POPULAÇÃO IDOSA E MÉDICOS ESPECIALISTAS: UM MODELO DE PREVISÃO
Descrição do Produto
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
POPULAÇÃO IDOSA E MÉDICOS ESPECIALISTAS: UM MODELO DE PREVISÃO
RESUMO O objetivo do estudo é estimar a população de profissionais médicos especialistas nas áreas de geriatria, fisiatria, cardiologia, endocrinologia, ortopedia, neurologia, reumatologia e gastroenterologia, atuais e projetados, para atenção a saúde do idoso no município de João Pessoa e de maneira especifica projetar a curva de crescimento da população médica especialista que realiza atendimentos aos idosos na cidade, para os anos 2012 a 2016. Estudo exploratório-descritivo e inferencial, com informações coletadas no Conselho Regional de Medicina da Paraíba. Os dados relativos às especialidades e número de profissionais médicos em foram analisados estatisticamente pelas metodologias de Séries Temporais. Os resultados demonstraram que na cidade a relação entre médicos, médicos especialistas e a população idosa, se tornará, no futuro inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde. O estudo identificou que a maior dificuldade na área médica é a falta de Geriatras. Descritores: Envelhecimento; Geriatras; Médicos Especialistas.
ELDERLY AND MEDICAL SPECIALISTS POPULATION: A FORECAST MODEL
ABASTRACT The objective of the study is to estimate the population of medical professionals experts in geriatric medicine, physiatry, cardiology, endocrinology, orthopedics, neurology, rheumatology and gastroenterology, current and projected, for attention to health of the elderly in João Pessoa city and specific way project the growth curve of specialist medical people who offer these services to the elderly in the city, for the years 2012 to 2016. Exploratory and descriptive and inferential study, using information gathered from the Regional Council of Medicine of Paraiba. Data on specialties and number of medical professionals were statistically analyzed by the methods of Time Series. The results showed that in the city the relationship between doctors, specialists and the elderly, will become in the future lower than recommended by the World Health Organization. The study identified that the greatest difficulty in the medical field is the lack of Geriatricians. Descriptors: Aging; Geriatricians; Medical experts.
ESPECIALISTAS MÉDICOS MAYORES Y POBLACIÓN: UN MODELO DE PREVISIÓN
RESUMEN El objetivo del estudio es estimar la población de expertos médicos profesionales en geriatría medicina, fisiatría, cardiología, endocrinología, ortopedia, neurología, reumatología y gastroenterología, actual y prevista, para la atención a la salud de las personas mayores en la ciudad de João Pessoa y de manera específica proyectar la curva de crecimiento de los médicos especialistas que ofrecen estos servicios a las personas mayores en la ciudad, para los años 2012 a 2016. Exploratorio y descriptivo e inferencial, utilizando la información obtenida del Consejo Regional de Medicina de Paraíba. Los datos sobre las especialidades y el número de profesionales de la medicina se analizaron estadísticamente mediante los métodos de series de tiempo. Los resultados mostraron que en la ciudad la relación entre los médicos, especialistas y las personas de edad, se convertirá en el futuro más baja de lo recomendado por la Organización Mundial de la Salud. El estudio identificó que la mayor dificultad en el campo de la medicina es la falta de geriatras. Descriptores: Envejecimiento; Geriatras; Los expertos médicos.
Elídio Vanzella 1
1
Doutorando em Modelos de Decisão. Mestre em modelos de Decisão em Saúde. Graduado em Administração Hospitalar. Pernambuco/Brasil.
67 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
INTRODUÇÃO
intensa, ainda, de acordo com este órgão, o Brasil tem na atualidade
O direito universal e integral à
mais de 19 milhões de idosos e
saúde no Brasil foi uma conquista
projeta para o ano de 2020 uma
da sociedade que está explicitado
população
na Constituição Federal Brasileira,
brasileiros, dentre os quais, 28
promulgada em 1988, e ratificado
milhões terão 60 anos ou mais(5).
com a criação do Sistema Único de
Essas projeções exigem do setor
Saúde (SUS), por meio das Leis
público responsável, uma resposta
Orgânicas da Saúde n° 8.080/90 e
imediata
n° 8.142/90(1-2). Com estas ações,
instalações hospitalares apropriadas
pelo
das
para o atendimento de idosos,
intenções, o governo amparou e
quanto à formação de profissionais
protegeu, legalmente, o direito ao
de saúde, particularmente, médicos
acesso universal, justo e imparcial
com especialização em Geriatria.
menos
no
campo
de toda a população aos serviços de saúde. Em 1994, foi promulgada a
Lei
nº
207
em
milhões
termos,
O
de
tanto
processo
de
de
envelhecimento de uma população
e
desafia o governo e suas políticas
regulamentada, dois anos após,
públicas de saúde, particularmente,
pelo Decreto nº 1.948/96(4), que
em relação ao atendimento às
versa sobre a Política Nacional do
pessoas
Idoso.
importante
Estes
asseguraram
8.842/94
(3)
de
dispositivos para
a
legais
população
idosas,
pois
consequência
uma do
aumento do número de idosos em
brasileira, na faixa etária igual ou
uma
acima dos sessenta anos de idade,
indivíduos
vários direitos sociais, dentre os
apresentarão um maior número de
quais, o direito à saúde em todos os
doenças e/ou condições crônicas
níveis de atendimento do Sistema
que requerem investimentos em
Único de Saúde (SUS).
serviços
Segundo o Instituto Brasileiro
brasileira
está
envelhecendo de forma rápida e
é
que
esses
provavelmente
médicos
e
por
mais
tempo(6).
de Geografia e Estatística (IBGE), a população
população
Os estudos comprovam que a
população
brasileira
está
envelhecendo e que os idosos
68 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
possuem em relação aos jovens,
servirá de cenário para o modelo
mais
estatístico.
doenças
crônicas
e
consequentemente o número de consultas
é
superior,
por
isso,
No Brasil, os estudos sobre o tema
têm
apontado,
forma
dificilmente o país contará com
recorrente,
número suficiente de geriatras e,
envelhecimento
por consequência, o atendimento
brasileira é irreversível diante do
dos pacientes geriátricos deverá,
comportamento da fecundidade e
por muito tempo, continuar sendo
da
feito por médicos de outras áreas(7).
últimas
Assim,
partimos
do
pressuposto que, em um futuro
que
de
mortalidade
o processo da
de
população
registrados
décadas
e
nas do
comportamento esperado de ambos no futuro.
próximo, haverá mais idosos do que
Assim,
este
trabalho
tem
médicos com especializações nas
como objetivo estimar a população
áreas
de
de
geriatria,
cardiologia,
fisiatria,
profissionais
médicos
endocrinologia,
especialistas nas áreas de geriatria,
ortopedia, neurologia, reumatologia
fisiatria, cardiologia, endocrinologia,
e
ortopedia, neurologia, reumatologia
gastroenterologia
para
o
atendimento dessa população e que
e
o
médicos,
projetados, para atenção a saúde
nessas especialidades, não terá
do idoso no município de João
acompanhado
de
Pessoa, assim como projetar a
crescimento da população idosa do
curva de crescimento da população
município de João Pessoa.
médica
ingresso
de
novos
a
curva
gastroenterologia,
especialista
atuais
que
e
realiza
O estudo se justifica pelo
atendimentos aos idosos na cidade,
aumento do número de idosos;
para os anos 2012 a 2016, e a
elevação da expectativa de vida da
curva de crescimento da população
população
e
idosa, analisando a relação entre
particularmente, pela precariedade
essa faixa etária e profissionais
de informações acerca dos aportes
médicos
estruturais e profissionais médicos
mesmo período.
brasileira
sobre a atenção a saúde do idoso no município de João Pessoa, que 69 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
especialistas
para
o
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
REFERENCIAL TEÓRICO
vida do brasileiro atingiu 72,7 anos, com perspectiva de alcançar 81,2
O
processo
de
anos em 2050(10).
envelhecimento de uma população modifica
e
é
pelas
sobre a esperança de vida ao
doenças que podem acometer o
nascer apontam, claramente, para
idoso, gerando uma relação muito
um processo de envelhecimento
próxima entre os dois fenômenos,
populacional no país, o que exige
de
novas prioridades na área das
tal forma
modificado
Em síntese, as informações
que modificações
exclusivas do envelhecimento são
políticas
confundidas com enfermidades e
direcionadas
criam a cultura e o estereótipo de
populacionais
que velhice e ser velho significam
exemplo dessa prioridade, destaca-
doença(8).
se a formação urgente de recursos
De acordo com o IBGE(9), é indiscutível a melhoria nos níveis de sobrevivência
da
públicas
humanos
a
serem
para
grupos
específicos.
para
Como
atendimento
geriátrico e gerontológico(9).
população
O crescimento da população
brasileira a partir dos anos 1930 e
idosa
completa
da
discussões em diversos setores da
década de 1950, a esperança de
sociedade brasileira e segundo o
vida ao nascer aumentou cerca de
IBGE(5), as projeções da população
dez anos para o País como um
brasileira, indicam que, entre 2000 e
todo, ao passar de 41,5 para 51,6
2015, a participação da população
anos. Ainda segundo o mesmo
idosa ampliará a sua importância,
instituto,
passando de 8,12% para 13,67%.
que,
entre
estendendo-se
até
meados
1955 até
e
1965,
meados
da
têm-se
Além
do
tornado
tema
envelhecimento
de
da
década de 1970, o aumento da
população total, a proporção “mais
esperança
continuou,
idosa”, de 80 anos e mais, está
embora mais lentamente. No final
aumentando também, alterando a
dos anos de 1990, a expectativa de
composição etária dentro do próprio
vida alcançou para os homens 64
grupo, ou seja, a população idosa
anos e para as mulheres 70 anos, já
também
em 2008, a expectativa média de
participação na população brasileira
de
vida
70 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
envelheceu
e
sua
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
passou de 1,0% para 1,4%. Embora
de fecundidade, fazendo com que,
o percentual seja baixo, está se
gradualmente,
falando de 1,6 milhão de pessoas
população nas faixas etárias seja
com 80 anos e mais. Isso leva a
alterada.
a
distribuição
da
uma heterogeneidade do segmento idoso e aumenta a demanda por
Profissionais
cuidados de longa duração(11).
situacionalidade e perspectivas
Na cidade de João Pessoa, capital
do
Estado
A grande conquista do século
Paraíba,
XX, a longevidade, transforma-se no
segundo o IBGE(1), o crescimento
desafio das políticas públicas de
da população idosa está ocorrendo
saúde no século XXI; o atendimento
a um nível sem precedentes. Em
das demandas de uma crescente
1872 cerca de 3% da população se
população de idosos que modifica o
constituía de idosos, em 1991, 119
perfil de saúde da população. Em
anos
7,2%,
substituição às doenças agudas que
chegando ao início do século XXI
se resolvem rapidamente por meio
com 8,1%. No ano de 2010, de
da cura ou do óbito, as doenças
acordo com os resultados do Censo
crônicas passam a predominar e
2010, João Pessoa tinha 74.635
com elas mais incapacidades e
idosos, o que representava 10,3%
maiores gastos com saúde(7).
depois,
da
médicos:
atingia
da população do município(13).
A atenção adequada à saúde
O aumento da expectativa de
dos idosos requer conhecimentos
vida, em virtude da melhoria das
específicos
condições
do
necessários ao cuidado de adultos e
tecnológico
há evidências na literatura de que
de
vida
desenvolvimento
e
diferentes
aplicado a tratamentos médicos,
muitos
desenvolvimento de medicamentos,
dificuldades para o atendimento
equipamentos, técnicas médicas e
dessa
cirúrgicas,
e
contexto, a inclusão do processo de
Saad(14), provoca uma alteração
envelhecimento como curso de vida
radical no perfil de mortalidade e
e em todos seus aspectos nos
morbidade
currículos
segundo
de
uma
Ramos
população
juntamente com a queda das taxas
médicos
daqueles
população.
de
encontram
Dentro
deste
graduação,
medicina, expõe sua relevância.
71 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
em
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
No
Brasil,
o
ensino
da
Brasileira
de
Geriatria
e
medicina teve início com a vinda da
Gerontologia, número insignificante
Família Real Portuguesa. A esse
quando comparado ao tamanho da
respeito, Gonçalves e Ernesto(15)
população idosa.
afirmam que, em 8 de março de
Considerando
estimativas
1808, a Família Real embarcou para
populacionais recentes, calcula-se
o Rio de Janeiro e poucas semanas
que exista um geriatra para cada
depois,
grupo de aproximadamente 23 mil
o
Príncipe
Regente
determinava a criação da segunda
idosos
escola médica, sendo esta no Rio
confirmação do fato já citado, neste
de Janeiro, pois a primeira já havia
artigo,
sido criada na Bahia. Se o ensino
contará com número suficiente de
da medicina teve inicio no começo
geriatras e que o atendimento dos
do século XIX, a residência em
pacientes geriátricos deverá, por
Geriatria só iniciou no final do
muito tempo, continuar sendo feito
século XX.
por médicos de outras áreas.
De acordo, com a Sociedade Brasileira
de
que
e
isso
dificilmente
o
é
país
De acordo, com o Conselho
e
Regional de Medicina/PB (CRM/PB)
Gerontologia (SBGG), a residência
até dezembro de 2011, o número de
médica foi instituída pelo Decreto nº
profissionais que indicavam exercer
80.281, de 05 de setembro de
a medicina na cidade de João
1977(16) e constitui uma modalidade
Pessoa era 2.711 e destes, apenas
de
oito informaram exercer a geriatria
ensino
Geriatria
brasileiros
de
pós-graduação
destinada a médicos, sob a forma
como
de
Assim,
curso
funcionando Saúde,
sob
de
especialização,
especialidade
profissional.
considerando
as
em
Instituições
de
especialidades com maior procura
a
orientação
de
pela população idosa, as
profissionais
médicos
qualificação na área
(17)
com
.
geriatria,
fisiatria,
endocrinologia,
A carência de especialistas e
neurologia,
áreas de
cardiologia, ortopedia,
reumatologia
e
docentes na área é uma realidade.
gastroenterologia,
Há
um total de 241 profissionais e esse
atualmente
922
geriatras
titulados no país pela Sociedade 72 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
contabilizou-se
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
número
será
considerado
nas
análises deste trabalho.
de tempo. Então, a tendência que se verifica em uma série temporal é a
MÉTODO
característica
gradativas
de
e
mudanças
persistentes
em
alguma direção que ocorrem na Modelos de séries temporais
série ao longo do tempo. Uma
De acordo com Morettin e
suposição importante é de que a
Toloi(18) a classe de fenômenos cujo
série apresente estacionariedade,
processo
e
ou seja, ela evolua no tempo
quantificação
aleatoriamente ao redor de uma
numérica, geram uma sequência de
média constante. Desta forma a
dados distribuídos no tempo é
série apresenta certa estabilidade
denominada
ou equilíbrio(22). De acordo com
observacional
consequente
série
temporal.
A
característica mais importante deste
Aguirre(23)
tipo de dados é que as observações
estacionário
vizinhas
probabilidade que o regem não
são
dependentes
e
estamos interessados em analisar e modelar esta dependência
(19)
um
processo
se
as
é
leis
de
variam com o tempo.
e de
Segundo
Margarido
e
acordo com Granger(20), o objetivo
Medeiros(24),
inicial
estocástico é estacionário, ou mais
da
análise
temporais
é
séries
realização
processo
de
precisamente
da
estacionário, quando preencher três
abstração de regularidades contidas
requisitos básicos: sua média é
nos fenômenos observáveis de uma
constante ao longo do tempo, isto é
inferências.
a
de
um
Assim,
através
( )
série temporal existe a possibilidade de
se
construir
matemático
A
modelo
como
representação realidade
um
simplificada
da
.
; sua variância é constante
longo
do
( )
uma
(21)
tendência
ao
fracamente
tempo,
seja,
e sua covariância é
constante ao longo do tempo, ou (
seja, pode
ou
[(
ser
)(
)],
entendida como a parte da série
representa
a
temporal que acusa um movimento
comprovar
se
regular através de um período longo 73 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
)
onde
defasagem. uma
Para
série
é
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
estacionária, o seu comportamento temporal
pode
analisado
introduziram um modelo geral que
graficamente ou, então, aplicando
incluía autoregressividade, médias
os
móveis e diferenciação em sua
testes
ser
Em 1976, Box e Jenkins
estatísticos
de
raiz
unitária, que amplamente utilizados,
formulação.
foram desenvolvidos por Fuller em
detalhadamente, os três tipos de
1976 e Dickey e Fuller em 1979.
parâmetros do modelo são: os
Quando
a
série
não
é
Explicando
parâmetros
mais
autoregressivos
(AR)
estacionária, é possível solucionar o
(p), o número de diferenças (I) (d), e
problema recorrendo-se a técnicas
os parâmetros de médias móveis
apropriadas,
pode-se
(MA) (q). Suponha que * + seja um
diferenciar a série. Isto é, dada uma
processo puramente aleatório com
série com elementos
média zero e variância
ou
seja,
, constrói-se
a série das diferenças
, com a diferenciação, a série conterá menos um ponto que a original.
É
comum
* +é
processo
.
que
.
chamado
Um de
processo autoregressivo de ordem p, ou AR(p), se , onde,
uma
corresponde à
diferenciação seja suficiente para
observação da série temporal no
que seja alcançado o objetivo de
tempo
estacionar a série, mas é importante
parâmetro do modelo AR de ordem
salientar que é possível diferenciar
p e
uma série mais do que uma vez.
aleatórios
A classe de modelos mais utilizada
em
temporais
análise são
os
de
séries
modelos
autoregressivos integrados e de
t;
corresponde
ao
representa o erro de eventos que
explicados processo
não
pelo * +é
podem
ser
modelo.
Um
chamado
de
processo de médias móveis de ordem q, ou MA(q), se
médias móveis (ARIMA). A ideia
,
básica é que a série temporal em
onde
.
estudo seja gerada por um processo
A auto correlação pode ser
estocástico, cuja natureza pode ser
definida como o grau de variação
representada a partir de um modelo
comum entre uma variável medida
matemático
(25)
.
no tempo t com ela mesma medida
74 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line) (28)
num tempo posterior t+k, onde k é o
autoregressivo de ordem k
tempo do intervalo de medição(26). A
conceito de autocorrelação parcial é
autocorrelação mede a persistência
análogo ao conceito de coeficiente
de uma onda dentro de uma série
de regressão parcial. No modelo de
temporal. Quando a autocorrelação
regressão múltipla de k variáveis, o
é próxima de zero ela nos informa
k-ésimo coeficiente de regressão
que há um processo randômico
mede a taxa de variação no valor
(aleatório) ocorrendo sem nenhuma
médio do regressando para uma
persistência
mudança de uma unidade no k-
ou
autocorrelação
regularidade. é
A
normalmente
ésimo
regressor
,
. O
mantendo
calculada para um lag (intervalo) de
constante a influência de todos os
variação e o resultado é plotado
outros regressores.
num gráfico que inclui os valores obtidos
versus
que
de
seleção
bastante utilizado é o AIC (Akaike
intervalos de medição da variável.
Information Criterion), proposto por
Um coeficiente de autocorrelação
Akaike
mede
assintoticamente
correlação
são
critério
os
a
k
Um
entre
dois
(1978).
Este
critério
eficiente,
é no
valores adjacentes na série, e a
entanto,
autocorrelação, neste caso, é dita
Utilizando
autocorrelação de lag ou defasagem
máxima verossimilhança para os
um.
parâmetros do modelo, em que
De
maneira
genérica,
o
( ̂)
coeficiente de autocorrelação mede
a
correlação
entre
não
de
qual
seja,
uma
autocorrelação de lag k (27). A também
auto
correlação
permite
analisar
o
estimadores
a
função
de
de
log-
( ̂)
( ), no
é o número de parâmetros do
modelo. parcial
consistente.
verossimilhança maximizada, o AIC é dado por
ou
os
é
observações distantes k períodos tempo,
é
Com
o
objetivo
de
melhorar o desempenho do AIC em pequenas
amostras
Hurvich
e
relacionamento entre valores de
Tsai(29)
uma série temporal. O coeficiente
assintoticamente equivalente ao AIC
de autocorrelação parcial
e,
é o k-
ésimo coeficiente em um processo
portanto,
eficiente.
75 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
derivaram o AICc. Ele é
é
Temos
assintoticamente que
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
( ̂)
( )(
), do que n é o
tamanho amostral e k é número de
por
A
em
uma
da
autocorrelação
residual(25).
parâmetros do modelo. Baseados
meio
análise
dos
resíduos
constitui uma etapa importante para
perspectiva bayesiana, Schwarz(30)
o processo de validação do modelo
e Akaike(31) introduziram critérios
proposto,
equivalentes
para
seleção
de
modelos. Esse critério de seleção de modelos, conhecido como BIC (Bayesian Information Criterion), é consistente ( ̂)
e
( )
dado
( ), Com base em
diversos
modelos
concorrentes e escolhe-se o modelo que obteve um menor valor para o critério
de
informação.
Após
identificar o modelo e estimar seus parâmetros,
faz-se
necessário
verificar se o mesmo representa adequadamente os dados. Se a análise de residual revelar qualquer insuficiência é preciso considerar outro
modelo
alternativo,
caso
contrário, o modelo está apto para fazer previsões. Para tanto, o teste de Ljung-Box(32) é um teste útil no diagnóstico de um modelo ajustado, uma vez que ele torna possível a identificação
da
existência
medida
em
que
assumimos, por meio da formulação de hipóteses, que os resíduos não são
autocorrelacionados
e
são
normalmente distribuídos, com isso podemos validar o modelo para
por
algum dos critérios de informação, estimam-se
na
de
autocorrelação dos erros estimadas
realizar previsões. Segundo Ehlers (19)
, se o modelo tiver um “bom”
ajuste espera-se que os resíduos se distribuam aleatoriamente em torno de
zero
com
aproximadamente sejam
não
análise
geral
variância
constante
e
correlacionados.
A
à
adequação
do
modelo, é feita pelo teste do quiquadrado
(
),
baseado
na
estatística Q de Ljung-Box. O teste de Shapiro-Wilks, assim como o teste de Lilliefors, detecta os desvios de normalidade, pois
rejeita
a
hipótese
de
normalidade quando o p-valor for menor ou igual a α. Segundo Wheelwright suposição técnica
de
e
Makridakis, Hyndman(33),
básica
de
previsão
a
qualquer de
séries
temporais é que o valor observado 76 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
na série seja determinado por um
Erro
padrão que se repete no tempo e
absoluto
por alguma influência aleatória. Isto
{[∑
|
percentual
médio
(mape): ̂
|]
}
significa dizer que mesmo quando o padrão exato que caracteriza o comportamento da série temporal
REFERENCIAL METODOLÓGICO
tenha sido isolado, algum desvio O
ainda existirá entre os valores da previsão e os valores realmente observados. Essa aleatoriedade não pode ser prevista; entretanto, se isolada, sua magnitude pode ser estimada e usada para determinar a variação
ou
erro
entre
as
observações e previsões realizadas. A avaliação e a comparação entre os
modelos
de
previsão
são
realizadas através de medidas que medem o “grau de ajustamento” do
Erro percentual médio (epm):
∑
∑
̂)
desenvolvido a partir de abordagem quantitativa foi realizado na capital do
Estado
do
erro
quadrático (reqm):
(
̂)
;
Erro absoluto médio (eam): [∑
|
Paraíba,
João
Pessoa, que de acordo com os resultados do Censo 2010, neste ano possuía uma população de 723.515
habitantes,
sendo
que
deste total, 74.635 eram idosos, o que
representava
10,32%
da
população do município(13). Com relação aos médicos, os dados foram coletados junto ao
registros
médicos
geriatria,
fisiatria,
neurologia,
médio √∑
da
endocrinologia,
] Raiz
tipo
CRM/PB e obteve-se o número de
podemos destacar: [(∑
do
exploratório-descritivo e inferencial,
modelo aos dados. Dentre estas medidas frequentemente utilizadas
estudo,
̂ |]
;
nas
áreas
de
cardiologia, ortopedia,
reumatologia
gastroenterologia,
e
anualmente
desde a fundação da instituição até o ano de 2011 e, em seguida, estes dados planilhas
foram para
organizados verificação
em e
correção das inconsistências em seguida os dados foram trabalhados
77 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
por meio de metodologia estatística
foram analisados e de acordo com o
de séries temporais.
critério do menor valor do AIC, AICc
uso
Quando se considera fazer
e BIC foi um modelo selecionado. A
de
validação deste modelo, por meio
modelos
de
séries
temporais, se está assumindo que
da
os eventos futuros poderão ter
padronizados
comportamentos
dos
normalidade na distribuição dos
eventos passados. Desta forma,
resíduos, foram confirmados e os
objetiva-se fazer projeções sobre o
valores dos erros de previsões, para
desempenho de um evento no
cinco
futuro com base em dados atuais e
calculados e o modelo de melhor
históricos deste evento. Em uma
resultado
situação onde o resultado e a
realizar as previsões para o período
consequência de uma ação não
de 2012 a 2016.
possam,
similares
antecipadamente,
pode
então
dos e
passos
foi
à
resíduos teste
frente,
selecionado
de
foram
para
ser
conhecido com precisão mínima a previsão
análise
RESULTADOS E DISCUSSÕES
colaborar
reduzindo o risco dessa decisão,
A evolução dos registros ao
pois fornece informações sobre o
longo dos anos está descrita na
possível desempenho do evento em
Tabela
determinados passos à frente.
importante explicar que o ano de
1
e,
inicialmente,
é
O programa R, versão 2.12.0,
1959 não foi considerado para a
que é disponível gratuitamente na
análise de série temporal, pois
internet,
o
representa o ano de fundação da
desenvolvimento dos modelos de
entidade no Estado e os dados não
séries
eram consistentes.
foi
utilizado
temporais,
a
para
série
foi
estudada através das metodologias
Tabela 1 - Número de registros de
de Box-Jenkins, onde foi verificada
médicos especialistas junto ao
a estacionariedade da série e os
CRM/PB, que declaram trabalhar na
correlogramas de Autocorrelação e
cidade. João Pessoa/PB, 1960 a
Autocorrelação
2011.
Parcial
para
a
definição dos modelos ARIMA que 78 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
1960
1961
1962
1963
1964
1965
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
4
0
2
1
0
0
1
4
2
0
2
1
3
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1
6
5
5
11
10
15
8
10
10
10
4
3
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
5
3
2
1
3
2
7
7
4
12
7
9
6
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
5
7
2
7
6
5
4
3
5
1
6
2
2
Fonte: CRM/PB, 2012.
estacionar a série, foi necessário Com
a
utilização
dos
modelos de Box-Jenkins observouse, na evolução dos registros de médicos no CRM/PB, ao longo do tempo, a indicação de tendência, o que
sugeriu
a
série
não
correlograma
da função de
autocorrelação obteve-se um indício mais claro de que a série não era estacionária,
pois
os
lags
apresentavam um declínio lento para
dentro
dos
referência,
por
verificação
desta
límites
fim,
de
para
hipótese
a foi
realizado o teste estatístico de Dickey-Fuller, este apresentou um p-valor igual a 0,5567, maior que α = 0,05, o que confirmou hipótese de não
estacionariedade
Então,
com
a
da
finalidade
o teste de Dickey-Fuller apresentou um p-valor igual a 0,043, menor que α = 0,05, de modo que a série foi, então, considerada estacionária.
ser
estacionária e a partir da construção do
diferenciá-la e na série diferenciada
série. de
O
próximo
análise
das
autocorrelação
passo,
foi
funções e
a de
autocorrelação
parcial para a identificação das ordens auto-regressivas e médias móveis da série. Observou-se que apenas
um
lag
1
significativamente delimitados, ordem
o
MA(1)
ultrapassou os
que e
limites
indica
o
gráfico
uma de
autocorrelação parcial foi observado que o lag 1ultrapassou o limite e por meio
dessa
análise,
podemos
atribuir o valor 1para a ordem autoregressiva
(AR)
do
modelo.
Objetivando a busca por um modelo
79 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
mais eficiente e com base nas
apresentava bom ajuste aos dados.
análises
de
O mesmo também apresentou as
autocorrelação (MA), autocorrelação
autocorrelações dos resíduos dentro
parcial (AR) e diferenciação (I),
dos limites assintóticos, para uma
foram
significância de 95% e por isso é
dos
gráficos
ajustados
ARIMA(1,1,1),
3
modelos,
ARIMA(1,1,0)
e
ARIMA(0,1,1).
não estão correlacionados. Essa
O modelo escolhido foi o que melhor
se
possível afirmar que os resíduos
ajustou
aos
dados,
tomando com base o critério de
afirmação é confirmada com a análise dos p-valores expressos pelo teste de Ljung-Box.
menor valor para os critérios AIC,
Para avaliar a performace de
AICc e BIC. O modelo escolhido foi
previsão do modelo, a série foi
o ARIMA(1,1,0) para a análise
dividida em duas e as cinco últimas
residual
observações foram retiradas para
e
previsão
futura
e
cumprindo uma etapa de validação
confrontação
é preciso que a análise estatística
obtidos pelo modelo na previsão
dos resíduos comprove que os
cinco passos a frente e os erros
mesmos apresentam normalidade
foram calculados apresentando os
em sua distribuição. Para esse fim
seguintes
foi realizado os testes de Shapiro-
(23,5782), EAM (1,8061), EPM (-
Wilks e Lilliefors e este um p-valor
4,8907) e REQM (1,8830). Os erros
maior que o nível de significância de
de previsões são aceitáveis e por
5%. Assim, de acordo com os
isso o modelo foi utilizado para
resultados obtidos, podemos afirmar
realização das previsões para o
que existem evidências estatísticas
período de 2012 a 2016.
para aceitar a hipótese de que os
Finalmente,
resíduos
seguem
distribuição
normal.
apresentados
que
na que
de
os
MAPE
resultados Tabela
2
o
número
novos
registros
resíduos
médicos especialistas que farão
encontravam-se
registro no CRM/PB e que terão
dentro do intervalo de -2 a 2,
como local de trabalho a cidade de
indicando
João Pessoa, nos anos citados.
padronizados
que
os
estimado
resultados
resultados:
demonstram
Para modelo ARIMA(1,1,0), constatou-se
com
o
modelo
80 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
Eles
refletem
uma
tendência,
Na cidade de João Pessoa, a
embora discreta, de crescimento.
proporção da população idosa em
Tabela 2 - Previsões para novos
relação aos habitantes com idade
registros médicos. João Pessoa/PB,
inferior a 60 anos apresenta, nos
2012 a 2016.
próximos
anos,
tendência
de
aumento. No ano de 2010, a cidade Previsões do modelo ARIMA (1,1,0)
apresentava 74.635 pessoas com 60
anos
ou
mais
para
uma
Ano
Nº de registros
2012
2
população não idosa de 648.880
2013
2
habitantes, com isso temos que
2014
3
2015
3
2016
4
para
cada
idoso
existiam
8,69
habitantes com menos de 60 anos e
Fonte: CRM/PB, 2012.
para o ano de 2016, projeta-se uma população idosa de 99.200 pessoas para uma população de 739.515 indivíduos, com isso a proporção
Projeções da população As projeções, realizadas pelo IBGE(5), nos permitem conhecer tanto a população idosa como a população total para a cidade, para
será de um idoso para 7,45 pessoas com idade inferior a 60 anos, ou seja, a população idosa crescerá em ritmo maior que o somatório das demais faixas etárias.
o período de estudo, e estão descritas na Tabela 3, sendo que as projeções da população idosa em João Pessoa foram obtidas pela função (
geométrica: ) , onde: População inicial
(P0), Intervalo de tempo em anos (n1), Taxa anual de crescimento (r), e
√
, onde: População
inicial (P0), População final (Pf) e
Outra forma de verificar este fenômeno é por meio da taxa anual de crescimento da população idosa e
da
taxa
população
de
crescimento
total,
da
conforme
demonstrado na Tabela 3. Tabela 3 - Projeções para as populações, idosa e total, do Brasil, Paraíba e João Pessoa, entre 2012 a 2016.
Intervalo de tempo em anos (n1). 81 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
Local
Anos População idosa População total População idosa População total População idosa População total
Brasil
Paraíba João Pessoa
2010
2012
2013
2014
2015
2016
Taxa
20.590.599
22.290.769
23.194.467
24.135.980
25.116.950
26.137.611
3,9
190.755.799
195.848.977
198.446.336
201.078.142
203.744.851
212.025.021
1,3
451.385
478.555
492.849
507.641
522.953
544.206
2,9
3.766.528
3.843.638
3.882.783
3.922.326
3.962.273
4.123.299
1,0
74.635
82.289
86.416
90.758
95.326
99.200
4,8
723.515
755.430
771.911
788.753
805.961
838.715
2,1
Fonte: CRM/PB, 2012.
Em João Pessoa, no ano de
Pessoa,
o
crescimento
da
2010, em uma população total de
população idosa em uma taxa maior
723.515
que no Estado e no País e com isso
habitantes,
os
idosos
representavam 10,32% e para o ano
a
de
planejamento
2016,
para
a
população
premente
necessidade para
as
de
políticas
projetada de 838.715 indivíduos,
públicas de saúde voltadas para o
será de 11,83% a participação
idoso.
daqueles com 60 anos ou mais. A taxa de crescimento da população
População idosa X profissionais
idosa será, anualmente, de 4,8%
médicos especialistas
enquanto que a população total
A Organização Mundial de
crescerá a uma taxa anual de 2,1%.
Saúde
Comparando essas taxas com a do
parâmetro ideal de atenção à saúde
Estado da Paraíba e do Brasil
da população a relação de um
(Tabela 3), constata-se que são as
médico para cada 563 habitantes,
maiores, pois na Paraíba, crescerá
isto para centros com uma rede de
a população idosa a taxa de 2,9% e
serviços bem estruturada. Por meio
a população total a 1,0% e no Brasil
dos modelos de séries temporais,
a faixa etária com 60 anos ou mais,
foi realizada a projeção dos médicos
aumentará a taxa de 3,9% e a
especialistas nas áreas de geriatria,
população
total
fisiatria, cardiologia, endocrinologia,
crescimento
de
apresentará
preconiza
como
Essa
ortopedia, neurologia, reumatologia
uma
e gastroenterologia para o período
peculiaridade da cidade de João
de 2012 a 2016, Tabela 4 e a
constatação
1,3%.
(OMS)
explicita
82 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
análise dos dados demonstra que,
para a um futuro onde não será
em João Pessoa, a proporção, no
mantida essa relação favorável, ou
ano de 2011, é de um médico
seja, o aumento do número de
especialista para 325 habitantes
médicos
idosos e uma relação, projetada, de
acompanhará
um profissional para cada grupo de
população
389 pessoas idosas no ano de
número de idosos em relação a
2016,
capital
esses profissionais da saúde, ao
paraibana tinha no ano 2011, uma
longo do tempo, passará a ser
relação de médicos por habitantes
maior que a preconizada pela OMS.
melhor o mínimo recomendado pela
Tabela 4 - Projeção de médicos
OMS, que é de um médico para 563
especialistas para João Pessoa,
habitantes, mas também aponta
entre 2010 a 2016.
indicando
que
a
especialistas o
idosa,
não
crescimento com
isso
da o
Tabela 4 - Projeção de médicos especialistas para João Pessoa, entre 2010 a 2016. Anos
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2
2
2
3
3
4
239
241
243
245
248
251
255
74.635
78.365
82.289
86.416
90.758
95.326
99.200
312
325
339
353
366
380
389
Projeção de médicos especialistas. Acumulado médicos especialistas População idosa (projeção - IBGE). Relação: Especialistas/ população idosa
Fonte: CRM/PB, 2012.
nos
A cidade de João Pessoa,
no longo prazo, o parâmetro da
anos
OMS possa ser atendido.
estudados,
possui
médicos especialistas em número maior que o parâmetro da OMS,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
mas vale resaltar que o problema identificado, em 2011, é a falta de
Este
trabalho
teve
como
geriatras e segundo observado será
objetivo conhecer a população de
preciso um esforço do poder público
profissionais médicos especialistas
para divulgação e convencimento
nas áreas de geriatria, fisiatria,
dos médicos para que optem pela
cardiologia,
especialização em geriatria e assim,
ortopedia, neurologia, reumatologia
83 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
endocrinologia,
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
e
gastroenterologia,
atuais
e
Paraíba e do Brasil. Com um
projetados, para atenção a saúde
crescimento
anual
do idoso no município de João
população
idosa
Pessoa e de maneira especifica
paraibana apresentará uma taxa
projetar a curva de crescimento da
1,65 vezes à do Estado e 1,23
população médica especialista que
vezes a do Brasil e sua população
realiza atendimentos aos idosos na
total crescerá a taxa de 2,1%
cidade, para os anos 2012 a 2016, e
enquanto o Estado a 1,0% e o Brasil
ainda
de
a 1,3%. É notória a necessidade de
crescimento da população idosa e
ações que revertam ou suavizem os
analisar a relação entre essa faixa
efeitos nefastos,
etária
médicos
previstos para um futuro próximo,
mesmo
pois o estudo da população médica
projetar
e
a
curva
profissionais
especialistas
para
o
período,
para
isso
e
realizados
foram
levantamentos
de da
4,8%,
a
capital
estatisticamente
nas especialidades de
geriatria,
e
fisiatria, cardiologia, endocrinologia,
projeções do número de médicos
ortopedia, neurologia, reumatologia
especialistas
de
ou gastroenterologia, se observou
médicos para a população idosa.
que, mantida a relação de registros
Com essas informações e o auxílio
entre
das
especialistas do último período, a
e
técnicas
desenvolvido
a
relação
estatísticas um
modelo
foi para
relação
médicos
médicos
e
por
médicos
habitante
previsão que poderá auxiliar a
idoso, que em 2011 é maior que a
gestão
no
preconizada pela OMS, se tornará,
planejamento de políticas voltadas à
em um futuro próximo, inferior ao
atenção a saúde da população
recomendado. O estudo identificou
idosa de João Pessoa.
que, atualmente, a maior dificuldade
pública
de
saúde
As informações, levantadas
na área médica do município é a
junto ao IBGE, sobre população
falta de Geriatras, pois em 2011,
brasileira, paraibana e pessoense
João Pessoa, contava com oito
demonstram que a projeção da taxa
profissionais, número abaixo do
crescimento da população total e
recomendado, sendo a proporção
idosa da cidade de João Pessoa
de um geriatra para 9.795 idosos,
será maior que a do Estado da
uma relação 17,39 vezes maior que
84 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
a recomendada, não identificada perspectiva de mudança de cenário para os próximos anos. REFERÊNCIAS 1 - Presidência da República (BR). Congresso Nacional. Lei 8.080, de 19 de Setembro de 1990, dispõe sobre a organização e funcionamento dos serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília (DF); 1990. 2- Presidência da República (BR). Congresso Nacional. Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília (DF); 1990. 3- Presidência da República (BR). Congresso Nacional. Política Nacional do Idoso. Lei nº. 8.842, de 4 de Janeiro de 1994, dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1994. 4- Presidência da República (BR). Congresso Nacional. Decreto n° 1948, de 3 de Julho de 1996, regulamenta a Política Nacional do Idoso. Diário Oficial da União. Brasília (DF); 1996. 5- Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil por sexo e idade: 1980-2050: revisão 2008/IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro (RJ): IBGE; 2008. 6- Firmo JOA, Barreto SM, Lima-Costa MF. The Bambuí health and aging study (BHAS): factors associated with the treatment of hypertension in older adults in the community. Cad. Saúde Pública. 2003;19(3):512-21. 7- Pereira AMVB, Feliz MC, Schwanke CHA. Ensino de Geriatria nas faculdades de medicina brasileira. Geriatria & Gerontologia. 2010;4(4):179-185. 8- Farah R, Côrte BCM. O ambiente da velhice no país: por que planejar? Revista Kairós. 2009;1(12):197-212. 9- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores Sociodemográficos
e de saúde no Brasil - 2009. Rio de Janeiro (RJ): IBGE; 2009. 10- Paschoal SMP, Franco RP, Salles RFN. Epidemiologia do envelhecimento. In: Papaléo Neto M. Tratado de geriatria e a gerontologia. 2 ed. São Paulo (SP): Atheneu; 2007. 11- Fernandes MGM, Fernandes BM. Unindo os fragmentos: construção de políticas públicas e garantia de direitos para idosos no Brasil – A terceira idade. [homepage na Internet]. SESC SP; 29 nov 2010; 2015 [citado 20 abr 2015]. Disponível em: http://www.sescsp.org.br/online/artigo/6411 _UNINDO+OS+FRAGMENTOS+CONSTR UCAO+DE+POLITICAS+PUBLICAS+E+GA RANTIA+DE+DIREITOS+PARA+IDOSOS+ NO+BRASIL#/tagcloud=lista 12- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. João Pessoa 420 anos: 15852005, João Pessoa – PB. Rio de Janeiro (RJ): IBGE, 2005. 13- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010: primeiros resultados. [Internet]. 2010[citado 05 nov 2014]. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/ estatística/população/censo2010/default.sht m 14- Ramos LR, Saad PM. Morbidade da população idosa. In: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. O idoso na Grande São Paulo. São Paulo (SP): SEADE; 1990. 15- Gonçalves F, Ernesto L. As Santas Casas e o desenvolvimento do ensino médico no Brasil. Boletim da Associação Brasileira de Educação Médica. jul/ago 2000; v. XXVIII, n.3. 16- Ministério da Educação (BR). Decreto nº 80.281, de 05 de setembro de 1977, regulamenta a Residência Médica, cria a Comissão Nacional de Residência Médica e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília (DF); 1977. 17- Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. [citado 23 out 2014]. Disponível em www.sbgg.org.br 18- Morettin PA, Toloi CMC. Análise de séries temporais. São Paulo (SP): Edgard Blucher; 2006. 19- Ehlers, R. S. Análise de Séries a Temporais. [Internet]. 3 ed. Curitiba (PR): 2005. [citado 20 dez 2014]. Disponível em http://leg.ufpr.br/~ehlers/notas/stemp.pdf
85 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)
20- Granger CWJ, Newbold P. Forecasting Economic Time Series. New York (EUA): Academic Press; 1977. 21- Barbancho AG. Fundamentos e Possibilidades da Econometria. Rio de Janeiro (RJ): Fórum Editora; 1970. 22- Bezerra MIS. Análise de Séries Temporais: Curso de Estatística. São Paulo (SP): UNESP/ DMEC; 2006. 23- Aguirre LA. Introdução à identificação de sistemas: técnicas lineares e nãolineares aplicadas a sistemas reais. Belo Horizonte (MG): UFMG; 2007. 24- Margarido MA, Medeiros H. Teste para mais de uma raíz unitária: uso do softwares na elaboração de uma rotina para o teste dickey-pantula. PESQUISA & DEBATE. 2006;17(1):149-70. 25- Bayer FM, Souza AM. Wavelets e Modelos Tradicionais de Previsão: um estudo comparativo. Rev. Bras. Biom. 2010;28(2):40-61. 26- Nações Unidas. International migratin profiles bu country or area. [citado 20 abr 2012]. Disponível em: www.un.org/esa/population/publications/itt mig2002/locations/mainframecountries.htm 27- Pellegrini FR, Fogliatto FS. Passos para Implantação de Sistemas de Previsão de Demanda–Técnicas e Estudos de Casos. Revista PRODUÇÃO. 2011[citado 15 dez 2012]11(1):43-64. Disponível em: www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas /399_prev2.pdf 28- Box GEP, Jenkins GM, REINSEL GC. Time series analysis – forecasting and control. New Jersey (EUA): Prentice Hall; 1994. 29- Hurvich CM, Tsai C-L. Regression and time series model selection in small samples. Biometrika. 1989;76(2);197-307. 30- Schwarz G. Estimating the dimension of a model. Ann. Stat. 1978;6(2):461-64. 31- Akaike HA. Bayesian analysis of the minimum AIC procedure. Ann. Inst. Stat.Math. 1978;30(1):9-14. 32- Ljung GM, Box GEP. On a Measure of a Lack of Fit in Time Series Models. Biometrika. 1978;65(2):297-303. 33- Makridakis S, Wheelwright SC, Hyndman RJ. Forecasting: Methods and Applications. New York (EUA): John Wiley & Sons; 1998.
86 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015
Lihat lebih banyak...
Comentários