Por uma filosofia da amizade: correlações entre Nietzsche e a arte dos mangás. Caderno de notas 5 – Oficinas de escrileituras: arte, educação, filosofia. 187-195. Pelotas: UFPel, 2013. ISBN 9788571928787

June 9, 2017 | Autor: Oriana Hadler | Categoria: Clinical Psychology, Friedrich Nietzsche, Filosofía, Manga, Escrileituras
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c o l e ç ã o es c r i l ei t u r a s

caderno de notas

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oficinas de escrileituras

A RT E ˜ E D U C A Ç AO FILOSOFIA oficinas desenvolvidas em 2011

Costa, B. L.; Dias, G. M.; Hadler, O. H.

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Por uma filosofia da amizade: correlações entre Nietzsche e a arte dos mangás

Luciano Bedin da Costa Mákellen Gonçalves Dias Oriana Holsbach Hadler

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Imagem retirada de SEGAWA, 2011, p. 71.

Caderno de notas 5 – Oficinas de escrileituras: arte, educação, filosofia. 187-195. Pelotas: UFPel, 2013. ISBN 9788571928787

Costa, B. L.; Dias, G. M.; Hadler, O. H.

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Este ensaio conceitual é fruto de um trabalho realizado em 2011 com um grupo de adolescentes de 12 a 15 anos, alunos de 5ª à 8ª serie de uma escola pública da região noroeste do Rio Grande do Sul. As atividades foram desenvolvidas por um estagiário de psicologia da Sociedade Educacional Três de Maio – SETREM, sob orientação de um professor da instituição, ambos vinculados ao projeto ''Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida''. O mangá (histórias em quadrinhos japonesas) foi escolhido como dispositivo para trabalhar o tema da amizade entre os adolescentes, tendo em vista que a ''relação entre os pares'' era uma das demandas levantadas pela escola e verificada no contato com o grupo em questão. Devido ao grande apelo entre o público adolescente, o uso do mangá mostrou-se uma interessante ferramenta pedagógica, levantando discussões e instigando produções dramáticas, poéticas e de escrita/leitura. Para provocar o pensamento do grupo, e fazendo uso dos autores que permeiam o projeto ''Escrileituras'', algumas ideias da filosofia de Friedrich Nietzsche foram utilizadas. Ainda que esta relação pareça esquisita e um tanto inusitada, acreditamos que há, nos mangás, elementos que vão ao encontro do que Nietzsche escreve sobre a amizade, fazendo-nos questionar alguns axiomas que envolvem a ideia comum acerca do tema. Tanto em Nietzsche, como nos mangás, o amigo é sempre fruto de uma relação especial. Trata-se de um outro tipo de amizade, distante do modelo ideal com o qual estamos acostumados. No senso comum, costumamos pensar a amizade como algo essencialmente confortante; o amigo, nossa ''cara metade'', é o fiel escudeiro que nos protegerá dos ataques de nossos inimigos ou daqueles que não simpatizam com a gente. Ainda que esta imagem de amizade seja para nós bastante tranquilizadora, neste ensaio propomos uma outra leitura, abordando, com a ajuda dos mangás, três pontos fundamentais: a inimizade necessária, o silêncio e as duas solidões (dualidão). Todavia, antes de problematizarmos tais elementos, julgamos ser necessário, sobretudo ao leitor mais leigo, uma breve apresentação acerca do mangá e sua tipologia. Logo após, desenvolveremos algumas relações que nos pareceram interessantes durante o desenvolvimento do trabalho.

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Mangás: proveniência e tipologia Os mangás são histórias em quadrinhos japonesas, derivadas de charges produzidas em meados do século XIX, as quais tinham como principal característica a critíca social e política à sociedade japonesa da época. O mangá carrega, igualmente, uma descendência da arte do ukiyo-e, obras que retratavam principalmente o cotidiano dos japoneses. Por tal filiação e proveniência, pode-se perceber duas das principais características que envolvem esta forma de expressão, e que se mantém até hoje: a leitura do contexto sócio-político e a abordagem do cotidiano japonês. Todavia, ainda que pareça uma unidade, os mangás se distribuem de diferentes formas e com variadas temáticas. A subdivisão das categorias no mercado editorial diz respeito a divisões etárias, sociais e de gênero. O mangá possui uma tipologia específica para cada público alvo, distribuindo-se: no kodomo mangá (voltado a crianças de 4 a 9 anos), marcado por histórias simples e fantasiosas; no Shoujo mangá (direcionado a meninas de 10 a 18 anos), com enredo voltado ao romance e cotidiano escolar das jovens; no Josei mangá (voltado a mulheres adultas), com temática voltada a relacionamentos amorosos mais profundos e vida profissional; no Seinen mangá (direcionado ao público masculino adulto), com traços mais detalhados e linguagem complexa; no Shounen mangá (destinado a meninos de 10 a 18 anos), com histórias que lidam com superação e fortes laços de amizades dos personagens. Outras caracteristicas do mangá são de fácil percepção aos leitores mais leigos, tais como: leitura oriental (da direita para esquerda), imagens em preto e branco, traços refinados e personagens com olhos comumente acentuados. Passemos, agora, aos pontos que nos parecem interesssantes para pensarmos a relação entre o que Nietzsche escreve acerca da amizade e os elementos suscitados pela leitura-imagem dos mangás.

A inimizade necessária Sê ao menos meu inimigo! – Assim fala o verdadeiro respeito que não se atreve a solicitar a amizade. Se quisermos ter um amigo, é preciso também lutar por ele. E para lutar é preciso poder ser inimigo. É preciso honrar no amigo o próprio inimigo. Podes aproximar-te e ter amigo sem passar para seu lado? No amigo deve-se vislumbrar o melhor inimigo. Quando lhe resistes, é então que mais te aproximas de seu coração2.

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NIETZSCHE, 2008a, p. 68.

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No senso comum, a ideia de amizade surge como um laço fraterno, uma irmandade de apoio mútuo. Todavia, a análise da amizade a partir do mangá e da citação acima apresentados, leva-nos a pensar o laço amical por uma outra perspectiva. Os mangás, neste sentido, se mostram extremamente nietzschianos, situando o amigo como um valioso adversário, uma relação que se constitui pela divergência, um atrito constante que marca, escreve e abre espaço para a escrita de uma nova forma de ser e estar no mundo. A noção comum de amizade fraternal coloca o amigo como aquele que incondicionalmente apoia o outro em situações de vulnerabilidade, exaltando-o nos momentos de glória ou conquista pessoal. Nietzsche contrapõe esta ideia ao delegar ao amigo a função de infligir ao outro, uma força potente o suficiente para desacomodá-lo em suas certezas e virtudes já cristalizadas. O projeto de uma amizade nietzschiana estaria relacionado a um projeto de superação de si, de ultrapassagem de si mesmo, da promoção e aceitação das inevitáveis transformações e metamorfoses que a vida em relação com o outro ofereceria. Esta capacidade, ou melhor, esta disponibilidade, constitui-se a partir de duas vias: a de quem desloca e a de quem é colocado em deslocamento (todavia, estes lugares devem ser permanentemente intercambiados). O amigo deve, pois, suportar estes constantes embates; na relação com seu inimigo-amigo ele mede e exerce sua força. Essa situação pressupõe, então, uma igualdade em termos de capacidade combativa; a amizade baseada no senso comum, marcada pelo apoio incondicional, conduziria à estagnação de ambos. A amizade em Nietzsche possui, assim, um caráter transformacional, pois a ética relacional estabelecida entre os sujeitos conduz à necessidade de repensar o modo de ser e estar no mundo, para que os embates venham constituir um espaço criacional sempre sujeito a novas rupturas, desajustes e deslocamentos. Esta ética é forçada pela criação de um espaço de experimentação, nunca instituído de antemão, sempre disposto a novas configurações e tensionamentos. Temos, então, a figura do amigo a partir de seu próprio reverso; o traço fundamental do inimigo, o de nos colocar em apuros e dificuldade, é assumido pelo amigo numa espécie de inversão de valores. A amizade passa a ser a própria condição de guerra. Outra coisa é a guerra. Sou por natureza guerreiro. Agredir é parte dos meus instintos. Poder ser inimigo, ser inimigo – isso pressupõe talvez uma natureza forte, é em todo caso condição de uma natureza forte. Ela necessita de resistências, portanto busca resistências3.

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NIETZSCHE, 2008b, p. 29-30.

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O amigo é aquele que nos coloca em guerra com nossos próprios valores, que faz com que coloquemos em suspeita valores em nós naturalizados. Trata-se de amar o inimigo no amigo, fazer do inimigo o amigo, para superação de nós mesmos e do mesmo que há em nós.

O silêncio Dentro do grande silêncio. – Aqui está o mar, aqui podemos esquecer a cidade. (...) Essa mudez enorme, que subitamente nos toma, é bela e aterradora, diante dela o coração se inflama. – Oh, a hipocrisia dessa muda beleza4!

De todas as críticas ao projeto da modernidade, vemos no tema do silêncio apontado por Nietzsche, aquele que mais nos cativa e desassossega. Associado à solidão, a arte de silenciar aparece na obra do filósofo alemão como um aprofundamento à hermenêutica do sujeito, à virtude humana de cuidado de si. O silêncio apresenta-se como ruptura à anulação humana frente à multidão barulhenta moderna, aparecendo como prática voltada para o inaudito, anterior às palavras racionais que preenchem o vazio e assolam a vida com uma hipertrofia da razão. Na linguagem dos mangás, este silêncio é mais do que retratado, ele é afirmado e passa a constituir permanentemente os personagens das tramas, apresentando-se, inclusive, como condição de ser dos protagonistas. Nas páginas em preto e branco, existem espaços para o silêncio. No contrafluxo de uma contemporaneidade tagarela e saturada de sentidos prévios, as relações entre os inimigos-amigos se constituem, nos mangás, por avanços silenciosos. Diferente de uma ausência de significado, ou como representação interpretativa sobre a psique dos sujeitos (como a psicologia faz questão de pontuar), o silêncio dos quadrinhos japoneses remete a “uma sutileza minuciosamente feroz que vai além de qualquer classificação verbal que possa procurar ser exprimida”5. Ele marca movimentos de compreensão e epifanias dos personagens. Um dispositivo de liberdade sobre os comportamentos obcecadamente falados, expostos à razão que tudo explica. Na história da sociedade ocidental, o vazio vem sendo preenchido incessantemente: entre a inventividade para ser mais do que se é e a ininterrupta produção para dar conta de 4

NIETZSCHE, 2004, p. 221.

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VASCONCELOS, 2006. p. 89.

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suas supostas falhas, os sujeitos vão constituindo-se em um processo de negação de si, composto por barulhos que convocam ao desvio do sofrimento. Não é à toa que, no decorrer dos séculos conjuram-se “patologias do vazio”, atravessando os modos de ser sujeito na contemporaneidade6.Caracterizadas por uma interminável sensação de vácuo, que se alimentam das insaciáveis almas humanas sedentas por sentido, os transtornos do vazio caminham concomitantemente com o processo de medicalização da vida, onde a tristeza e a melancolia não são mais simplesmente sentimentos que perpassam a condição humana, mas passam a ser conjugadas como estados diagnosticáveis, prognósticos determinantes que vem significar os sujeitos em uma tênue linha entre loucos e sãos. Nos mangás, o cultivo da solidão e dos processos contemplativos de si mesmo surgem como possibilidades. Conforme assinala Oliveira7, o silêncio para Nietzsche, o qual encontra visibilidade na linguagem japonesa expressa nesses tipos de quadrinhos, coloca-se como um “pathos de ausência-absolutamente-presente, no qual a presença se radicaliza em ausência e o estar-consigo em abandono”. A compreensão nietzschiana da experiência silenciosa torna o processo de silenciar como capacidade crítica à vida ativa. O silêncio vem conjugar não-verbos para os modos de subjetivação contemporâneos, ele vem provocar um exercício de ruptura com o dualismo que acomete o sujeito. Sem colocar-se entre uma metafísica da linguagem ou entre uma metafísica do silenciar, Nietzsche promove a transmutação entre o ativo e a contemplação, que passam a ser movimentos complementares. O silêncio constitui, assim, um processo de afirmação de si e, simultaneamente, um campo de estranhamento diante dos acontecimentos. O mesmo para o outro, nossa amiga e silenciosa presença. Um olhar para a vida que transcorre entre espaços silenciados e outros.

As duas solidões Estou muito surpreso, completamente encantado! Eu tenho um precursor, e que precursor! Eu quase não conhecia Spinoza: que eu agora me volte a ele se deve a uma ação instintiva (…) em suma: minha solidão que, no cume de altas montanhas,

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BRUM, 2004.

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OLIVEIRA, 2011, p. 137.

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frequentemente, e de forma muito costumeira, corta-me a respiração e faz meu sangue subir à cabeça, é agora ao menos uma dualidão 8.!

Um ponto em comum entre o conceito vulgar de amizade e o que os mangás e Nietzsche apresentam diz respeito à necessária relação com um outro. De uma outra forma, diríamos que a concepção de amizade envolve um certo grau de intersubjetividade, ainda que se trate, em Nietzsche e nos mangás, de relações intersubjetivas bastante singulares, marcadas pela renúncia e alteridade radicais. A relação com o outro, calcada na guerrilha, silêncio e estranhamento contínuos, coloca em xeque algumas condições outrora tidas como necessárias num trato amical. O amigo não melhora o outro e tampouco o complementa. O que haveria é um entre-dois colocado em suspensão, vivenciado a golpes de pequenos e grandes tensionamentos. Se, para Nietzsche, o eu (enquanto unidade substancial) não passa de uma invenção da gramática, o mesmo se aplica ao outro. Numa relação intersubjetiva, onde os dois sujeitos se constituem a partir de suas próprias ficções, torna-se impossível (ou ao menos desnecessário) aceitarmos a premissa de que ambos se entendem plenamente e de que, em função disto, se complementariam. A relação estabelecida entre dois indivíduos humanos, portanto, não passa pela compreensão das partes, mas por um campo de incompreensibilidade no qual os dois pólos da relação intersubjetiva outorgam uma radicalidade crítica que impede que a amizade seja mais do que uma relação na qual o eu e o outro formam-se na dúvida, na ilusão, no embuste – dado que o conhecimento pleno desses dois pólos é tido como impossível9 .

Os amigos tornariam-se, pois, iguais, em suas próprias desigualdades. A presença do outro ativaria o incomunicável que há no sujeito e na relação. É na relação entre estes dois incomunicados que o incomunicável se produziria. A intimidade se daria pelo estranhamento, na junção entre aquilo que não pode ser comunicado ou revelado ao outro, na medida em que são inacessíveis a um ego ou racionalidade constitutiva. É no embate entre estas duas solidões (dualidão) que um outro se produziria – a este outro daríamos o nome de amizade. A amizade, ao invés de resolver o impasse da solidão, coloca em evidência o próprio imperativo de uma ontologia que nunca sabe ao certo o que é o ser humano, mas no que ele está em via-de-setornar. A dualidão sentida por Nietzsche em relação a Spinoza anuncia um pacto outro entre sujeitos que, ao abrir mão de uma simbologia (do grego sin: unir, juntar, reunir; bolós:

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Carta de Nietzsche a Fraz Overbeck, 30 de julho de 1881. In: NIETZSCHE, 1986, p. 192.

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OLIVEIRA, 2011, p. 316.

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movimentar, levar, bailar), opera por aquilo que há de diabólico na relação (do grego dia: longe, distante, fora de). Na solidão amical, compartilhada na medida em que se vê permanentemente cindida, dá-se a dança entre-dois, um bailar no qual ambos se dividem e por vezes se encontram. Se fores para o leste, irei para o oeste: sentir desta forma é elevado signo de humanidade no relacionamento próximo: sem esta sensibilidade, toda amizade, toda relação entre mestre e aluno, mestre e discípulo se torna, em algum momento, hipocrisia 10.

À guisa de uma conclusão

Ao final deste breve percurso percebemos o quanto um tema tão naturalizado como a amizade, dependendo da perspectiva em que for situado, pode receber abalos, levando-nos a repensá-lo a partir de sua própria reversão. Os mangás e a filosofia de Friedrich Nietzsche nos ajudam a entender, ou melhor, a distender algumas camadas morais e humanizadoras que envolvem a figura do amigo e dos impactos possíveis de uma relação amical. Lidar com o outro enquanto amigo é colocar-se também como um plano movente, situar-se para além das fronteiras estabelecidas, suspendendo algumas premissas que nos parecem necessariamente constitutivas e que, nesta experiência bélica, silenciosa e diabólica com o outro, mostram-se criativamente ficcionais. Num ambiente experimental, ali onde o sujeito pode expor-se sem medir-se, é que se dá a alegria transbordante nietzschiana. Todavia, trata-se uma alegria raspada de todo e qualquer ideal de felicidade, pois alegres são aqueles que não se prendem a pés de chumbo. Os personagens dos mangás, em seus gestos e olhos circunspectos, nos ensinam que a suspensão do sentido prévio pode nos levar à leveza. Mas nada nos garantirá que encontraremos paz ou conforto em nossas melhores amizades. Então, resta-nos perguntar: será nosso amigo o maior de nossos inimigos? No domínio da vida cotidiana talvez não haja sentido em buscarmos desmesuradamente tamanha distinção. Façamos das palavras de Nietzsche as nossas: ''Amigos, não há amigos!'' – disse o sábio moribundo; ''Inimigos, não há inimigos! – digo eu, o tolo vivente11.

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NIETZSCHE, 2008c, p. 110.

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NIETZSCHE, 2000, p. 218.

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Referências: BRUM, E.H.M. “Patologias do vazio: um desafio à prática clínica contemporânea”. Psicologia Ciência e Profissão, v. 2, n. 24, p. 48-53, 2004. MOLINÉ, Alfons. O grande livro dos mangás. São Paulo: JBC, 2004. NIETSZCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra. (Trad. Antônio Carlos Braga.) São Paulo: Escala, 2008a. _____. Aurora. (Trad. Paulo César de Souza) São Paulo: Cia das Letras, 2004. _____. Ecce Homo: como se chega a ser o que se é. ( Trad. Paulo César de Souza) São Paulo: Cia das Letras, 2008b. _____. Humano, demasiado humano: um livro para Espíritos Livres. ( Trad. Paulo César de Souza) São Paulo: Cia das letras, 2000. _____. Humano, demasiado humano II: um livro para Espíritos Livres. ( Trad. Paulo César de Souza) São Paulo: Cia das letras, 2008c. _____. Lettres choisies. Paris: Gallimard, 1986. OLIVEIRA, Jelson. “A amizade para Nietzsche: uma arena de mal-entendidos”. Philósophos, Goiânia, v.16, n.2, p. 315-342, jul-dez, 2011. _____. “A profilaxia do silêncio: Nietzsche e a virtude da vida contemplativa”. Ethic@ , Porto Alegre, v.10 (2), p. 133-155, 2011. _____. Para uma ética da amizade em Friedrich Nietzsche. Rio de Janeiro: 7Letras, 2011. SEGAWA, Hajime. Ga-Rei. São Paulo: JBC, 2011. VASCONCELLOS, P. V. F. Mangá-Dô, os caminhos das histórias em quadrinhos japonesas. Dissertação de Mestrado - Departamento de Artes & Design, Pontifícia Universidade Católica do RJ: Rio de Janeiro, 2006.

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