POVOS CIGANOS NO BRASIL
Descrição do Produto
Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais –ICS Disciplina: Métodos Sociológicos Professora: Analía Soria Batista Discente: Thaysi de Paula Soares – Matrícula: 11/0066651
POVOS CIGANOS NO BRASIL
Etapas utilizadas para a formulação de Projeto de Pesquisa
Tarefa 1 a) Definição do objeto de pesquisa. b) Objetivos (geral e específico) c) Perguntas/Hipótese d) Metodologia e) Marco Teórico f) Planejamento da pesquisa (cronograma) g) Levantamento bibliográfico inicial
Tarefa 2 Apresentação do material de sua pesquisa em sala de aula (seminário e escrita).
DEFINIÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA
Esta pesquisa buscará esclarecer como se deu o processo de invisibilidade dos povos ciganos no Brasil
OBJETIVOS
Geral:
Fazer análise histórica sobre as etnias ciganas espalhadas pelo País com intuito de entender a forma que se deu o deslocamento desses grupos para o Brasil. E depreender se esses grupos partilham dessa noção de invisibilidade.
Específico:
Buscar compreender e analisar se foi a identidade desses indivíduos, seus costumes e cultura que os levaram a essa invisibilidade. Observar a comunidade cigana de Brasília com o intuito de obter dados mais reais por meio de pesquisa de campo.
PERGUNTA
O questionamento/problema que embasa o estudo é:
Como se deu a invisibilidade desses grupos no contexto social e cultural do Brasil?
Pontos de reflexão e abordagem:
Sobre a migração desses grupos para o Brasil. Por que ocorreram os deslocamentos?
Quem são os atores? Possuem características heterogêneas, homogêneas?
Ressalto que, os dois pontos os quais denominei de reflexão e abordagem fazem parte de um possível quadro de amparo para as discussões principais, não sendo, portanto, abordados de forma aprofundada. Resolvi mantê-los para o melhor entendimento histórico/cultural do tema pesquisado.
HIPÓTESE Desde o século XVI até o atual XXI, o preconceito, a discriminação negativa1, a intolerância e o etnocentrismo por parte dos não ciganos, levaram os povos ciganos a uma invisibilidade cada vez maior; e a marginalização – entendida como: estar à margem da sociedade – foi apenas um efeito inerente a esse processo de invisibilidade dos ciganos no Brasil.
LA GITANILLA “Parece que los gitanos y gitanas solamente nacieron en el mundo para ser ladrones: nacen de padres ladrones, críanse con ladrones, estudian para ladrones y, finalmente, salen con ser ladrones corrientes y molientes a todo ruedo;” (CERVANTES, Miguel)
1 Mas a discriminação negativa não consiste somente em dar mais àqueles que têm menos; ela, ao contrário, marca seu portador com um defeito quase indelével. Ser discriminado negativamente significa ser associadoa um destino embasado numa característica que não se escolhe, mas que os outros no-la devolvem como uma espécie de estigma. A discriminação negativa é a instrumentalização da alteridade, constituída em favor da exclusão. (p. 14)- de Robert Castel. A Discriminação Negativa – . Cidadãos ou Autóctones? (Petrópolis, Rj: Vozes, 2008)
METODOLOGIA
*Qualitativa A modalidade metodológica a ser adotada para alcançar os objetivos gerais e esclarecer as questões apontadas no tópico acima será teórica. E, de forma especial, para que se chegue aos objetivos específicos dessa pesquisa, será adotada a metodologia exploratória, por meio de entrevista com os indivíduos da comunidade Cigana Calón de Brasília. Por ser uma forma de comunicação direta entre o entrevistador e o entrevistado, ou seja, bilateral, é possível obter um alto nível de riqueza e assim alcançar os objetivos da pesquisa. Existem duas tipologias para entrevista: a estruturada, constituída por perguntas pré-formuladas, como num questionário, e a não estruturada, que também é conhecida como entrevista de profundidade, que consegue se aproximar de uma forma mais profunda à realidade em que se quer chegar. Por esse motivo, neste trabalho será adotada a entrevista não estruturada para sanar os questionamentos supracitados. Reitero que o público alvo são os indivíduos que fazem parte da comunidade Cigana de Brasília e do entorno.
MARCO TEÓRICO
Para começar os estudos sociológicos dos povos ciganos é imprescindível fazer um retrospecto da sua jornada na história até os dias atuais. Mas para se fazer tal empreitada, logicamente, é necessário buscar os fatos históricos por meio de bibliografias já disponibilizadas. É neste momento que os pesquisadores se deparam com um primeiro obstáculo. Como afirmou Rosângela Côrrea, professora da Faculdade de Educação da UnB e organizadora do encontro, intitulado Ciclo de Debates Ciganos: uma história invisível: “Sabemos muito pouco sobre eles, nem mesmo estatísticas confiáveis sobre o número de ciganos no Brasil nós temos”. 2 Os estudos ciganológicos brasileiros ainda são muito escassos, muito do que se encontra em livrarias não vai muito além de esoterismo e misticismo, que não obstante está intimamente ligado ao dito ethos3 esotérico desses grupos. A princípio a análise desse trabalho será focada nos estudos de Mello Moares Filho, um pioneiro em estudos da ciganologia no Brasil. O documento que registrou a primeira presença de ciganos no Brasil foi o Alvará de Don Sebastião de 1574, que decreta o degredo para o Brasil ao cigano João Torres e sua família (PIERONI, 2000). E assim começarei a abordagem histórica geral do percurso feito pelos povos ciganos desde o século XVI até o atual século XXI.
2
< http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=6434>
3 Ethos: Para M. Weber (1920, 1921), o ethos é uma ordem normativa interiorizada, um conjunto de princípios mais ou menos sistematizados que regulam a conduta da vida.
CRONOGRAMA
Pesq.
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
X
X
X
X
X
X
X
JUL
AGO
SET
X
X
X
OUT
NOV
DEZ
X
X
Teórica Pesq. Campo Correlação:
X
X
Teoria/ Campo Conclusão
X
BIBLIOGRAFIA
MORAES FILHO, Mello. 1981 [1886/1885]. Os ciganos no Brasil & Cancioneiro dos ciganos, Belo Horizonte: Itatiaia.
FRASER, Angus. História do Povo Cigano, Lisboa, Editorial Teorema, 1998.
CORTESÃO, Luiza e PINTO, Fátima. O Povo Cigano: Cidadãos na Sombra - Processos explícitos e ocultos de exclusão, Porto, Ed. Afrontamento, Colecção Textos, 1995.
MALINOWSKI, B. 1951. Die Dynamik des Kulturwandels, Wien: Humboldt Verlag, 1978. Argonautas do Pacífico Ocidental, São Paulo.
PIERONI, G. Vadios e ciganos, heréticos e bruxas.Os degradados no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil: Fundação Biblioteca Nacional, 2000.
< http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=6434>
Bibliografia Documental:
ALMEIDA, Candido Mendes de (Org.). Codigo Philippino ou Ordenações e Leis do Reino de Portural; Recopiladas por Mandado D'el Rey D. Philippe I. 14ª ed. (segundo a 1ª de 1603, e a 9ª de Coimbra de 1824). Rio de Janeiro: Typographia do Instituto Philomathico, 1870.
CARTAS escriptas a S. Mag.e pelo seu Conselho Ultramarinho no anno de 1767 (Nº 1, Descrevendo o estado em que achou a Capitania).
Documentos Interessantes para a História e Costumes de S. Paulo. São Paulo, vol. 23 (Correspondencia do Capitão-General Dom Luiz Antonio de Souza Botelho Mourão, 1766-1768), p. 250-256, 1896.
Castel, Robert. A Discriminação Negativa –. Cidadãos ou Autóctones? (Petrópolis, Rj: Vozes, 2008)
Bibliografia Poética:
CERVANTES, Miguel de. Novela Ejemplares. Madrid: Dist. Mateos y M.E. Editores, 1994. La Gitannilla (1607), p. 31-96.
Filmes:
GATLIF, Tony, Latcho Drom, França, 1992, 100’;
KUSTURICA, Emir, O Tempo dos Ciganos;
ANEXOS
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