˜oes cinem´aticas e cin´eticas do movimento do paciente; • Possibilidade de registro das atividades, desde dados de baixo n´ıvel como ˆangulo e velocidade de movimenta¸c˜ao das juntas do paciente, at´e informa¸c˜oes de alto n´ıvel de abstra¸c˜ao como sequencias de exerc´ıcios e cronogramas de realiza¸c˜ao; • Possibilidade de prover an´alise inteligente e online do movimento realizado, utilizando o feedback para real¸car e aprimorar rotina em tempo real. Estas vantagens podem ser apropriadas para a reabilita¸c˜ao robotizada de membros superiores, foco desta proposta. (Brasil, 2005) Coloca esta modalidade como das mais importantes importantes para sobreviventes de AVC, uma vez que aborda diretamente a restaura¸c˜ao do movimento funcional para atividades da vida cotidiana. A seguir ´e apresentado atrav´es da Figura 2, uma amonstra de alguns trabalhos usados para reabilita¸c˜ao de membro superior: A seguir ser´a realizada uma an´alise dos conceitos apresentados, bem como poss´ıveis relacionamentos entre os itens descritos e vantagens oferecidas pela uni˜ao destes.

tudo espera-se contribuir com a defini¸c˜ao de uma taxonomia de m´etodos para o desenvolvimento de Exergames e sistemas rob´oticos, considerando os aspectos psicol´ogicos associados `a motiva¸c˜ao do paciente para sua reabilita¸c˜ao cardiometab´olica, de forma a conseguir uma melhor aceita¸c˜ao ao tratamento. 7

Figura 2: Exemplos de dispositivos rob´ oticos para reabilita¸c˜ ao de membro superior. A: ARM Guide – simple system using linear bearing to modify orientation; B: InMotion ARM – end effector based commercial system; C: NeReBot – cable-driven robot; D: ArmeoPower – exoskeleton based commercial system (courtesy of Hocoma AG). Figura extra´ıda de (Maciejasz and Leonhardt, 2014).

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Discuss˜ oes

Prop˜ oe-se com este trabalho apresentar um estudo e uma correla¸c˜ ao de conceitos para o desenvolvimento de uma plataforma (metodologias e tecnologias envolvendo sistemas rob´ oticos e Exergames) capaz de auxiliar pacientes em sua reabilita¸c˜ao cardiometab´ olica de forma l´ udica e motivadora. Ao decorrer do estudo ´e poss´ıvel identificar a possibilidade de unir os conceitos apresentados em uma u ´nica plataforma de forma a explorar a interse¸c˜ ao entre as tecnologias pervasivas por meio de Smart Grids e a teoria da motiva¸c˜ ao de forma a persuadir o paciente a transformar inten¸c˜oes e motiva¸c˜ oes na efetiva pr´ atica de exerc´ıcios e atividades de reabilita¸c˜ ao. O uso das tecnologias persuasivas, aliados ao conceito de realidade virtual e exargames, podem tornar o processo de reabilita¸c˜ ao atrativo e menos entediante para o paciente. Por fim, o uso dessas tecnologias aliadas ao uso de sistemas rob´ oticos podem substituir ou complementar as tarefas realizadas por um fisioterapeuta de forma a possibilitar que o tratamento seja realizado at´e mesmo em domic´ılio, contribuindo de certa forma com a redu¸c˜ ao da superlota¸c˜ ao de hospitais. A correla¸c˜ ao abordada neste trabalho apresenta uma vis˜ ao multifacetada dos grandes desafios atuais associados a ´ area e incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias que auxiliam na melhora da qualidade de vida e recupera¸c˜ao de pacientes com problemas cardiometab´ olicos ou de locomo¸c˜ ao e ou at´e mesmo adapta¸c˜ ao em tecnologias que possam ser utilizadas em outras ´ areas. De forma mais espec´ıfica, a partir deste es-

Conclus˜ ao

Em virtude de muitas vezes o processo de reabilita¸c˜ao ocorrer de forma gradual e lenta, os pacientes encontram-se desmotivados, entediados e at´e mesmo desatentos aos tratamentos empregados, at´e mesmo chegam oferecer resistˆencia `a reabilita¸c˜ao baseada em cl´ınica. Diante disso, os profissionais em sa´ ude vˆem buscando outros m´etodos de reabilita¸c˜ao de forma a envolvˆe-los e oferecer um maior interesse no tratamento. O estudo e diagn´ostico da sa´ ude cardiometab´olica da sociedade brasileira no que tange os aspectos de reabilita¸c˜ao de forma a verificar, desenvolver e customizar tecnologias que possam contribuir para a realiza¸c˜ao de exerc´ıcios fisioterapˆeuticos de forma motivadora e consequentemente, de forma mais eficaz ´e vi´avel e promissor. Este trabalho contribui com uma proposta de interse¸c˜ao entre o conceito de persuas˜ao com tecnologias pervasivas, r´ob´otica e exergames de forma a persuadir o paciente a transformar suas inten¸c˜oes e motiva¸c˜oes na efetiva pr´atica de exerc´ıcios e atividades de reabilita¸c˜ao em sua residˆencia (home-based) de forma motivadora e interativa, fazendo que este mantenha-se atento `as sess˜oes, al´em de permitir que o tratamento seja realizado. Como trabalhos futuros, prop˜oe- se a cria¸c˜ ao de uma arquitetura gen´erica que engloba os conceitos apresentados neste trabalho, a gera¸c˜ao de prot´otipos oriundos da arquitetura e valida¸c˜ao do estudo por meio de um estudo de caso. Referˆ encias ASSIS, R. D. (2012). Condutas pr´aticas em fisioterapia neurol´ogica, CEP 6460: 120. Avezum, A. (2012). A doen¸ca cardiovascular na Am´erica do Sul: estado atual e oportunidades de preven¸c˜ ao, reprint edn, Cardiologia: Livro-texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Berry, J. R. S. and Cunha, A. B. d. (2010). Avalia¸c˜ao dos efeitos da reabilita¸c˜ao card´ıaca em pacientes p´os–infarto do mioc´ardio, Rev Bras Cardiol 23(2): 101–10. Brasil, M. (2005). Secretaria de aten¸c˜ao `a sa´ ude. departamento de a¸c˜oes program´aticas estrat´egicas, Pr´e-natal e Puerp´erio: aten¸c˜ ao qua-

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