Por que o Brasil não cresce?

September 27, 2017 | Autor: Leonam Guimaraes | Categoria: Economics, Brazil
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Por que não crescemos? NOVEMBRO DE 2014

O Brasil não cresce suficientemente há mais de 30 anos Variações anuais do PIB Brasileiro 1979 – 2014*

% a.a.

PIB PER CAPITA

10,0

Governo

Variação Real % Anual 8,0 6,0

4,6 3,5

2,9

2,5

2,5

2,0

2,1

1,7

1,2

0,0 ‐2,0

3,2

Figueiredo

1979‐1984

0,1

Sarney

1985‐1989

2,3

Collor Itamar

1990‐1994

‐0,4

FHC I

1995‐1998

0,9

FHC II

1999‐2002

0,4

Lula I

2003‐2006

2,2

Lula II

2007‐2010

3,5

Dilma*

2011‐2014

1,0

1979‐2013 Brasil

1,2

Mundo

1,9

2013

Dilma 2011

2009

2007

2005

2003

FHC II Lula I Lula II 1999

1997

1995

FHC I

2001

Collor +  Itamar 1993

1989

1987

Sarney 1985

1983

1981

1979

Figueiredo

1991

‐4,0 ‐6,0

Média  %

1901‐1978

Média % no período

4,0

Período

Fonte: IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. *Previsão com PIB de 2014 igual a 0,4%. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

2

Nós crescemos menos do que mundo, menos que a América Latina e muito menos que os emergentes DESEMPENHO ACUMULADO DO PIB

500

Emerging market and developing economies

Número índice Base: 1980 = 100

450

World

400

Brazil

350 300 250 200 150 100 50 2014

2013

2012

2011

Dilma 2010

2009

2008

2007

Lula II 2006

2005

2004

2003

Lula I 2002

2001

2000

1999

FHC II 1998

1997

1996

FHC I 1995

1994

1993

1992

1991

1990

Collor + Itamar 1989

1988

1987

1986

1985

Sarney 1984

1983

1982

1981

0

1980

Figueiredo

Fonte: FMI – Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

3

O Brasil é um país emergente? Na realidade ele perde participação no mundo nos últimos 20 anos BRASIL: Relação entre o PIB (PPP) do Brasil, do Mundo e das economias  desenvolvidas – 1995‐2014 6 OCDE

5,5

Participação percentual

5

World

5,3

4,7

4,5 4

Termos de troca  crescente

3,5 3,1

2,8

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000

1999

1998

1997

1996

2

1995

2,5

2014

3

Fim do ciclo de  commodities

Fonte: FMI – Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

4

Afinal, porque não crescemos nas últimas  décadas? Existem “explicações” para todos  os gostos: • • • • • • • • •

Faltam investimentos em infraestrutura Os investimentos em educação e inovação são baixos O nível de poupança é insuficiente O tripé foi abandonado e o Banco Central não é independente Exigências de conteúdo local e protecionismo aumentam custos Baixa concorrência externa e falta de acordos comerciais Subsídios do tesouro ao consumo e ao BNDES Aumento do salário acima da produtividade, que não cresce “Custo Brasil”

São todos condicionantes importantes mas, nós crescemos bem, durante alguns períodos, apesar de coexistirmos com estes mesmos problemas e outros mais... DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

5

Então de quem é a culpa: do mundo ou nossa?

Fonte e elaboração: Credit Suisse. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

6

Fatores internos responsáveis pelo  baixo crescimento

Baixa taxa de investimento há mais de duas décadas

Investimento ‐ FBCF/PIB (%) BR 17,3

Média últimos 13 anos (2000‐2012) 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000

AL 21,0

Mundo 22,0

18,1 19,3 19,5

RIC 32,4

18,1 19,1 17,4 16,4 15,9 16,1 15,3 16,4 17,0 16,8 5,00

7,00

9,00

11,00

13,00

15,00

17,00

Brasil  2013 = 18,3 2014 = 17,1 (preliminar)

19,00

21,00

23,00

25,00

Fonte: IBGE e World Bank. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

8

O resultado é um baixo estoque de capital produtivo, o que reduz a produtividade

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

9

Fim do bônus demográfico vai nos obrigar a  aumentar a produtividade, se quisermos  crescer Taxa de crescimento anual do PIB (%): Contribuição do aumento de trabalhadores e da  produtividade

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

10

A produtividade do trabalho decorre principalmente do investimento em recursos produtivos

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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Por que o Brasil investe pouco?

Será porque a poupança é baixa? % a.a.

Fonte: IBGE; Elaboração: CEMEC DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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O real apreciado (doença holandesa + âncora inflacionária) reduz as margens da Indústria de Transformação.

Fonte: Banco Central

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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Os juros elevados encarecem a produção e fazem concorrência aos investimentos produtivos TAXA DE JUROS REAIS DE EMPRÉSTIMOS ‐ 2012

Fonte: FMI – Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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O retorno líquido da indústria entre 2008 e 2012 acumula 47% contra 62% nas aplicações e em renda-fixa*** Taxa de juros nominais à PF ‐ Pessoa Física e PJ – Pessoa Jurídica 140 PF*

120

PJ** 103,05

% ao ano

100

88,61

80 60

50,06

43,74

40 20

nov/14

set/14

jul/14

mai/14

mar/14

jan/14

nov/13

set/13

jul/13

mai/13

mar/13

jan/13

nov/12

set/12

jul/12

mai/12

mar/12

jan/12

nov/11

set/11

jul/11

mai/11

mar/11

jan/11

0

Fonte: Anefac ‐ Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade * Média ao ano das modalidades de crédito: Juros do comércio, Cartão de crédito,  Cheque especial, CDC‐Bancos, Empréstimo pessoal Bancos, Empréstimo  pessoal Financeira **Média ao ano das modalidades de crédito: Capital de giro, Desconto de duplicata, Conta garantida (Cheque especial para PJ) ***DECOMTEC‐FIESP DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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Estes juros levaram a uma hipertrofia do  setor financeiro em detrimento dos demais  setores

Fonte: Bovespa. Elaboração: Frederico Torres de Souza, Master of Sciences in Management pela Purdue University e Leandro Novais e Silva, Professor Adjunto de Direito Econômico na FDUFMG. 

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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Composição setorial da S&P 500 pela  equivalência patrimonial mostra que o peso do  setor financeiro nos EUA é metade do nosso

Elaboração: Frederico Torres de Souza, Master of Sciences in Management pela Purdue University e Leandro Novais e Silva, Professor Adjunto  de Direito Econômico na FDUFMG.  DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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O resultado, é um forte aumento do déficit público em função dos altos juros sobre a dívida líquida

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

19

E um baixo retorno sobre o patrimônio das  empresas não financeiras

Fonte e Elaboração: Frederico Torres de Souza, Master of Sciences in Management pela Purdue University e Leandro Novais e Silva, Professor Adjunto de  Direito Econômico na FDUFMG.  DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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CONSEQUÊNCIAS: BAIXA  COMPETITIVIDADE

Produzir aqui custa 37 p.p. mais que produzir na Alemanha ou EUA

Custo Brasil ‐ ∆ entre Brasil e EUA/Alemanha (para BKMs em 2012)

37,0

1 Custos dos insumos

20,5

2 Impacto dos juros sob o capital de giro

6,5

3 Impostos não recuperáveis na cadeia produtiva

4,7*

4 Demais Itens (R) Revisado; * Média do período pós desoneração do INSS patronal da folha de pagamento.

5,3

Fonte: IBGE, BCB, ILOS,FED de St. Luis, Banco Mundial, BNDES, ABIMAQ, Macrodados. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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Exportação brasileira por fator agregado:  estamos jogando fora a industrialização  feita nas décadas de 60 e 70 1964 a 2013 ‐ Participação % 90,0

BÁSICOS

SEMIMANUFATURADOS

MANUFATURADOS

80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0

1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

0,0

Fonte e elaboração: MDIC.

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

23

O incentivo ao consumo não beneficiou a  indústria nacional 210

Nº índice base: 2002 = 100

190

COMÉRCIO 170 150 130

PRODUÇÃO INDUSTRIAL

110

Fonte: IBGE . Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

24

jul‐14

jan‐14

jul‐13

jan‐13

jul‐12

jan‐12

jul‐11

jan‐11

jul‐10

jan‐10

jul‐09

jan‐09

jul‐08

jan‐08

jul‐07

jan‐07

jul‐06

jan‐06

jul‐05

jan‐05

jul‐04

jan‐04

jul‐03

jan‐03

jul‐02

jan‐02

90

O aumento do consumo foi suprido por  importados que dobraram seu “Market  share” Coeficiente de penetração dos produtos importados Indústria de transformação 25 20,8  20,9 

21,7 

19,1 

20 17,3  15,5 

15,3  15

13,5  11,3 

12,1  10,8 

10,1 

11,6  11,8 

10,5  10,3 

11,1 

11,9 

10

5 1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Fonte: Funcex . Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

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Agenda de curto prazo  para retomar o crescimento 

Principais desafios para retomar o  crescimento a partir de 2015 1. Ajustar a taxa de câmbio (câmbio flutuante administrado) e mantê‐lo competitivo em termos reais 2. Reduzir Selic (para IPCA + 1 a 2 p.p) com equilíbrio nominal das contas públicas 3. Reduzir juros de mercado ao nível médio dos países emergentes através da eliminação da cunha fiscal, redução do compulsório, fim da sua remuneração e maior concorrência 4. Restabelecer a confiança para reverter expectativas (políticas consistentes e transparentes) 5. Levar a inflação para a meta num período de dois a três anos DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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