Por onde anda Freud?: ideias psicanalíticas na Argentina e no Brasil

June 1, 2017 | Autor: M. González R. | Categoria: Psychoanalysis, University
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25/07/2016

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Por onde anda Freud?: ideias psicanalíticas na Argentina e no Brasil Na ocasião do 160º aniversario de Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, vamos aqui rememorar o alcance deste sistema de ideias. Este é costumeiramente classificado como “transnacional” (1) na medida em que desde o início do século XX estendeu progressivamente sua influência a diversas regiões do mundo. Trata­se de um sistema que não somente influenciou produções intelectuais e saberes da “alta” cultura, como também alcançou aspectos da vida cotidiana e da cultura popular.

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Em alguns casos, se têm elaborado estudos que abordam esta influência outorgando extrema importância à figura de Freud, bem como seus sucessores. Estas análises foram feitas como histórias celebratórias, que tentaram descrever aspectos em relação ao movimento psicanalítico a modo de “árvore genealógica” da disciplina vienense. Porém, em outros casos, e de forma crescente, estão realizando­se trabalhos que privilegiam os modos de apropriação nas distintas culturas locais dessas ideias freudianas. Achamos que indagar sobre esses contextos locais e nacionais é valioso, pois além de compreender o fenômeno da difusão das ideias freudianas, permite­nos também descobrir novos elementos dessas culturas. Além disto, é importante pôr estes dados em diálogo com o fenômeno da circulação global da disciplina, uma vez que se tem percebido ­ e felizmente os debates acerca desse tema estão em ascendência ­ a América Latina como um pólo fundamental na difusão das ideias do médico vienense (2). Por outro lado, existe um consenso acerca do fato que neste novo século a influência da psicanálise vem perdendo impacto na cultura global, bem como no campo “psi”. Alguns autores, inclusive provenientes do mesmo campo psicanalítico, têm argumentado que as ideias freudianas se encontrariam atravessando atualmente um momento de “crise”, causa do crescente avanço das terapias breves e cognitivo­comportamentais, dos novos requerimentos para os psicanalistas em relação à eficácia de suas práticas e das mudanças na sua formação teórica, entre outros motivos. Então, neste contexto atual de uma suposta “crise” da disciplina, questionamos: como é possível que particularmente em dois países latino­ americanos comumente chamados de “periféricos”, como Argentina e Brasil, onde se observa hoje uma imensa quantidade de psicanalistas trabalhando no âmbito privado, existam diversas instituições psicanalíticas, fazendo circular ideias psicanalíticas na sociedade em geral com tanta força? A nossa hipótese de trabalho está vinculada à importância da universidade como fator fundamental na difusão das ideias freudianas. Nesses dois países as instituições universitárias, e particularmente os currículos em psicologia, têm funcionado ­ e continuam até hoje funcionando ­ como locais de transmissão, reprodução e legitimação da psicanálise, contribuindo também a uma maior extensão dessas ideias para a cultura em geral. O paradoxo vinculado a esta hipótese se relaciona com o fato que o mesmo pai fundador deste sistema de pensamento não pensou a universidade como um requisito fundamental e excludente para a formação psicanalítica. Contudo, aparentemente, em razão da importância do ensino das ideias psicanalíticas na universidade, estes dois países latino­americanos ­ segundo o nosso juízo ­ se tornaram os maiores pólos de difusão das ideias freudianas no mundo inteiro. Isto resulta certamente em uma particularidade destes dois países na apropriação das ideias psicanalíticas. Com certeza, a análise histórica (da psicanálise, da psicologia, e das instituições universitárias) tanto no caso argentino quanto no brasileiro, tem muito pra nos ensinar em relação a estes fatos. Por exemplo, se destaca a importância dos intercâmbios realizados entre psicanalistas e psicólogos destes dois países ao longo do século XX (3). Estes acontecimentos podem nos explicar similitudes nas apropriações

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realizadas das ideias freudianas nesses dois territórios, e nos efeitos Procure pessoas, coisas e locais sociais produzidos a partir desses fenômenos.

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[por María Eugenia González (Eug González). Doutoranda em Psicologia pela Universidade Nacional de Córdoba, Argentina. Intercambista na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Membro do Laboratório de História e Memória da Psicologia Clio­Psyché. Bolsista CONICET / FAPERJ] ******************************************************************************************  (1) Damousi, Joy, and M. Plotkin. "The transnational unconscious." Essays in Psychoanalysis and Transnationalism Palgrave MacMillan Transnational History (2009). (2) Alejandro Dagfal argumenta que se realisaram triangulações na expansão da psicanálise pela via da America Latina. Por exemplo, ele defende a ideia que a expansão do kleinismo foi produzida no eixo Londres­Buenos Aires­París, e que o lacanismo se expandiu em direção París­Buenos Aires­Barcelona. Ver: Dagfal A. (2014). La circulación de los saberes psi entre Europa y Argentina. El caso del psicoanálisis como ejemplo de triangulación. Em Actas del XV Encuentro Argentino de Historia de la Psiquiatría, la Psicología y el Psicoanálisis en Argentina. Facultad de Psicología. Universidad Nacional de La Plata. La Plata. (3) É possível mencionar, por exemplo, a chegada de psicanalistas argentinos ao Brasil no momento da institucionalização da psicanálise, nas décadas de 1940 e 1950, e depois, em razão da ditadura militar argentina, na década de 1970.

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