POPULAÇÃO IDOSA E MÉDICOS ESPECIALISTAS: UM MODELO DE PREVISÃO

June 12, 2017 | Autor: Elidio Vanzella | Categoria: Saúde
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REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)

POPULAÇÃO IDOSA E MÉDICOS ESPECIALISTAS: UM MODELO DE PREVISÃO

RESUMO O objetivo do estudo é estimar a população de profissionais médicos especialistas nas áreas de geriatria, fisiatria, cardiologia, endocrinologia, ortopedia, neurologia, reumatologia e gastroenterologia, atuais e projetados, para atenção a saúde do idoso no município de João Pessoa e de maneira especifica projetar a curva de crescimento da população médica especialista que realiza atendimentos aos idosos na cidade, para os anos 2012 a 2016. Estudo exploratório-descritivo e inferencial, com informações coletadas no Conselho Regional de Medicina da Paraíba. Os dados relativos às especialidades e número de profissionais médicos em foram analisados estatisticamente pelas metodologias de Séries Temporais. Os resultados demonstraram que na cidade a relação entre médicos, médicos especialistas e a população idosa, se tornará, no futuro inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde. O estudo identificou que a maior dificuldade na área médica é a falta de Geriatras. Descritores: Envelhecimento; Geriatras; Médicos Especialistas.

ELDERLY AND MEDICAL SPECIALISTS POPULATION: A FORECAST MODEL

ABASTRACT The objective of the study is to estimate the population of medical professionals experts in geriatric medicine, physiatry, cardiology, endocrinology, orthopedics, neurology, rheumatology and gastroenterology, current and projected, for attention to health of the elderly in João Pessoa city and specific way project the growth curve of specialist medical people who offer these services to the elderly in the city, for the years 2012 to 2016. Exploratory and descriptive and inferential study, using information gathered from the Regional Council of Medicine of Paraiba. Data on specialties and number of medical professionals were statistically analyzed by the methods of Time Series. The results showed that in the city the relationship between doctors, specialists and the elderly, will become in the future lower than recommended by the World Health Organization. The study identified that the greatest difficulty in the medical field is the lack of Geriatricians. Descriptors: Aging; Geriatricians; Medical experts.

ESPECIALISTAS MÉDICOS MAYORES Y POBLACIÓN: UN MODELO DE PREVISIÓN

RESUMEN El objetivo del estudio es estimar la población de expertos médicos profesionales en geriatría medicina, fisiatría, cardiología, endocrinología, ortopedia, neurología, reumatología y gastroenterología, actual y prevista, para la atención a la salud de las personas mayores en la ciudad de João Pessoa y de manera específica proyectar la curva de crecimiento de los médicos especialistas que ofrecen estos servicios a las personas mayores en la ciudad, para los años 2012 a 2016. Exploratorio y descriptivo e inferencial, utilizando la información obtenida del Consejo Regional de Medicina de Paraíba. Los datos sobre las especialidades y el número de profesionales de la medicina se analizaron estadísticamente mediante los métodos de series de tiempo. Los resultados mostraron que en la ciudad la relación entre los médicos, especialistas y las personas de edad, se convertirá en el futuro más baja de lo recomendado por la Organización Mundial de la Salud. El estudio identificó que la mayor dificultad en el campo de la medicina es la falta de geriatras. Descriptores: Envejecimiento; Geriatras; Los expertos médicos.

Elídio Vanzella 1

1

Doutorando em Modelos de Decisão. Mestre em modelos de Decisão em Saúde. Graduado em Administração Hospitalar. Pernambuco/Brasil.

67 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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INTRODUÇÃO

intensa, ainda, de acordo com este órgão, o Brasil tem na atualidade

O direito universal e integral à

mais de 19 milhões de idosos e

saúde no Brasil foi uma conquista

projeta para o ano de 2020 uma

da sociedade que está explicitado

população

na Constituição Federal Brasileira,

brasileiros, dentre os quais, 28

promulgada em 1988, e ratificado

milhões terão 60 anos ou mais(5).

com a criação do Sistema Único de

Essas projeções exigem do setor

Saúde (SUS), por meio das Leis

público responsável, uma resposta

Orgânicas da Saúde n° 8.080/90 e

imediata

n° 8.142/90(1-2). Com estas ações,

instalações hospitalares apropriadas

pelo

das

para o atendimento de idosos,

intenções, o governo amparou e

quanto à formação de profissionais

protegeu, legalmente, o direito ao

de saúde, particularmente, médicos

acesso universal, justo e imparcial

com especialização em Geriatria.

menos

no

campo

de toda a população aos serviços de saúde. Em 1994, foi promulgada a

Lei



207

em

milhões

termos,

O

de

tanto

processo

de

de

envelhecimento de uma população

e

desafia o governo e suas políticas

regulamentada, dois anos após,

públicas de saúde, particularmente,

pelo Decreto nº 1.948/96(4), que

em relação ao atendimento às

versa sobre a Política Nacional do

pessoas

Idoso.

importante

Estes

asseguraram

8.842/94

(3)

de

dispositivos para

a

legais

população

idosas,

pois

consequência

uma do

aumento do número de idosos em

brasileira, na faixa etária igual ou

uma

acima dos sessenta anos de idade,

indivíduos

vários direitos sociais, dentre os

apresentarão um maior número de

quais, o direito à saúde em todos os

doenças e/ou condições crônicas

níveis de atendimento do Sistema

que requerem investimentos em

Único de Saúde (SUS).

serviços

Segundo o Instituto Brasileiro

brasileira

está

envelhecendo de forma rápida e

é

que

esses

provavelmente

médicos

e

por

mais

tempo(6).

de Geografia e Estatística (IBGE), a população

população

Os estudos comprovam que a

população

brasileira

está

envelhecendo e que os idosos

68 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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possuem em relação aos jovens,

servirá de cenário para o modelo

mais

estatístico.

doenças

crônicas

e

consequentemente o número de consultas

é

superior,

por

isso,

No Brasil, os estudos sobre o tema

têm

apontado,

forma

dificilmente o país contará com

recorrente,

número suficiente de geriatras e,

envelhecimento

por consequência, o atendimento

brasileira é irreversível diante do

dos pacientes geriátricos deverá,

comportamento da fecundidade e

por muito tempo, continuar sendo

da

feito por médicos de outras áreas(7).

últimas

Assim,

partimos

do

pressuposto que, em um futuro

que

de

mortalidade

o processo da

de

população

registrados

décadas

e

nas do

comportamento esperado de ambos no futuro.

próximo, haverá mais idosos do que

Assim,

este

trabalho

tem

médicos com especializações nas

como objetivo estimar a população

áreas

de

de

geriatria,

cardiologia,

fisiatria,

profissionais

médicos

endocrinologia,

especialistas nas áreas de geriatria,

ortopedia, neurologia, reumatologia

fisiatria, cardiologia, endocrinologia,

e

ortopedia, neurologia, reumatologia

gastroenterologia

para

o

atendimento dessa população e que

e

o

médicos,

projetados, para atenção a saúde

nessas especialidades, não terá

do idoso no município de João

acompanhado

de

Pessoa, assim como projetar a

crescimento da população idosa do

curva de crescimento da população

município de João Pessoa.

médica

ingresso

de

novos

a

curva

gastroenterologia,

especialista

atuais

que

e

realiza

O estudo se justifica pelo

atendimentos aos idosos na cidade,

aumento do número de idosos;

para os anos 2012 a 2016, e a

elevação da expectativa de vida da

curva de crescimento da população

população

e

idosa, analisando a relação entre

particularmente, pela precariedade

essa faixa etária e profissionais

de informações acerca dos aportes

médicos

estruturais e profissionais médicos

mesmo período.

brasileira

sobre a atenção a saúde do idoso no município de João Pessoa, que 69 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

especialistas

para

o

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REFERENCIAL TEÓRICO

vida do brasileiro atingiu 72,7 anos, com perspectiva de alcançar 81,2

O

processo

de

anos em 2050(10).

envelhecimento de uma população modifica

e

é

pelas

sobre a esperança de vida ao

doenças que podem acometer o

nascer apontam, claramente, para

idoso, gerando uma relação muito

um processo de envelhecimento

próxima entre os dois fenômenos,

populacional no país, o que exige

de

novas prioridades na área das

tal forma

modificado

Em síntese, as informações

que modificações

exclusivas do envelhecimento são

políticas

confundidas com enfermidades e

direcionadas

criam a cultura e o estereótipo de

populacionais

que velhice e ser velho significam

exemplo dessa prioridade, destaca-

doença(8).

se a formação urgente de recursos

De acordo com o IBGE(9), é indiscutível a melhoria nos níveis de sobrevivência

da

públicas

humanos

a

serem

para

grupos

específicos.

para

Como

atendimento

geriátrico e gerontológico(9).

população

O crescimento da população

brasileira a partir dos anos 1930 e

idosa

completa

da

discussões em diversos setores da

década de 1950, a esperança de

sociedade brasileira e segundo o

vida ao nascer aumentou cerca de

IBGE(5), as projeções da população

dez anos para o País como um

brasileira, indicam que, entre 2000 e

todo, ao passar de 41,5 para 51,6

2015, a participação da população

anos. Ainda segundo o mesmo

idosa ampliará a sua importância,

instituto,

passando de 8,12% para 13,67%.

que,

entre

estendendo-se

até

meados

1955 até

e

1965,

meados

da

têm-se

Além

do

tornado

tema

envelhecimento

de

da

década de 1970, o aumento da

população total, a proporção “mais

esperança

continuou,

idosa”, de 80 anos e mais, está

embora mais lentamente. No final

aumentando também, alterando a

dos anos de 1990, a expectativa de

composição etária dentro do próprio

vida alcançou para os homens 64

grupo, ou seja, a população idosa

anos e para as mulheres 70 anos, já

também

em 2008, a expectativa média de

participação na população brasileira

de

vida

70 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

envelheceu

e

sua

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passou de 1,0% para 1,4%. Embora

de fecundidade, fazendo com que,

o percentual seja baixo, está se

gradualmente,

falando de 1,6 milhão de pessoas

população nas faixas etárias seja

com 80 anos e mais. Isso leva a

alterada.

a

distribuição

da

uma heterogeneidade do segmento idoso e aumenta a demanda por

Profissionais

cuidados de longa duração(11).

situacionalidade e perspectivas

Na cidade de João Pessoa, capital

do

Estado

A grande conquista do século

Paraíba,

XX, a longevidade, transforma-se no

segundo o IBGE(1), o crescimento

desafio das políticas públicas de

da população idosa está ocorrendo

saúde no século XXI; o atendimento

a um nível sem precedentes. Em

das demandas de uma crescente

1872 cerca de 3% da população se

população de idosos que modifica o

constituía de idosos, em 1991, 119

perfil de saúde da população. Em

anos

7,2%,

substituição às doenças agudas que

chegando ao início do século XXI

se resolvem rapidamente por meio

com 8,1%. No ano de 2010, de

da cura ou do óbito, as doenças

acordo com os resultados do Censo

crônicas passam a predominar e

2010, João Pessoa tinha 74.635

com elas mais incapacidades e

idosos, o que representava 10,3%

maiores gastos com saúde(7).

depois,

da

médicos:

atingia

da população do município(13).

A atenção adequada à saúde

O aumento da expectativa de

dos idosos requer conhecimentos

vida, em virtude da melhoria das

específicos

condições

do

necessários ao cuidado de adultos e

tecnológico

há evidências na literatura de que

de

vida

desenvolvimento

e

diferentes

aplicado a tratamentos médicos,

muitos

desenvolvimento de medicamentos,

dificuldades para o atendimento

equipamentos, técnicas médicas e

dessa

cirúrgicas,

e

contexto, a inclusão do processo de

Saad(14), provoca uma alteração

envelhecimento como curso de vida

radical no perfil de mortalidade e

e em todos seus aspectos nos

morbidade

currículos

segundo

de

uma

Ramos

população

juntamente com a queda das taxas

médicos

daqueles

população.

de

encontram

Dentro

deste

graduação,

medicina, expõe sua relevância.

71 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

em

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No

Brasil,

o

ensino

da

Brasileira

de

Geriatria

e

medicina teve início com a vinda da

Gerontologia, número insignificante

Família Real Portuguesa. A esse

quando comparado ao tamanho da

respeito, Gonçalves e Ernesto(15)

população idosa.

afirmam que, em 8 de março de

Considerando

estimativas

1808, a Família Real embarcou para

populacionais recentes, calcula-se

o Rio de Janeiro e poucas semanas

que exista um geriatra para cada

depois,

grupo de aproximadamente 23 mil

o

Príncipe

Regente

determinava a criação da segunda

idosos

escola médica, sendo esta no Rio

confirmação do fato já citado, neste

de Janeiro, pois a primeira já havia

artigo,

sido criada na Bahia. Se o ensino

contará com número suficiente de

da medicina teve inicio no começo

geriatras e que o atendimento dos

do século XIX, a residência em

pacientes geriátricos deverá, por

Geriatria só iniciou no final do

muito tempo, continuar sendo feito

século XX.

por médicos de outras áreas.

De acordo, com a Sociedade Brasileira

de

que

e

isso

dificilmente

o

é

país

De acordo, com o Conselho

e

Regional de Medicina/PB (CRM/PB)

Gerontologia (SBGG), a residência

até dezembro de 2011, o número de

médica foi instituída pelo Decreto nº

profissionais que indicavam exercer

80.281, de 05 de setembro de

a medicina na cidade de João

1977(16) e constitui uma modalidade

Pessoa era 2.711 e destes, apenas

de

oito informaram exercer a geriatria

ensino

Geriatria

brasileiros

de

pós-graduação

destinada a médicos, sob a forma

como

de

Assim,

curso

funcionando Saúde,

sob

de

especialização,

especialidade

profissional.

considerando

as

em

Instituições

de

especialidades com maior procura

a

orientação

de

pela população idosa, as

profissionais

médicos

qualificação na área

(17)

com

.

geriatria,

fisiatria,

endocrinologia,

A carência de especialistas e

neurologia,

áreas de

cardiologia, ortopedia,

reumatologia

e

docentes na área é uma realidade.

gastroenterologia,



um total de 241 profissionais e esse

atualmente

922

geriatras

titulados no país pela Sociedade 72 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

contabilizou-se

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número

será

considerado

nas

análises deste trabalho.

de tempo. Então, a tendência que se verifica em uma série temporal é a

MÉTODO

característica

gradativas

de

e

mudanças

persistentes

em

alguma direção que ocorrem na Modelos de séries temporais

série ao longo do tempo. Uma

De acordo com Morettin e

suposição importante é de que a

Toloi(18) a classe de fenômenos cujo

série apresente estacionariedade,

processo

e

ou seja, ela evolua no tempo

quantificação

aleatoriamente ao redor de uma

numérica, geram uma sequência de

média constante. Desta forma a

dados distribuídos no tempo é

série apresenta certa estabilidade

denominada

ou equilíbrio(22). De acordo com

observacional

consequente

série

temporal.

A

característica mais importante deste

Aguirre(23)

tipo de dados é que as observações

estacionário

vizinhas

probabilidade que o regem não

são

dependentes

e

estamos interessados em analisar e modelar esta dependência

(19)

um

processo

se

as

é

leis

de

variam com o tempo.

e de

Segundo

Margarido

e

acordo com Granger(20), o objetivo

Medeiros(24),

inicial

estocástico é estacionário, ou mais

da

análise

temporais

é

séries

realização

processo

de

precisamente

da

estacionário, quando preencher três

abstração de regularidades contidas

requisitos básicos: sua média é

nos fenômenos observáveis de uma

constante ao longo do tempo, isto é

inferências.

a

de

um

Assim,

através

( )

série temporal existe a possibilidade de

se

construir

matemático

A

modelo

como

representação realidade

um

simplificada

da

.

; sua variância é constante

longo

do

( )

uma

(21)

tendência

ao

fracamente

tempo,

seja,

e sua covariância é

constante ao longo do tempo, ou (

seja, pode

ou

[(

ser

)(

)],

entendida como a parte da série

representa

a

temporal que acusa um movimento

comprovar

se

regular através de um período longo 73 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

)

onde

defasagem. uma

Para

série

é

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estacionária, o seu comportamento temporal

pode

analisado

introduziram um modelo geral que

graficamente ou, então, aplicando

incluía autoregressividade, médias

os

móveis e diferenciação em sua

testes

ser

Em 1976, Box e Jenkins

estatísticos

de

raiz

unitária, que amplamente utilizados,

formulação.

foram desenvolvidos por Fuller em

detalhadamente, os três tipos de

1976 e Dickey e Fuller em 1979.

parâmetros do modelo são: os

Quando

a

série

não

é

Explicando

parâmetros

mais

autoregressivos

(AR)

estacionária, é possível solucionar o

(p), o número de diferenças (I) (d), e

problema recorrendo-se a técnicas

os parâmetros de médias móveis

apropriadas,

pode-se

(MA) (q). Suponha que * + seja um

diferenciar a série. Isto é, dada uma

processo puramente aleatório com

série com elementos

média zero e variância

ou

seja,

, constrói-se

a série das diferenças

, com a diferenciação, a série conterá menos um ponto que a original.

É

comum

* +é

processo

.

que

.

chamado

Um de

processo autoregressivo de ordem p, ou AR(p), se , onde,

uma

corresponde à

diferenciação seja suficiente para

observação da série temporal no

que seja alcançado o objetivo de

tempo

estacionar a série, mas é importante

parâmetro do modelo AR de ordem

salientar que é possível diferenciar

p e

uma série mais do que uma vez.

aleatórios

A classe de modelos mais utilizada

em

temporais

análise são

os

de

séries

modelos

autoregressivos integrados e de

t;

corresponde

ao

representa o erro de eventos que

explicados processo

não

pelo * +é

podem

ser

modelo.

Um

chamado

de

processo de médias móveis de ordem q, ou MA(q), se

médias móveis (ARIMA). A ideia

,

básica é que a série temporal em

onde

.

estudo seja gerada por um processo

A auto correlação pode ser

estocástico, cuja natureza pode ser

definida como o grau de variação

representada a partir de um modelo

comum entre uma variável medida

matemático

(25)

.

no tempo t com ela mesma medida

74 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line) (28)

num tempo posterior t+k, onde k é o

autoregressivo de ordem k

tempo do intervalo de medição(26). A

conceito de autocorrelação parcial é

autocorrelação mede a persistência

análogo ao conceito de coeficiente

de uma onda dentro de uma série

de regressão parcial. No modelo de

temporal. Quando a autocorrelação

regressão múltipla de k variáveis, o

é próxima de zero ela nos informa

k-ésimo coeficiente de regressão

que há um processo randômico

mede a taxa de variação no valor

(aleatório) ocorrendo sem nenhuma

médio do regressando para uma

persistência

mudança de uma unidade no k-

ou

autocorrelação

regularidade. é

A

normalmente

ésimo

regressor

,

. O

mantendo

calculada para um lag (intervalo) de

constante a influência de todos os

variação e o resultado é plotado

outros regressores.

num gráfico que inclui os valores obtidos

versus

que

de

seleção

bastante utilizado é o AIC (Akaike

intervalos de medição da variável.

Information Criterion), proposto por

Um coeficiente de autocorrelação

Akaike

mede

assintoticamente

correlação

são

critério

os

a

k

Um

entre

dois

(1978).

Este

critério

eficiente,

é no

valores adjacentes na série, e a

entanto,

autocorrelação, neste caso, é dita

Utilizando

autocorrelação de lag ou defasagem

máxima verossimilhança para os

um.

parâmetros do modelo, em que

De

maneira

genérica,

o

( ̂)

coeficiente de autocorrelação mede

a

correlação

entre

não

de

qual

seja,

uma

autocorrelação de lag k (27). A também

auto

correlação

permite

analisar

o

estimadores

a

função

de

de

log-

( ̂)

( ), no

é o número de parâmetros do

modelo. parcial

consistente.

verossimilhança maximizada, o AIC é dado por

ou

os

é

observações distantes k períodos tempo,

é

Com

o

objetivo

de

melhorar o desempenho do AIC em pequenas

amostras

Hurvich

e

relacionamento entre valores de

Tsai(29)

uma série temporal. O coeficiente

assintoticamente equivalente ao AIC

de autocorrelação parcial

e,

é o k-

ésimo coeficiente em um processo

portanto,

eficiente.

75 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

derivaram o AICc. Ele é

é

Temos

assintoticamente que

REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/index - ISSN1983-1617 (on line)

( ̂)

( )(

), do que n é o

tamanho amostral e k é número de

por

A

em

uma

da

autocorrelação

residual(25).

parâmetros do modelo. Baseados

meio

análise

dos

resíduos

constitui uma etapa importante para

perspectiva bayesiana, Schwarz(30)

o processo de validação do modelo

e Akaike(31) introduziram critérios

proposto,

equivalentes

para

seleção

de

modelos. Esse critério de seleção de modelos, conhecido como BIC (Bayesian Information Criterion), é consistente ( ̂)

e

( )

dado

( ), Com base em

diversos

modelos

concorrentes e escolhe-se o modelo que obteve um menor valor para o critério

de

informação.

Após

identificar o modelo e estimar seus parâmetros,

faz-se

necessário

verificar se o mesmo representa adequadamente os dados. Se a análise de residual revelar qualquer insuficiência é preciso considerar outro

modelo

alternativo,

caso

contrário, o modelo está apto para fazer previsões. Para tanto, o teste de Ljung-Box(32) é um teste útil no diagnóstico de um modelo ajustado, uma vez que ele torna possível a identificação

da

existência

medida

em

que

assumimos, por meio da formulação de hipóteses, que os resíduos não são

autocorrelacionados

e

são

normalmente distribuídos, com isso podemos validar o modelo para

por

algum dos critérios de informação, estimam-se

na

de

autocorrelação dos erros estimadas

realizar previsões. Segundo Ehlers (19)

, se o modelo tiver um “bom”

ajuste espera-se que os resíduos se distribuam aleatoriamente em torno de

zero

com

aproximadamente sejam

não

análise

geral

variância

constante

e

correlacionados.

A

à

adequação

do

modelo, é feita pelo teste do quiquadrado

(

),

baseado

na

estatística Q de Ljung-Box. O teste de Shapiro-Wilks, assim como o teste de Lilliefors, detecta os desvios de normalidade, pois

rejeita

a

hipótese

de

normalidade quando o p-valor for menor ou igual a α. Segundo Wheelwright suposição técnica

de

e

Makridakis, Hyndman(33),

básica

de

previsão

a

qualquer de

séries

temporais é que o valor observado 76 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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na série seja determinado por um

Erro

padrão que se repete no tempo e

absoluto

por alguma influência aleatória. Isto

{[∑

|

percentual

médio

(mape): ̂

|]

}

significa dizer que mesmo quando o padrão exato que caracteriza o comportamento da série temporal

REFERENCIAL METODOLÓGICO

tenha sido isolado, algum desvio O

ainda existirá entre os valores da previsão e os valores realmente observados. Essa aleatoriedade não pode ser prevista; entretanto, se isolada, sua magnitude pode ser estimada e usada para determinar a variação

ou

erro

entre

as

observações e previsões realizadas. A avaliação e a comparação entre os

modelos

de

previsão

são

realizadas através de medidas que medem o “grau de ajustamento” do

Erro percentual médio (epm):





̂)

desenvolvido a partir de abordagem quantitativa foi realizado na capital do

Estado

do

erro

quadrático (reqm):

(

̂)

;

Erro absoluto médio (eam): [∑

|

Paraíba,

João

Pessoa, que de acordo com os resultados do Censo 2010, neste ano possuía uma população de 723.515

habitantes,

sendo

que

deste total, 74.635 eram idosos, o que

representava

10,32%

da

população do município(13). Com relação aos médicos, os dados foram coletados junto ao

registros

médicos

geriatria,

fisiatria,

neurologia,

médio √∑

da

endocrinologia,

] Raiz

tipo

CRM/PB e obteve-se o número de

podemos destacar: [(∑

do

exploratório-descritivo e inferencial,

modelo aos dados. Dentre estas medidas frequentemente utilizadas

estudo,

̂ |]

;

nas

áreas

de

cardiologia, ortopedia,

reumatologia

gastroenterologia,

e

anualmente

desde a fundação da instituição até o ano de 2011 e, em seguida, estes dados planilhas

foram para

organizados verificação

em e

correção das inconsistências em seguida os dados foram trabalhados

77 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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por meio de metodologia estatística

foram analisados e de acordo com o

de séries temporais.

critério do menor valor do AIC, AICc

uso

Quando se considera fazer

e BIC foi um modelo selecionado. A

de

validação deste modelo, por meio

modelos

de

séries

temporais, se está assumindo que

da

os eventos futuros poderão ter

padronizados

comportamentos

dos

normalidade na distribuição dos

eventos passados. Desta forma,

resíduos, foram confirmados e os

objetiva-se fazer projeções sobre o

valores dos erros de previsões, para

desempenho de um evento no

cinco

futuro com base em dados atuais e

calculados e o modelo de melhor

históricos deste evento. Em uma

resultado

situação onde o resultado e a

realizar as previsões para o período

consequência de uma ação não

de 2012 a 2016.

possam,

similares

antecipadamente,

pode

então

dos e

passos

foi

à

resíduos teste

frente,

selecionado

de

foram

para

ser

conhecido com precisão mínima a previsão

análise

RESULTADOS E DISCUSSÕES

colaborar

reduzindo o risco dessa decisão,

A evolução dos registros ao

pois fornece informações sobre o

longo dos anos está descrita na

possível desempenho do evento em

Tabela

determinados passos à frente.

importante explicar que o ano de

1

e,

inicialmente,

é

O programa R, versão 2.12.0,

1959 não foi considerado para a

que é disponível gratuitamente na

análise de série temporal, pois

internet,

o

representa o ano de fundação da

desenvolvimento dos modelos de

entidade no Estado e os dados não

séries

eram consistentes.

foi

utilizado

temporais,

a

para

série

foi

estudada através das metodologias

Tabela 1 - Número de registros de

de Box-Jenkins, onde foi verificada

médicos especialistas junto ao

a estacionariedade da série e os

CRM/PB, que declaram trabalhar na

correlogramas de Autocorrelação e

cidade. João Pessoa/PB, 1960 a

Autocorrelação

2011.

Parcial

para

a

definição dos modelos ARIMA que 78 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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1960

1961

1962

1963

1964

1965

1966

1967

1968

1969

1970

1971

1972

4

0

2

1

0

0

1

4

2

0

2

1

3

1973

1974

1975

1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1

6

5

5

11

10

15

8

10

10

10

4

3

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

5

3

2

1

3

2

7

7

4

12

7

9

6

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

5

7

2

7

6

5

4

3

5

1

6

2

2

Fonte: CRM/PB, 2012.

estacionar a série, foi necessário Com

a

utilização

dos

modelos de Box-Jenkins observouse, na evolução dos registros de médicos no CRM/PB, ao longo do tempo, a indicação de tendência, o que

sugeriu

a

série

não

correlograma

da função de

autocorrelação obteve-se um indício mais claro de que a série não era estacionária,

pois

os

lags

apresentavam um declínio lento para

dentro

dos

referência,

por

verificação

desta

límites

fim,

de

para

hipótese

a foi

realizado o teste estatístico de Dickey-Fuller, este apresentou um p-valor igual a 0,5567, maior que α = 0,05, o que confirmou hipótese de não

estacionariedade

Então,

com

a

da

finalidade

o teste de Dickey-Fuller apresentou um p-valor igual a 0,043, menor que α = 0,05, de modo que a série foi, então, considerada estacionária.

ser

estacionária e a partir da construção do

diferenciá-la e na série diferenciada

série. de

O

próximo

análise

das

autocorrelação

passo,

foi

funções e

a de

autocorrelação

parcial para a identificação das ordens auto-regressivas e médias móveis da série. Observou-se que apenas

um

lag

1

significativamente delimitados, ordem

o

MA(1)

ultrapassou os

que e

limites

indica

o

gráfico

uma de

autocorrelação parcial foi observado que o lag 1ultrapassou o limite e por meio

dessa

análise,

podemos

atribuir o valor 1para a ordem autoregressiva

(AR)

do

modelo.

Objetivando a busca por um modelo

79 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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mais eficiente e com base nas

apresentava bom ajuste aos dados.

análises

de

O mesmo também apresentou as

autocorrelação (MA), autocorrelação

autocorrelações dos resíduos dentro

parcial (AR) e diferenciação (I),

dos limites assintóticos, para uma

foram

significância de 95% e por isso é

dos

gráficos

ajustados

ARIMA(1,1,1),

3

modelos,

ARIMA(1,1,0)

e

ARIMA(0,1,1).

não estão correlacionados. Essa

O modelo escolhido foi o que melhor

se

possível afirmar que os resíduos

ajustou

aos

dados,

tomando com base o critério de

afirmação é confirmada com a análise dos p-valores expressos pelo teste de Ljung-Box.

menor valor para os critérios AIC,

Para avaliar a performace de

AICc e BIC. O modelo escolhido foi

previsão do modelo, a série foi

o ARIMA(1,1,0) para a análise

dividida em duas e as cinco últimas

residual

observações foram retiradas para

e

previsão

futura

e

cumprindo uma etapa de validação

confrontação

é preciso que a análise estatística

obtidos pelo modelo na previsão

dos resíduos comprove que os

cinco passos a frente e os erros

mesmos apresentam normalidade

foram calculados apresentando os

em sua distribuição. Para esse fim

seguintes

foi realizado os testes de Shapiro-

(23,5782), EAM (1,8061), EPM (-

Wilks e Lilliefors e este um p-valor

4,8907) e REQM (1,8830). Os erros

maior que o nível de significância de

de previsões são aceitáveis e por

5%. Assim, de acordo com os

isso o modelo foi utilizado para

resultados obtidos, podemos afirmar

realização das previsões para o

que existem evidências estatísticas

período de 2012 a 2016.

para aceitar a hipótese de que os

Finalmente,

resíduos

seguem

distribuição

normal.

apresentados

que

na que

de

os

MAPE

resultados Tabela

2

o

número

novos

registros

resíduos

médicos especialistas que farão

encontravam-se

registro no CRM/PB e que terão

dentro do intervalo de -2 a 2,

como local de trabalho a cidade de

indicando

João Pessoa, nos anos citados.

padronizados

que

os

estimado

resultados

resultados:

demonstram

Para modelo ARIMA(1,1,0), constatou-se

com

o

modelo

80 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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Eles

refletem

uma

tendência,

Na cidade de João Pessoa, a

embora discreta, de crescimento.

proporção da população idosa em

Tabela 2 - Previsões para novos

relação aos habitantes com idade

registros médicos. João Pessoa/PB,

inferior a 60 anos apresenta, nos

2012 a 2016.

próximos

anos,

tendência

de

aumento. No ano de 2010, a cidade Previsões do modelo ARIMA (1,1,0)

apresentava 74.635 pessoas com 60

anos

ou

mais

para

uma

Ano

Nº de registros

2012

2

população não idosa de 648.880

2013

2

habitantes, com isso temos que

2014

3

2015

3

2016

4

para

cada

idoso

existiam

8,69

habitantes com menos de 60 anos e

Fonte: CRM/PB, 2012.

para o ano de 2016, projeta-se uma população idosa de 99.200 pessoas para uma população de 739.515 indivíduos, com isso a proporção

Projeções da população As projeções, realizadas pelo IBGE(5), nos permitem conhecer tanto a população idosa como a população total para a cidade, para

será de um idoso para 7,45 pessoas com idade inferior a 60 anos, ou seja, a população idosa crescerá em ritmo maior que o somatório das demais faixas etárias.

o período de estudo, e estão descritas na Tabela 3, sendo que as projeções da população idosa em João Pessoa foram obtidas pela função (

geométrica: ) , onde: População inicial

(P0), Intervalo de tempo em anos (n1), Taxa anual de crescimento (r), e



, onde: População

inicial (P0), População final (Pf) e

Outra forma de verificar este fenômeno é por meio da taxa anual de crescimento da população idosa e

da

taxa

população

de

crescimento

total,

da

conforme

demonstrado na Tabela 3. Tabela 3 - Projeções para as populações, idosa e total, do Brasil, Paraíba e João Pessoa, entre 2012 a 2016.

Intervalo de tempo em anos (n1). 81 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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Local

Anos População idosa População total População idosa População total População idosa População total

Brasil

Paraíba João Pessoa

2010

2012

2013

2014

2015

2016

Taxa

20.590.599

22.290.769

23.194.467

24.135.980

25.116.950

26.137.611

3,9

190.755.799

195.848.977

198.446.336

201.078.142

203.744.851

212.025.021

1,3

451.385

478.555

492.849

507.641

522.953

544.206

2,9

3.766.528

3.843.638

3.882.783

3.922.326

3.962.273

4.123.299

1,0

74.635

82.289

86.416

90.758

95.326

99.200

4,8

723.515

755.430

771.911

788.753

805.961

838.715

2,1

Fonte: CRM/PB, 2012.

Em João Pessoa, no ano de

Pessoa,

o

crescimento

da

2010, em uma população total de

população idosa em uma taxa maior

723.515

que no Estado e no País e com isso

habitantes,

os

idosos

representavam 10,32% e para o ano

a

de

planejamento

2016,

para

a

população

premente

necessidade para

as

de

políticas

projetada de 838.715 indivíduos,

públicas de saúde voltadas para o

será de 11,83% a participação

idoso.

daqueles com 60 anos ou mais. A taxa de crescimento da população

População idosa X profissionais

idosa será, anualmente, de 4,8%

médicos especialistas

enquanto que a população total

A Organização Mundial de

crescerá a uma taxa anual de 2,1%.

Saúde

Comparando essas taxas com a do

parâmetro ideal de atenção à saúde

Estado da Paraíba e do Brasil

da população a relação de um

(Tabela 3), constata-se que são as

médico para cada 563 habitantes,

maiores, pois na Paraíba, crescerá

isto para centros com uma rede de

a população idosa a taxa de 2,9% e

serviços bem estruturada. Por meio

a população total a 1,0% e no Brasil

dos modelos de séries temporais,

a faixa etária com 60 anos ou mais,

foi realizada a projeção dos médicos

aumentará a taxa de 3,9% e a

especialistas nas áreas de geriatria,

população

total

fisiatria, cardiologia, endocrinologia,

crescimento

de

apresentará

preconiza

como

Essa

ortopedia, neurologia, reumatologia

uma

e gastroenterologia para o período

peculiaridade da cidade de João

de 2012 a 2016, Tabela 4 e a

constatação

1,3%.

(OMS)

explicita

82 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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análise dos dados demonstra que,

para a um futuro onde não será

em João Pessoa, a proporção, no

mantida essa relação favorável, ou

ano de 2011, é de um médico

seja, o aumento do número de

especialista para 325 habitantes

médicos

idosos e uma relação, projetada, de

acompanhará

um profissional para cada grupo de

população

389 pessoas idosas no ano de

número de idosos em relação a

2016,

capital

esses profissionais da saúde, ao

paraibana tinha no ano 2011, uma

longo do tempo, passará a ser

relação de médicos por habitantes

maior que a preconizada pela OMS.

melhor o mínimo recomendado pela

Tabela 4 - Projeção de médicos

OMS, que é de um médico para 563

especialistas para João Pessoa,

habitantes, mas também aponta

entre 2010 a 2016.

indicando

que

a

especialistas o

idosa,

não

crescimento com

isso

da o

Tabela 4 - Projeção de médicos especialistas para João Pessoa, entre 2010 a 2016. Anos

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2

2

2

3

3

4

239

241

243

245

248

251

255

74.635

78.365

82.289

86.416

90.758

95.326

99.200

312

325

339

353

366

380

389

Projeção de médicos especialistas. Acumulado médicos especialistas População idosa (projeção - IBGE). Relação: Especialistas/ população idosa

Fonte: CRM/PB, 2012.

nos

A cidade de João Pessoa,

no longo prazo, o parâmetro da

anos

OMS possa ser atendido.

estudados,

possui

médicos especialistas em número maior que o parâmetro da OMS,

CONSIDERAÇÕES FINAIS

mas vale resaltar que o problema identificado, em 2011, é a falta de

Este

trabalho

teve

como

geriatras e segundo observado será

objetivo conhecer a população de

preciso um esforço do poder público

profissionais médicos especialistas

para divulgação e convencimento

nas áreas de geriatria, fisiatria,

dos médicos para que optem pela

cardiologia,

especialização em geriatria e assim,

ortopedia, neurologia, reumatologia

83 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

endocrinologia,

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e

gastroenterologia,

atuais

e

Paraíba e do Brasil. Com um

projetados, para atenção a saúde

crescimento

anual

do idoso no município de João

população

idosa

Pessoa e de maneira especifica

paraibana apresentará uma taxa

projetar a curva de crescimento da

1,65 vezes à do Estado e 1,23

população médica especialista que

vezes a do Brasil e sua população

realiza atendimentos aos idosos na

total crescerá a taxa de 2,1%

cidade, para os anos 2012 a 2016, e

enquanto o Estado a 1,0% e o Brasil

ainda

de

a 1,3%. É notória a necessidade de

crescimento da população idosa e

ações que revertam ou suavizem os

analisar a relação entre essa faixa

efeitos nefastos,

etária

médicos

previstos para um futuro próximo,

mesmo

pois o estudo da população médica

projetar

e

a

curva

profissionais

especialistas

para

o

período,

para

isso

e

realizados

foram

levantamentos

de da

4,8%,

a

capital

estatisticamente

nas especialidades de

geriatria,

e

fisiatria, cardiologia, endocrinologia,

projeções do número de médicos

ortopedia, neurologia, reumatologia

especialistas

de

ou gastroenterologia, se observou

médicos para a população idosa.

que, mantida a relação de registros

Com essas informações e o auxílio

entre

das

especialistas do último período, a

e

técnicas

desenvolvido

a

relação

estatísticas um

modelo

foi para

relação

médicos

médicos

e

por

médicos

habitante

previsão que poderá auxiliar a

idoso, que em 2011 é maior que a

gestão

no

preconizada pela OMS, se tornará,

planejamento de políticas voltadas à

em um futuro próximo, inferior ao

atenção a saúde da população

recomendado. O estudo identificou

idosa de João Pessoa.

que, atualmente, a maior dificuldade

pública

de

saúde

As informações, levantadas

na área médica do município é a

junto ao IBGE, sobre população

falta de Geriatras, pois em 2011,

brasileira, paraibana e pessoense

João Pessoa, contava com oito

demonstram que a projeção da taxa

profissionais, número abaixo do

crescimento da população total e

recomendado, sendo a proporção

idosa da cidade de João Pessoa

de um geriatra para 9.795 idosos,

será maior que a do Estado da

uma relação 17,39 vezes maior que

84 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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a recomendada, não identificada perspectiva de mudança de cenário para os próximos anos. REFERÊNCIAS 1 - Presidência da República (BR). Congresso Nacional. Lei 8.080, de 19 de Setembro de 1990, dispõe sobre a organização e funcionamento dos serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília (DF); 1990. 2- Presidência da República (BR). Congresso Nacional. Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília (DF); 1990. 3- Presidência da República (BR). Congresso Nacional. Política Nacional do Idoso. Lei nº. 8.842, de 4 de Janeiro de 1994, dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1994. 4- Presidência da República (BR). Congresso Nacional. Decreto n° 1948, de 3 de Julho de 1996, regulamenta a Política Nacional do Idoso. Diário Oficial da União. Brasília (DF); 1996. 5- Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil por sexo e idade: 1980-2050: revisão 2008/IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro (RJ): IBGE; 2008. 6- Firmo JOA, Barreto SM, Lima-Costa MF. The Bambuí health and aging study (BHAS): factors associated with the treatment of hypertension in older adults in the community. Cad. Saúde Pública. 2003;19(3):512-21. 7- Pereira AMVB, Feliz MC, Schwanke CHA. Ensino de Geriatria nas faculdades de medicina brasileira. Geriatria & Gerontologia. 2010;4(4):179-185. 8- Farah R, Côrte BCM. O ambiente da velhice no país: por que planejar? Revista Kairós. 2009;1(12):197-212. 9- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores Sociodemográficos

e de saúde no Brasil - 2009. Rio de Janeiro (RJ): IBGE; 2009. 10- Paschoal SMP, Franco RP, Salles RFN. Epidemiologia do envelhecimento. In: Papaléo Neto M. Tratado de geriatria e a gerontologia. 2 ed. São Paulo (SP): Atheneu; 2007. 11- Fernandes MGM, Fernandes BM. Unindo os fragmentos: construção de políticas públicas e garantia de direitos para idosos no Brasil – A terceira idade. [homepage na Internet]. SESC SP; 29 nov 2010; 2015 [citado 20 abr 2015]. Disponível em: http://www.sescsp.org.br/online/artigo/6411 _UNINDO+OS+FRAGMENTOS+CONSTR UCAO+DE+POLITICAS+PUBLICAS+E+GA RANTIA+DE+DIREITOS+PARA+IDOSOS+ NO+BRASIL#/tagcloud=lista 12- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. João Pessoa 420 anos: 15852005, João Pessoa – PB. Rio de Janeiro (RJ): IBGE, 2005. 13- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010: primeiros resultados. [Internet]. 2010[citado 05 nov 2014]. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/ estatística/população/censo2010/default.sht m 14- Ramos LR, Saad PM. Morbidade da população idosa. In: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. O idoso na Grande São Paulo. São Paulo (SP): SEADE; 1990. 15- Gonçalves F, Ernesto L. As Santas Casas e o desenvolvimento do ensino médico no Brasil. Boletim da Associação Brasileira de Educação Médica. jul/ago 2000; v. XXVIII, n.3. 16- Ministério da Educação (BR). Decreto nº 80.281, de 05 de setembro de 1977, regulamenta a Residência Médica, cria a Comissão Nacional de Residência Médica e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília (DF); 1977. 17- Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. [citado 23 out 2014]. Disponível em www.sbgg.org.br 18- Morettin PA, Toloi CMC. Análise de séries temporais. São Paulo (SP): Edgard Blucher; 2006. 19- Ehlers, R. S. Análise de Séries a Temporais. [Internet]. 3 ed. Curitiba (PR): 2005. [citado 20 dez 2014]. Disponível em http://leg.ufpr.br/~ehlers/notas/stemp.pdf

85 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

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